O LABORATÓRIO DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA DA UNEB, CAMPUS VII, E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: UMA ANÀLISE DAS NARRATIVAS DE ESTUDANTES DO CURSO?
Parole chiave:
Laboratório de Educação Matemática, Concepções, Formação inicial de professores.Abstract
Introdução: O Laboratório de Educação Matemática (LEM) tem sido o objeto de estudo de várias pesquisas. Nessas pesquisas, como na de Costa (2012) e Silva (2014), muito se tem discutido sobre as diferentes concepções de LEM, os objetivos, o papel e a importância deste espaço para a formação de professores, bem como as diferentes propostas de sua utilização nas diversas instituições de Ensino Superior comprometidas com a formação docente. Destacamos, respaldando-se em Silva (2014), que os Laboratórios de Educação Matemática, como são comumente conhecidos, desempenham um papel importante no processo de formação do professor e para o ensino de Matemática. Nessa direção, portanto, entender como esses espaços se estruturam e pensa a formação dos estudantes, futuros professores da Educação Básica, também, refletirá para um movimento de desmistificação da imagem que a Matemática possui e aproximará os estudantes do processo de matematizar, contribuindo para toda a educação. Objetivo: Este trabalho teve como objetivo analisar as concepções que os futuros professores, estudantes concluintes do curso de licenciatura em Matemática apresentam quanto ao Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática (LEPEM) da UNEB e os reflexos das atividades desenvolvidas nesse espaço para o movimento de formação inicial. Percurso Metodológico: Esta pesquisa, além de qualitativa, configura-se enquanto estudo de caso. Segundo Gil (2008, p. 57-58) “o estudo de caso é caraterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados’’, o que exige do pesquisador, portanto, uma maior preocupação e organização na produção dos dados, não perdendo de vista a realidade pesquisada. O questionário online foi enviado para 20 estudantes concluintes do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade do Estado da Bahia, Campus VII, no semestre de 2022.1; onde desses, 07 aceitaram participar da pesquisa assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Reiteramos que todas as questões éticas foram respeitadas, inclusive quanto ao anonimato dos colaboradores. Por essa questão, portanto, os chamaremos por nomes fictícios. Vale destacar que a análise dos dados produzidos com esta pesquisa, seguirá também uma perspectiva qualitativa. Como nos apresenta Gil (2008), são três etapas seguidas no movimento de análise de dados; são elas: i) redução; ii) exibição; iii) conclusão/verificação. Analisando os Dados Produzidos: Quais as concepções sobre o Laboratório de Ensino o de Matemática? Partindo das respostas apresentadas e reveladas pelos participantes da pesquisa, percebemos que, concordando com o que conceitua Lorenzato (2010, p. 6), “existe diferentes concepções de LEM”. As respostas, portanto, revelam que os futuros professores compreendem o papel formativo desse espaço para as suas formações, uma vez que situa em sua definição a existência de materiais diversos, a articulação com o ensino, a pesquisa e a extensão, e as contribuições para o ensino de Matemática nas escolas da Educação Básica. Segundo Silva (2014) o Laboratório de Ensino de Matemática pode ser considerado um espaço promotor de união entre o conteúdo sistematizado e o lúdico, subsidiando e problematizando os conceitos matemáticos, permitindo aprendizagens. Decidimos questioná-los sobre quais materiais deveria ter em um LEM. As respostas apresentadas pelos colaboradores nos leva a refletir sobre o que nos revelou Lorenzato (2010) ao textualizar que material didático é qualquer um que auxilie no ensino e aprendizagem, podendo ser um giz para auxiliar na escrita, uma calculadora, um livro, um jogo, embalagens, entre outras coisas. Dessa forma, a partir dessas respostas, achamos pertinente perguntarmos se a Uneb, Campus VII, possui algum laboratório desse tipo, em caso positivo, se os mesmos tinha-o visitado? Fica evidente nas respostas apresentadas que os participantes reconhecem a existência do espaço do Laboratório na Uneb, Campus VII, mesmo não o visitando (Eduardo e Carla). Vicente ainda reforça que existem dois Laboratórios como esse; sobre isso, ele se referia aos LEPEM e ao Laboratório de Desenho, parte também do curso em questão. Em que momentos do curso você usou o espaço do LEM e com que finalidade? Partindo do reconhecimento manifesto pelos colaboradores acerca do LEM dentro da universidade, reforçamos o que assevera Lorenzato (2010) sobre a necessidade de existirem locais apropriados para se trabalhar a Matemática. O LEM, hoje, assume esse lugar de formação, que quando for usado para atividades de ensino, como acontece atualmente nas disciplinas de Laboratório do Ensino da Matemática I e II, cumprem o papel de aproximar os estudantes, futuros professores, dos objetivos propostos por esse espaço. Quais as influências do LEM para sua formação? Partindo das respostas apresentadas, percebemos que os estudantes Eduardo e Joaquim, por exemplo, mesmo não tendo participado do espaço do LEPEM reconhecem a importância dele em sua formação docente, pela proposição de eventos e na articulação com os estágios supervisionados. Considerações Finais: A partir de uma análise qualitativa dos dados produzidos, percebemos que os colaboradores da pesquisa percebem o potencial formativo que o LEPEM tem para as suas formações iniciais e constituição da identidade docente, sobretudo no que tange ao (re)pensar as vivências matemáticas em espaço da sala de aula da Educação Básica, a partir de uma perspectiva que articula ensino, pesquisa e extensão. Importante, partindo da pesquisa realizada, entender o papel formativo do LEM e entender como espaço importante para trabalhar com a Matemática não só para a Universidade, mas para as Escolas da Educação Básica.
Downloads
Riferimenti bibliografici
COSTA, Soraya Gonçalves. Projeto laboratório de educação matemática- LEM, Salinas – MG, 2012.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social, São Paulo, 6.ed. 2008.
LORENZATO, Sergio. Para aprender Matemática. 3 ed. Campinas: Autores associados, 2010.
SILVA, Américo Junior Nunes da. A ludicidade no laboratório: considerações sobre a formação do futuro professor de matemática, Curitiba, 1. Ed, 2014.