Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 9, n. esp. 1, e024008, 2024. e-ISSN: 2177-5060
DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v9iesp.1.19379 1
CINEMA DE ENGAJAMENTO, NEOLIBERALISMO E EDUCAÇÃO FORMAL:
POR UMA POLITIZAÇÃO DO OLHAR
CINE ENGAGEMENT, NEOLIBERALISMO Y EDUCACIÓN FORMAL: HACIA UNA
POLITIZACIÓN DE LA MIRADA
ENGAGEMENT CINEMA, NEOLIBERALISM AND FORMAL EDUCATION:
TOWARDS A POLITIZATION OF THE LOOK
Divane Oliveira de M. SILVA1
e-mail: divane.oliveira@ufpe.br
André Luiz dos S. PAIVA2
e-mail: andre.paiva@ufersa.edu.br
Kátia Silva CUNHA3
e-mail: katia.scunha@ufpe.br
Como referenciar este artigo:
SILVA, D. O. de M.; PAIVA, A. L. dos S.; CUNHA, K. S.
Cinema de engajamento, neoliberalismo e educação formal:
Por uma politização do olhar. Plurais - Revista
Multidisciplinar, Salvador, v. 9, n. esp. 1, e024008, 2024.
e-ISSN: 2177-5060. DOI:
https://doi.org/10.29378/plurais.v9iesp.1.19379
| Submetido em: 19/12/2023
| Revisões requeridas em: 04/01/2024
| Aprovado em: 20/01/2024
| Publicado em: 12/07/2024
Editoras:
Profa. Dra. Célia Tanajura Machado
Profa. Dra. Kathia Marise Borges Sales
Profa. Dra. Rosângela da Luz Matos
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Nova Caruaru PE Brasil. Doutoranda em Educação
Contemporânea- PPGEDUC/UFPE. Secretária Executiva no Campus do Agreste, da Universidade Federal de
Pernambuco e pesquisadora no Laboratório de Pesquisa em Políticas Públicas, Currículo e Docência.
2
Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró RN Brasil. Professor Visitante no Programa
de Pós-graduação Interdisciplinar em Cognição, Tecnologias e Instituições da Universidade Federal Rural do
Semi-Árido. Integrante do Grupo de Pesquisas Transdisciplinares sobre Estética, Educação e Cultura (UFPE).
3
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Nova Caruaru PE Brasil. Professora do Programa de Pós-
graduação em Educação (PPGE) e do programa de Pós-graduação em Educação Contemporânea
(PPGEDUC/UFPE). Professora do Núcleo de Formação Docente, no Centro Acadêmico do Agreste.
Cinema de engajamento, neoliberalismo e educação formal: Por uma politização do olhar
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 9, n. esp. 1, e024008, 2024. e-ISSN: 2177-5060
DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v9iesp.1.19379 2
RESUMO: Este ensaio provém de aprofundamentos teóricos no contexto temático de nossa
pesquisa no campo das políticas educacionais, em um programa de doutorado em Educação.
Objetivamos explorar a função pedagógica do cinema ante as práticas e regimes neoliberais,
focando no sofrimento psíquico causado aos indivíduos por meio da busca ao
empreendedorismo de si mesmos. Nossa abordagem está ancorada no pós-estruturalismo,
principalmente, pelo diálogo com Gilles Deleuze e Jacques Derrida, os quais, apesar de
divergências teóricas, compartilham o interesse em defender a multiplicidade de possibilidades
para futuros, que são incertos e indeterminados. Nessa direção, compreendemos que educação
formal é mobilizada constantemente a criar momentos reflexivos que questionem os problemas
emergentes na sociedade, inclusive, as tentativas de despolitizar os indivíduos e ignorar os
devires. Nesse sentido, com a finalidade de destacar as possibilidades do cinema de
engajamento na Educação, apresentamos ainda uma proposta de intervenção através da
utilização do curta-metragem El Empleo.
PALAVRAS-CHAVE: Cinema. Educação formal. Neoliberalismo. Empreendedorismo.
RESUMEN: Este ensayo se deriva de profundizaciones teóricas en el contexto temático de
nuestra investigación en el campo de las políticas educativas, en un programa de doctorado en
Educación. Nuestro objetivo es explorar la función pedagógica del cine frente a las prácticas
y regímenes neoliberales, centrándonos en el sufrimiento psíquico causado a los individuos a
través de la búsqueda del emprendimiento personal. Nuestro enfoque está anclado en el
postestructuralismo, principalmente a través del diálogo con Gilles Deleuze y Jacques Derrida,
quienes, a pesar de las divergencias teóricas, comparten el interés en defender la multiplicidad
de posibilidades para futuros que son inciertos e indeterminados. En esta dirección,
entendemos que la educación formal está constantemente movilizada para crear momentos
reflexivos que cuestionen los problemas emergentes en la sociedad, incluidos los intentos de
despolitizar a los individuos y de ignorar los devenires. En este sentido, con el fin de resaltar
las posibilidades del cine para involucrarse en la Educación, también presentamos una
propuesta de intervención a través del uso del cortometraje El Empleo.
PALABRAS CLAVE: Cine. Educación formal. Neoliberalismo. Empreendedorismo.
