Currículo, diferença e literatura

Autoras negras rasurando a produção curricular (um diálogo entre Brasil e Moçambique)

Autores

Resumo

Este artigo tem o objetivo de destacar a produção curricular e a porosidade advinda do trabalho com as narrativas de autoras negras, num diálogo entre Brasil e Moçambique. Tal análise foi motivada e amparada pelas Leis 10.639/03 e 4/83 constituídas em contextos de lutas para uma educação pós-colonial. As legislações instituem respectivamente, a obrigatoriedade na educação básica, do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana; A formação do Homem Novo, a erradicação do analfabetismo. Fundamentais para um debate à diferença, as determinações acabam fixando um conhecimento pré-dado, trabalhado delineando um currículo a priori, precipitando identidades. Parto do argumento de que currículos instituídos, normatizadores e prescritivos visam a controlar a proliferação de sentidos e inibir a produção da diferença. Para análise dessa posição, conecto currículo como cultura e enunciação nas perspectivas de Bhabha (2014) e Macedo (2011). Reafirmo que a ideia de currículos como enunciação cultural em suas diferentes formas de se apresentar é um texto em movimento, e implica pensá-lo como produção de sentidos e para além do normativo e do institucionalizado. Com base nesta perspectiva, rasurar o currículo com as narrativas de autoras negras, na educação básica é colocar sob suspeita o trabalho com a literatura canônica e apostar na produção de sentidos de currículos e alunos.

Palavras – chave: Autoras negras; Pós-colonial; Currículo; Diferença; Literatura.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luciane Silva, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Doutoranda em Educação do ProPed (Programa de Pós-Graduação em Educação da UERJ). Mestra em Literatura Portuguesa e Africana – UERJ. Atualmente leciona na Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC). 

Downloads

Publicado

2021-08-05

Como Citar

Silva, L. (2021). Currículo, diferença e literatura: Autoras negras rasurando a produção curricular (um diálogo entre Brasil e Moçambique). Abatirá - Revista De Ciências Humanas E Linguagens, 2(3), 87–121. Recuperado de https://revistas.uneb.br/index.php/abatira/article/view/11326

Edição

Seção

Dossiê: Educação Camponesa na América Latina