MEMÓRIAS DA DITADURA BRASILEIRA EM “UM GOSTO AMARGO DE BALA”, DE VERA GERTEL
Resumo
Este artigo investiga as memórias da ditadura brasileira apresentadas por Vera Gertel em Um gosto amargo de bala, texto autobiográfico publicado em 2013 que apresenta a militância da autora na luta pela democracia do país. Vera Gertel herda dos pais esse desejo coletivo de mudar sua realidade; ainda na adolescência, começa a ler Marx e Engels, entra para a Juventude Comunista e sua militância segue, adentrando o período da ditadura militar. Ela recebia clandestinos, escondia armas, providenciava todo o suporte para os perseguidos, era a favor da luta armada e amiga de Marighella, que foi assassinado pelos militares. Coggiola (2001) é utilizado para apresentar o contexto histórico da época; Zinani (2010), Pollak (1989), Sarlo (2007), Figueiredo (2017) abordam as relações entre ditadura e memória; Seligmann-Silva (2000) e Dalcastagne (1995) escrevem sobre o trauma e a dor que permeiam o período retratado. Percebe-se que Vera Gertel tenta utilizar a escrita como catarse, um alívio para suas memórias traumáticas, porém, não consegue, pois estas trazem marcas que jamais serão esquecidas. E continuar vivendo, mantendo essas memórias vivas é uma forma de lutar contra esse esquecimento, fazendo com que não haja retorno de tempos tão dolorosos e difíceis, como foi na ditadura militar brasileira.
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