Histórias, narrativas e oralidade: contos populares na infância de jovens e adultos
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2024.v9.n24.e1192Palavras-chave:
Narrativas, Histórias, Jovens e adultosResumo
Este artigo tem como objetivo discutir como as práticas e marcas culturais presentes em histórias contadas por jovens e adultos podem ser compreendidas como resistência e impedimento ao esquecimento. Nesse sentido, foram ouvidas narrativas de infância de estudantes de uma turma de Ensino Médio do curso noturno de uma instituição pública estadual. Quanto ao referencial teórico, a pesquisa fundamenta se nas contribuições dos estudos de Meyhi (1996, 2002, 2006) Benjamin (1987) e Bakhtin (2003, 2017). Como estratégia de escuta dos participantes, foi realizada uma roda de conversa, entendendo a roda como espaço dialógico de escuta e construção de conhecimento. Como consideração, o estudo indica a importância da construção de espaços de escuta das narrativas autobiográficas, e de ouvir e contar histórias na escola como caminho para o pertencimento, para a manutenção da tradição, permitindo uma aproximação da transmissão como possibilidade de cuidado com a continuidade da história.
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