AS AUTORIDADES TRADICIONAIS EM MOÇAMBIQUE E AS PENAS DE DESTERRO E DEGREDO DURANTE O PERÍODO COLONIAL
Mots-clés :
Desterro, Degredo , Autoridades Tradicionais , Colonialismo Português , ResistênciasRésumé
A partilha colonial de África, efetuada “no papel” e no quadro das negociações diplomáticas, não foi suficiente para a colonização efetiva deste continente. Com efeito, procedeu-se pela força das armas à ocupação efetiva de territórios africanos. Se é certo que existem muitos trabalhos sobre a conquista/resistência de África com abordagens que lhe atribuem um lugar muito variável na historiografia, também é verdade que a multiplicação dos trabalhos revela cada vez mais a complexidade desta temática. Os chefes dos reinos/estados dos países então existentes no que é hoje Moçambique, quando se aperceberam da agressividade dos europeus, desenvolveram ações de resistência, embora não tenham conseguido evitar a dominação colonial. Este artigo tem por objetivo participar do debate em torno do tratamento dado às monarquias africanas pelos invasores portugueses, com maior destaque para as que em Moçambique, durante o período colonial, passaram a se designar por “Autoridades Tradicionais”.