As fuxiqueiras no mercado do artesão no município de alagoinhas (BA) mulheres, linhas e retalhos insubmissos ao capitalismo patriarcal

Résumé

Resumo: O fuxico teria surgido nos tempos coloniais, no nordeste brasileiro, pela necessidade que as escravas tinham em reaproveitar os retalhos dos tecidos das senhoras. A corte doava aos escravos as roupas velhas e as escravas cortavam os tecidos e faziam trouxinhas, usando como agulha pequenos pedaços de bambu ou espinhos de mandacaru. As escravas se reuniam, à noite, na Senzala para fazerem as trouxinhas, enquanto falavam das senhoras, por isso o nome "Fuxico“. Suspeita-se que o artesanato das fuxiqueiras, desenvolvido no Mercado do Artesão alagoinhense, as oferta autonomia e que os processos e tramas construídos insurgem como atos insubmissos ao capital patriarcal. Desta forma, objetiva-se mapear quem são as mulheres fuxiqueiras no Mercado do Artesão alagoinhense e identificar as dobras do trabalho artesanal fuxiqueiro enquanto indícios de autonomia e insubmissão ao capital patriarcal. O percurso metodológico será a observação direta (in loco) nos quiosques do Mercado, a entrevista narrativa priorizando a fala das mulheres fuxiqueiras e a palavra dos representantes legais de Órgãos do nosso município vinculados ao tema. Intencionamos, assim, a natureza qualitativa da pesquisa. Espera-se como resultado a constatação sobre a autonomia do trabalho artesanal das mulheres fuxiqueiras no Mercado do Artesão, em Alagoinhas-BA, bem como a insubmissão ao capitalismo patriarcal forjada nas tramas do artesanato fuxiqueiro. Espera-se concluir que a realização desta pesquisa irá referenciar ás mulheres fuxiqueiras e o fuxico, como instrumentos de insubmissão ao patriarcal capitalismo, além de instigar novos questionamentos a pesquisas futuras, dada ás dobras e viéses ofertados pelo tema.
Palavras-chave: Mulheres fuxiqueiras. Trabalho artesanal. Feminismo