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A importância da difusão do conhecimento da ferramenta CAR aos discentes de Agronomia
A IMPORTÂNCIA DA DIFUSÃO DO
CONHECIMENTO DA FERRAMENTA
CAR AOS DISCENTES DE
AGRONOMIA
ANDRÉIA COSTA DE SOUSA
Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Doutora em Ciências Agrárias com ênfase
em Economia (UFRA). Mestre em Economia Rural (UFCE). Graduada em Agronomia (UFRA).
Professora Adjunta da Universidade Federal Rural da Amazônia. E-mail: andreiacostas@
hotmail.com
LILIANE AFONSO DE OLIVEIRA
Universidade Federal Rural da Amazônia. (UFRA). Doutoranda em Comunicação, Linguagens
e Cultura (UFRA). Mestre em Comunicação, Linguagens e Cultura (UFRA). Graduada em
Letras - Português (UFRA). Professora Auxiliar I da Universidade Federal Rural da Amazônia.
ORCID: 0000-0003-4581-9952. E-mail: liliane_afonso@yahoo.com.br
LUIZ AUGUSTO SILVA DE SOUSA
Doutor em Ciências Agrárias (2011) pela Universidade Federal Rural da Amazônia, mestrado
em Botânica pela Universidade Federal Rural da Amazônia (2006) e graduação em Agronomia
pela Universidade Federal Rural da Amazônia (2002). Atualmente é professor Adjunto da
Universidade Federal Rural da Amazônia. Tem experiência na área de Biologia Vegetal,
Bioquímica, Agricultura Geral, Manejo de Vegetação Secundária, Sistemas Agroorestais,
Ecologia, Educação Ambiental, Gestão Ambiental, Extensão Rural e Produção de Grãos.
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Andréia Costa de Sousa, Liliane Afonso de Oliveira e Luiz Augusto Silva de Sousa
A IMPORTÂNCIA DA DIFUSÃO DO CONHECIMENTO DA FERRAMENTA
CAR AOS DISCENTES DE AGRONOMIA
A propagação do conhecimento acadêmico cientíco se dá através da dialética entre prossionais, alunos e
pesquisadores. As universidades são grandes pólos de produção cientíca, tecnológica, histórica, artística
e cultural, contudo, os compartilhamentos desses conhecimentos sofrem entraves dentro desses espaços.
Este trabalho tem como objetivo investigar a difusão do conhecimento do Cadastro Ambiental Rural –
CAR, nas ciências agrárias, na Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, tendo com pametro
a percepção dos estudantes do último semestre do curso de Agronomia a respeito desta ferramenta, que é
um instrumento que tem como objetivo de auxiliar a Administração Pública no processo de regularização
ambiental de propriedades e posses rurais. O CAR apresenta-se como uma das principais ferramentas
de amparo para o discente do curso de agronomia e para o produtor rural, assim, a presente investigação
trata-se de uma pesquisa descritiva, de campo, de abordagem qualitativa, constituindo-se um estudo de
caso. Os participantes da pesquisa foram 102 (cento e dois) alunos do último semestre dos cursos de
Agronomia da UFRA que responderam ao questionário elaborado com 11 (onze) perguntas semiabertas e
fechadas enviadas por email, onde manifestaram interesse em participar da pesquisa. A escolha do Curso
de Agronomia deu-se pela atuação deste prossional posteriormente na área, na prestão de serviços
a determinadas empresas ou instituições voltadas às agrárias. Os resultados demonstram que a maioria
dos discentes entrevistados conhecem o CAR, porém não têm o conhecimento prático sobre a ferramenta
dentro do curso reetindo um décit na formação desses discentes para o mercado de trabalho, visto que
o Cadastro Ambiental Rural é de suma imporncia para a vida do produtor.
Palavras-chave: Cadastro Ambiental Rural. Agronomia. UFRA. Perl dos estudantes.
THE IMPORTANCE OF DISSEMINATING KNOWLEDGE OF THE
CAR TOOL TO STUDENTS OF AGRONOMY
The propagation of academic scientic knowledge occurs through the dialectic between professionals,
students and researchers. Universities are major centers of scientic, technological, historical, artistic
and cultural production, however, the sharing of this knowledge is hampered within these spaces. This
work aims to investigate the dissemination of knowledge of the Rural Environmental Registry - CAR,
in the agrarian sciences, at the Federal Rural University of the Amazon - UFRA, taking as a parameter
the perception of students in the last semester of the Agronomy course regarding this tool, which it is an
instrument that aims to assist the Public Administration in the process of environmental regularization
of rural properties and possessions. The CAR presents itself as one of the main support tools for the
student of the agronomy course and for the rural producer, thus, the present investigation is a descriptive,
eld research, with a qualitative approach, constituting a study case. The research participants were 102
(one hundred and two) students from the last semester of the Agronomy courses at UFRA who answered
the questionnaire prepared with 11 (eleven) semi-open and closed questions sent by email, where they
expressed interest in participating in the research. The choice of the Agronomy Course was due to the
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A importância da difusão do conhecimento da ferramenta CAR aos discentes de Agronomia
performance of this professional later in the area, in the provision of services to certain companies or
institutions aimed at agrarian organizations. The results demonstrate that most of the interviewed students
know the CAR, but they do not have the practical knowledge about the tool within the course, reecting
a decit in the training of these students for the job market, since the Rural Environmental Registry is of
paramount importance for the producer life.
