“O mesmo samba”: a profissionalização dos Sambas de Cachoeira e sua reificação em grupos de Samba de Roda

Autores

  • Caio Csermak
  • Nina Graeff

DOI:

https://doi.org/10.30620/p.i..v8i2.5910

Resumo

O reconhecimento nacional e internacional do samba de roda como patrimônio cultural imaterial acarretou em diversas investigações sobre suas consequências musicais e sociais. Um aspecto comumente levantado é o da profissionalização dos sambadores, que antes se encontravam espontaneamente em seu cotidiano no que chamaremos de “samba de vizinho”, e que hoje se organizam nos “grupos de samba de roda”: instituições musicais com nome, registro de integrantes, ensaios marcados, etc. Este aspecto será aprofundado neste artigo a partir da história e de etnografia do samba de Cachoeira (BA), cidade cujas características singulares implicaram em processos de comercialização de seus bens culturais significativamente precedentes à patrimonialização do samba. Buscamos, com isso, por um lado, demonstrar como a patrimonialização do samba não cria, mas intensifica e reifica processos que lhe são muito anteriores que, por outro lado, não necessariamente suprimem formas tradicionais de fazer samba na região. Pelo contrário, argumentamos que o “grupo de samba de roda” atua, já desde meados do século XX, como facilitador na transição entre os sambas do cotidiano e aquele das chamadas tocadas, apresentado como espetáculo em contextos extraordinários e cristalizado sob a categoria do “samba de roda”.

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Publicado

2019-02-11

Como Citar

CSERMAK, C.; GRAEFF, N. “O mesmo samba”: a profissionalização dos Sambas de Cachoeira e sua reificação em grupos de Samba de Roda. Pontos de Interrogação – Revista de Crítica Cultural, Alagoinhas-BA: Laboratório de Edição Fábrica de Letras - UNEB, v. 8, n. 2, p. 27–50, 2019. DOI: 10.30620/p.i.v8i2.5910. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/pontosdeint/article/view/5910. Acesso em: 17 nov. 2024.