ABSTRACT: This essay stems from theoretical deepening in the thematic context of our
research in the field of educational policies, within a doctoral program in Education. We aim
to explore the pedagogical function of cinema in the face of neoliberal practices and regimes,
focusing on the psychological suffering caused to individuals through the pursuit of self-
entrepreneurship. Our approach is anchored in post-structuralism, mainly through dialog with
Gilles Deleuze and Jacques Derrida, who, despite their theoretical differences, share an
interest in defending the multiplicity of possibilities for futures, which are uncertain and
indeterminate. In this direction, we understand that formal education is constantly mobilized
to create reflective moments that question the emerging problems in society, including attempts
to depoliticize individuals and ignore becomings. In this sense, in order to highlight the
possibilities of cinema for engaging in Education, we also present an intervention proposal
through the use of the short film El Empleo.
KEYWORDS: Cinema. Formal education. Neoliberalism. Entrepreneurship.
Divane Oliveira de M. SILVA; André Luiz dos S. PAIVA e Kátia Silva CUNHA
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 9, n. esp. 1, e024008, 2024. e-ISSN: 2177-5060
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Introdução
A capacidade educativa do cinema tem sido objeto de estudo de vários pesquisadores
no Brasil, dentre os quais tomamos como referência Farina e Fonseca (2015), De Araújo Lima
(2018), Paiva (2022), especialmente pelo interesse em destacar as possibilidades
cinematográficas de despertamento político e engajamento. Com base nesses autores,
compreendemos que o cinema movimenta o pensamento e, por conseguinte, produz efeitos na
subjetividade humana. Sendo assim, a utilização de filmes na educação formal se apresenta
como ferramenta de estímulo à reflexão e à criticidade.
Neste ensaio, entranhados em uma perspectiva pós-estruturalista, partimos da
confluência das compreensões de Deleuze (2005) e Derrida (2015) com o objetivo geral de
explorar a função pedagógica do cinema, ante as práticas e regimes neoliberais que têm
influenciado os sistemas educacionais e provocado sofrimento psíquico, especialmente por
meio do incentivo ao empreendedorismo individual. Percebemos, dessa forma, que o aparato
neoliberal tem trazido inquietações e angústias, pois incita à comparação e à competição ao
fazer com que os indivíduos se enxerguem como rivais, o que desmobiliza práticas de altruísmo,
cooperação e solidariedade.
Nossa escolha teórica se porque Deleuze propõe uma abordagem do cinema como
uma arte do “movimento automático”, capaz de fomentar desejos e liberar a vida do controle
social (Maciel Júnior; Assis, 2014, p. 46). Derrida, por sua vez, enfatiza a desconstrução das
estruturas de poder e a abertura para múltiplas interpretações, questionando as narrativas
hegemônicas e as dicotomias determinantes (Aker, 2022). Esses dois pensadores nos levam ao
questionamento: como o cinema pode desafiar formas hegemônicas educacionais, estabelecidas
pelas dinâmicas neoliberais, e provocar novas formas de pensar?
Na intenção de trilharmos um caminho investigativo, articulamos esta pesquisa
abraçando o referencial teórico sugerido pelo componente curricular Cinema e Educação
Política oferecido pelo Programa de Pós-graduação em Educação Contemporânea da
Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico do Agreste, ao qual nos vinculamos,
e outros textos correlatos indicados para o doutoramento da primeira autora do ensaio. Assim,
trata-se de uma pesquisa de caráter bibliográfico e exploratório, que segue organizada em três
partes, que se configuram, assim, como seus objetivos específicos.
Na primeira parte, ressaltaremos alguns aspectos divergentes/convergentes entre os
pensamentos de Deleuze e Derrida, introduzindo a compreensão do neoliberalismo e do cinema
de engajamento, com ênfase em Deleuze. Na segunda parte, pensaremos nos desafios de
Cinema de engajamento, neoliberalismo e educação formal: Por uma politização do olhar
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suscitar novos olhares ao neoliberalismo na vivência escolar pelo cinema de engajamento,
vinculadas às possibilidades de desconstrução estrutural defendidas por Derrida. Na terceira
parte, abordaremos os potenciais benefícios da incorporação do cinema de engajamento às
escolas, em termos de questionamentos sobre o neoliberalismo. Nesse sentido, apresentaremos
um curta metragem animado latino-americano que fez parte de nossas discussões como
possibilidade de introdução deste debate em turmas do Ensino Médio. Por fim, traremos
algumas considerações (in)conclusivas.
De um ponto de vista metodológico, a opção foi por uma lógica ensaística, por esta
permitir uma aproximação mais coerente com os referenciais teóricos utilizados, uma vez que
mobiliza de maneira mais fluida as discussões realizadas e os movimentos reflexivos que são
aqui desenvolvidos. Dessa forma, torna-se possível a construção de contatos entre as teorias, o
cinema e suas possibilidades de intervenção quando se trata de sua produção, circulação, fruição
e engajamento na relação com contextos escolares.
Um pouco de Deleuze e Derrida, neoliberalismo e cinema de engajamento
Gilles Deleuze e Jacques Derrida são dois filósofos franceses do século XX cujas obras
influenciaram significativamente a filosofia contemporânea. Embora compartilhem
características pós-estruturalistas, apresentam abordagens teóricas divergentes, consideradas,
por vezes, posições filosóficas inconciliáveis. Mesmo com distinções, que se dão especialmente
pelo desvio acentuado na forma como respondem ao problema da diferença
4
, aspectos em
que suas ideias se encontram e se complementam, mesmo parecendo complicadas à primeira
vista.
