As mulheres árbitras de futebol: corpo, trabalho e poder
Résumé
Neste projeto de mestrado, pretende-se discutir a diferença do desempenho físico e esportivo entre homens e mulheres no mundo do trabalho, mais especificamente no campo da arbitragem do futebol. Quando jogamos os holofotes na história e no contexto do futebol, constatamos a presença maciça de homens arbitrando as partidas, muito embora já existam poucas mulheres atuando neste campo. Para ingressar como profissional nesta área, entre outros fatores, é requerido ao candidato/a a juiz a realização de uma avaliação do perfil físico. A partir deste contexto, elaboram-se duas grandes questões como pergunta de partida para o desenrolar da pesquisa: 1) Quais são os critérios de avaliação do perfil físico para alcançar as características e qualidades ideais para se tornar um juiz de futebol? 2) E como estas mulheres conseguiram borrar as fronteiras das relações de gênero/sexo e se tornaram árbitras no futebol? Tendo como referência teórica e metodológica a perspectiva feminista e a teoria queer, cujos conteúdos constroem, descontroem e sinalizam a ambiguidade da diferença sexual, como ponto de partida para se compreender e descrever as relações de gênero/sexo. Ambiciona-se reconstruir as histórias de vidas destas mulheres árbitras, comparando as histórias das que foram aprovadas e reprovadas nos testes, bem como identificar e descrever os critérios destes testes avaliativos regulamentados pela Fédération Internacionale de Football Association (FIFA).