Keywords: Rural Environmental Registry. Agronomy. UFRA. Student prole.
LA IMPORTANCIA DE DIFUNDIR EL CONOCIMIENTO DE LA HERRAMIENTA
CAR A LOS ESTUDIANTES DE AGRONOMÍA
La propagación del conocimiento cientíco académico se produce a través de la dialéctica entre
profesionales, estudiantes e investigadores. Las universidades son los principales centros de producción
cientíca, tecnológica, histórica, artística y cultural, sin embargo, el intercambio de este conocimiento
se ve obstaculizado dentro de estos espacios. Este trabajo tiene como objetivo investigar la difusión del
conocimiento del Registro Ambiental Rural - CAR, en las ciencias agrarias, en la Universidad Federal
Rural del Amazonas - UFRA, tomando como parámetro la percepción de los estudiantes en el último
semestre del curso de Agronomía con respecto a esta herramienta, que Es un instrumento que tiene como
objetivo ayudar a la Administración Pública en el proceso de regularización ambiental de las propiedades
y posesiones rurales. El CAR se presenta como una de las principales herramientas de apoyo para el
estudiante del curso de agronomía y para el productor rural, por lo tanto, la presente investigación es
una investigación de campo descriptiva, con un enfoque cualitativo, que constituye un estudio caso. Los
participantes de la investigación fueron 102 (ciento dos) estudiantes del último semestre de los cursos de
Agronomía en UFRA que respondieron el cuestionario preparado con 11 (once) preguntas semiabiertas
y cerradas enviadas por correo electrónico, donde expresaron interés en participar en la investigación.
La elección del Curso de Agronomía se debió al desempeño de este profesional más adelante en el área,
en la prestación de servicios a ciertas empresas o instituciones dirigidas a organizaciones agrarias. Los
resultados demuestran que la mayoría de los estudiantes entrevistados conocen el CAR, pero no tienen el
conocimiento práctico sobre la herramienta dentro del curso, lo que reeja un décit en la capacitación
de estos estudiantes para el mercado laboral, ya que el Registro Ambiental Rural es de suma importancia
para el La vida del productor.
Palabras clave: Registro Ambiental Rural. Agronomía UFRA Perl de estudiante.
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Andréia Costa de Sousa, Liliane Afonso de Oliveira e Luiz Augusto Silva de Sousa
A IMPORTÂNCIA DA DIFUSÃO DO CONHECIMENTO DA
FERRAMENTA CAR AOS DISCENTES DE AGRONOMIA
Introdução
A difusão do conhecimento na comunidade acadêmica se dá através da dialética e socialização
comunicativa que contribuem para o saber cientíco, sendo necessária uma relação recíproca entre
prossionais, alunos e pesquisadores para que o conhecimento seja disseminado nos diferentes
setores (Andrade; Ribeiro; Pereira, 2009). De maneira geral, a difusão é vista como um processo
de comunicação de informações, tecnologias, conhecimentos e inovações para um determinado
público alvo (Gastal, 1986).
No entanto, um dos problemas que impedem essa difusão do saber cientíco seria de caráter
cultural, pois muitas vezes a informação não é repassada pelos indivíduos na sociedade acadêmi-
ca, já que estes visam suas carreiras acima do saber. Em uma sociedade onde certas práticas se
encontram enraizadas, o compartilhamento do conhecimento sofre entraves. Isso sé dá, por vezes,
devido à luta por poder, visto que o conhecimento e publicações geram prestígio no meio acadê-
mico (Machado, 2005). Outro problema que vêm a impedir no compartilhamento de informações
também é a insuciência das mesmas ou a não conabilidade nestas, o que vem a prejudicar o
processo de difusão do saber (Andrade et al., 2009).
As universidades são grandes pólos de produção cientíca, tecnológica, histórica, artística e
cultural. Com isso, visamos neste presente artigo usá-la como campo de estudo, pois, para enten-
der o processo de difusão do conhecimento da ferramenta Cadastro Ambiental Rural (CAR) para
os estudantes de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia, no campus Belém, no
estado do Pará, faz-se necessário entender como este conhecimento chega aos alunos, seja atra-
vés de professores, mídias e/ou demais setores da sociedade. A escolha desse lócus de pesquisa,
a Universidade Federal Rural da Amazônia para este entendimento do assunto, fez-se devido à
observação de sua importância na produção e/ou contribuição da produção do conhecimento em si.