Entre as aproximações, destacamos a ideia de diferença contrastante à concepção mais
restrita encontrada na filosofia de Platão (Cisney, 2018). Ao enxergarem a diferença como algo
não dialético, ou seja, não simplesmente como algo que “é” ou “não é”, eles a defendem como
um processo em movimento dinâmico e em constante transformação. Essa abordagem
filosófica tem implicações ético-políticas, apontando uma atitude de disponibilidade
ambivalente em direção ao futuro e à possibilidade de mudança.
4
Deleuze formula uma concepção afirmativa da diferença, se concentrando na multiplicidade e na força criativa.
a différance de Derrida equivale a uma negatividade insolúvel, dando lugar à desconstrução e a possibilidade
de destacar a instabilidade e a falha na presença plena de significados (Cisney, 2018). Em termos psicanalíticos
isso gera uma incongruência: enquanto Deleuze defende o desejo como um potencial produtor, processo
afirmativo, que independe do querer, Derrida entende o desejo como oriundo da ausência, ou seja, da negatividade
(Hur, 2020).
Divane Oliveira de M. SILVA; André Luiz dos S. PAIVA e Kátia Silva CUNHA
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Desse modo, ambos nos incentivam a estarmos abertos à compreensão de que o futuro
não depende do passado. Somos provocados a pensar de maneira não fixa, ou não determinada,
e convidados a usar a filosofia como ferramenta para entender o mundo. Deleuze e Derrida
acreditam que a vida é cheia de expressão, e em vez de apenas nos preocuparmos com os
problemas de justiça, democracia, amizade, dádiva, hospitalidade e perdão, talvez seja mais útil
considerar como funcionam. Assim, apesar das diferenças em seus vocabulários filosóficos, é
possível identificar uma área de convergência quando se trata de seus conceitos sobre a função
política da filosofia (Patton; Protevi, 2003).
Nessa ótica, somos mobilizados a questionar os problemas que nos cercam, inclusive,
aqueles que envolvem a mecânica neoliberal. Cabe aqui ressaltar que o termo “neoliberalismo”
é frequentemente utilizado de maneira ampla e imprecisa, sendo aplicado de forma genérica em
diversos contextos políticos e econômicos ao longo dos anos. No entanto, é crucial destacar que
o regime neoliberal não se restringe ao aspecto socioeconômico; ele atua como uma dimensão
que cresce globalmente, buscando influenciar as subjetividades e as normas existenciais
(Dardot; Laval, 2016). De acordo com Safatle et al. (2021), o neoliberalismo não é apenas uma
abordagem econômica, mas também um estilo de vida que permeia o trabalho, a linguagem e
os desejos das pessoas, contribuindo para o sofrimento psíquico.
Esses impactos emocionais são relatados em diversos trabalhos científicos. Scharff
(2016) traz um importante apanhado de pesquisas que se debruçaram em captar aspectos
psíquicos dos sujeitos neoliberais. Os estudos relatam traços de rejeição à vulnerabilidade e,
por conseguinte, manifestação de individualismo intensificado, ou seja, falta de empatia com
as dificuldades dos outros. Também foi percebido o repúdio às dependências; a ilusão de
autonomia; e a ênfase na responsabilidade pessoal. Destacamos que o autor identificou vários
trabalhos que associaram ao sujeito neoliberal sentimentos relacionados à insegurança, ao
medo, à ansiedade, ao estresse e à depressão.
Em parceria com Guattari, Deleuze analisou o capitalismo atual que aqui trazemos
como neoliberal nos aspectos psicológicos e na produção inconsciente dos desejos (Deleuze;
Guattari, 2010). Juntos, os filósofos estudaram como as mudanças na forma como as pessoas
desejam estão relacionadas com a evolução do sistema econômico, argumentando que o
capitalismo neoliberal está causando problemas psicológicos, como paranoia e esquizofrenia,
devido à pressão para produzir mais e acumular riqueza de forma ilimitada. Também criticaram
a ênfase na competição individual, que, segundo eles, controla e modifica os desejos das
pessoas, influenciando a sociedade de várias maneiras (Cangiano, 2022).
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Nesse contexto, percebemos que a força neoliberal vem influenciando a Educação
Básica brasileira. As mudanças nos sistemas educacionais nos últimos anos têm ocorrido a
partir da lógica neoliberal, visto o estabelecimento de padrões de referência, a introdução de
índices de qualidade, a promoção de duvidosas
5
transparências e adoção de evidências nas
qualificações (Silva, 2023). Assim, esse conjunto de mudanças, supostamente necessárias,
envolve avaliações comparativas e competitivas, que introduzem modelos neoliberais,
ferramentas do mercado e novas formas de governanças, remodeladas por inspirações do setor
privado e pela influência de órgãos internacionais, visando o “desenvolvimento de
competências” (OCDE, 2005, p. 2).
Nesses termos, pressupostos funcional-econômicos no propósito educativo, bem
como a ambição de extrapolar e mercantilizar as capacidades e a aprendizagem de cada
indivíduo. Para além dessas alterações, consideramos relevante pensar na política nacional do
“Novo Ensino Médio”. Para esta etapa, a Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2017),
define a inserção do “Projeto de Vida”, o qual entendemos com Brito (2023, p. 3) induzir a
um tempo/espaço curricular que, ao disseminar os princípios neoliberais
(empreendedorismo, produtivismo, competitividade, utilitarismo, responsabilização)
estariam potencializando a produção de subjetividades e modos de vidas moldados
pelo capitalismo contemporâneo, engendrados em determinadas práticas pedagógicas.
