O GÊNERO INFLUENCIA NA AQUISIÇÃO DA COMPETÊNCIA DIGITAL?
Parole chiave:
Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação., Competência digital. Gênero.Abstract
Introdução: Atualmente a sociedade enfrenta importantes desafios decorrentes do avanço das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC), sendo denominada por muitos, como a sociedade do conhecimento e da informação. Essa incorporação das TDIC no ensino universitário exige que alunos e alunas tenham domínio e gerenciamento de competências digitais, bem como os diferentes recursos que caracterizam a mudança no mundo tecnológico. (LÓPEZ MENESES, VÁZQUEZ-CANO E FERNÁNDEZ MÁRQUEZ, 2014). Portanto, o desenvolvimento de habilidades digitais é atualmente apresentado como um elemento fundamental para a formação do/a cidadão/ã, que deve ser competente no domínio de códigos específicos, sistemas simbólicos e formas de interagir com informações em formato digital e através de redes de comunicação. Prova disso, é que, em reformulação proposta do currículo das licenciaturas, indica-se habilidades com as novas tecnologias como competência no aprimoramento da prática pedagógica e a ampliação da formação cultural de estudantes (BRASIL, 2015). No contexto das instituições de ensino superior, as TDIC se constituem um instrumento transversal que acompanha o desempenho acadêmico e profissional de todos os alunos/as e professores/as. Assim, grande parte das competências genéricas e específicas de vários graus, contempla as competências associadas às TDIC. A competência digital é uma das oito competências fundamentais para o desenvolvimento ao longo da vida, entretanto, são escassas as investigações realizadas no Brasil para a compreensão do conceito dessas competências na educação quando relacionada as questões de gênero. O mundo contemporâneo requer a adoção de novas concepções e práticas educacionais que incorporem o conceito de gênero. O estudo das diferenças atribuídas à aquisição de competência digital por estudantes universitários de acordo com a variável gênero é um aspecto importante que pode ajudar a entender como os alunos e alunas enfrentam habilidades digitais básicas com profundas consequências didáticas e estratégicas para o desenvolvimento de sua vida profissional, já que as políticas educacionais assumem a igualdade de gênero no tratamento da inovação tecnológica (UNESCO, 2016). Objetivo: Relacionar a questão de gênero e suas interseccionalidades com as TDICs na formação das competências digitais de licenciandos em Pedagogia, Matemática e Teatro. Metodologia: Enquadra-se numa pesquisa exploratória de abordagem qualitativa realizada em uma Instituição de Ensino Superior da Universidade do Estado da Bahia/Departamento de Educação/Campus VII-Senhor do Bonfim, aprovada pelo Comitê de ética. A primeira etapa se constituiu numa revisão de literatura para obter informações sobre a situação atual do problema pesquisado. A segunda etapa foi a coleta de dados com aplicação da técnica de questionários, possibilitando extrair os dados que se deseja. Os questionários foram adaptados do modelo já validado em estudos anteriores (FERRARI, PUNIE, & BRECKO, 2013), e foi encaminhado de forma on line entre os estudantes que aceitaram participar da pesquisa. O questionário ‘Competências Básicas Digitais 2.0’(COBADI / Marca Registrada 2970648) é um questionário acerca da formação e experiência relativa a diferentes competências digitais que atendia aos objetivos da pesquisa. Resultados: O número de respondentes foi 46 (quarenta e seis), sendo 10 do sexo masculino e 36 do sexo feminino. O número de estudantes que participaram do curso de Matemática foi (32,6%), do curso de Pedagogia foi (63%) e do curso de Teatro foi (4%). Dentre as perguntas do questionário foi feito um recorte de alguns questionamentos, já que esse resumo não daria conta de trazer todas as análises das questões. Dentre as perguntas selecionadas a questão se os licenciandos se sentiam preparados para integrar as TICs em sua área de formação (60%) dos estudantes do sexo feminino responderam que não e (30%) dos estudantes do sexo masculino responderam que não, mostrando uma gritante diferença nos valores quando comparados os gêneros. Para outra questão relacionada ao recebimento de formação para o manuseio das Tecnologias Digitais (60%) dos estudantes do sexo masculino receberam formação para o manuseio das Tecnologias Digitais, já menos da metade (47,2%) das mulheres receberam alguma vez uma formação de manuseio, e esse não recebimento de uma formação pode ter sido um fator que fez com que na pergunta anterior a maior parte das mulheres não se sintam preparadas para integrar as TICs na sua área de formação. Conclusão: Com isso se torna cada vez mais necessárias discussões que envolvam a questão de gênero relacionado as competências digitais, e o quão importante as universidades podem contribuir para que sejam ofertadas formações ligadas as competências digitais, rompendo com essas diferenças.
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Riferimenti bibliografici
BRASIL, Res. CNE/CP nº 02/2015, de 1º de julho de 2015. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada. Brasília, DOU, seção 1, n. 124, 2015. p. 8-12.
FERRARI, A., PUNIE, Y., Y BRECKO, B. DIGCOMP: A Framework for Developing and Understanding Digital Competence in Europe. Luxembourg: Publications Office of the European Union. 2013. Disponível em: https://ec.europa.eu/jrc/en/publication/eur-scienti¬fic-and-technical-research-reports/digcomp-framework-developing-and-understanding-digital-competence-europe
LÓPEZ MENESES, E., VÁZQUEZ-CANO, E. Y FERNÁNDEZ MÁRQUEZ, E. Análisis de la percepción de los alumnos sobre las áreas de intervención del futuro educador y traba¬jador social a través de una didáctica digital con mapas conceptuales multimedia. RED. Revista de Educación a Distancia, 41, 2014. p. 1-17.
UNESCO. Education 2030: Incheon Declaration and Framework for Action: towards inclusive and equitable quality education and lifelong learning for all. 2016. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000243278_por