EXPERIÊNCIAS EXTENSIONISTAS NA FORMAÇÃO ANTIRRACISTA NO ENSINO DE BIOLOGIA

Autores/as

  • Alana Souza Alves Ferreira Universidade do Estado da Bahia
  • Kelly Meneses Fernandes
  • Leidiane dos Santos Aguiar Macanbira

Palabras clave:

Relações étnico-raciais, Educação, Antirracista, Extensão

Resumen

Introdução: O projeto de extensão intitulado “Entre conversas, Narrativas e a Formação de Professores/as Antirracistas no Ensino de Biologia” objetiva proporcionar discussões sobre as relações étnico-raciais na educação, com foco no ensino de biologia/ciências, com o objetivo de contribuir para nossa formação como professoras antirracistas de biologia e ciências, sendo composto por duas coordenadoras. Ligado a este projeto, foi constituído um grupo de estudos com um total de 12 participantes frequentes, o qual objetiva estudar e analisar textos para proporcionar aos alunos e professores dos diversos cursos de graduação em biologia e ciências reflexões sobre os processos e possibilidades de uma educação antirracista, fazendo com que os entendimentos adquiridos sejam compartilhados e discutidos de forma inspiradora. Objetivo: Discorrer de forma sucinta acerca de algumas experiências sobre como a participação no projeto de extensão tem contribuído de forma importante para minha formação enquanto discente do curso de licenciatura em ciências biológicas e vida pessoal. Metodologia: O projeto de extensão tem duração de 8 meses e é realizado remotamente de forma quinzenal em reuniões com duração de 2 horas por meio da plataforma Teams. Iniciamos o projeto, estruturando o grupo de estudo, discutindo os textos que seriam lidos, o cronograma, como se dariam as inscrições. Foi motivada a prática de atividades como criação de cards informativos, inscrição em eventos, envio de trabalhos como relatos de experiência, resumos e apresentações em seminários. Pude fazer parte da análise e seleção dos alunos do grupo de estudos associados ao projeto, através da observação e reflexão sobre as respostas que deram no questionário, indicando as suas motivações para participarem do grupo de estudos. O grupo contou com um total de 56 inscritos, dos quais fizemos a seleção de 15 e no momento contamos com 12 participantes frequentes, o mesmo ocorre de forma quinzenal através da plataforma Google Meet onde cada reunião tem duração de 2 horas, o qual tivemos um total de 8 encontros até o momento e seu início se deu em julho de 2023 com previsão de conclusão em novembro do mesmo ano, trazemos leitura, análise e reflexão sobre os textos Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais, Teoria Social e Relações Raciais no Brasil Contemporâneo, Educação em Ciências na Escola Democrática e as Relações Étnico-Raciais, Cidadania, relações étnico-raciais e educação: desafios e potencialidades do ensino de Ciências, O cientista é um homem branco ocidental: Uma análise de livros didáticos de Biologia. Os quais referem-se a compreensão de fatores que determinam as relações raciais, focando nos fatos e conceitos necessários para a compreensão do tema, com uma abordagem sobre como a escola deve ser vista e compreendida como um espaço sociocultural, um espaço rico que permite o progresso de professores e alunos, pois promove a formação de disciplinas para uma cidadania consciente e participativa que considera outras aprendizagens. Estamos em meio a concretização de um seminário vinculado ao grupo onde haverá mesas redondas com participação de professores/as e pesquisadores/as negros/as do ensino de ciências/biologia, realização de oficinas por parte dos/as cursistas que objetiva promover reflexões sobre uma educação antirracista no ensino de ciências e biologia. Santos (2005), em seu texto intitulado “Ensino de Ciências e a ideia de cidadania”, ressalta: As atenções hoje da educação estão basicamente voltadas para a ideia de cidadania e para a formação de professores com novos perfis profissionais, mestres em condições de trabalhar com uma visão interdisciplinar da ciência, própria das múltiplas formas de se conhecer e intervir na sociedade hoje (SANTOS, 2005.p. 1).  