Pelo exposto, percebemos que as ideologias neoliberais e conservadoras nas políticas
curriculares do Ensino Médio no Brasil, por meio do componente curricular “Projeto de Vida”,
estão associadas ao “empreendedorismo” e o “capacitismo”, tal como afirmam Macedo e Silva
(2022, p. 1). A aprendizagem passa a ser um dever que é imposto aos indivíduos em nome de
ideais abstratos como a “economia global” ou “competitividade global” (Biesta, 2011, p. 59,
tradução nossa).
O principal impulso, nesse sentido, tem sido baseado no desejo de aumentar a
competitividade ao nível mundial para o mercado de trabalho. As reformas respondem às novas
demandas neoliberais-conservadoras, descomprometendo-se com a promessa de “justiça
social” e “democracia”; e redefinindo a competição e o sucesso “com base em recompensas
emocionais ou socioafetivas” (Macedo; Silva, 2022, p. 18).
Assim, os processos educacionais formais passam a aproximar-se de um projeto de
desenvolvimento econômico que se distancia de uma concepção de educação interessada na
5
Em virtude de nossa perspectiva pós-estrutural, questionamos a possibilidade de qualquer neutralidade.
Acrescentamos que em detrimento à autoridade pedagógica profissional, os índices que geram as evidências
satisfazem expectativas neoliberais.
Divane Oliveira de M. SILVA; André Luiz dos S. PAIVA e Kátia Silva CUNHA
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formação humana. Os estudantes são vistos como clientes individualizados que adquirem a
aprendizagem, as competências e as qualificações necessárias para competirem
profissionalmente num mercado global que exige rápida adaptação às mudanças. O estudante
competitivo torna-se o tipo ideal no meio educacional cada vez mais corporativo nos dias atuais.
Entendemos, no entanto, que a competição é um dos aspectos nocivos do
neoliberalismo. Ela opera individualmente de forma interna, na concorrência consigo mesmo,
e de forma externa, na convivência com os outros (Scharff, 2016). Nesse sentido, o “eu”
neoliberal é um sujeito empreendedor, que tende a rejeitar aqueles que não seguem seu estilo
de vida. Os empreendedores agem como se fossem seus próprios negócios, demonstram
coragem diante dos riscos, habilidade na gestão de desafios e tendem a esconder suas
dificuldades. Contudo, eles recorrem a diferentes discursos que ocultam a necessidade de
mudança social. Em vez de focar na esfera social e política, o desejo de mudança é direcionado
para dentro, resultando em autocrítica, dúvidas e ansiedade (Scharff, 2016).
Nesse cenário, a imagem cinematográfica pode contribuir para uma compreensão mais
profunda da condição humana e de seus dilemas, promovendo o engajamento. Sob a perspectiva
de Deleuze (2005), compreendemos que o cinema oferece possibilidades únicas de reflexão e
aprendizagem, enriquecendo o processo educacional. Ele seria uma ferramenta para desmontar
aquilo que é comumente aceito como “verdade” e, em simultâneo, poderia nos impulsionar na
adoção de novos modos de pensar. Esta dinâmica pode ser significativa para contemplar e
estabelecer diálogos com a realidade, permitindo a concepção de novas maneiras de existir e
uma reestruturação da nossa compreensão do mundo.
Ao desafiar as estruturas políticas e as percepções individuais, o cinema se posiciona
como uma espécie de contra narrativa que confronta os sistemas de poder que subjugam. Ele
viabiliza novas formas de interação com a realidade ao modificar os padrões de sensibilidade e
pensamento (Paiva, 2022). Esta forma de cinema tem o potencial de influenciar a esfera das
formações políticas individuais, desencadeando aspectos anteriormente inimagináveis.
As novas perspectivas imaginadas tornam-se impulsos poderosos que influenciam as
ações coletivas (Deleuze; Guattari, 2010). A compreensão da política através dessa ótica do
desejo sugere a criação de um cenário no qual diferentes possibilidades se manifestam,
estimulando e integrando ações coletivas em direção a esses caminhos alternativos. A
habilidade do cinema em influenciar a experiência do espectador, impactando seus
pensamentos e emoções, é reconhecida como uma força singular, especialmente evidente no
cinema de engajamento.
Cinema de engajamento, neoliberalismo e educação formal: Por uma politização do olhar
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Nesse prisma, “o cinema pode afetar o real e tensionar os esquadrinhamentos dos
territórios e as gestões de nossa vida coletiva, recompondo, assim, outras possibilidades de vida
em comum” (De Araújo Lima, 2018, p. 127). Uma proposta de uso do cinema para o
engajamento pode criar espaços alternativos e flexíveis, que possam existir por um tempo e se
adaptar conforme necessário.
Percebemos que a ação emocional que o cinema produz altera a compreensão da
realidade, introduzindo elementos imprevistos que desestabilizam e reconfiguram suas
estruturas preexistentes. É como inventar territórios temporários e fluidos, que podem não se
restringir apenas ao uso pedagógico, mas invadir a escola, o ambiente de trabalho, as dinâmicas
familiares, e outros âmbitos sociais. Isso implica buscar alianças que nos protejam contra a
captura dos nossos desejos pelas estruturas que tentam nos transformar em seres padronizados
e passíveis de controle, sejam elas sociais ou laborais.
Na seção seguinte, exploraremos os desafios de promover uma nova perspectiva sobre
o neoliberalismo na experiência educacional, utilizando o cinema de engajamento como
ferramenta.
