"Todo trem da Supervia tem um pouco de navio negreiro":

entextualizações coloniais no cotidiano brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36943/comsertoes.v15i01.19957

Resumo

Observando interações que constituem o cotidiano brasileiro, levantamos o seguinte questionamento: o colonialismo ainda interfere profundamente nas realidades racializadas de nosso país? Visando responder a essa pergunta, o presente texto se propõe a refletir acerca do Brasil atual analisando relações entre vida cotidiana e escravidão articuladas por vozes racializadas. Debruçamo-nos sobre narrativas que significam situações do dia a dia como encenações coloniais em virtude de entextualizações da escravidão. As análises apontam que o arquivo colonial vem sendo iterado no Brasil contemporâneo através de performances racistas que são contestadas por pessoas racializadas que negociam e disputam sentidos a respeito delas, recontextualizando acontecimentos diários. De tal modo, entendemos que tais narrativas abordam a escravidão não como uma banalidade, ou um mero processo histórico, mas como uma incessante ameaça à vida de corpos negros.

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Biografia do Autor

Douglas Firmino dos Santos, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

 

Douglas Firmino dos Santos é doutorando e mestre pelo Programa de Pós Graduação em Estudos da Linguagem da PUC-Rio com bolsa pela Coordenação deAperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). É graduando em Filosofia pela UFRJ e graduado em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e RespectivasLiteraturas) pela PUC-Rio. É membro do grupo de pesquisa Narrativa e Interação Social (NAVIS) da PUC-Rio, coordenado pelas professoras Liliana Cabral Bastos e Liana de Andrade Biar. Tem interesse de pesquisa na área dos estudos discursivos com maior foco no neoliberalismo e em práticas trabalhistas subalternizadas em interface com a Análise de Narrativa e a Antropologia Linguística.

Dandara Oliveira, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Dandara Oliveira é pesquisadora brasileira, moradora do Rio de Janeiro, mestranda do Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PIPGLA/UFRJ) e bolsista CAPES. Possui licenciatura em Letras: Português-Literaturas pela mesma instituição com Título de Dignidade Acadêmica Magna Cum Laude. É integrante do Núcleo de Estudos em Discursos e Sociedade (Nudes/UFRJ) e do ORÍ - Grupo de Pesquisa em Raça, Gênero e Sexualidade.

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Publicado

2024-10-30