Dos fios da memória à tessitura da história

narrativas sobre o Programa de Educação Integrada (PEI) do Mobral no sertão de Alagoas

Autores

  • Andresso Marques Torres Universidade Federal de Alagoas
  • Jailson Costa da Silva Instituto Federal de Alagoas
  • Marinaide Freitas Universidade Federal de Alagoas

Resumo

o presente artigo tem como foco o Programa de Educação Integrada (PEI) pertencente ao Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) criado em 1967 na Ditadura Civil-Militar e implementado nos anos 1970. Esse Movimento teve uma difusão em larga escala por todo território brasileiro, chegando a praticamente todos os municípios brasileiros. As ações do PEI estavam diretamente ligadas à continuidade da escolaridade e visava a então formação primária dos sujeitos oriundos tanto do Programa de Alfabetização Funcional (PAF), também, do Mobral, quanto de pessoas jovens e adultas que não tinham concluído essa etapa escolar. Nesse sentido, e tendo em vista as incursões empíricas já realizadas (Moura; Freitas, 2007; Amorim; Freitas; Moura, 2009; Lima, 2010, Silva, 2013; 2018), situadas nos Centros de Referência em Educação de Jovens e Adultos (EJA), que algumas universidades públicas dispõem, a exemplo a UERJ, com o intuito de garantirem a memória da modalidade, objetivou-se em analisar, por meio das memórias dos sujeitos partícipes, as ações de continuidade da escolarização implementadas pelo PEI no período correspondente à sua atuação (1973-1985) tendo como base o sertão santanense. Com efeito, ao tratar em continuidade fazemos com o sentido de “permanência escolar”, compreendendo-a como possibilidade de “duração e transformação” (Reis, 2009). A pesquisa trilhou os pressupostos teórico-metodológicos da História oral, fundamentando-se nos trabalhos de Alberti (2018); Portelli (2010, 2016), e privilegiou as narrativas memorialistas (Bosi, 1994) dos sujeitos estudantes egressos do PEI, ex-professores, ex-supervisoras, e também as fontes documentais conseguidas na Secretaria Municipal de Educação, do município de Santana do Ipanema. Os dados apontaram que o PEI centrou-se na zona urbana, com ampla matrícula inicial e final (40 a 50 alunos por turma) e a permanência escolar, nesse contexto, relacionou-se à saída dos sujeitos da zona rural e muitos egressos do PEI, para conclusão dos estudos na zona urbana, revelando as “táticas” acionadas pelos sujeitos diante do cenário educacional excludente da época.

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Biografia do Autor

Andresso Marques Torres, Universidade Federal de Alagoas

Mestrando pela Universidade Federal de Alagoas. É membro do Grupo de Pesquisa Multidisciplinar em Educação de Jovens e Adultos/CNPq

Jailson Costa da Silva, Instituto Federal de Alagoas

Professor do Instituto Federal de Alagoas, Campus Piranhas. Líder do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Educação de Jovens e Adultos/Ifal/CNPq e Vice-Líder do Grupo de Pesquisa Multidisciplinar em Educação de Jovens e Adultos/Ufal/CNPq. Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal de Alagoas

Marinaide Freitas, Universidade Federal de Alagoas

Professora do Centro de Educação, da Universidade Federal de Alagoas, atuando na graduação em Pedagogia e no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/Ufal). Doutora em Linguística pela Ufal. Líder do Grupo Pesquisa Multidisciplinar em Educação de Jovens e Adultos/Ufal/CNPq

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Publicado

2020-12-28