Memória, identidades e angolanidade em Ana Paula Tavares

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30620/pdi.v11n2.p229

Palavras-chave:

Ana Paula Tavares, Representação, Alteridade, Angolanidade

Resumo

Este artigo reúne os resultados de análise dos textos da angolana Ana Paula Tavares, incluindo as crônicas de Um rio preso nas mãos (2019) e as seis coletâneas de poemas reunidas em Amargos como os frutos (2011), apresentadas em ordem de publicação de suas respectivas primeiras edições: Ritos de passagem (1985), O lago da lua (1999), Dizes-me coisas amargas como os frutos (2001), Ex-votos (2003), Manual para amantes desesperados (2007) e Como veias finas na terra (2010). O objetivo da pesquisa pauta-se sobre o percurso de representação das populações angolanas marginalizadas e a centralidade literária dos que foram historicamente situados nas margens. A escritora angolana mencionada explora temas ligados à ancestralidade e à alteridade, sendo sua escrita elemento importante para a construção identitária da nação angolana no contexto pós-independência. Para cumprir as demandas da presente pesquisa, foram utilizados os aparatos teóricos: sobre a memória (Pollak, Leda Martins e a própria Ana Paula Tavares, em sua tese sobre História e Memória); a crítica e as teorias literárias de Alfredo Bosi, Cammarata, Iser, Genette, Margarida Ribeiro, Érica Antunes; a crítica antropológica de Alpha Sow, Ana Paula Tavares e as críticas do pós-colonialismo de Ruy Duarte de Carvalho, Spivak, Francisco Noa, Inocência Mata, Nazareth Fonseca, Abdala Junior, Mia Couto, dentre outros.

[Recebido em: 29 jul. 2021 – Aceito em: 30 out. 2021]

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Michelle Aranda Facchin, Universidade Estadual Paulista - UNESP

Doutora pela Unesp de São José do Rio Preto (SP), Mestre em Estudos Literários pela Unesp de Araraquara. Especialista em Linguística e Estudos Literários (Unaerp, 2009). Graduada em Letras – Licenciatura Plena, pelo Centro Universitário Barão de Mauá (2004). Atua nas áreas de Literaturas de Língua Portuguesa.

Referências

ABDALA JUNIOR, Benjamin. Literatura, história e política, 3. ed. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2017.

BOSI, Alfredo. Ideologia e contraideologia: temas e variações. São Paulo: Cia das Letras, 2010.

BOSI, Alfredo. O ser e o tempo da poesia. São Paulo: Cultrix, 1977.

CAMMARATA, Vincenzo. Descolonização literária na crônica “A cabeça de Salomé”, de Ana Paula Tavares. In: Caligrama. Belo Horizonte, v. 23, n. 3, p. 7-24, 2018.

CARVALHO, Ruy Duarte de. Tempo de ouvir o ‘outro’ enquanto o “outro” existe, antes que haja só o outro... ou pré-manifesto neo-animista. In: CARVALHO, Ruy Duarte de. O que não ficou por dizer. Luanda/Lisboa: Chá de Caxinde, 2011.

COUTO, Mia. Pensatempos. Lisboa: Caminho, 2005.

FONSECA, Maria Nazareth Soares. Literaturas africanas de língua portuguesa: percursos da memória e outros trânsitos. Belo Horizonte: Veredas & Cenários, 2008.

FONSECA, Maria Nazareth Soares; MOREIRA, Terezinha Taborda. Panorama das literaturas africanas de língua portuguesa. In: Caderno Cespuc de pesquisa. Belo Horizonte, n. 16, p. 13-69, set. 2007.

GENETTE, Gérard. Paratextos editoriais. Trad. Álvaro Faleiros. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2009.

ISER, Wolfgang. O fictício e o imaginário. In: João Cezar de Castro Rocha (Org.). Teoria da ficção. Rio de Janeiro: UERJ, 1999.

MARTINS, Leda. Performances da oralitura: corpo, lugar da memória. Letras, n. 26, p. 63-81, jun. 2003. Santa Maria: UFSM. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/11881/7308. Acesso em: 20 abr. 2021

MATA, Inocência. Literatura angolana: silêncios e falas de uma voz inquieta. Lisboa: Mar Além, 2001.

MEDINA, Cremilda. Sonha, Mamana África. São Paulo: Epopeia, 1987.

NOA, Francisco. A dimensão cosmopolita da literatura moçambicana. 18 nov. 2020. Evento online. Escritas africanas: entre textos e instituições literárias. Congresso Internacional PPGLEV. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=27r7y-saZv8. Acesso em 20 abr. 2021.

PADILHA, Laura Cavalcante. Literaturas africanas e pós-modernismo: uma indagação. In: PADILHA, Laura Cavalcante. Novos pactos, outras ficções: ensaios sobre literaturas afro-luso-brasileiras. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002. p. 317-329.

PEREIRA, Érica Antunes. Uma mulher que se equilibra nas dunas: identidade e representação em Manual para amantes desesperados, de Paula Tavares. In: Interdisciplinar, ano 5, v. 10, p. 189-195, jan-jun. de 2010. Disponível em: https://seer.ufs.br/index.php/interdisciplinar/article/view/1265/1101. Acesso em: 16 abr. 2021.

POLLAK, M. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, p. 3-15, 1989.

RIBEIRO, Margarida Calafate. E outras vozes se alevantam: Ana Paula Tavares responde a Luís de Camões. Revista Ex aequo. Vila Franca de Xira, n. 17, p. 119-129, 2008. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-55602008000100008&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 14 mar. 2020.

SOW, Alpha I [et. al.]. Introduction a la culture Africaine: Aspects generaux. Paris: Unesco, 1977.

SPIVAK, Gayatri. Pode o subalterno falar? Trad. de Sandra Almeida; Marcos Feitosa; André Feitosa. Belo Horizonte: UFMG, 2014.

TAVARES, Ana Paula. Um rio preso nas mãos. São Paulo: Kapulana, 2019.

TAVARES, Ana Paula. Amargo como os frutos. Rio de Janeiro: Pallas, 2011.

TAVARES, A. P. História e memória: estudo sobre as sociedades Lunda e Cokwe de Angola. 2009. 337 f. Tese (Doutorado em Antropologia) – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 2009.

TAVARES, Ana Paula. A cabeça de Salomé. Lisboa: Editorial Caminho, 2004.

TAVARES, Ana Paula. O sangue da buganvília. Praia, Mindelo: Centro Cultural Português, 1998.

Publicado

2021-12-28

Como Citar

FACCHIN, M. A. Memória, identidades e angolanidade em Ana Paula Tavares. Pontos de Interrogação – Revista de Crítica Cultural, Alagoinhas-BA: Laboratório de Edição Fábrica de Letras - UNEB, v. 11, n. 2, p. 229–248, 2021. DOI: 10.30620/pdi.v11n2.p229. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/pontosdeint/article/view/14391. Acesso em: 28 mar. 2024.