A dança do bate pau: uma dança indígena com influência portuguesa?

Resumo

Esse estudo teve como objetivo verificar se houve a influência cultural e popular, no caso a Dança dos Pauliteiros, de Portugal,  na dança indígena Terena, Dança do Bate Pau, e a influência da região do Concelho de Miranda do Douro, de Portugal, no nome da  pequena cidade de Miranda, Mato Grosso do Sul, Brasil. A metodologia utilizada foi a pesquisa exploratória, desenvolvida por meio de entrevista informal na Aldeia Limão Verde com o cacique da Aldeia e diretamente envolvido com os rituais de danças indígenas na população Terena, e no Concelho de Miranda do Douro, Portugal, com os tocadores de gaita de foles e bumbo integrantes do grupo dos Pauliteiros de Miranda. Os resultados indicam que ambas as danças representam a identidade popular de cada grupo, são apresentadas em datas festivas e especiais para cada grupo e representam, na tradição dos índios Terena, os momentos que antecedem ou finalizam as guerras travadas. Na dos Pauliteiros de Miranda, são festas mais de cunho popular, mas que antes, representavam também as lutas e, quando executadas nos solstícios de verão e inverno, representam as festividades da colheita e saúdam os diversos trabalhadores rurais. As danças sempre foram restritas aos homens, mas, em ambas, já existem mulheres executando-as, sendo uma coreografia diferenciada. Evidenciou-se que, nas danças indígenas, essas contêm várias características da Dança dos Pauliteiros, sendo que se pode inferir ter traços semelhantes e pode-se depreender uma forte influência da dança portuguesa na dança dos indígenas em função das incursões dos desbravadores espanhóis em terras das Américas. No caso de se ter havido a influência da região do Concelho de Miranda do Douro no nome da cidade de Miranda, de MS,  concluiu-se não haver correlação, pois o motivo do nome foi apenas uma homenagem a um antigo governador, tendo sido apenas uma coincidência toponímia.