AFRICANAS NA BAHIA: RESSONÂNCIAS ATLÂNTICAS EM MOBILIDADE SOCIAL ENTRE A HISTÓRIA LOCAL E A GLOBAL

Resumo

Este artigo trata das experiências de africanas forras, que por meio de conhecimentos afeitos aos ofícios, bem como do próprio mundo do trabalho, adquiriram mobilidade social, e pude-ram ter ao menos uma africana a seu serviço. Em comum tinham mais do que a naturalidade na Costa da África, mas as astúcias e práticas herdadas do mundo atlântico, a exemplo do ofício de “mercadejar” que lhes alçavam a um contexto maior, o da História Global do trabalho livre em curso. As fontes variadas indicam as-pectos de suas vidas, mesmo quando estas estavam diante da mor-te. Neste artigo veremos estas mulheres por entre as freguesias, becos e vielas, amealhando pecúlio a tal ponto de poderem dispor de escravizados, bem como de arcas com ornatos de ouro, cujo montemor, pela escolha e natureza, as ligavam simbolicamente ao outro lado do Atlântico. Suas experiências, portanto, fazem parte da História Global do Trabalho, incluindo também as micro-histórias dessas trabalhadoras livres em ascensão.