Entre-Lunga e lugar
poder de um corpo encarnado no filme Bacurau
DOI:
https://doi.org/10.30620/gz.v9n2.p131Palavras-chave:
Bacurau, Entre-lugar, LungaResumo
Trata-se de uma investigação que estimula reflexões em torno de como as subjetividades não se deixam curvarem e se potencializam em cenas que apresentam o construto de leitura que dissemina a ação de desarmar poderes e saberes colonizados, sujeitos e contextos culturais locais que enunciam a desobediência da logicidade do discurso centralizador. O conceito de entre-lugar que Silviano Santiago (1971) apresenta-nos, desterritorializa e problematiza o local com o global, desde a periferia destruindo os decalques dos saberes, (re)-esteticando a literatura clássica, questionamos então o lugar que o filme Bacurau (2019), de Kleber Mendonça e Juliano Dornelles, através do personagem Lunga “não no modelo estrito do cangaceiro, mas compondo um “tipo” visualmente destacado, tal como outras figuras mobilizadas na luta” (Mendonça Filho, 2020, p.37). É a partir das devidas considerações que irei abordar o sentido de Entre-Lunga e Lugar.
[Recebido: 4 out. 2021 – Aceito: 25 out. 2021]
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