As universidades vivenciam múltiplos desaos colocados tanto pela sociedade, quanto pelo
Estado. Estes desaos ou crises, dizem respeito ao questionamento da sua hegemonia na produção
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A importância da difusão do conhecimento da ferramenta CAR aos discentes de Agronomia
de conhecimento e de sua legitimidade. A crise das universidades está também, segundo Buarque
(1994, p. 225), “em muitos casos, na perda da capacidade para denir corretamente os problemas
aos quais a formação e as pesquisas devem servir” ou seja, para que, para quem e como devemos
produzir e difundir conhecimento (Castro, 2004).
Neste diapasão, a presente pesquisa procurou investigar a difusão do conhecimento do
CAR, nas ciências agrárias, na Universidade Federal Rural da Amazônia, tendo com parâmetro a
percepção dos estudantes do último semestre do curso de agronomia a respeito desta ferramenta,
que é um instrumento que tem como objetivo de auxiliar a Administração Pública no processo de
regularização ambiental de propriedades e posses rurais.
Assim, a Lei nº 12.651/2012 no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Am-
biente – SINIMA, criou o Cadastro Ambiental Rural ou CAR. Trata-se de um registro eletrônico,
obrigatório para todos os imóveis rurais, que tem por nalidade integrar as informações ambientais
referentes à situação das Áreas de Preservação Permanente, das áreas de Reserva Legal, das o-
restas e dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Uso Restrito (pantanais e planícies
pantaneiras) e das áreas consolidadas das propriedades e posses rurais do país.
Metodologia
A presente investigação decorre de uma pesquisa descritiva, de campo, de abordagem quali-
tativa, constituindo-se de um estudo de caso. Os participantes da pesquisa foram 102 (cento e dois)
alunos do último semestre dos cursos de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia.
A quantidade da amostra mostrou-se satisfatória uma vez que este quantitativo é a média
expressa de formandos do curso de Agronomia ao ano para o campus de Belém, na modalidade
extensiva, selecionados por meio das notas obtidas pelo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM),
na qual são ofertadas 150 (cento e cinquenta) vagas para entrada anual. E nesta fase do curso, em
que ocorreu a pesquisa, os alunos já concluíram quase 90% de suas obrigações com as disciplinas
obrigatórias e eletivas, tendo, portanto, condições de avaliar seus conhecimentos a respeito da
necessidade do conhecimento da ferramenta CAR.
A escolha do Curso de Agronomia deu-se pela atuação deste prossional posteriormente
na área, na prestação de serviços a determinadas empresas ou instituições voltadas às agrárias.
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Andréia Costa de Sousa, Liliane Afonso de Oliveira e Luiz Augusto Silva de Sousa
Em seus 50 anos de existência, a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), lócus
desta pesquisa, destaca-se na Amazônia por ter prestado relevantes serviços à região amazônica,
em especial à formação de milhares de prossionais em Ciências Agrárias, incluindo estrangeiros
de mais de 15 países.
Os entrevistados foram devidamente esclarecidos verbalmente em salas de aula sobre os
objetivos e metodologia da pesquisa. Após os esclarecimentos, os entrevistados responderam o
questionário com 11 (onze) perguntas semiabertas e fechadas enviadas por email, onde manifesta-
vam seu interesse em participar da pesquisa. Desta forma tiveram também assegurados, os direitos
de sigilo de identidade e de voluntariado na pesquisa identicados como base quantitativa e, suas
informações foram descritas e, posteriormente, transferidas ao programa Microsoft Excel, para
assim ser realizado a análise descritiva dos dados para a elaboração dos grácos e tabelas.
A geração e difusão do conhecimento como componentes de um processo
A noção de conhecimento está e esteve intimamente ligada ao estágio de evolução em que
se encontram as sociedades em suas diversas épocas, modicando esse estágio e sendo por ele
modicada. Na medida em que a concepção de conhecimento sofre alterações no decorrer do
tempo, o próprio conteúdo do conhecimento vai sendo modicado, substituído e adicionado sob
várias formas. Mas anal o que vem a ser conhecimento? (Guedes; Duarte, 2000).
De acordo com Marconi e Lakatos (2005) existem quatro tipos de conhecimento: o popular, o
losóco, o religioso e o cientíco. Neste estudo, focamos nossas análises no conhecimento cientí-
co. Mendonça et al., (2003) armam que o conhecimento cientíco é obtido de maneira planejada,
ordenada e controlada, por meio de teorias objetivas, com métodos e técnicas especícas, para
que se permita a vericação da sua validade. Esse conhecimento é registrado em uma linguagem
rigorosa, possibilitando a sua transmissão e ampla utilização, sendo este o tipo de conhecimento
mais utilizado nos meios acadêmicos.
