Palavras que sangram
o feminicídio em Mulheres Empilhadas, de Patrícia Melo
DOI:
https://doi.org/10.30620/pdi.v13n1.p13Palavras-chave:
Literatura, Violência, Feminicídio, Mulheres empilhadas, Patrícia MeloResumo
Este artigo pretende discutir alguns dos desdobramentos e respostas da literatura brasileira contemporânea diante da realidade feminicida brasileira. Neste sentido, a partir do romance Mulheres empilhadas (2019), de Patrícia Melo, é discutido de que maneira a misoginia e o machismo podem se traduzir em violência contra a mulher. Para isso, parte-se da noção de homo violens (DANDOUN, 1998) e de um protótipo do termo violência (MICHAUD, 1989) como tentativa de explicar alguns dos desencadeamentos dessa categoria. A partir de Pierre Bourdieu (2019), aponta-se a assimetria da relação entre homens e mulheres como um dos elementos fundamentais à produção de violências contra a mulher e como a violência simbólica não deve ser compreendida em oposição à violência concreta. Analisa-se, então, alguns elementos da estrutura sociopolítica e histórica patriarcal brasileira responsáveis pelas diversas manifestações de violência contra a mulher que perpassam os espaços público e privado. Consequentemente, discute-se de que forma essa estrutura de silenciamento e de opressão do corpo e da voz feminina se dá nessa narrativa literária. O objetivo deste artigo é, assim, abordar algumas das possibilidades de leitura a respeito dessa temática e apontar a literatura contemporânea como uma abertura para compreender esse quadro de violência sistêmica contra a mulher.
[Recebido em: 18 abr. 2023 – Aceito em: 10 jun. 2023]
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Referências
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