Solimar Santana Oliveira e Guilherme Resende Oliveira
| Plurais Revista Multidisciplinar, v.6, n.1, p. 171-188, jan./abr. 2021
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dessem dar mais tempo pra para car mais lá de fora do alojamento... fazer... tiver mais, melhor...
mais atividade. (S1, 2020).” Percebe-se um anseio com relação a saída da parte de alojamentos
no qual pelo relato desse socioeducando é um período que ca ocioso e o seu desejo é de realizar
mais tarefas, mais atividades, cursos, entre outras coisas no intuito de aprender e poder ter novas
oportunidades. S4 assevera que é uma oportunidade que não teria caso estivesse na rua porque
dentro da unidade “Aqui tem que estudar agora, é bom né véi... livra a cabeça, sei lá... ca de
boa, né... mas é bom, é uma oportunidade boa. (S4, 2020).”
Uma fala que traz reexão acerca de que o CASE é considerado por alguns deles como
uma medida punitiva e de prisão, encarceramento é a de S4 que para ele deveria ter que haver
melhorias na “cela” dele. “Aqui é bom, mas quero que melhora minha cela, os trem tudo, né...
A cela tá meia paia, mas...Melhorar minha cela...A situação tá meia ruim... tá crítica não, mas
tá de boa. (S4, 2020).” Ele ainda complementa que poderia haver mais oportunidades para
aprender mais.
O socioeducando S5 também relata que para ele o Estado o está punindo por ter feito
algo contra a lei, ele diz que estudar no CASE é muito bom, mas “Só que, tipo, car preso...
(S5, 2020)”. Aqui nesse relato vê-se que o jovem sente-se como um “preso” e não como um so-
cioeducando, talvez devido diversas questões como no caso de a falta de oferta de modalidades
de cursos prossionalizantes, ou de outras atividades que saíssem do proposto pelo currículo
comum. Temos até aqui nestes relatos uma provocação para podermos perceber uma dimensão
punitiva em conito com a dimensão educativa.
Para o socioeducando S6 não percebe que está sendo punido, ele arma que está sendo
ótimo estar no CASE, “é bom pra mim, porque aqui eles, não é obrigação deles, mais é um
futuro pra nós também, né, uma coisa boa pra nós, porque sem o estudo também, hoje tá difícil
né (S6, 2020).” Ele ainda complementa sua fala ao relatar que é preciso estudar para conseguir
sobreviver e “o estudo ajuda mais, a gente seguir a vida da gente. Eu pretendo assim, terminar
meus estudo e lutar, né, pra ver se eu consigo o que eu quero, ser um bombeiro. (S6, 2020).”
Esse socioeducando, S6, no nal da entrevista armou que no CASE ele pode repensar
na vida e em suas ações. Disse:
No tempo que eu tô aqui eu fui reetindo minha cabeça, pensando nos erros
que já cometi, e que eu vim parar aqui também e pretendo ser uma pessoa que
dá orgulho para família, pessoa melhor daqui para frente. (S6, 2020).
Todos de maneira unânime apontaram que os estudos no CASE é uma oportunidade de
poderem ser melhores e que poderiam após a saída da unidade poder fazer cursos e arrumar
emprego. Contudo percebe-se que uma fala recorrente e que poderia ser de conformismo e a de