Um corpo que carrega saberes
memória e ancestralidade em “Sabela”, de Conceição Evaristo
DOI:
https://doi.org/10.30620/gz.v10n1.p119Palavras-chave:
Memória, Ancestralidade, Sabela, Conceição EvaristoResumo
A literatura matizada por escrevivências tem colocado Conceição Evaristo em lugar de destaque na literatura brasileira, principalmente, por ficcionalizar as fraturas da sociedade no que diz respeito aos marcadores sociais da diferença: gênero, raça e classe, além de ensejar em sua obra a memória e ancestralidade que compõe a cultura afro-brasileira. Nesse sentido, nosso objetivo é analisar a novela “Sabela”, que compõe o livro Histórias de leves enganos e parecenças (2017), sob o viés dos estudos da memória e da ancestralidade. “Sabela”, narra a história de um dilúvio que assola uma cidade inteira, que de forma vívida alegoriza a travessia violenta do atlântico negro, no entanto, a personagem Sabela é a única imune às mazelas causadas pela grande chuva, em função dos saberes que carrega de uma ancestralidade africana. Categorias como memória individual, memória coletiva, ancestralidade e oralidade farão parte de nossa análise quando de suas representações simbólicas no seio da narrativa. Para tanto, como espoco teórico para essa abordagem recorremos, principalmente, aos trabalhados de Carla Akotirene (2019), Luiz Rufino (2019), Abdias do Nascimento (2016), Cuti (2010), Chimamanda Ngozi Adichie (2009), Joël Candau (2018), Maurice Halbwachs (2006), Michael Pollak (1992) e a própria Conceição Evaristo (2008).
[Recebido em: 14 fev. 2022 – Aceito em: 14 out. 2022]
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