APRENDIZAGENS DA MONITORIA NO ÂMBITO DA REDE DIVERSIDADE E AUTONOMIA NA EDUCAÇÃO PÚBLICA-REDAP
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Aprendizagem, Educação Pública, Rede Diversidade e AutonomiaAbstract
Introdução: A Rede Diversidade e Autonomia na Educação Pública - REDAP foi formada em 2018 por professoras e professores dos seguimentos da Educação Básica e Ensino Superior que articulam ações de enfrentamento às investidas do capital sob os rumos da educação pública brasileira. Ao todo, são mais de 80 (oitenta) membros distribuídos entre os Institutos Federais, Universidades Estaduais/Federais e escolas da rede de educação básica das 5 regiões do Brasil. Os objetivos da REDAP são “reunir e disseminar estudos, práticas e indagações que contribuam para a elucidação dos rumos das políticas educacionais no Brasil, sobretudo, no campo do currículo, da formação de professores, da gestão e avaliação” (TAFFAREL; SENA; HAGE; 2021, p.15) mobilizando as instituições de ensino, organizações representativas dos profissionais da educação e movimentos sociais. Entre as ações já desenvolvidas, estão a publicação de quatro (4) volumes da coletânea Diálogos Críticos, (UCHOA; SENA;, 2019), (UCHOA; LIMA; SENA;, 2020), UCHOA; SENA; GONÇALVES;, 2020), e, (OLIVEIRA et al., 2021), e o ciclo de palestras Diálogos Críticos em Rede[1] desenvolvidos com apoio da Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal de Alagoas (PROEX/UFAL). Atualmente, a REDAP está com Edital 01/2022, de chamada pública para publicação de textos que comporão o quinto volume da coletânea e um projeto de Pesquisa em andamento até dezembro de 2023. O projeto “A BNCC no controle da educação pública: mecanismos neoliberais para conter as perspectivas educacionais emancipatórias” é coordenado pela REDAP através da Universidade do Estado da Bahia -UNEB, Universidade Federal de Alagoas – UFAL e Universidade Federal da Bahia – UFBA e conta com um coletivo de pesquisadores de 11 IES, além de estudantes da graduação e pós-graduação e profissionais da Educação Básicas das Redes Estadual e Municipal de Ensino de três estados: Bahia, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. O Projeto dá continuidade às ações investigativas da Rede sobre o tema das políticas Educacionais e tem como objetivo, “compreender os efeitos políticos, legais e pedagógicos da BNCC no âmbito da gestão da Educação nos sistemas de ensino”. Assim como ocorre na Coletânea Diálogos Críticos, o foco da pesquisa é colaborar com proposições que se somem às ações de enfrentamento às reformas neoliberais em curso. Ingressei no coletivo na função de monitor em 2021. A atuação da monitoria de extensão neste coletivo foi, em princípio, de forma voluntária. No início de 2022, entretanto, passou a ser remunerada a partir de uma bolsa de estudos financiada pelo próprio coletivo no valor de R$ 400,00. As ações da monitoria tiveram início em um período de consolidação da RED com a integração de novos membros. Desde então, as experiências vividas têm sido a partir do conhecimento das pesquisas e ações desenvolvidas pelos membros da Rede e dos diálogos que são fomentados no grupo de WhatsApp e nas reuniões remotas, cujo foco mantém-se no combate às políticas neoliberais. O objetivo deste trabalho é apresentar parte das aprendizagens que partilhamos no âmbito da atuação na monitoria da Rede Diversidade e Autonomia na Educação Pública-REDAP no período de janeiro a novembro de 2022. Metodologia: A REDAP atua com foco na produção de conteúdo formativo que fortaleça a atuação de professores/as, estudantes/as de graduação, gestores/as e comunidade/movimentos sociais na definição dos rumos da educação. A forma de atuação é provocar o debate crítico, visando aproximar estes sujeitos da compreensão do que está sendo discutido nacionalmente no âmbito das políticas da educação, tencionando o comprometimento coletivo para a promoção de justiça social, que se torna inviável sem educação de qualidade para as classes oprimidas, melhores condições de trabalho para os/as educadores/as e de acesso para os/as estudantes. A Rede tem suas ações organizadas de modo remoto, as reuniões gerais acontecem duas vezes ao ano. Há um coletivo menor de docentes responsável pela produção da Coletânea Diálogos Críticos. Este coletivo, formado por três ou quatro professores/as, é semestralmente diversificado com a saída e entrada de novos membros que ficam responsáveis por definir o tema de cada volume da coletânea, elaborar edital de chamada pública, receber os trabalhos