Desafios na vivência escolar: desconstruindo o neoliberalismo pelo cinema engajado
Como discutido, as reformas no Ensino Básico brasileiro respondem às novas
demandas neoliberais-conservadoras, as quais não criam condições para uma vida psíquica
saudável. A introdução do componente “Projeto de Vida” nas escolas de Ensino Médio tem
fortes implicações para os indivíduos, entre as quais destacamos aquelas relacionadas ao
empreendedorismo. Nessa ótica, a competição e o sucesso, motivados por recompensas,
reduzem o mundo a perdedores e vencedores, como apontado por Brown (2018).
Assim, como Macedo e Silva (2022), percebemos que a ênfase no empreendedorismo
afeta as percepções dos estudantes sobre o sucesso e o bem-estar ao desconsiderar as condições
materiais e sociais desiguais que impactam suas oportunidades de empreender e alcançar o
sucesso. Além disso, ao promover uma ideia de felicidade como um projeto de vida baseado no
empreendedorismo, as políticas curriculares desconsideram as realidades e demandas dos
estudantes, reforçando a estratificação social e desvalorizando o sucesso para grupos menos
favorecidos.
Considerando a educação formal como uma prática com um propósito direcionado, é
imperativo questionar os propósitos e alvos dos esforços educacionais. Em contraposição ao
Divane Oliveira de M. SILVA; André Luiz dos S. PAIVA e Kátia Silva CUNHA
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vazio promovido pelo individualismo, é crucial reconhecer a autoridade das instituições e dos
professores, como especialistas na identificação e na avaliação crítica do social para a
democracia, a coexistência pacífica e o florescimento humano. Desse modo, eles podem/devem
sistematicamente engajar os alunos em questões relevantes, possibilitando não apenas a
ampliação dos limites de compreensão de cada aluno, mas também possibilitando que
naveguem por múltiplas perspectivas.
Mas como poderíamos perceber a ligação entre o cinema de engajamento, como
ferramenta educacional, e o conceito de “desconstrução” desenvolvido por Derrida, o qual
aparentemente foca apenas na escrita? O próprio Derrida (2015) explica que, com o aumento
da tecnicidade, o cinema, de forma paradoxal, está se tornando mais literário e vice-versa.
Sendo assim, tanto a escrita quanto o cinema estão envolvidos nos mesmos movimentos
técnicos e estéticos, com possibilidades infinitas, cada vez mais refinadas e aceleradas, oriundas
das atualizações tecnológicas, as quais abrangem computadores, internet, imagens sintéticas,
etc. Nesse aspecto, a desconstrução se torna importante devido às possibilidades permitidas
pela tecnologia à narratividade.
Contudo, Derrida (2015) nos aponta um motivo mais relevante. A escrita e o cinema
representam uma quase apresentação do mundo, cujo passado é irrepresentável em sua presença
viva. É pela característica da “montagem”, encontrada em ambos, que a prática de
desconstrução se mostra potente. A escrita/discursividade, tal como o cinema, explora todas as
possibilidades de montagem, com jogos ritmos, enxertos de restrições, inserções, mudanças de
linguagem e cruzamentos entre as artes.
Para Derrida (2015), embora um pouco mais livre das leis comerciais ou midiáticas que
circundam o cinema, a escrita compartilha uma visão cinematográfica do mundo. Um escritor
é sempre um montador, ou seja, um editor. Quando escrevemos, projetamos uma espécie de
filme. Assim, o discurso e o cinema/imagem não devem ser compreendidos de formas
diferentes.
O modo como um filme é visto e percebido tem relação com os processos psicanalíticos.
Derrida (2015, p. 38, tradução nossa) afirmou que “[...] explodir um detalhe é algo que tanto a
câmera de cinema quanto a psicanálise fazem”. Quando um filme foca em um detalhe
específico, não apenas fornece uma ampliação ao detalhe, mas também oferece acesso a uma
cena diferente, e sentimentos e imagens permanecem conosco em nossas memórias, corpos e
desejos. Portanto, “[...] todo espectador, ao assistir a um filme, está em comunicação com algum
trabalho do inconsciente [...]” (Derrida, 2015, p. 26, tradução nossa).
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Assim, o invisível se apresenta mais importante do que o visível. Nas palavras de
Derrida (2015, p. 36, tradução nossa), o invisível “[...] se lança como um lance de dados,
retransmitido ou não (cabe ao destinatário responder) por outros textos, outros filmes”.
Entendemos que aquilo que não é explicitamente mostrado em um filme pode ser interpretado
e retransmitido, pois o significado nunca é dado e não há processo que o organize, contribuindo
para o estado de indeterminação e indecidibilidade.
Ao considerar a indecisão, envolvemos a reescrita do texto em direções diversas,
priorizando a constante postergação do significado. Isso destaca a importância da
“multiplicidade” e da “polissemia”, fundamentadas na noção de que a estrutura não é o
elemento determinante. Esse aspecto, de influência pós-estrutural, enfatiza a diversidade de
interpretações e significados possíveis para um texto, quer seja escrito ou visual, reforçando
que não uma determinação estrutural fixa. Ou seja, o implícito é transmitido de forma
indireta e pode ser interpretado de diferentes maneiras por quem assiste ao filme, pois cada
espectador projeta algo privado na tela, como “fantasmas” pessoais, que não deixam de ser
coletivos.
