Os sambas do recôncavo baiano no ensino acadêmico do violão: uma proposta decolonial de ensino em resposta à colonialidade do saber
DOI:
https://doi.org/10.30620/p.i..v8i2.5913Resumo
Este artigo tem o objetivo de problematizar e apresentar algumas perspectivas para o ensino de violão no curso superior de música, principalmente quando voltado aos estudantes dos cursos de licenciatura em música, considerando os saberes e fazeres dos Sambas do Recôncavo Baiano enquanto uma referência epistêmica. A partir de um olhar mais atento para as Epistemologias do Sul (SOUSA; MENESES, 2009), e da perspectiva do giro decolonial, embasado pelas ideias de Walter Mignolo, Enrique Dussel, Anibal Quijano, centralizando a discussão no pensamento de fronteira, defendido por Grosfoguel (2009), pretendo discutir caminhos de visibilização de saberes e fazeres que são colocados em posição subalterna por conta de uma estrutura colonial que impera nas estruturas da sociedade brasileira. Dessa maneira, este trabalho busca refletir sobre caminhos de trânsito entre aulas coletivas de violão na graduação em música e os saberes e fazeres dos Sambas do Recôncavo Baiano. Para tal, parto da tese de que é possível construir uma proposta de ensino fronteiriça, buscando propor caminhos de trânsito epistemológico a partir da compreensão dos fundamentos destes dois campos de formação – o samba de roda e o ensino de violão na Universidade Federal da Bahia. Aqui, trarei algumas reflexões que podem contribuir para o ensino de instrumentos musicais na atualidade. Além disso, pretendo apontar perspectivas para um ensino de instrumentos musicais sem preconceitos, respeitoso com as tradições brasileiras, igualitário e que represente o Brasil, considerando a sua dimensão e riqueza cultural e epistêmica.
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