Destarte, como o conhecimento e a tecnologia em si não são neutros, ou seja, eles possuem
um lado técnico e outro social; várias consequências sociais da aplicação tecnológica pelo setor
produtivo serão geradas. É, portanto, esta característica de não neutralidade que torna indispensá-
vel o relacionamento e o diálogo entre os seus produtores (pesquisadores), os seus divulgadores
(extensionistas) e os seus adotantes (produtores agropecuários) (SOUSA, 1988).
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A importância da difusão do conhecimento da ferramenta CAR aos discentes de Agronomia
A difusão do conhecimento, principalmente no que tange os cursos de agronomia, sempre
esteve a cargo de empresas públicas de extensão rural, isto é, as universidades produzem o conhe-
cimento e essas instituições o difundem. Presentemente, as próprias universidades têm difundido
o conhecimento ali produzido por meio da chamada de extensão universitária. Contudo, ainda
existem parcerias entre as universidades e as empresas de assistência técnica e extensão rural.
Cabe salientar também que a disseminação do conhecimento se qualica de acordo com
os meios. Segundo Fujino (2019) ocorre a conversão da informação em conhecimento, quando o
indivíduo busca informações com um propósito denido, na tentativa de encontrar algo que pos-
sibilite alterar o seu nível de conhecimento, seleciona e processa a informação e, neste processo
muda a capacidade de conferir sentido, experiência, criando signicados.
A organização do conhecimento como uma organização capacitada, organiza seus recursos
e capacidades, transformando a informação em compreensão e insights, e disponibilizando esse
conhecimento por meio de iniciativas e ações, de modo a aprender a se adaptar a seu ambiente
mutável. Choo (2006) entende que a função primordial da administração da informação é garantir
que as necessidades de informação dos membros da organização sejam atendidas com uma mistura
equilibrada de produtos e serviços.
Variados são os meios de comunicação utilizados para viabilizar a difusão e a transferência
de conhecimento, tais como: dia de campo, unidade demonstrativa, unidade de observação, curso,
demonstração de resultados, treinamento, reuniões, demonstração de métodos, exposição em rádio
e televisão, publicação em periódicos, dentre outros (Franco, 2009).
A função da difusão é antes de tudo educativa, pois tende a produzir mudanças nos conhe-
cimentos, atitudes e destrezas das pessoas, para que possam conseguir o desenvolvimento tanto
individual quanto social.
Desse modo, deve-se entender a ideia da geração e difusão do conhecimento como compo-
nentes de um processo, que começa com o produtor, diagnosticando os problemas a serem pes-
quisados, posteriormente, passa pela experimentação; prossegue com teste da tecnologia gerada
e conclui-se com a incorporação de tecnologia aos sistemas de produção em uso pelos produtores
rurais (Carneiro et al., 2009).
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Andréia Costa de Sousa, Liliane Afonso de Oliveira e Luiz Augusto Silva de Sousa
A ferramenta CAR
O CAR é uma das principais ferramentas de amparo para o discente do curso de agronomia
e para o produtor rural. O cadastro pode ser preenchido no site www.car.gov.br ou nos sites dos
órgãos estaduais que utilizam sistema próprio integrado ao Sistema Nacional de Cadastro Ambiental
Rural (Sicar). O Poder Público oferece suporte técnico para a inscrição dos imóveis até 4 módulos
scais (medida que varia de acordo com o município). Para os assentados da reforma agrária, esse
suporte é fornecido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O CAR foi instituído pelo Código Florestal Brasileiro, Lei N° 12.651/2012 e é um registro
georeferrenciado das informações ambientais das propriedades e posses rurais do país. De acordo
com o Novo Código Florestal, as multas referentes ao desmatamento ilegal ocorridas antes de 2008
foram absolvidas, ocasionando a redução de mata nativa a ser restaurada. Nesse período, foi criado
o CAR para que houvesse a vericação do cumprimento da lei, a m de garantir o beneciamento
da anistia aos produtores.
O CAR caracteriza-se como uma ferramenta de registro eletrônico obrigatório para todos
os imóveis rurais, possui a funcionalidade de integrar os dados para o devido controle, monitora-
mento e combate ao desmatamento da mata nativa do Brasil, assim como auxilia na organização
do imóvel rural na questão ambiental e econômica. O Serviço Florestal Brasileiro (SFB) possui
a responsabilidade no âmbito federal de “apoiar a implantação, gerir e integrar as bases de dados
ambientais do CAR junto aos Órgãos de Meio Ambiente Estaduais (OEMAs) e outras organizações
em todo o território nacional” (AMBIENTE, 2019).