Nesses termos, percebemos dois ângulos: uma desconexão numa sala de cinema, pois
cada espectador experimenta sozinho. No entanto, pela natureza de projeção em um teatro, o
cinema apela à coletividade, ao espetáculo comunitário e à interpretação. Todavia, não se trata
de uma “individualidade”, ou de uma “coletividade”, mas de uma “singularidade”, a qual
“desloca, desfaz o vínculo social e o reproduz de outra forma. É por esta razão que existe numa
sala de cinema uma neutralização do tipo psicanalítico: estou sozinho comigo mesmo, mas
entregue ao jogo de todos os tipos de transferência” (Derrida, 2015, p. 29, tradução nossa).
Assim, a percepção cinematográfica seria única em sua capacidade de proporcionar uma
compreensão, por meio da experiência com um jogo de significantes, semelhante à prática
psicanalítica. A hipnose, o fascínio e a identificação poderiam ser compartilhados entre o
cinema e a psicanálise, estabelecendo uma interconexão fundamental, o que Derrida (2015, p.
26, tradução nossa) considera de extrema importância, pois seria um sinal de “um pensar junto”
entre os dois campos.
Nessa direção, destacamos a importância de conceber o cinema como uma ferramenta
de engajamento e resistência, pois permite envolver seu público tanto em sua narrativa como
nas questões sociais por ela trazidas. Além disso, o cinema engajado permite tanto a crítica do
presente como a imaginação do futuro, produzindo efeitos no campo das subjetivações políticas
Divane Oliveira de M. SILVA; André Luiz dos S. PAIVA e Kátia Silva CUNHA
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(Paiva, 2022). A partir do perceber, do agir e do afetar, o cinema perturba a realidade do mundo,
a falsifica e reintroduz elementos inesperados em seus arranjos.
Diante do exposto, na próxima seção, abraçaremos o desafio de explorar algumas
interações e possibilidades de abordagens de engajamento por meio do cinema. O desafio é
escapar das estruturas sociais que muitas vezes nos aprisionam, buscando caminhos mais livres
e dinâmicos, semelhantes a uma jornada nômade (Deleuze, 2012), repleta de potencialidades
ainda não realizadas, do imprevisto e do alinhamento com desejos e vitalidade.
Potência do cinema engajado nas escolas: o neoliberalismo questionado
O cinema, como expressão artística, combina elementos visuais, sonoros e narrativos
para contar histórias e explorar ideias. Ao analisar e debater filmes, os estudantes têm a
oportunidade de aprofundar sua compreensão dos aspectos criativos e estéticos do cinema.
Além disso, as conversas inspiradas por obras cinematográficas não apenas enriquecem a
compreensão da cultura e da sociedade, mas também estimulam o pensamento crítico e
expandem a capacidade de expressão e engajamento dos indivíduos. Isso tudo promove a
diversidade e a representatividade, tornando-se uma maneira poderosa de aprender e
compreender o mundo ao nosso redor.
Para introduzir uma discussão que envolva os estudantes do ensino médio, propomos o
uso do curta-metragem El Empleo/O Emprego (2008). Dirigido por Santiago Bou Grasso e
Patricio Plaza, o curta oferece uma crítica perspicaz e compacta sobre o destino do trabalho na
sociedade capitalista, destacando-se por sua inteligência e brevidade em apenas sete minutos.
El Empleo apresenta uma narrativa fluida que captura nossa atenção sem abrir mão do seu
engajamento político, sendo contemplado com mais de cem prêmios e indicações em festivais
de cinema (Marinho, 2021). Sua reflexão direta sobre as relações laborais contemporâneas
transcende o retrato clássico de Charlie Chaplin em Tempos Modernos (Chaplin, 1936), que
abordava a alienação do trabalhador na linha de montagem industrial, a repetição de
movimentos, o esgotamento físico e mental, entre outros aspectos.
O curta-metragem El Empleo é altamente relevante nos dias atuais, especialmente num
contexto no qual termos como “terceirização” e “empreendedorismo” são usados para mascarar
questões críticas como a crise econômica e o desemprego (Ferreira, 2017). A obra representa
de forma extrema a realidade contemporânea, onde a sociedade parece estar se transformando
para criar empregos, mas ao custo de indivíduos sendo reduzidos a meros objetos em supostas
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formas “inovadoras” de “prestação de serviço”. O filme mostra pessoas desempenhando
funções que vão desde cabides até abajures, proporcionando uma reflexão profunda sobre essa
situação surreal e tragicômica, convidando à ponderação sobre as complexas implicações dessa
realidade.
Essa animação satírica aborda questões cruciais relacionadas ao trabalho, à alienação e
à desumanização das atividades laborais. Sua narrativa retrata um mundo onde até as tarefas
mais simples são tratadas como empregos formais. Como parte de uma abordagem educacional,
essa proposta visa envolver os estudantes no engajamento e na resistência quanto à exploração
do empreendedorismo, estimulando o pensamento crítico e a reflexão sobre o mundo do
trabalho.
Assim, o uso do curta poderia ter como objetivos: instigar reflexões que conectem o
curta El Empleo com a realidade dos estudantes, buscando pontos de contato entre a obra e o
mundo em que vivem; adotar uma postura crítica em relação à produção audiovisual proposta,
embasando os argumentos de maneira sólida e fundamentada; expandir e aprofundar o
repertório argumentativo e reflexivo dos alunos sobre temas contemporâneos, tais como a
natureza do trabalho, a alienação e desumanização das atividades laborais, o mercado de
trabalho e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional; fomentar a criatividade e a produção
de conteúdo audiovisual dos estudantes por meio de projetos paralelos.
