Travestismo: um corpo queer no espaço literário
DOI:
https://doi.org/10.69969/revistababel.v2i2.961Palavras-chave:
Identidade, Travestismo, Escrita literáriaResumo
Ao analisar e comparar o romance “Orlando: a biography” de Virgínia Woolf (1928) e o conto “Triunfo dos Pelos” da escritora Aretusa Von (2000), vencedor do concurso de contos organizado pelo selo Edições GLS (Grupo Editorial Summus) podemos entender como acontece à fragmentação da identidade do sujeito através do travestismo das personagens em ambas narrativas. As personagens das obras analisadas vivem suas identidades transitórias, as diversas formas de sexualidade, mas a posição de cada uma delas na sociedade ganha rumos diferentes devido às diferenças históricas, culturais, sociais e temporais. Ao estabelecer um diálogo entre os cruzamentos do masculino e do feminino e das relações socioculturais das narrativas, podemos compreender as relações entre linguagem e sociedade, supremacias ideológicas que através dos sistemas: jurídico, religioso, educacional e jornalístico produzem comportamentos, valores, a exemplo da imposição do sujeito, enquanto homem ou enquanto mulher em um determinado lugar, espaço como uma maneira de afirmar a autenticidade de gênero enquanto binário, dentre outros fatores a serem analisados no decorrer deste trabalho. O termo “travestimento” costuma ser utilizado para explicar a mudança de identidade de uma personagem quando esta se veste ou se disfarça com roupas do sexo oposto. De acordo com Sarduy (1979) travestir vem a ser, também, o ato de “vestir-se para aparentar ser”. Em ambas as narrativas as personagens confirmaram a imposição de gênero enquanto binário, mas em “Orlando” o sujeito não sendo homem deveria ser mulher, a rede cultural que tecia aquela sociedade, buscava a unicidade desse sujeito. Em “Triunfo dos Pelos” a partir da fragmentação da identidade da personagem, pode-se perceber que a personagem buscava a identidade do outro, sem tampouco negar a autenticidade da sua própria identidade.
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Referências
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