Memórias de um sobrevivente, o real e a ficção

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30620/gz.v10n1.p285

Palavras-chave:

Memórias de um sobrevivente, Romance autobiográfico, Forma literária, Processo social

Resumo

Em 2001, Luiz Alberto Mendes publica Memórias de um sobrevivente, manuscrito de um romance autobiográfico, engavetado por quase dez anos. A narrativa se refere à infância, à adolescência e ao início da vida adulta de um rapaz que vê o banditismo como uma alternativa para contornar os limites econômicos e realizar os seus anseios de liberdade. Luiz Alberto trata das condições de vida de um jovem pobre cujo imaginário persegue o ideal de consumo e de diversão propagandeado nas mídias em desenvolvimento nos anos 60 e 70. Contudo, a sua escrita não se limita a apenas apresentar essa realidade. Há um empenho literário que acompanha e transcende as especificidades temáticas. Por isso, o estudo dos elementos estilísticos esclarece I) o quanto forma e conteúdo andam juntos na composição das Memórias e II) o quanto a análise estrutural pode iluminar traços decisivos da historicidade com os quais o personagem se depara e que definem os impasses do período abarcado pelo texto. Portanto, a finalidade deste artigo é investigar a formalização do relato e como ela incorpora e responde aos dilemas enfrentados.

[Recebido em: 16 fev. 2022 – Aceito em: 20 set. 2022]

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tiago Lopes Schiffner, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Formado em Letras (Português e Literatura Brasileira). Mestre e Doutor em Estudos Literários com ênfase em Literatura Brasileira pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Integra, ainda, o grupo de pesquisa: Literatura Brasileira em dinâmica desigual e combinada, sob a orientação do Prof. Dr. Homero Vizeu Araújo. Atualmente, cursa graduação em História da Arte (UFRGS) e integra o projeto de extensão Liga de Psicanálise (UFRGS) – no qual auxilia nas discussões propostas entre literatura e psicanálise.

Referências

ANDRADE, Carlos Drummond de. A Rosa do povo. 21. ed. Rio de Janeiro: Record, 2000, 205p.

CANDIDO, Antonio. O discurso e a cidade. São Paulo: Duas Cidades / Ouro sobre Azul, 2010, 283 p.

DOSTOIÉVSKI, Fiódor M. Memórias do subsolo. São Paulo: Ed. 34, 2009, 147p.

ESLAVA, Fernando Villarraga. Literatura marginal: o assalto ao poder da escrita. In: Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n. 24, p. 35-51, jul/dez. 2004.

MARTINS, Anna Faedrich. Autoficções: do conceito teórico à prática na literatura brasileira contemporânea. Tese (Doutorado) – Faculdade de Letras, PUCRS, 2014. 252 f.

MENDES, Luiz Alberto. Memórias de um sobrevivente. São Paulo: Cia de Bolso, 2009, 416p.

MENDES, Luiz Alberto. Escrevo livros, mas não sou visto como escritor. In: Revista Fórum. Entrevista concedida a Leonardo Fuhrmann. Disponível em: http://www.revistaforum.com.br/semanal/luiz-alberto-mendes-escrevo-livros-mas-nao-sou-visto-como-escritor.

MENDES, Luiz Alberto. Os livros me salvaram! In: Livre Opinião – Ideias em Debate, 14 de ago. 2014. Entrevista concedida à equipe da Livre Opinião. Disponível em: https://livreopiniao.com/2014/08/14/entrevista-com-o-escritor-luiz-alberto-mendes-os-livros-me-salvaram. Acesso em: 12 de dezembro de 2019.

RAMOS, Graciliano. Memórias do cárcere. São Paulo: Círculo do Livro, 1987, 4 v.

SALOM, J. S. La literatura marginal periférica y el silencio de la crítica. In: Revista Chilena de Literatura, Santiago, n. 88, p. 235-264, dez. 2014.

SCHWARZ, Roberto. Cidade de Deus. Mais!, Folha de São Paulo, 07/09/1997. [Compilado em: SCHWARZ, Roberto. Seqüências brasileiras. São Paulo: Cia das Letras, 1999. 163-171].

SCHWARTZ, Adriano. A tendência autobiográfica do romance contemporâneo: Coetzee, Roth e Piglia. In: Novos Estudos Cebrap, São Paulo, n. 95, p. 83-97, mar. 2013.

SELIGMANN-SILVA, Márcio. Novos Escritos dos cárceres: uma análise de caso. Luiz Alberto Mendes, Memórias de um Sobrevivente. In: Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n. 27, p. 35-58, jan/jun. 2006.

WETERMAN, Daniel. Ministro afirma que massacre não pode ser explicado por guerra entre facções. In: Estadão: O Estado de São Paulo, São Paulo, 03 jan. 2017.

Publicado

2022-11-03

Como Citar

SCHIFFNER, T. L. Memórias de um sobrevivente, o real e a ficção. Grau Zero – Revista de Crítica Cultural, Alagoinhas-BA: Fábrica de Letras - UNEB, v. 10, n. 1, p. 285–308, 2022. DOI: 10.30620/gz.v10n1.p285. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/grauzero/article/view/13665. Acesso em: 11 dez. 2024.