O IMPACTO DA INFLAÇÃO NO ENDIVIDAMENTO DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS BRASILEIRAS
DOI:
https://doi.org/10.18028/rgfc.v6i1.1212Resumo
As instituições financeiras são entidades naturalmente alavancadas, que se utilizam do capital de terceiros para obter lucro em suas operações. O papel de intermediário financeiro oferece a estas instituições o contexto necessário para se utilizar da alavancagem financeira para obter lucro. Dentre as diversas variáveis determinantes no nível de endividamento destas instituições, Hortlund (2005) destaca a inflação como tendo papel central neste fenômeno. Este estudo buscou verificar como a inflação influencia no endividamento das instituições financeiras brasileiras. Para isto, analisou-se os dados dos bancos brasileiros do período de 1996 a 2013, sendo relacionadas com outras variáveis com o intuito de atribuir maior consistência ao modelo utilizado. Mediante regressões de dados em painel balanceado e desbalanceado, os resultados indicam que, diferente da hipótese defendida por Hortlund (2005), a inflação impacta negativamente no endividamento auferido pelas instituições financeiras no período analisado. Outros achados do trabalho indicam que as variáveis representativas do aumento das operações destas instituições, tais como, o crescimento do PIB, crescimento dos Ativos e Empréstimos/Ativos impactam positivamente no endividamento das instituições financeiras, indicando que estas estão mais propensas a se endividar quando podem aplicar este capital em operações produtivas. Por fim, foi achado que as diretrizes constantes nos Acordos de Capital Basileia II e Basileia III, as quais foram seguidas pelo sistema financeiro nacional, influenciaram o endividamento das instituições financeiras negativamente, tornando estas menos alavancadas.
Downloads
Referências
AHMAD, R.; ARIFF, M.; SKULLY, M. The determinants of bank capital ratios in a developing economy. Asia-Pacific Financial Markets, v. 15, n. 3, p. 255-272, 2008.
ANBIMA. Basiléia III: novos desafios para adequação da regulação bancária. 2010.
ASSAF NETO, A. Mercado financeiro. 10º Ed., São Paulo: Editora Atlas S. A., 2011.
BALTHAZAR, L. From basel 1 to basel 3: the integration of state-of-the-art risk modeling in banking regulation. 1º ed., Londres: Palgrave Macmillan, 2006.
BARTH, A.; SCHNABEL, I. Why banks are not too big to fail – evidence from the CDS market. Economic Policy, v. 28, n. 74, p. 335-369, 2013.
BEUREN, I. M. (org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
BITTENCOURT, W. R.; PAIM, J. V. A.; CUNHA, J. V. A.; NASCIMENTO, E. M. Estudo sobre a evolução da concentração do setor bancário no Brasil e da taxa de juros. Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade, v. 5, n. 3, p. 5-25, 2015.
BREWER III, E.; KAUFMAN, G. G.; WALL, L. D. Bank capital ratios accross countries: why do they vary? Journal of Financial Services Research, v. 34, n. 2-3, p. 177-201, 2008.
BROOKS, C. Introductory econometrics for finance. 2. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2008.
CERVO, A. L., BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 5.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
DAMODARAN, A. Investment valuation: tools and techniques for determining the value of any asset. 3. ed. New Jersey: Wiley & Sons, 2012.
DEMIRGÜÇ-KUNT, A.; DETRAGIACHE, E. Does deposit insurance increase banking system stability? An empirical investigation. Journal of Monetary Economics, v. 49, n. 7, p. 1373-1406, 2002.
GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed., São Paulo: Atlas, 2008.
GROPP, R.; HEIDER, F. The determinants of bank capital structure. Review of Finance, v. 14, n. 4, p. 587-622, 2010.
HORTLUND, P. Do inflation and high taxes increase bank leverage? Stockholm School of Economics, Working Paper Series in Economics and Finance, n. 612, 2005.
JUCÁ, M. N. Determinantes da Estrutura de Capital de Bancos Brasileiros e Norte-Americanos. 176 f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, 2011.
JUNIOR, J. N.; FUNCHAL, B. O efeito da diversificação corporativa na estrutura de capital das firmas brasileiras. Revista Contabilidade e Finanças, v. 24, n. 62, p. 154-161, 2013.
KAHLE, K.; SHASTRI, K. Firm performance, capital structure, and the tax benefits of employee stock options. The Journal of Financial and Quantitative Analysis, v. 40, n. 1, p. 135-160, 2005.
KLEFF, V.; WEBER, M. How do banks determine capital? Evidence from Germany. German Economic Review, v. 9, n. 3, p. 354-372, 2008.
MYERS, S. C. The capital structure puzzle. Journal of Financial Economics, v. 39, n. 3, p. 574-592, 1984.
MYERS, S. C.; MAJLUF, N. Corporate financing and investment decisions when firms have information that investors do not have. Journal of Financial Economics, v. 13, n. 2, p. 187-221, 1984.
OCTAVIA, M.; BROWN, R. Determinants of bank capital structure in developing countries: regulatory capital requirement versus the standard determinants of capital structure. Journal of Emerging Markets, v. 15, n. 1, p. 50-62, 2010.
RAJAN, R.; ZINGALES, L. What do we know about capital structure? Some evidence from international data. Journal of Finance, v. 50, n. 5, p. 1421-1460, 1995.
SCHAECK, K.; CIHÁK, M. Banking competition and capital ratios. European Financial Management, v. 18, n. 5, p. 836-866, 2012.
SHYAM-SUNDER, L.; MYERS, S. C. Testing static tradeoff against pecking order models of capital structure. Journal of Financial Economics, v. 51, n. 2, p. 219-244, 1999.
TRUJILLO-PONCE, A. What determines the profitability of banks? Evidence from Spain. Accounting and Finance, v. 53, p. 561-586, Jan. 2012.
VINHADO, F. S.; BELÉM, V. C. Preferência pela liquidez dos bancos no Brasil: uma investigação empírica com dados em painel dinâmico. Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade, v. 3, n. 2, p. 24-38, 2013.
YANAKA, G. M.; HOLLAND, M. Basiléia II e Exigência de Capital para Risco de Crédito dos Bancos no Brasil, Revista Brasileira de Finanças, v. 8, n. 2, p. 167-195, 2010.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam na RGFC concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License (https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/), permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado. Porém deve-se observar que uma vez aprovado pelos avaliadores, o manuscrito não poderá sofrer mais alterações. Caso o autor deseje fazê-lo, deverá reiniciar o processo de submissão.