EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Parole chiave:
Educação InclusivaAbstract
Introdução: A educação brasileira ao longo dos anos vem apresentando algumas mudanças, uma delas é a implementação da educação inclusiva, que trata diretamente de diversos aspectos referentes à inclusão de pessoas com deficiência. Ela visa o atendimento educacional especializado a essa categoria. Nesse sentido os documentos sobre adaptações curriculares dizem que a escola precisa considerar a diversidade que se verifica entre os educandos nas instituições escolares na perspectiva de atender estudantes com necessidades educacionais especiais dos/as que apresentam alguma deficiência, essas condições exige uma devida atenção da comunidade escolar viabilizando todos/as indiscriminadamente (BRASIL, 1998, p.13). A educação inclusiva é um movimento de luta constante, especialmente das pessoas com deficiência que buscam o seu lugar de direito na sociedade, principalmente nos espaços escolares, onde podemos perceber vários problemas que dificultam o ensino dessa categoria. Desse modo, é relevante relatar a importância da inclusão no âmbito educacional, visando à valorização da diversidade como forma de ações que venham garantir a permanência de estudantes com deficiência no contexto escolar, uma vez que a educação inclusiva visa à educação igualitária de qualidade para todas as crianças. Sendo assim é primordial o processo de inclusão na educação infantil, levando em consideração que nesta etapa as crianças começam a interagir com pessoas diferentes das que estão acostumadas, essa interação facilita o desenvolvimento. A partir disso credito que é relevante discutir, sobre educação inclusiva na educação infantil visto que é um tema que deveria ter maior visibilidade por se tratar de um processo educacional, social e político que visa à educação de qualidade para todos/as independente de suas especificidades. Para sociedade essa pesquisa se faz relevante, uma vez que a educação inclusiva tem como objetivo a inclusão e não separação do convívio e ensino aprendizagem dos/das estudantes com deficiência na escola regular, permitindo que a criança se desenvolva como parte integrante da sociedade. Neste cenário, surge o seguinte problema: quais as dificuldades enfrentadas pelos/as estudantes com deficiência na Educação Infantil do município de Jaguarari a partir da visão dos/as professores/as? Nessa pesquisa pretendemos compreender as dificuldades enfrentadas pelos/as estudantes com deficiência na Educação Infantil a partir da visão dos/as professores/as em uma unidade escolar de Jaguarari. Objetivo: Compreender as dificuldades enfrentadas pelos/as estudantes com deficiência na educação infantil a partir da visão dos/as professores/as em uma unidade escolar de Jaguarari. Metodologia: A pesquisa teve como abordagem metodológica a natureza qualitativa, considerando o objeto de estudo que trata diretamente das questões sociais e da vida humana. Dessa forma: A pesquisa qualitativa favorece que a cotidianidade seja percebida, valorizada, mostre-se como gestadora e germinadora dos valores e papéis sociais, vai possibilitando aos pesquisadores a apropriação das relações entre particularidade e totalidade, entre o indivíduo e o ser humano genérico, entre cultura e história (FRANCO; GHEDIN, 2011, p.62). Segundo as autoras a pesquisa qualitativa foca na apropriação e no caráter subjetivo das perspectivas sociais e da ação humana, que constitui o objeto que está sendo analisado. Compreendendo o comportamento humano analisando suas particularidades. Dentre as várias opções de pesquisas relacionadas à pesquisa qualitativa, o tipo que utilizei foi a pesquisa de campo. Na medida em que segundo Gonçalves (2001, p. 67): “A pesquisa de campo é o tipo de pesquisa que pretende buscar a informação diretamente com a população pesquisada. Ela exige do pesquisador um encontro mais direto”. Nesse caso, a pesquisadora precisa ir ao espaço onde o fenômeno ocorre ou ocorreu e reunir um conjunto de informações a serem documentadas. Desse modo nessa pesquisa a pesquisadorao ambiente em busca de informações, por meio de observações que facilitaram sua compreensão do problema presente no âmbito que estava sendo realizada a pesquisa. Sendo assim foram utilizados como instrumento de coleta de dados a observação direta e a entrevista narrativa. O período de observação foi dos dias 6 a 8 de abril, das 13:30 as 16:00 horas, a observação foi de forma direta e o método escolhido para selecionar as entrevistadas foi pelo motivo de que as mesmas lecionavam nas salas que tinha estudantes com deficiência. As entrevistas narrativas aconteceram a partir de perguntas onde foram respondidas de forma gravadas e depois