Lendas do santo fujão: a subjetividade do narrador oral na pós-modernidade
Résumé
As formas de assujeitamento provocadas pelo fenômeno da globalização estão instabilizando o indivíduo, deixando-o cada vez mais superficial. Em face a este processo de desestabilização do “eu”, proponho como hipótese em minha pesquisa o ato de narrar como uma maneira em que o indivíduo produz uma subjetividade que não se acorrenta aos moldes subjetivos impostos pelo mercado. Para atingir este objetivo, analiso a forma como o narrador oral se imagina por meio das versões da Lenda do Santo Fujão encontradas em Alagoinhas-BA e Costa Rica-MS, articulando-a com as definições de Dialogismo e Polifonia propostas por Mikhail Bakhtin (2010). O entrelaçamento destes conceitos com as narrativas evidencia a ressignificação dos sentidos que compõem a vida do narrador e acaba refletindo em sua subjetividade através do diálogo entre as vozes.