O CAR baseia-se na coleta de informações da propriedade rural, incluindo informações
da identicação do proprietário; da propriedade ou posse rural; identicação do perímetro
do imóvel; das áreas de remanescente de vegetação nativa, das Áreas de Preservação Permanente
(APP) e de Reserva Legal (RL), das áreas de uso restrito e consolidadas (BRASIL, 2012a; BRASIL,
2016).
A inscrição no CAR considera: dados do proprietário, possuidor rural ou responsável di-
reto pelo imóvel rural; dados sobre os documentos de comprovação de propriedade e ou posse; e
informações georreferenciadas do perímetro do imóvel, das áreas de interesse social e das áreas
de utilidade pública, com a informação da localização dos remanescentes de vegetação nativa,
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A importância da difusão do conhecimento da ferramenta CAR aos discentes de Agronomia
das Áreas de Preservação Permanente, das áreas de Uso Restrito, das áreas consolidadas e das
Reservas Legais.
Sabemos que para a proteção e segurança da fauna e ora de cada região é necessária a
conservação das orestas e também dos outros tipos de vegetação. Segundo Laudares; Silva; Bor-
ges (2014) a legislação brasileira contém dentre os principais instrumentos para assegurar essa
conservação, a APP e a RL.
As APP’s correspondem às áreas protegidas, cobertas ou não por vegetação nativa, com
a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade, facilitar o uxo gênico de fauna e ora, proteger o solo e assegurar o bem-estar
das populações humanas.
Laudares; Silva; Borges (2014) ponderam que o Brasil é um dos países pioneiros em re-
lação as leis que tratam do meio ambiente, é possível observar um grande progresso do país no
que tange a preservação do meio ambiente, mas que também ainda há um caminho longo a ser
seguido. Segundo Gomes e Martinelli (2012) o Código Florestal de 1965 apresenta falhas e uma
forte inecácia no que diz respeito ao monitoramento e regulamentação da extinção de orestas
e componentes da natureza.
Seguindo a premissa da inecácia do Código Florestal de 1965 (Gomes; Martinelli, 2012)
torna-se necessária uma forma de sanar as falhas da aplicação do Código Florestal. Então, criou-se
o novo Código Florestal que foi sancionado em 2012 sob a Lei Federal n° 12.651 que
visa facilitar a relação do produtor agrícola com a preservação do meio ambiente por meio
das delimitações de Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais. Possibilitou então a
exibilidade dos critérios de proteção, essenciais para o entendimento dos decretos.
O CAR constitui uma “base de dados estratégica para o controle, o monitoramento e o
combate ao desmatamento das orestas e demais formas de vegetação nativa do Brasil” (Laudares;
Silva; Borges 2014, p. 2).
Laudares, Silva; Borges (2012) citam que todas as informações referentes à situação ambiental
das áreas de preservação permanente, das áreas de reserva legal, das orestas e dos remanescentes
de vegetação nativa, das áreas de uso Restrito e das áreas consolidadas das propriedades e posses
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rurais do país irão compor uma base de dados integrada, com fotos de satélites, disponíveis a toda
população o que então pode-se dizer que o CAR surge como uma possibilidade de fomento para a
formação de corredores ecológicos e para a conservação dos demais recursos naturais, o que contribui
para a melhoria da qualidade ambiental.
Resultados e discussão: análise do perl dos estudantes entrevistados
A pesquisa compõe o perl e requisitos direcionados a percepção do discente diante da difusão
do conhecimento da plataforma do CAR. Na Tabela 1 estão contidas as principais características
correlacionadas ao perl dos discentes. A partir da Tabela 1 podemos observar que dentre os entre-
vistados da pesquisa, apresentou-se a frequência relativa entre homens (46%) e mulheres (54%), o
que podemos considerar uma frequência semelhante.
Esses dados também ocorrem no relatório divulgado pela Pró-Reitoria de Planejamento e De-
senvolvimento Institucional (PROPLADI/UFRA, 2014), a predominância entre homens (41,5%) e
mulheres (58,5%) é semelhante, em uma amostra com 591 estudantes (SANTANA, 2015). Observou-se
nesta pesquisa uma crescente inserção da mulher no nível superior da região. Isso pode ser reexo
direto do cenário atual das Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras onde os Dados do Censo
da Educação Superior de 2016, última edição do levantamento, revelam que as mulheres represen-
tam 57,2% dos estudantes matriculados em cursos de graduação. No Censo da Educação Superior
de 2006, as mulheres representavam 56,4% das matrículas em cursos de graduação (INEP, 2006).
