Fragmentos de reminiscências identitárias nos dois lados do Atlântico: os mandigas de Mindelo e os cãos de Jacobina

Autores

  • Raphael Rodrigues Vieira Filho Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

Palavras-chave:

Carnaval. Mindelo. Cabo Verde. Micareta. Jacobina-BA. Manifestações Populares.

Resumo

O presente texto traz uma pequena análise das festas dedicadas à Momo através de uma seleção bibliográfica e depois faz uma comparação inicial de imagens fotográficas publicadas de manifestações momescas em Mindelo, Cabo Verde, e Jacobina, Bahia. O Carnaval de Cabo Verde é propalado como uma das raízes carnavalescas brasileiras, porém isso nunca foi estudado sistematicamente. O Carnaval de Mindelo, segunda maior cidade de Cabo Verde,vem tomando feições parecidas com desfiles cariocas, descaracterizando as brincadeiras mais espontâneas da população local e preocupando os pesquisadores mais puristas desejosos de uma festa mais autêntica. Foram analisadas fotografias presentes no livro de Dominique Robelin e Tchale Figueira (2007) intitulado Carnaval do Mindelo Ilha de São Vicente e o ensaio fotográfico “E Que Tudo Mais Vá Pro Inferno” de autoria de Agenor Gondim (2009), para verificar as semelhanças existentes entre os atores sociais documentados.O texto é o resultado de investigação exploratória do projeto Festas Momescas nos dois lados do Atlântico, tendo por objetivo o levantamento de manifestações carnavalescas em lugares lusófonos da África, colocando -as em cotejo através de métodos da História comparada, com manifestações baianas dedicadas a Momo. Aqui foi adotada perspectiva de comparação entre imagens dos brincantes, pois ainda não temos informações sobre características importantes das manifestações, uma vez que esse é o resultado de pesquisa exploratória. Os conjuntos fotográficos são diversos na forma de captação das imagens e nas técnicas utilizadas, porém não inviabilizam a comparação dos personagens documentados. As conclusões parciais são de que os brincantes utilizam os mesmos adereços, pinturas corporais emelhantes,trajes e trejeitos parecidos, denotando uma forte ligação entre as duas manifestações presentes, ainda hoje, dos dois lados do Atlântico.

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Biografia do Autor

Raphael Rodrigues Vieira Filho, Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

Professor Titular do DEDC I/Salvador e do Professor permanente do PPG História Regional e Local da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Doutor em História Social pela PUCSP e Pós-Doutor em Pesquisa pela Università degli Studi di Padova. Tem experiência em Pesquisa e Publicações nas Áreas de Manifestações Culturais Festivas Negras, História de Populações Negras, Relações Raciais e Normalização de Trabalhos Acadêmicos.

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Publicado

2018-03-07