Ser professor quilombola
Uma experiência político-pedagógica na Educação do/no Campo em Maiquinique-Bahia
Palavras-chave:
Educação Escolar Quilombola, Afrocentricidade, Racismo Institucional, Educação de Jovens e AdultosResumo
Este artigo tem por objetivo compartilhar minha experiência político-pedagógica na Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Rural Municipal Tinga e seu impacto na (re)construção da minha identidade docente. Para tanto, este manuscrito está dividido em três seções que procuram narrar minhas práticas e reflexões de ensino em diálogo com a memória cultural da Comunidade Tradicional do Tinga, assim como evidenciar o Racismo Institucional que obstrui a emancipação política, linguística e econômica do Tinga. Desse modo, discorro sobre os percalços para implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica no âmbito municipal e escolar, bem como as estratégias político-pedagógicas adotadas por mim para promoção da cidadania linguística e (re)construção de identidades quilombola em sala de aula através do programa Formação de Professores do Campo (Formacampo). Concluo que ser professor quilombola constitui uma prática de ensino articulada ao projeto decolonial de repatriação linguística, cultural, social e econômica da África e sua diáspora, o que implica para a Educação do Campo um projeto educacional centrado no ponto de vista da comunidade/grupo da qual é beneficiária.
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