Tabela 1. Perl dos discentes entrevistados do curso de Agronomia do campus da UFRA/Belém.
Fonte: Resultados da pesquisa (2019)
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A importância da difusão do conhecimento da ferramenta CAR aos discentes de Agronomia
Percebe-se, no que se refere à idade dos discentes, que varia entre 20 a 56 anos, possuindo
idade média de 25 anos. Ao analisarmos o Gráco 1 abaixo, constata-se o intervalo de faixa etária
com maior expressão que foi entre 20 e 24 anos (59%), seguido do intervalo de idade subsequente
25 a 29 anos (31%). Uma amplitude de idade bem distante e diferente de outras universidades
comparada a Finatti et al (2007) que constaram que na Universidade Estadual de Londrina 86,7%
dos alunos da graduação tinham idade até 26 anos. Costa et al. (2010) realizaram uma pesquisa
entre os alunos de Odontologia da Universidade Estadual de Montes Claros, e vericaram que
a idade dos alunos variou entre 18 e 27 anos, sendo 22 a média e variação de 21% com 21 anos.
Ademais, na pesquisa nacional feita pelo Fonaprace (2010) isso se conrma também, pois, 75%
dos discentes brasileiros são jovens com idade entre 18 e 24 anos, observou-se que a média de
idade foi 23 anos, porém a maior concentração de estudantes encontra-se na faixa de 21 anos. O
Censo da educação superior de 2015 aduz que a idade média dos alunos matriculados em cursos
presenciais em IES brasileiras é de 26 anos (CENSO 2015).
Gráco 1 - Faixa etária dos alunos entrevistados de Agronomia (cursando o 10º semestre)
Fonte: Dados da Pesquisa, 2019
Quanto ao local de moradia dos discentes constatou-se que 73% dos discentes participantes
da pesquisa residem em Belém, o que pode facilitar o acesso aos estudantes à universidade. Em
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contrapartida, 27% dos discentes não residem na capital, assim, deduz-se que esses estudantes
possam residir em cidades vizinhas pertencentes à região metropolitana e nos distritos pertencen-
tes a capital. Por certo, os mesmos precisam se deslocar, diariamente, à Universidade e em sua
maioria com recursos próprios. Sendo assim, entra o papel da Universidade através da Pró-reitoria
de Assuntos Estudantis cuja missão é desenvolver ações institucionais para viabilizar o acesso,
permanência e conclusão exitosa dos discentes dos cursos de graduação. O alcance desta missão
está pautado no esforço de assegurar igualdade de oportunidades e oferecer a estrutura de apoio
ao desempenho acadêmico, pessoal, social, emocional e prossional dos estudantes, de acordo
com os princípios e diretrizes contidos no Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), que
se traduz em condição necessária para viabilizar a política do MEC de expansão das Instituições
Federais de Ensino Superior (SANTANA 2015).
Cabe ressaltar que mesmo com uma porcentagem considerável de discentes residindo na
capital de Belém (73%), podemos observar que 90% do total dos estudantes arma ter contato
com meio rural. É muito importante que esses discentes possuam um convívio com o campo, pois
estudam na capital em um curso que possui essa necessidade, o conhecimento ao meio rural. Visto
que o contato com a realidade proporciona para o indivíduo, seja ele educador; pesquisador ou
educando, uma intervenção social, uma produção de conhecimento que envolve um saber coletivo,
não se resume apenas no ato de transmitir e receber e sim envolve uma prática social e a construção
do conhecimento (JEZINE, 2006).
Os discentes entrevistados e o contato com o meio rural
Dos discentes entrevistados que relataram ter contato com o meio rural (90%), foi ques-
tionado a forma que esse contato se sucede. Na Tabela 2 é possível observar que o maior contato
foi através de férias na casa de parentes (43%) e por seguinte por meio de alguma atividade da
universidade através de aulas práticas (19%), estágio (16%) e visitas técnicas (14%). Poucos resi-
dem no meio rural (2%), apesar de possuir parentes ou até mesmo os pais residirem e possuírem
negócios envolvidos no meio conforme descrito abaixo.
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Tabela 2. Forma de contato com o meio rural dos discentes entrevistados do curso de Agronomia do cam-
pus da UFRA/Belém.
Os discentes que tem o contato com o meio rural através da casa dos pais e parentes devem
ter um contato mais frequente por conta da facilidade ao acesso a esse meio, e isso contribui positi-
vamente na sua jornada acadêmica com a fácil compreensão dos assuntos abordados nas disciplinas.
Para que se compreendam as representações que os jovens constroem sobre a vida acadêmica
e o futuro prossional é necessário analisá-las como elementos afetivos, mentais e sociais, levando
em consideração as relações sociais que tendem a afetá-las, bem como a realidade material, social
e ideativa sobre a qual elas têm de intervir (JODELET; 2001).
