O ensino das literaturas africanas no livro didático de Língua Portuguesa do Ensino Médio: A formação do leitor literário
Palabras clave:
Literaturas Africanas, Livro Didático, Ensino Médio, Formação do LeitorResumen
Este artigo tem o objetivo de apresentar os resultados de uma pesquisa sobre o Livro Didático de Língua Portuguesa do Ensino Médio, ressaltando o ensino das literaturas africanas, com vistas à formação do leitor literário. Tomaram-se como corpus as coleções do 1º ao 3º ano de Língua Portuguesa selecionadas pelos docentes do Centro Territorial de Educação Profissional do Piemonte da Diamantina II, em Jacobina – Bahia, em 2017, tendo como parâmetros a Lei 10.639/ 03, que torna obrigatório o estudo da História e Cultura Afro-brasileira na educação básica; o Guia de Livro Didático de Língua Portuguesa do Ensino Médio 2018, que auxiliou os docentes na escolha do livro didático; a Sociologia da Literatura, que compreende a obra literária como instrumento de concretização das ações socioculturais conduzidas pela coletividade e a Sociologia da Leitura, que discute a diferenciação dos conteúdos e usos da leitura. Optou-se pela análise documental, a fim de observar o contexto de produção das coleções, seus autores, a autenticidade e a confiabilidade, a natureza, os conceitos-chave e a lógica interna do texto. Alguns resultados demonstraram que: a) não há abordagem de conteúdos referentes às literaturas africanas nos volumes 1 e 2 e pouca aderência a esses conteúdos no volume 3; b) há carência de textos de autoria feminina; c) omite-se do processo de constituição da produção literária de todos os países africanos lusófonos, levando em consideração o contexto sócio-histórico de cada um, bem como os estilos individuais de seus escritores; d) torna-se imprescindível que as narrativas orais sejam contempladas, uma vez que é através dessas narrativas que os povos africanos reforçam os valores e costumes de suas culturas e e) as atividades didáticas incidem mais nos aspectos formais do texto e no nível de compreensão textual, explorando pouco os recursos interlocutivos e críticos, numa perspectiva intertextual e interdiscursiva.
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