Memórias de um sobrevivente, o real e a ficção
DOI:
https://doi.org/10.30620/gz.v10n1.p285Palavras-chave:
Memórias de um sobrevivente, Romance autobiográfico, Forma literária, Processo socialResumo
Em 2001, Luiz Alberto Mendes publica Memórias de um sobrevivente, manuscrito de um romance autobiográfico, engavetado por quase dez anos. A narrativa se refere à infância, à adolescência e ao início da vida adulta de um rapaz que vê o banditismo como uma alternativa para contornar os limites econômicos e realizar os seus anseios de liberdade. Luiz Alberto trata das condições de vida de um jovem pobre cujo imaginário persegue o ideal de consumo e de diversão propagandeado nas mídias em desenvolvimento nos anos 60 e 70. Contudo, a sua escrita não se limita a apenas apresentar essa realidade. Há um empenho literário que acompanha e transcende as especificidades temáticas. Por isso, o estudo dos elementos estilísticos esclarece I) o quanto forma e conteúdo andam juntos na composição das Memórias e II) o quanto a análise estrutural pode iluminar traços decisivos da historicidade com os quais o personagem se depara e que definem os impasses do período abarcado pelo texto. Portanto, a finalidade deste artigo é investigar a formalização do relato e como ela incorpora e responde aos dilemas enfrentados.
[Recebido em: 16 fev. 2022 – Aceito em: 20 set. 2022]
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