Por isso a importância da Universidade fazer essa aproximação do discente com as ati-
vidades que cercam o curso de agronomia, sejam por meio de aulas expositivas, aulas práticas,
visitas técnicas e projetos de pesquisa e extensão universitária. De acordo com Jodelet (2001),
as representações sociais se manifestam como uma forma de conhecimento desenvolvida pelos
indivíduos e pelas sociedades para construir sua visão em relação a objetos, situações e contextos
aos quais estão articuladas.
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O conhecimento do CAR
Os entrevistados ao serem questionados se já teriam ouvido falar da ferramenta do CAR,
99% dos alunos entrevistados armaram positivamente tomar conhecimento da sua existência. Esse
resultado é bastante favorável, visto que essa plataforma é essencial na regularização e scalização
dos imóveis rurais após o a aprovação do novo código orestal brasileiro. Além do que, o CAR é
apontado por especialistas como o instrumento capaz de permitir que o poder público gerencie os
recursos orestais, ao proporcionar não só o cruzamento entre as informações de desmatamento
e as áreas constantes do CAR, mas a conciliação entre as atividades produtivas e a conservação
ambiental, de forma especialmente ágil e rápida (Pires, 2013).
Contudo, o meio em que os discentes entrevistados ouviram falar e tomaram conhecimento
da existência do CAR foi por meio das aulas ministradas na universidade (66%) em seguida atra-
vés de cursos (23%), palestras (7%) e estágio ou trabalho (4%), conforme apresentados na Tabela
3. Através destes dados podemos notar a grande importância e responsabilidade da Universidade
em repassar conhecimentos e atualizações a respeito de assuntos relacionados ao exercício dessa
importante ferramenta na formação desse prossional.
Tabela 3 – Meios de conhecimento do CAR
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A importância da difusão do conhecimento da ferramenta CAR aos discentes de Agronomia
Segundo Santos (2008, p. 64) as aulas são uma das principais formas de aprendizagem, no
entanto, o professor precisa atuar como mediador entre o aluno e o conhecimento. Para tanto, a
atuação do professor deve levar em conta que o aluno é o sujeito do conhecimento e não mero
receptor de informações. Podemos considerar válido todo o esforço no sentido de envolver os alu-
nos, tornando as aulas momentos de interação e aprendizagem, pois a difusão de todo e qualquer
conhecimento gerado é condição primordial para o desenvolvimento do público que necessita
dessas inovações (Sousa, 2001; Thiollent, 1984).
Para Cezar et al., (2000), o fato de repassar uma informação sob diferentes formas não
signica que a comunicação esteja acontecendo, pois a condição mais importante para ocorrer
comunicação é estabelecer um campo comum de interesses por meio de diálogo entre as partes.
Para isso, a extensão rural torna-se uma metodologia utilizada para difundir algum conhecimen-
to ou tecnologia, por meio do enfoque participativo. Por participação, pode-se entender como a
oportunidade dada às pessoas de expressar livremente seus pontos de vistas e agregar experiências,
conhecimentos e demandas na formulação de políticas e decisões que as envolvem.
Dos alunos entrevistados, todos concordam que a ferramenta é importante para sua formação
prossional, tanto para conhecimento técnico (55%), quanto para consultoria (44%) e concursos
públicos (1%), conforme exposto na Tabela 4. A ferramenta CAR apresenta-se de extrema impor-
tância hoje, pois traz muitos benefícios ao produtor rural.
Tabela 4 – Importância do CAR
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Andréia Costa de Sousa, Liliane Afonso de Oliveira e Luiz Augusto Silva de Sousa
Laudares; Silva; Borges (2014) reforçam que o CAR tem a pretensão de se tornar uma base de
dados estratégica para integrar as informações ambientais das áreas rurais, com o intuito de auxiliar a
recuperação de áreas degradadas, promover o controle e combate ao desmatamento. Assim, é preciso
analisar que o processo de registro e o mapeamento das áreas apresentam falhas e erros acumulativos
que potencializam o fracasso da ferramenta para com o objetivo a que se propõe. Por essa razão a
signicativa responsabilidade da formação de prossionais qualicados para o uso deste serviço.
O papel da universidade na formação desses prossionais
A respeito da formação de prossionais agrônomos preparados para o mercado de trabalho em
relação à utilização da plataforma do CAR, foi questionado aos discentes entrevistados se a univer-
sidade prepara seus alunos para o uso da plataforma, tal como costa no Gráco 3. Dos entrevistados,
87% armaram que o conhecimento sobre a plataforma, no ensino superior, não foi o suciente para
lhe preparar para o futuro mercado de trabalho. Em outros estudos, este sentimento de concluintes
de curso não se sentirem preparados para o mercado de trabalho é comum. De acordo com Gondim
(2002), o que parece ser um sentimento geral dos formandos, com raras exceções, é que a formação
universitária é insuciente para atender à demanda requerida no mercado de trabalho.
