Masculinidade e identidade docente narrativas de professores homens do ensino fundamental I
Abstract
Resumo: O presente estudo faz parte de uma pesquisa desenvolvida no Mestrado em Crítica Cultural sob os auspícios da linha 2: Letramento, Identidades e Formação de Educadores, e do Grupo de Estudo em Resiliência, Educação e Linguagens- GEREL. Apresenta como principal proposta identificar de que maneira, numa área predominantemente feminina, os professores homens, no exercício da profissão, constroem a sua identidade nos anos iniciais do ensino fundamental. Para a aquisição desse objetivo pretendemos traçar um percurso historiográfico da construção social da masculinidade a partir das relações de gênero, discutir a história da educação e a gênese do ser professor no Brasil e analisar o processo de constituição da identidade dos professores homens baseado nas narrativas dos próprios atores envolvidos no fazer pedagógico. Este estudo justifica-se em razão da escola, depois do processo de feminização do magistério, ser legitimada como um espaço a ser ocupado, especificamente, pelo público feminino e por reconhecer a mulher como a possuidora dos atributos “natos” para exercer a função de professora. Desse modo, os homens mantiveram-se distantes da área educacional, notadamente, nos anos iniciais do ensino fundamental, o que impacta diretamente na precariedade em pesquisa que evidencia a atuação de professores homens em exercício docente. Destarte, a pesquisa assumirá a seguinte questão problema: de que maneira, numa área predominantemente feminina, os professores homens, no exercício da profissão, constroem a sua identidade nos anos iniciais do ensino fundamental? Essa inquietação será contemplada progressivamente no percurso da investigação, em contato com as instituições, com os sujeitos protagonistas da pesquisa e com o “eu” pesquisador imerso na teoria da crítica cultural, inconformado com as verdades do mundo invisibilizado e que entende o campo de pesquisa como terreno fértil para descobrir outras possibilidades de ser, estar e habitar o mundo, e, assim, iniciar o processo de descolonização a partir da desconstrução de uma história uniforme. Dito isto, faremos uso dos seguintes estudos: (ALBUQUERQUE JÚNIOR, 2010), (ALMEIDA, 1995), (BADINTER, 1993), (BOURDIEU, 2019), (FOUCAULT, 2014), (HALL, 2006), (MIGNOLO, 2008), (NOLASCO, 1993;1995; 1997), (NÓVOA, 1995) e (OLIVEIRA, 2004). Perante o exposto, trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa com enfoque no método autobiográfico e tem como instrumento a entrevista episódica. Assim, espera-se com essa investigação promover impacto político, cultural, social e acadêmico, o que resultará na possibilidade de implementação de políticas públicas com foco na formação de professores na perspectiva de gênero, na diversidade no contexto escolar, nos movimentos sociais de enfrentamento, no confronto e desmonte ideológico de toda prática segregatória.
Palavras-chave: Masculinidades. Identidade. Docente.