e organizar a coletânea. A Rede tem como articuladoras, a UNEB, a UFAL e a UFBA, que atuam de forma consistente no fortalecimento da comunicação interna e externa da Rede. A Rede atua em quatro frentes: produção da coletânea Diálogos Críticos; disseminação das produções acadêmicas e ações que dialoguem com os princípios da Rede, sobretudo, as promovidas pelos seus integrantes (isto inclui livros, artigos, lives, pesquisas, etc.); fortalecimento da formação continuada de professores/as; e, desenvolvimento de pesquisas que colaborem com a construção de um projeto de educação voltado à superação do atual modelo social. A atuação da monitoria ocorre no campo da comunicação da Rede através do Instagram @rederedap onde as ações da Rede são divulgadas. A monitoria faz a produção e divulgação dos cards que estão organizados em: aniversariantes; chamadas da Coletânea Diálogos Críticos; atividades da Rede ou de seus integrantes; atividades dos fóruns, redes, grupos de pesquisa vinculados aos integrantes (REDAP divulga); artigos, livros, dissertações e teses (indicação de leitura). Além destas atividades, a monitoria compõe o grupo de estudantes do Projeto de Pesquisa sobre a BNCC. Resultados: Ao longo destes quase 2 (dois) anos de atuação na monitoria, no exercício de refletir sobre a prática neste processo exponho, sobretudo, duas linhas de atuação: a produção e divulgação de cards para a página do Instagram da REDAP e a entrada, em meados de junho de 2022 em um dos nove Grupos de Trabalho do projeto de pesquisa sobre a BNCC. Estas experiências têm gerado aprendizagens significativas para a minha formação no sentido de que, a primeira, me estimulou a potencializar as habilidades que eu tinha com o uso das redes sociais, softwares como o Adobe Photoshop e o sobretudo o Canva, ferramentas de design gráfico que a equipe de monitores/as utiliza para produzir os cards que divulgam conteúdos no Instagram da Rede. Apesar de já ser usuário do Instagram há um bom tempo e de conhecer bem o aplicativo e suas funções, para exercer as minhas atribuições na monitoria eu tive de me exercitar em uma série de habilidades. Listo três delas, que acredito que foram as exercitadas com mais intensidade: a utilização do Instagram como plataforma de divulgação para um grupo que produz conhecimento, nas estratégias de comunicação do conteúdo e na gestão de um pequeno grupo de estudantes monitores. Sobre a utilização do Instagram para divulgação das ações da REDAP, destaco a construção de uma nova visão de uso das redes sociais como sendo uma aprendizagem advinda das atividades da monitoria. Eu, que antes somente utilizara o Instagram em meu perfil pessoal, sob condições de uso dentro da média, tive de repensar o uso da plataforma para os objetivos que se pretendem com a minha atuação na monitoria. O primeiro dos passos foi experimentar o Adobe Photoshop para a criação dos cards, intento que com o tempo se mostrou pouco útil devido às condições de acessibilidade que os/as demais monitores/as tinham ao software, que não oferece versão de utilização gratuita. Partimos então ao estudo do Canva para este fim. O aplicativo atendeu bem as nossas necessidades na criação de conteúdo visual por possuir interface fácil de manusear, pela possibilidade de trabalho a partir de outros dispositivos, como o celular e tablet, que não somente o computador, a despeito do aplicativo que anteriormente tentou-se utilizar, e, sobretudo, porque o aplicativo oferece versão gratuita, além de possuir um pacote de assinatura em valor consideravelmente inferior ao do Adobe Photoshop. É certo que este último é bem mais utilizado pelos profissionais da área, por oferecer mais ferramentas para a produção dos conteúdos visuais, mas, até o momento, o Canva tem se mostrado eficiente para as nossas demandas. Todo este processo inevitavelmente me encaminhou para entender o uso do Instagram de maneira diferente com o que estivera acostumado. Agora os fins de utilização eram outros, assim como o conteúdo e o público das postagens. Adentro, então, o segundo tópico para dizer que dentre as aprendizagens, exercito-me constantemente na busca por melhores estratégias para conseguir comunicar ao público as diferentes demandas que me são de responsabilidade. Do estudo que fizemos de como expor os conteúdos adveio a divisão das postagens nos 4 (quatro) grupos de publicações que listamos acima, e, desde então, esta tem sido a maneira como o conteúdo está sendo dividido no perfil oficial da Rede: cards para felicitar os membros quando em datas