A Voz do Rio Opará no Xamanismo de um Pajé

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.10473698

Palavras-chave:

Identidade, Tradição Indígena, Ontologia, Fenomenologia, Multiculturalidade

Resumo

“A Voz do Rio Opará no Xamanismo de um Pajé”, versa sobre a cosmologia da práxis do Pajé Jaguriçá Pankararu Opará, que vem na luta pela reterritorialização de seu Povo que autodemarcaram um território às margens do Rio São Francisco, a jusante da Barragem de Itaparica no município de Jatobá – Pernambuco, Brasil. Há um pouco mais de cinco anos, os Pankararu Opará, reivindicam da FUNAI, a regularização de uma Reserva Indígena, isto porque, para este Povo, trata-se de um território considerado o mais sagrado, próximo às antigas Cachoeiras Sagradas submersas após a construção da hidrelétrica de Itaparica, que naufragou a gruta dos padres, entre outros lugares de rituais realizados pelos antepassados da Nação Pankararu. O estudo com base etnográfica e revisão bibliográfica através da Nova Cartografia Social do Povo Pankararu Opará (2022) e dos estudos, sobre a ontologia fenomenológica pensado a partir de Foucault (2007), Sartre (1997), entre outros autores clássicos, vem a possibilitar caminhos em torno da multiculturalidade, na sustentabilidade simbiótica que promova o equilíbrio dos ecossistemas e da vida humana. O Rio São Francisco ou Rio Opará, na cultura dos Povos Originários, é considerado mais que uma divindade, é o Rio que cria e recria os elementos da vida, e a vida humana como parte integrante dele, tornando-se guardiões. É nesta cosmologia, que os enunciados do Rio com um ente, aparecem na ritualidade xamânica do Pajé Jaguriçá, tornando-se um ser personificado, detentor de direitos.

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Publicado

30-12-2023

Como Citar

DE FREITAS TOMÁZ, A.; OLIVEIRA PEREIRA DE SOUZA, A. L.; DA SILVA, W. T.; MARQUES, J.; LINS, L. D. A Voz do Rio Opará no Xamanismo de um Pajé. Revista Ecologias Humanas, [S. l.], v. 9, n. 10, p. 18–47, 2023. DOI: 10.5281/zenodo.10473698. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/ecohum/article/view/19507. Acesso em: 22 dez. 2024.