A noção de interseccionalidade na obra “quem tem medo do feminismo negro

Autori

  • Laise Araújo Costa Oliveira Universidade do Estado da Bahia, Pós-Crítica.

Abstract

Resumo: Trata-se de uma investigação inicialmente em torno da noção de interseccionalidade — que é o estudo das posições de identidades sociais e sistemas relacionados à opressão, dominação e discriminação —, a partir da análise do livro de ensaio autobibliográfico da escritora Djamila Ribeiro, intitulado Quem tem medo do feminismo negro? Na obra, a autora rememora fatos ocorridos para discutir o “silenciamento”, o processo de apagamento da personalidade pelo qual passou e que é um dos muitos resultados da discriminação que a própria autora revela ter sofrido por muitos anos de sua vida. Djamila Ribeiro é mestra em filosofia política pela Unifesp, ativista do feminismo negro e coordena a coleção Feminismos Plurais, da editora Letramento, pela qual lançou o seu primeiro livro O que é lugar de fala (2017). Conforme a autora, o conceito de “lugar de fala” é de suma importância para debater temáticas que envolvam o papel das mulheres negras nas lutas feministas. Considerando essa hipótese trazida pela autora, o objetivo é analisar de que forma o feminismo negro vem desconstruir os silêncios causados pelo racismo. Para atingir tal objetivo, utilizaremos a pesquisa qualitativa com direcionamento bibliográfico de análise documental, com definição fenomenológica e abordagem hermenêutica. No que diz respeito ao recurso fenomenológico, ele será utilizado na pesquisa para identificar, a partir da ênfase inicial nos textos de Djamila Ribeiro, a) aspectos convergentes entre as autoras e os autores integrantes da coleção Feminismos Plurais, dirigida por ela, e b) a dinâmica de produção das escritoras e dos escritores dessa coleção, bem como a de circulação de suas obras. Espera-se com essa investigação oferecer uma contribuição para a reflexão a respeito do silenciamento discursivo e do lugar de fala da mulher negra na sociedade como um todo, assim como verificar dinâmicas de enfrentamento contemporâneas.
Palavras-Chave: Interseccionalidade. Lugar de fala. Silêncio. Mulher.

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Pubblicato

2019-11-22