Sobre afetos, memórias e territórios nas vivências de pessoas negras idosas

uma leitura dos curtas-metragens O velho rei e O dia de Jerusa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30620/gz.v11n2.p147

Palavras-chave:

Cinema negro brasileiro, Velhices negras, Afetos, Memórias, Territórios

Resumo

Os cinemas negros no Brasil têm se debruçado sobre diferentes temáticas relacionadas às vivências de pessoas negras no país, com diversos recortes e atravessamentos identitários. A proposta deste artigo é discutir como os filmes O velho rei (2013), direção de Ceci Alves, e O dia de Jerusa (2014), direção de Viviane Ferreira abordam a temática da velhice em pessoas negras, destacando, especialmente, como as relações afetivas são construídas entre às personagens, suas conexões com a memória e com os territórios onde seus corpos transitam. A metodologia adotada foi a exploratória e analítica, embasada em conceitos oriundos de diferentes áreas do conhecimento. As primeiras considerações apontam que os dois filmes apresentam novas imagens e novos sentidos sobre o envelhecimento de pessoas negras, além de recuperar a dignidade desses sujeitos para o afeto e a valorização de suas memórias e territórios.

[Recebido em: 14 out. 2023 – Aceito em: 12 nov. 2023]

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Biografia do Autor

Alex Santana França, Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC

Professor Assistente do Departamento de Letras e Artes da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), pesquisador e escritor. Possui graduação (Licenciatura e Bacharelado) em Letras Vernáculas pela Universidade Federal da Bahia (2002-2009), Especialização em Metodologia do Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Indígena pela Faculdade de Ciências Educacionais (2008-2010), Mestrado em Letras pelo Programa de Pós-graduação em Literatura e Cultura da Universidade Federal da Bahia (2010-2012) e Doutorado em Letras pelo Programa de Pós-graduação em Literatura e Cultura da Universidade Federal da Bahia (2014-2018). Desenvolve pesquisa sobre masculinidades, negritude e sexualidades em produções da literatura, da fotografia e do cinema de países africanos e afrodiaspóricos. Tem poemas, contos e textos acadêmicos publicados em anais de eventos nacionais e internacionais, em livros impressos e digitais e em revistas impressas e eletrônicas. Possui experiência docente na educação básica, ensino técnico e ensino superior (graduação e pós-graduação). Atua na curadoria e crítica de cinema em festivais, mostras e cineclubes. É um dos organizadores do livro Cinema negro baiano (2021), publicado pela Editor Emoriô. Linkedin: https://www.linkedin.com/in/alex-santana-fran%C3%A7a-96b803122. Academia.edu: https://independent.academia.edu/AlexSFran%C3%A7a.

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Publicado

2024-05-04

Como Citar

FRANÇA, A. S. Sobre afetos, memórias e territórios nas vivências de pessoas negras idosas: uma leitura dos curtas-metragens O velho rei e O dia de Jerusa. Grau Zero – Revista de Crítica Cultural, Alagoinhas-BA: Fábrica de Letras - UNEB, v. 11, n. 2, p. 147–163, 2024. DOI: 10.30620/gz.v11n2.p147. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/grauzero/article/view/v11n2p147. Acesso em: 21 dez. 2024.