AUTOR/AUTORIA EM LIMA BARRETO SOB A ÉGIDE BAKHTINIANA
Palavras-chave:
Autor. Autoria. Teoria Bakhtiniana. Lima Barreto.Resumo
o presente artigo, tem por objetivo analisar e problematizar aspectos sobre autor/autoria na obra Diário íntimo (1956) do pré-modernista Lima Barreto a partir da abordagem da teoria bakhtiniana. Assim, tomamos como foco principal a noção de autor e autoria empreendida por Bakhtin, em especial dos textos/ensaios presentes em Estética da criação verbal (2003) e Questões de literatura e de estética (2010)), com o intuito de evidenciar de que ou quais forma(s) Lima Barreto utilizou tal noção em seus escritos. Nessa esteira discursiva, pesquisas recentes, que se encontram no cerne da temática analisada, têm mostrado que Lima Barreto não utilizou a ficção ou o discurso autoral apenas para confessar, pois isso foi uma leitura promovida pelo cânone literário para rebaixar a obra a uma possível ficção de ínfima qualidade. Nesse sentido, não pretendemos enquadrar a obra de Lima Barreto a partir da vida do autor; ao contrário, evidenciar como ele utilizou o discurso autobiográfico ou ficcional para marcar-se enquanto sujeito da enunciação. A análise empreendida neste trabalho, de caráter bibliográfico e de tipologia qualitativa, alicerçado primordialmente, além da obra do teórico Bakhtin (2003, 2006, 2008, 2010, 2015, 2016), nas contribuições dos trabalhos de Barreto (1956), Faraco (2005), Schwarcz (2017), entre outros/as, nos permite inferir que Lima Barreto deu significação ao texto a partir das particularidades e experiências de sua vida, englobando, simultaneamente, o texto, o contexto e, sobretudo, o leitor, cuja importância estabelecerá uma função precípua em cotejar possíveis sentidos na criação estético-verbal.
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