Espectros nos versos
Por uma leitura derridiana do poema “Cemitério Marinho” de Edimilson Pereira
Palavras-chave:
Edimilson Pereira, Derrida, Espectros, Poesia afro-brasileiraResumo
Neste trabalho, propomos uma leitura da primeira cena do poema “Cemitério Marinho”, de Edimilson de Almeida Pereira (2019). Tal leitura foi embasada nas ideias de espectros contidas no livro Espectros de Marx: o estado da dívida, o trabalho do luto e a nova Internacional (DERRIDA, 1994). De forma similar aos espectros do comunismo, os espectros do processo colonial estão presentes e ausentes no contexto das bandas de cá. São, em outras palavras, os espectros da morte ou espectros da colonialidade (RODRIGUES; HADDOCK-LOBO; MORAES, 2020). O poema, neste contexto, atribui sentido ao processo diaspórico. Sobre esse tema, as considerações de Simas e Rufina (2019) foram a base teórica. Como Edimilson é considerado um poeta contemporâneo, o fulcro teórico parte de Siscar (2010) que, num movimento similar ao do filósofo argelino, discorre acerca dos fantasmas que volta e meia nos assombra.
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Referências
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