Evidentemente, todas essas possibilidades nos ocorrem a partir do próprio efeito que o
filme elegido nos produz, engajando-nos desde sua narrativa a pensar aspectos da realidade
social contemporânea que podem encontrar repercussões em dinâmicas formais de educação.
Nesse sentido, ao propor uma possibilidade de aplicação do curta, não pretendemos impor uma
visão totalizante da obra ou dos processos educativos, pois, assim como o cinema e as escritas,
as intervenções escolares devem advir de um processo de montagem relacionado ao seu
contexto de produção, mantendo a estrutura de aprendizagem sempre aberta.
Seguindo nesse fluxo necessariamente aberto, e à luz das teorias de Deleuze e Derrida,
ainda podemos explorar como a narrativa e as mensagens transmitidas pela obra El Empleo se
conectam com outras de suas ideias filosóficas:
a) Deleuze e o conceito de sociedade disciplinar versus sociedade de controle:
Deleuze (1992) aborda a transição da sociedade disciplinar, onde o confinamento era
predominante, para a sociedade de controle, onde os limites temporais e espaciais se diluem.
As sociedades disciplinares são caracterizadas por instituições como escolas, fábricas e prisões,
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que impõem um controle rígido sobre os indivíduos por meio de estruturas hierárquicas e
disciplinares. exemplos de controle são os treinamentos contínuos, assim como os sistemas
de remuneração baseados no desempenho tanto na esfera educacional quanto na corporativa.
No curta, a representação das atividades cotidianas transformadas em empregos formais
pode ser vista como uma extensão dessa ideia da sociedade de controle. Nessa dinâmica, nunca
se conclui algo e o indivíduo não é mais um ser confinado, mas sim um sujeito “endividado”
(Deleuze, 1992, p. 224). Ele mostra como até mesmo as ações mais simples são integradas a
uma estrutura de controle, na qual cada detalhe da vida é monetizado e submetido a regras e
normas trabalhistas. Podemos pensar, por exemplo, como na escola e no trabalho não se trata
mais sobre terminar algo e pronto, e sim, sobre sempre aprender ou provar que você vale algo
através do seu desempenho. É como se nunca houvesse um ponto final. E o que é mais
inquietante é que as pessoas não se sentem apenas presas por regras, mas também por dívidas
ou obrigações constantes. uma grande mudança na maneira como as coisas costumavam ser
na sociedade disciplinar, ainda que na sociedade de controle não se trate do encerramento das
lógicas disciplinares, mas de sua reformulação coexistente com as dinâmicas de controle.
b) Derrida e a desconstrução das estruturas convencionais:
Derrida introduziu o conceito de desconstrução, questionando as estruturas binárias e
hierárquicas do pensamento. No contexto de El Empleo, a desconstrução pode ser apreciada no
questionamento das estruturas convencionais do trabalho. O curta mostra a transformação de
atividades corriqueiras em empregos, levando à reflexão sobre as suposições por trás dessa
prática, entre elas, como o pensamento neoliberal atinge profundamente a forma como as
pessoas se veem e agem, visto que, passam a adotar comportamentos empresariais em suas
vidas diárias.
Dentro dessa lógica, que reorganiza e justifica o capitalismo, o neoliberalismo coloca a
competição como um princípio fundamental, até mesmo no jeito como as pessoas se enxergam.
De acordo com Dardot e Laval (2016, p. 201), a maneira como cada um se e se comporta
em todos os aspectos da vida é como uma categoria de investimento que precisa render lucro.
Esse novo sujeito é moldado por pressões para alcançar metas e prazeres específicos, o que leva
a um comportamento psíquico frenético e doloroso, pois o “indivíduo empreendedor” precisa
estar totalmente imerso na mentalidade competitiva do neoliberalismo. Ao desnaturalizar a
ideia de que tudo pode ser transformado em trabalho formal, o filme incita uma desconstrução
dos valores e das normas que regem o mundo do trabalho.
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c) Interseção entre Deleuze, Derrida e El Empleo:
A obra cinematográfica pode ser vista como uma representação visual e simbólica das
transformações sociais e econômicas contemporâneas. A ótica ideológica delineada visualiza
indivíduos sob a égide do “empreendedorismo de si”. Conectar essa ideia ao pensamento de
Deleuze e Derrida amplia a análise crítica do curta, destacando questionamentos não apenas
das estruturas trabalhistas, mas também às noções arraigadas de valor, significado e
normalidade no contexto laboral e social. A relação entre o filme e as teorias de Deleuze e
Derrida permite uma exploração mais profunda das implicações sociais, culturais e filosóficas
das mudanças na esfera do trabalho e da vida cotidiana.
Nesse contexto de grande pressão, o indivíduo se submete a um ideal de perfeição,
direcionando obsessivamente seus esforços para o trabalho, relegando sua realização pessoal
em favor do sucesso profissional. Esse culto à excelência instiga uma busca incessante e
interminável, tornando a competência profissional o único atributo valorizado e almejado,
enquanto a vida do indivíduo se restringe ao sucesso alcançado na carreira, resultando em
sofrimento e desequilíbrio tanto físico quanto mental.
No entanto, o curta-metragem reserva uma cena pós-créditos de grande relevância. Nela,
a personagem previamente objetificada como um abajur se liberta dessa condição, arrancando
esse papel simbólico de seu corpo e lançando-o ao chão. Esse momento suscita reflexões sobre
as possibilidades de resistência e transformação. Assim como Deleuze (2005, p. 190),
acreditamos na potencialidade do cinema em provocar uma ruptura, um “choque que desperta
o pensador”, incitando-o a questionar suas visões habituais. Esse impacto pode gerar uma
mudança na sociedade, abrindo novas perspectivas de pensamento e percepção, desafiando as
normas estabelecidas.
