Sobre a Revista

Foco e Escopo

Missangas: Estudos em Literatura e Linguística é uma revista publicada pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade do Estado da Bahia - UNEB, Campus X (Brasil) desde 2020, com periodicidade semestral. A Revista aceita para publicação artigos inéditos sobre estudos literários e estudos linguísticos. Em Literatura, os artigos devem versar sobre estudos literários e culturais que enfatizem a crítica e a teoria literárias em suas diversas abrangências teóricas e metodológicas. Em Linguística, os artigos devem pautar-se em pesquisas e debates relativos a todos os campos da Linguística teórica e da Linguística Aplicada. Podem ser submetidas à publicação resenhas críticas de obras literárias e de obras científicas nas áreas de Literatura e Linguística.

Processo de Avaliação pelos Pares

Toda submissão que atenda aos padrões de submissão da Revista Missangas e ao Código de Conduta e Boas Práticas será analisada inicialmente pelos Editores da revista, que avaliarão se há possíveis problemas de autoria (como plágio, republicação etc.), se a formatação segue as normas da revista e se a publicação atende à temática proposta. Os casos de possível má conduta serão analisados de acordo com o fluxograma da COPE. 

A Revista Missangas adota o sistema de revisão por pares duplo-cego.

Inicialmente os trabalhos são encaminhados a dois pareceristas. Se houver empate na avaliação, o artigo será encaminhado a outro parecerista para uma terceira avaliação. Os revisores devem enviar os pareceres dentro do prazo de três semanas após o encaminhamento.  

A Revista trabalha com pareceristas ad hoc convidados de diversas instituições nacionais e internacionais. A indicação de um parecerista ad hoc para avaliar um artigo segue o critério deste ser especialista na temática do artigo em avaliação. 

A Revista assume como política a abertura à participação de autores alheios à instituição editora, evitando a endogenia.

Os pareceristas devem discriminar na avaliação se o texto tem qualidade científica  para fins de publicação, apontando as quatros categorias abaixo:

  1. Publicável sem restrições;
  2. Publicável com restrições sem a necessidade de um novo parecer;
  3. Publicável com restrições e sugestões de modificações, sujeitas a novo parecer;
  4. Não publicável.

Os textos com parecer 2 ou 3 deverão ser modificados de acordo com as sugestões do conselheiro ou parecerista ad hoc, no prazo a ser definido pelo editor executivo, em comum acordo com o(s) autor(es).

As modificações introduzidas no texto, com o parecer 2 deverão ser colocadas em vermelho, para efeito de verificarão pelo editor executivo.

Após a revisão gramatical do texto, a correção das referências e a revisão dos resumos em língua estrangeira, o(s) autor(es) receberão o texto para uma revisão final dentro de um prazo de sete dias, tendo a oportunidade de introduzir eventuais correções de pequenos detalhes.

Obs: Os revisores devem seguir as Diretrizes da COPE para revisores .

Periodicidade

A Revista Missangas possui duas publicações por ano, uma por semestre. Eventualmente serão publicadas edições especiais, com dossiês temáticos. Os artigos serão publicados coletivamente como parte de uma edição com seu próprio índice.

 

Política de Acesso Livre

A Revista Missangas é uma revista de acesso aberto. Apoiamos o compartilhamento gratuito de informações, metodologia de pesquisa e dados. Os leitores e autores têm acesso gratuito a todas as seções da revista. Não há taxas de envio nem de processamento.

Incentivamos os autores a divulgar fontes de dados, métodos estatísticos, bem como qualquer codificação usada em seus trabalhos. 

Histórico do periódico

 "Tem a quinda, tem a missanga. Veja: solta, mistura-se, não posso arrumar a beleza que eu queria. Por isso aceito sua ajuda. Acamaradamos. Dou o fio, o camarada companheiro dá a missanga - adiantamos fazer nosso colar de contas amigadas".

(José Luandino Vieira)

 

 

A escolha do nome da revista surgiu entre nós por conta da simbologia expressa pelo termo “missanga”. A antropóloga Els Lagrou[1] afirma que as missangas se apresentam como elementos cruciais na tessitura de caminhos entre mundos diferentes. Os artefatos, das mais diversas origens, estão entre os mais antigos itens humanos encontrados em túmulos antigos. Essa presença testemunha a existência de redes de intercâmbio entre a África, a Europa e o Oriente, milhares de anos antes de Cristo. Para os povos ameríndios, as missangas também possuem importância salutar. De acordo com Dubin, “as contas fizeram e interligaram o mundo”.[2] A grafia missangas não foi escolhida por acaso. Remete ao étimo misanga, do quimbundo, significando “contas de vidro”, segundo Nei Lopes. As diversas maneiras como os artefatos são mobilizados nas socialidades ameríndias e africanas, bem como suas relações íntimas com os corpos e a aproximação de mundos distintos, inspirou-nos a pensar na Revista Missangas como um instrumento capaz de possibilitar — num mosaico de multiculturalidades — a construção de “nossos colares de contas amigadas”, aproximando e ligando mundos distintos pela via da publicação acadêmica.



[1] LAGROU, Els. No caminho da miçanga: arte e alteridade entre os ameríndios. In: Enfoques – Revista dos alunos do PPFGSA-UFRJ, v. 12 (1), junho de 2013, [on-line], p.18-49.

[2] DUBIN, Lois Sherr. The History of Beads from 30.000 B.C. to the Present. New York: Abrams, 1987.