O “FAZER” DO GÊNERO EM “A PELE QUE HABITO”: PENSANDO DIREITOS HUMANOS E TRANSEXUALIDADE ATRAVÉS DO CINEMA
Palavras-chave:
Gênero, Transexualidade, Direitos Humanos.Resumo
O presente trabalho lança um olhar sobre o filme “A Pele que Habito” a partir da teoria da performatividade de gênero proposta por Butler (2003). Nessa direção, objetiva-se analisar o ambíguo processo de construção da personagem Vera Cruz como uma possibilidade de problematização das noções de sexo e gênero baseadas na (hetero)norma. Busca-se, ainda, discutir de que forma as reflexões trazidas pela película podem colaborar para que se questione a patologização da experiência transexual e a negação de cidadania e humanidade às pessoas transexuais. Para empreender o objetivo proposto, utilizam-se, além da teoria da performatividade de gênero de Butler (2001; 2003; 2006), a análise de Rodrigues e Heilborn (2014) sobre as possíveis aproximações entre as obras de Butler e Almodóvar, e, ainda, as contribuições de Bento (2006; 2014; 2017) sobre transexualidade, direitos humanos e cidadania precária. Por tratar-se de uma análise crítica com um enfoque específico, o trabalho não pretende esgotar as diversas possibilidades de abordagem sobre a obra cinematográfica analisada.