Gráco 2 – O conhecimento do CAR no ensino superior foi o suciente para o futuro mercado de trabalho.
Fonte: Dados da Pesquisa, 2019
O desenvolvimento cientíco e tecnológico, suporte fundamental da globalização, aumenta a
complexidade do mundo e passa a exigir um prossional com competência para lidar com um número
expressivo de fatores.
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A importância da difusão do conhecimento da ferramenta CAR aos discentes de Agronomia
Este perl prossional desejável está alicerçado em três grandes grupos de habilidades:
i) as cognitivas, comumente obtidas no processo de educação formal
(raciocínio lógico e abstrato, resolução de problemas, criatividade, capacidade
de compreensão, julgamento crítico e conhecimento geral); ii) as técnicas
especializadas (informática, língua estrangeira, operação de equipamentos e
processos de trabalho) e iii) as comportamentais e atitudinais - cooperação,
iniciativa, empreendedorismo (como traço psicológico e como a habilidade
pessoal de gerar rendas alternativas que não as oferecidas pelo mercado formal
de trabalho, motivação, responsabilidade, participação, disciplina, ética e a
atitude permanente de aprender a aprende. (GONDIM, 2002, p. 305).
No Gráco 3 é possível observar que os entrevistados apontaram a ausência de aulas práticas
(84%) como o principal motivo que interfere na eciência do ensino superior. As aulas práticas
ajudam os alunos no processo de interação, na apropriação e no desenvolvimento de conceitos
cientícos. Permitem que os estudantes aprendam a abordar objetivamente o seu mundo e a de-
senvolver saídas para situações que envolvam muitas variáveis.
Desta forma, partindo da hipótese de que as aulas práticas possuem potencial pedagógico na
aquisição do conhecimento cientíco pelos alunos, Rauber (2008) aponta que esta aproximação é
eciente para trocar os conhecimentos entre docentes estudantes-comunidade pela possibilidade
de desenvolvimento de processos ensino-aprendizagem a partir de práticas cotidianas.
Gráco 3 - O que falta para o conhecimento do ensino superior ser eciente
Fonte: Dados da Pesquisa, 2019.
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Andréia Costa de Sousa, Liliane Afonso de Oliveira e Luiz Augusto Silva de Sousa
Constatou-se que apenas 7% dos entrevistados apontaram para a falta de aulas teóricas. Para
Gondim (2002), formação teórica apresenta-se como inadequada por duas razões principais: “há um
descompasso entre o curso básico e o prossionalizante e, no caso das disciplinas prossionalizantes,
os professores não têm a experiência necessária para oferecer modelos práticos derivados das teorias
estudadas e analisadas no curso”. Segundo Rezende (2012), as instituições de ensino superior destinadas
à formação de discentes de ciências agrárias fundamentam-se em propostas curriculares baseadas na
divisão disciplinar, produzindo uma concepção fragmentada e técnica.
Entretanto, Pimenta (1995, p. 61) arma que educação é prática social que ocorre nas diversas
instâncias da sociedade. Conforme a autora, em sua reexão sobre o ensino teórico e a prática na
aprendizagem, a atividade teórica possibilita de um modo indissociável o conhecimento da realidade
e estabelece as nalidades para sua transformação. Porém, para tal transformação somente a atividade
teórica não será suciente, é necessário atuar na prática.
Deste modo, para conhecer é necessário lançar mão de vários recursos, já que o conhecimento
não é adquirido somente “contemplando” ou “olhando”, ele é adquirido com os indivíduos interagindo
com a realidade em estudo, em uma interação.
Considerações nais
Neste diapasão, observou-se que a maioria dos alunos entrevistados, concluintes do curso de
agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia, conhecem o CAR, porém não têm o conheci-
mento prático sobre a ferramenta, apresentando-se como um empecilho para a difusão do conhecimento
sobre o Cadastro Ambiental Rural dentro do curso.
Os dados apresentados reetem um décit na formação desses discentes para o mercado de
trabalho, visto que o Cadastro Ambiental Rural é de suma importância para a vida do produtor e este
prossional agrônomo pode se especializar no preenchimento deste Cadastro Ambiental Rural (CAR)
auxiliando o produtor a exemplo, para a obtenção de crédito agrícola, em todas as suas modalidades,
conquistando uma redução nas taxas de juros, além de proporcionar limites e prazos maiores quando
comparados a produtores que não possuem o cadastro e fazem uso de outras opções disponíveis no
mercado.
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Recebido em: 22 de junho de 2020.
Inserido em: 10 de agosto de 2020.
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