transcritas cada entrevista durou em media meia hora. A observação como instrumento de coleta de dados tem como proposta a observação do objeto que está sendo estudado, segundo Cervo e Bervian (2002, p.27): “observar é aplicar atentamente os sentidos físicos a um amplo objeto, para dele adquirir um conhecimento claro e preciso”. Já a entrevista narrativa consta em entrevista que estimula o/a entrevistado/a narrar experiências a partir da sua história de vida, uma vez que é necessário o diálogo entre entrevistador/a e participante. Desse modo a “relevância das entrevistas narrativas na pesquisa qualitativa importa na contribuição que este instrumento fornece para a contribuição das estruturas processuais dos cursos de vida ou trajetória dos sujeitos pesquisados” (WELLER E ZARDO, p.133, 2011). Tendo como lócus de pesquisa um centro de educação infantil da cidade de Jaguarari, que atende as crianças da Educação Infantil, me sinto familiarizada para falar dessa escola, pois tive contato com esse ambiente tal qual tenho um apego. E isso me despertou o interesse de pesquisar sobre a educação inclusiva dessa unidade escolar. Inicialmente a pesquisa foi pensada para três professoras da Educação infantil, porém uma não pode fazer a entrevista por motivos de saúde. Resultados: Durante o período de observação pude perceber uma grande dificuldade das professoras em executar as atividades com as crianças com deficiência. Como traz a professora 1 em sua fala: “Na verdade eu mesma ainda não consegui realizar as atividades assim com ele, acho que do tempo que começou acho que umas três atividades que a gente conseguiu realizar com ele e assim mesmo ele começa e não termina e a gente deixa ele assim bem a vontade”. (PROFESSORA 1), e a professora 2, quando fala sobre a dificuldade de trabalhar com essas crianças por não ter nenhuma formação especializada, propícia para a Educação Inclusiva: “eu não peguei curso nenhum pra ta trabalhando também né, ai eu to fazendo o possível o que a gente pode fazer ,o que a gente vai sabendo fazer agente ta fazendo né” (PROFESSORA 2). A respeito disso pude perceber que em todas as entrevistas realizadas com base nesses/as discentes as docentes relatavam essa dificuldade de realizar atividades com estudantes com deficiência. No caso dessas turmas observadas eram todos/as autistas no total de 4 crianças. É perceptível que essa dificuldade das professoras de trabalhar com as crianças se dá a partir da não formação especializada, propícia para a educação inclusiva. Na observação pude perceber que a estrutura física da escola realmente é boa, tem um espaço amplo pras crianças brincarem, inclusive possui um jardim na frente que é um excelente espaço para trabalhar com os/as estudantes, apesar disso identifiquei também a carência de professoras com formação nessa perspectiva da pesquisa, e senti a necessidade de alguns materiais didáticos essenciais no processo educativo como: jogos educativos e livros infantis. Conclusão: Diante da pesquisa realizada reafirmamos a importância da inclusão de pessoas com deficiência nas escolas, uma vez que a educação é direito de todos/as independente das diferenças. Em consideração a isso entendemos que são necessárias ações que possam garantir a permanência deles/as nos espaços escolares, e principalmente contemplar a necessidade desses/as estudantes. Vale ressaltar também a importância da capacitação de professores/as que trabalham diretamente com crianças que possuem alguma deficiência, visto que através das entrevistas percebemos as dificuldades enfrentadas pelas professoras na sua prática educativa justamente por não ter nenhum tipo de formação adequada para atuar com essas pessoas. Por fim compreendemos, portanto, que as escolas regulares precisam de profissionais qualificados, e projetos com enfoque no desenvolvimento e na aprendizagem significativa desses/as discentes, com isso podemos alcançar um melhor desenvolvimento dessas crianças e uma educação satisfatória.
Downloads
Riferimenti bibliografici
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.
CERVO, A.L. BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 5. Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. p.27
FRANCO, M. A.S. GHEDIN, E. Questões de método na construção da pesquisa em Educação. 2. ED. São Paulo: Cortez, 2011. p.62
GAIO, Roberta; MENNEGEHETTI, Rosa G. Krob. (Org.). Caminhos pedagógicos da educação especial. Petrópolis, RJ: Vozes 2004.p.83
GONÇALVES, E.P. Iniciação à pesquisa científica. Campinas, SP: Editora Alínea, 2001. p.67
WELLER, Wivian; PFAFF, Nicole. Pesquisa biográfica e entrevista narrativa: Metodologia da pesquisa qualitativa em educação. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011, p.133.