O avanço da militarização nas escolas públicas brasileiras
autoritarismo e silenciamento x democracia e reflexão
DOI:
https://doi.org/10.30620/pdi.v11n1.p79Palavras-chave:
Militarização/educação, Autoritarismo-hierarquia, Democracia-autorreflexão, Projeto escola/sociedadeResumo
Trata-se de uma reflexão sobre o avanço da militarização na educação brasileira, enfocando, principalmente, as Escolas Cívico-Militares (Ecim). Dessa forma, buscamos tecer algumas reflexões sobre as implicações desse processo na vida dos estudantes, da escola e da sociedade. Para tanto, consideramos atos, planos e documentos oficiais relativos ao assunto e mapeamos artigos, dissertações e teses, que nos forneceram pistas importantes para favorecer nosso debate, assim como apontaram o que já se tem produzido sobre tal temática. Além disso, para nos ajudar a pensar a questão, apoiamo-nos em estudos de pesquisadores da educação e da cultura, tais como: Paulo Freire (1985, 1996, 2005, 2007, 2008), Adorno (1995, 2019), Foucault (2014), Spivak (2010), entre outros. Com os estudos feitos, vários signos apontaram para a falácia da redução da violência e da melhoria do rendimento escolar como justificativas para a imposição da Ecim no território brasileiro. Isto foi demonstrado, na medida em que, de forma violenta, essa militarização tem formatado subjetividades, silenciado sujeitos, através da metodologia disciplinar, hierárquica e autoritária, que anula a palavra, a cultura, o saber do outro. Essa operação traduz sua lógica neoliberal, de mercado e de controle, inviabilizando, portanto, o ambiente democrático e autorreflexivo, que condiz com a educação, enquanto ato emancipador, que ajuda a construir sujeitos e não objetos/peças de uma engrenagem. Por fim, reforçamos a importância de mais estudospesquisas, para que, de fato, se possa refletir sobre que educação, estudantes, sociedade queremos. Se queremos uma escola ou uma cela, uma cadeia.
[Recebido em: 21 mai. 2021 – Aceito em: 18 jun. 2021]
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