Com base nos textos estudados no decorrer do grupo de estudos, um em especifico me chamou a atenção ao abordar em seu corpo atividades que podem ser inseridas no cotidiano escolar, fugindo do então padrão tradicionalista e trazendo novos meios de ensinar, pôr meio da música, contos, confecção de livros, feira de cultura, construção de gráficos relativos as diferenças e semelhanças encontradas na família e na comunidade, etc. Em seguida abordarei de forma breve algumas das minhas considerações sobre a discussão de tal texto intitulado: “Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais” do Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad). Especificamente o capítulo Sugestões de atividades, que me trouxe reflexões, entendimentos e sentimentos os quais almejo partilhar neste trabalho. Resultados: O capítulo abordado me levou a ter diversos momentos reflexivos e pude ter a percepção de que existem diversos caminhos quando se trata do ensino de relações étnico-raciais, como ensinar, o que ensinar e de que forma ensinar. No mesmo é abordado que: Sendo proposto pelas coordenadoras do GTs, com a colaboração de outros (as) educadores (as), não se trata de um manual com indicações prontas para o uso. Sempre cabe a sensibilidade para se perceber e agir no momento certo, no lugar apropriado, e com a forma de abordagem mais adequada (MEC, 2010. p. 165). O texto traz sugestões de atividades e sua abordagem ao falar que as mesmas não devem ser entendidas como uma “receita” que vem pronta e expõe a forma “correta” do ensinar, isso me mostra como são diversas as possibilidades de construir caminhos para ensinar viabilizando o enriquecimento do conhecimento, e expansão que é possível através da criatividade habitual dos educadores em suas formas de remanejar diversos assuntos do currículo escolar com o objetivo de incluir assuntos importantes como, a educação para relações étnico-raciais ao logo de todo o ano e não apenas em datas especificas com dia 20 de novembro. “Como estamos trabalhando o dia da Abolição? Damos destaque apenas à princesa Isabel e alguns abolicionistas mais conhecidos ou falamos das lutas de muitos homens e mulheres escravizados que lutaram contra a escravidão, mas que se tornaram anônimos na História? ” (MEC, 2010. p. 168) Vale assim ressaltar a importância da união dos educadores para que haja o compartilhamento de conhecimentos, discussões sobre suas dificuldades relacionadas ao tema abordado, realização de pesquisas para um melhor entendimento do conteúdo, e o principal objetivo que é a troca experiências entre os docentes mais experientes com conceitos dos menos experientes promovendo a construção de novos conhecimentos. Estamos organizando um seminário intitulado: “O ensino de ciências após 20 anos da lei 10.639/03: quebra de muros e a diversidade do ensinar por múltiplos caminhos” no momento estamos em fase de construção do cronograma referente a programação, passamos a contatar os palestrantes/as convidados para participação nas mesas redondas e analise dos projetos de oficinas enviados pelos cursistas. Conclusão: Poder fazer parte de um projeto de extensão que aborda a temática da educação antirracista de forma tão prazerosa e inspiradora é revigorante, os textos estudados, os compartilhamentos de conhecimentos de diversos pontos de vista e a estimulação da escrita, leitura, análises é fortalecedor. O projeto de extensão me ajudou a pensar como o estudo das relações étnico-raciais em diversas disciplinas é importante, o que me fez entender que: “Precisamos superar este estado de racismo institucional e colonialidade epistêmica que coloca corpos e mentes brancas em um lugar de brilhantismo intelectual e reduz pessoas negras e de outras etnias a condições subalternas, de ausência de inteligência acadêmica e de propensão, unilateral, a trabalhos braçais” (PINHEIRO, 2019. p. 341). Um engajamento como esse nos permite perceber que as discussões sobre educação antirracista e relações étnicas vão além da ideia de trazer a representação negra para os ambientes escolares, falando sobre racismo, preconceito e muito mais. Passei a entender como esse conhecimento contribui para os indivíduos dentro e fora do espaço educacional.

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Citas

BRASIL. Orientações e Ações para a Educação das Relações étnico-raciais. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2010.

PINHEIRO, Bárbara Carine Soares. Educação em ciências na escola democrática e as relações étnico-raciais. Revista brasileira de pesquisa em educação em ciências, 2019.

SANTOS, Patrícia Oliveira; BISPO, Josiane dos Santos; OMENA, Maria Luiza Rodrigues de A. O ensino de Ciências Naturais e cidadania sob a ótica de professores inseridos no programa de aceleração de aprendizagem da EJA-Educação de Jovens e Adultos. Ciência & Educação (Bauru), 2005.

Publicado

2024-05-24

Cómo citar

Souza Alves Ferreira , A., Meneses Fernandes, K., & dos Santos Aguiar Macanbira, L. (2024). EXPERIÊNCIAS EXTENSIONISTAS NA FORMAÇÃO ANTIRRACISTA NO ENSINO DE BIOLOGIA. Encontro De Discentes Pesquisadores E Extensionistas, 2(1). Recuperado a partir de https://revistas.uneb.br/index.php/edpe/article/view/19147