Paraíso de quem? Descolonizando o Paraíso, de Tatiana Salem Levy

Autores

  • Anne Caroline Quiangala Universidade de Brasília - UnB

DOI:

https://doi.org/10.30620/gz.v4n1.p187

Palavras-chave:

Representação, Branquitude, Alteridade

Resumo

Paraíso (2014), da escritora luso-brasileira Tatiana Salem Levy, é constituído por uma infinidade de narrativas que se descolam da protagonista Ana. Ela é uma escritora contemporânea a cuja interioridade temos acesso gradual a partir dos três patamares da história: presente, flashback e a narrativa colonial que ela está redigindo. Nesta, conhecemos a personagem Negra escravizada (sem nome) pelo seu relato “defunto” (qual um Brás Cubas) que sugere que foi cumprida a dialética que envolve a fala do sujeito s ubalternizada (pode falar, mas precisa ser ouvida). No entanto, ela está sendo determinada da exterioridade do seu corpo, isto é, desde o colonialismo, já que Ana está performando a voz do Outro no lugar entre ser Negra e ser branca (que consubstancia a hierarquia). Levy representa a negritude desde o lugar autorizado a falar sobre tudo: a branquitude.

[Recebido: 25 dez. 2015 – Aceito: 18 mai. 2016]

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Biografia do Autor

Anne Caroline Quiangala, Universidade de Brasília - UnB

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade de Brasília (UnB). Bacharela em Letras Português e respectivas literaturas na Universidade de Brasília (UnB).

Referências

Corpus:
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Publicado

2016-07-15

Como Citar

QUIANGALA, A. C. Paraíso de quem? Descolonizando o Paraíso, de Tatiana Salem Levy. Grau Zero – Revista de Crítica Cultural, Alagoinhas-BA: Fábrica de Letras - UNEB, v. 4, n. 1, p. 187–207, 2016. DOI: 10.30620/gz.v4n1.p187. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/grauzero/article/view/3335. Acesso em: 22 nov. 2024.