Educação do Campo no contexto da América Latina e Escola com Turmas Multisseriadas
Reflexões outras a partir dos Estudos Pós-Coloniais
Palavras-chave:
Educação do Campo, América Latina, Escola com turmas multisseriadas do campo, Estudos Pós-Coloniais.Resumo
O presente texto é fruto de uma pesquisa de mestrado concluída. Dissertação esta que buscou compreender as expectativas da comunidade campesina sobre a escola com turmas multisseriadas do campo. Desta forma, este artigo teve por objetivo compreender os sentidos da Educação do Campo no contexto da América Latina e as concepções que alicerçam a construção de Escola, Escola do Campo e Escola com turmas multisseriadas do campo. As reflexões aqui realizadas tomaram como lente teórico-metodológica os Estudos Pós-Coloniais, por nos possibilitar problematizar os processos de inferiorização e silenciamento impostos aos povos campesinos, a seus territórios e os seus processos de escolarização. Apontamos como resultados que Educação do Campo no cenário da América Latina necessita ser compreendida como uma possibilidade outra de romper as heranças coloniais impostas pela lógica eurocêntrica e urbanocêntrica. A América Latina constitui-se enquanto um espaço-tempo plural com saberes-fazeres outros válidos que protagonizam ações decoloniais ao reivindicarem e ressignificarem seu lugar-tempo na história e na construção educacional. Consideramos, nessa direção, que os povos do campo reconhecem a escola enquanto uma instituição que contribui na formação dos sujeitos, pois isso seguem reivindicando por uma escola socialmente referenciada em seus sujeitos-territórios. Assim, no bojo dessa discussão, consideramos que a organização das escolas do campo, a partir da multisseriação, configura-se enquanto uma possibilidade de se manterem ativas as instituições educacionais no território campesino e que, a partir de uma prática curricular e pedagógica alinhada com a realidade dos(as) estudantes de diferentes idades/anos-série, é possível promover processos de ensino e aprendizagem críticos, reflexivos e decolonais.
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