Caminhos do rio: casas, fotografias e memória no sertão nordestino
DOI:
https://doi.org/10.36943/comsertoes.v4i1.3102Resumo
Este artigo faz uma análise das fachadas das casas das cidades de Juazeiro/BA e Petrolina/PE como artefatos culturais que podem se constituir “lugar de memória”. Os detalhes arquitetônicos e os afrescos das fachadas remetem às lembranças de outros municípios que nasceram às margens do rio São Francisco, local de referência da pesquisa, que investiga as casas construídas nas duas cidades no final do século XIX e início do século XX, com o objetivo de desnudar possíveis prestígios da arquitetura e como vivem hoje os moradores em casas de influência portuguesa. A partir do registro fotográfico e dos relatos orais dos proprietários das casas pesquisadas, verifica-se aspectos de uma memória subterrânea presente nos testemunhos dos entrevistados e a influência das casas coloniais nos modos de vida e de representação. Utilizando a pesquisa qualitativa do tipo exploratório, relatos de história de vida nos permitiram reconstituir trajetos sobre o patrimônio arquitetônico relacionado com elementos de identidade, o valor estético atribuído à casa, o valor histórico dos afrescos, as relações sociais e culturais que marcaram a vida em comunidade dos proprietários. Já as fotografias serviram de artefatos para recorrer às memórias que surgem com as narrativas de histórias de vida, inseridas nos contextos sociais.Downloads
Referências
ABREU, João Capistrano de. Capítulos de História Colonial. Belo Horizonte: Itatiaia, 1988.
BRITO, Maria Creuza de Sá y. Petrolina, origem, fatos, vida, uma história. Impressora Tribuna do Sertão. 1995.
DINIZ, Nathalia Maria Montenegro. Um sertão entre tantos outros: fazendas de gado nas Ribeiras do Norte. Tese de doutorado. São Paulo: 2013.
DUARTE, Jorge de Souza. Juazeiro nos caminhos da história. Juazeiro: Impressora Rocha Ltda. 1985.
GURAN, Milton. Considerações sobre a constituição e a utilização de um corpus fotográfico na pesquisa antropológica. Texto apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP – Universidade de São Paulo como parte integrante do relatório final de pós-doutorado (2004-2005). Consultado a 21.02.2016.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.
LAKATOS, Eva e Marconi, Marina. Metodologia do Trabalho Científico. SP: Atlas, 1992.
LOPES, Sérgio Marcelino da Motta. Juazeiro: entre o rio e a história: delimitação, inventariação e requalificação de áreas de interesse histórico-arquitetônico em Juazeiro da Bahia. Trabalho de Conclusão de Curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Ceará, Outubro de 1999.
NORA, Pierre. Entre história e memória: a problemática dos lugares. Revista Projeto História. São Paulo 1993, p.21-22.
POLLACK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol.2, nº 3, 1989.
REIS FILHO, Nestor Goulart. Quadro da Arquitetura no Brasil. São Paulo: Editora Perspectiva, 1978.
RICHARDSON, R. J. Pesquisa Social: métodos e técnicas. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2012.
RUSKIN, John. Art and Illusion. New York, 1960.
Fontes orais
Maria Isabel Figueiredo, historiadora, memorialista, professora. Entrevistada nos dias 22 de maio de 2010 e 07 de junho de 2010 na sua residência no Condomínio Country Club.
Stelitta Santana, entrevistada no dia 05 de agosto de 2010 na residência Rua Conselheiro João Alfredo, 2009.
Nei Barbosa, entrevistada no dia 19 de setembro de 2010 na residência a Rua Conselheiro João Alfredo, 2007.
Celita Ribeiro, entrevistada na Igreja Nossa Senhora Rainha dos Anjos em Petrolina/PE no dia 26 de outubro de 2011.
Acervo
Projeto de pesquisa e extensão O Arquivo de Maria Franca Pires: Memória e História Cultural em Pesquisa na região de Juazeiro-BA, coordenado pela professora Odomaria Bandeira Macedo, DCH III – UNEB
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
O encaminhamento dos textos à revista implica a autorização para a publicação. A aceitação da matéria para a publicação implica na transferência de direitos autorais para a revista. A reprodução total ou parcial (mais de 500 palavras do texto) requer autorização por escrito da comissão editorial.