Maria Firmina dos Reis e Carolina Maria de Jesus

duas resistentes Marias na Literatura Afro-Feminina

Autores

  • Denis Moura de Quadros Universidade Federal do Rio Grande - FURG

DOI:

https://doi.org/10.30620/gz.v6n1.p19

Palavras-chave:

Literatura afro-feminina, Negritude, Resistência

Resumo

Quando falamos em literatura afro-feminina toda obra publicada é um ato de resistência. No ano de centenário de morte de Maria Firmina dos Reis a Academia reage com mais um longo e profundo silêncio. Pensando o dessilenciamento como ato de resistência, analisamos a importância das escritoras Maria Firmina dos Reis (1825-1917) e Carolina Maria de Jesus (1914-1977). O arcabouço teórico utilizado parte da ginocrítica que, segundo Showalter (1994), considera o local de fala dessas escritoras e sua autorrepresentação que rompe com estereótipos sociais que as menosprezam e deslegitimam seus discursos. Através da análise das obras e biografia das autoras buscamos compreender os porquês que envolvem esse silenciamento e, consequentemente, legitimar a escrita dessas autoras pela resistência. Por fim, percebemos que, principalmente, raça e gênero implicam na construção dos cânones.

[Recebido: 07 nov. 2017 – Aceito: 06 mar. 2018]

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Biografia do Autor

Denis Moura de Quadros, Universidade Federal do Rio Grande - FURG

Mestrando em História da Literatura na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), na qual pesquisa sobre: literatura brasileira, em especial, as peças do dramaturgo Nelson Rodrigues; sobre a formação do leitor literário; sobre o negro na literatura brasileira; sobre a literatura de expressão feminina e literatura afrofeminina. Sua área de interesse é no campo da crítica literária, da historiografia literária e da literatura comparada.

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Publicado

2018-04-09

Como Citar

QUADROS, D. M. de. Maria Firmina dos Reis e Carolina Maria de Jesus: duas resistentes Marias na Literatura Afro-Feminina. Grau Zero – Revista de Crítica Cultural, Alagoinhas-BA: Fábrica de Letras - UNEB, v. 6, n. 1, p. 19–41, 2018. DOI: 10.30620/gz.v6n1.p19. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/grauzero/article/view/4801. Acesso em: 28 mar. 2024.