de comemoração de aniversários, um bloco para chamadas da Coleção Diálogos Críticos, um para divulgação de atividades que tenham relação com os/as integrantes, e, por fim, um último bloco para indicação de textos escritos pelos membros. Cada um destes blocos possui características próprias e pode ser facilmente identificado pelo público, fruto do nosso trabalho em construir um desenho para cada card que fosse objetivo em comunicar com eficiência este conteúdo. Finalmente, falo da experiência em liderar um grupo composto por quatro outros/as monitores/as como outra aprendizagem significativa para a minha formação enquanto Pedagogo. Por um bom tempo fui o único monitor trabalhando nas demandas da REDAP. Após pouco mais de um ano, no início de 2022, vieram somar à equipe os estudantes Adriana Brandão, Ariel Fellipe, David Lucas e Natália Freitas, a primeira, estudante do curso de licenciatura em Matemática, os demais, de Pedagogia. Deste último tópico posso dizer que tem sido uma das mais desafiadoras tarefas pois, principalmente durante os primeiros meses de colaboração dos monitores, tivemos de contextualizá-los do que era a REDAP e qual seria o nosso papel, além de ter passado noções gerais de uso do Canva em reuniões curtas entre monitores. Hoje o nosso trabalho, no coletivo de monitores, basicamente se configura em nos articularmos para entregar as postagens e acompanhar as demandas que nos são solicitadas. Conclusão: Concluo este trabalho, agradecendo à comissão do evento pela oportunidade de compartilhar esta experiência e ao coletivo REDAP não somente pela oportunidade de crescimento pessoal e profissional, mas, sobretudo, pelo incentivo dado por meio da bolsa de estudos oferecida, que, para mim, foi e continua sendo de extrema importância para que eu consiga permanecer estudante universitário. Finalmente, também faço menção ao impacto que a atividade de extensão tem para a formação no curso de Pedagogia. A partir das experiências que pude vivenciar, vendo o estágio em que me encontro hoje, onde reconheço certo amadurecimento de ideias e atitudes, não posso deixar de creditá-lo à potência que é a atividade de extensão universitária, que instrumentaliza sujeitos, lhes dá lentes novas para enxergar o mundo a sua volta, abre tantos caminhos quanto possíveis por meio da educação, caminhos que transformam sujeitos, para que os sujeitos, mediatizados pela palavra, transformem o mundo rumo à justiça para todos e todas.
[1] O ciclo de palestras Diálogos Críticos em Rede, que atualmente conta com mais de 1,2k de visitantes, está disponível em sua íntegra e pode ser acessado no canal do coletivo no Youtube no endereço < https://www.youtube.com/channel/UC7ZfvsMb82NLJVuke5RUsTQ >. A coletânea Diálogos Críticos pode ser acessada na página da Editora Fi no endereço < https://www.editorafi.org/640bncc >.
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Riferimenti bibliografici
TAFFAREL, C. N. Z.; SENA, I. P. F. de S.; HAGE, S. A. M. Rede Diversidade e Autonomia na Educação Pública-REDAP: construindo uma frentenacional articulada para o combate às políticas neoliberais. Em: OLIVEIRA, A. M. V. de M.; (Orgs.). Diversidadee autonomia versuspadronização e controle na educação pública: projetos em disputa. (Coleção Diálogos Críticos). Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2021.
UCHOA, A. M. da C.; SENA, I. P. F. de S. (Orgs.). BNCC, educação, crise e luta de classes em pauta.(Coleção Diálogos Críticos). Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2019.Disponível em: https://www.editorafi.org/_files/ugd/48d206_ebfad3afbe96442880041cceed90e5e6.pdf. Acesso em: 07/11/2022.
UCHOA, A. M. da C.; LIMA, A. de M.; SENA, I. P. F. de S. (Orgs.). Reformas Educacionais: avanço ou precarização da educação pública? Porto Alegre, RS:Editora Fi, 2020.Disponível em: https://www.editorafi.org/_files/ugd/48d206_b5a8740a4b0a4ae0a58087199eefbc6a.pdf. Acesso em: 07/11/2022.
UCHOA, A. M. da C.; SENA, I. P. F. de S.; GONÇALVES, M. E. S.(Orgs.). EAD, Atividades remotas e ensino doméstico: cadê a escola? Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2020.Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1cf4J5zkk6IHaWILbfZ0eZiUmcSC_9T5l/view. Acesso em: 07/11/2022.
OLIVEIRA, A. M. V. de M.; et al (Orgs.). Diversidade e autonomia vs padronização e controle na educação pública: projetos em disputa. Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2021.Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1hklBx5rnwKpAdSchiQ_fyCIn6zK-l7ei/view. Acesso em: 07/11/2022.