Em consideração a isso, entendemos que o futuro não se encontra enclausurado em uma
rota pré-determinada; ao contrário, é um espaço aberto para surpresas e mudanças constantes.
Derrida (2003) explora essa diferença entre o futuro previsível avenir/advir e o porvir
devenir/devir. Essa ideia pode ser relacionada às reflexões sobre o destino da educação formal
no Brasil, sobre os horizontes dos jovens e como o “planejado” pode ser interrompido por algo
inesperado e mais enriquecedor. Pois, o futuro é uma jornada em andamento, uma trajetória em
construção, portanto, marcada por sua imprevisibilidade e pelo constante movimento. Os
aparentes consensos em relação ao “empreendedorismo de si” intentam moldar a percepção do
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social. Contudo, são frutos de construções hegemônicas, que ocultam a presença constante de
influências externas com fins à despolitização dos indivíduos.
Considerações (in)conclusivas
Apreendemos ser profícuo discutir a problemática da inserção da gestão empreendedora
nas subjetividades, uma vez que intenciona despolitizar os indivíduos, desvinculando-os de
outras possibilidades ou percepções do mundo, que não sejam sob a ótica mercadológica. Essa
abordagem, que encara o ser humano como uma entidade empresarial, é um dos reflexos da
ideologia neoliberal.
Nessa ótica, o empreendedorismo é aclamado como solução para problemas sociais e
cada pessoa passa a ser considerada como uma peça na engrenagem, um objeto instrumental e
utilitário em prol da otimização de desempenho e lucratividade, cuja falha pode resultar em
substituição por outra mais “competente”. O “empreendedorismo de si” contribui para a
formação de uma subjetividade marcada pela pressão por desempenho, competição constante e
busca por autorrealização individual. Os indivíduos são levados a internalizar a ideia de que
devem ser autossuficientes, competitivos e bem-sucedidos, o que pode gerar ansiedade, estresse
e até mesmo o colapso psíquico.
Diante da problemática, apresentamos como o uso do cinema de engajamento na
educação formal oferece um espaço onde questões, conhecimentos e valores podem ser
discutidos, expandindo a compreensão sobre nós mesmos, nossos limites e o mundo.
Entendemos que a partir dessas discussões, grupos de indivíduos mais saudáveis, inspirados,
engajados, criativos e empáticos podem formar-se, prontos para enfrentar o mundo e resistir às
investidas despolitizantes, que prometem futuros previsíveis ou forjados pelo ilusório
empreendedorismo de si mesmos.
O movimento automático do cinema afeta o espectador, podendo forçá-lo a sentir,
pensar e agir (Deleuze, 2005). Esse potencial cinematográfico pode fomentar desejos e liberar
a vida das normas neoliberais, as quais se manifestam como controle social. Nesse sentido, a
ideia deleuziana de uma política do desejo representa uma compreensão que sugere a existência
de outras alternativas. Essa noção, junto ao pensamento de Derrida, nos aponta para a
capacidade fílmica de penetrar no inconsciente coletivo, emergindo possibilidades e trajetórias
impensáveis e indecidíveis.
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CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Agradecemos à Universidade Federal de Pernambuco pelo apoio.
Financiamento: Não aplicável.
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesse.
Aprovação ética: O trabalho respeitou a ética durante a pesquisa. Em virtude de se tratar
de uma pesquisa bibliográfica, não a submetemos à análise do comitê de ética.
Disponibilidade de dados e material: Os dados e materiais utilizados no trabalho estão
disponíveis para acesso por meio dos links disponibilizados na seção de referências.
Contribuições dos autores: Autor 1: pesquisa/ construção dos dados/ redação; Autor 2:
pesquisa/ levantamento bibliográfico/ revisão e correções obrigatórias; Autor 3: pesquisa/
levantamento bibliográfico/ supervisão.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 9, n. esp. 1, e024008, 2024. e-ISSN: 2177-5060
DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v9iesp.1.19379 1
ENGAGEMENT CINEMA, NEOLIBERALISM AND FORMAL EDUCATION:
TOWARDS A POLITIZATION OF THE LOOK
CINEMA DE ENGAJAMENTO, NEOLIBERALISMO E EDUCAÇÃO FORMAL: POR
UMA POLITIZAÇÃO DO OLHAR
CINE ENGAGEMENT, NEOLIBERALISMO Y EDUCACIÓN FORMAL: HACIA UNA
POLITIZACIÓN DE LA MIRADA
Divane Oliveira de M. SILVA1
e-mail: divane.oliveira@ufpe.br
André Luiz dos S. PAIVA2
e-mail: andre.paiva@ufersa.edu.br
Kátia Silva CUNHA3
e-mail: katia.scunha@ufpe.br
How to reference this article:
SILVA, D. O. de M.; PAIVA, A. L. dos S.; CUNHA, K. S.
Engagement cinema, neoliberalism and formal education:
Towards a politization of the look. Plurais - Revista
Multidisciplinar, Salvador, v. 9, n. esp. 1, e024008, 2024.
e-ISSN: 2177-5060. DOI:
https://doi.org/10.29378/plurais.v9iesp.1.19379
| Submitted: 19/12/2023
| Required revisions: 04/01/2024
| Approved: 20/01/2024
| Published: 12/07/2024
Editors:
Proa. Dr. Célia Tanajura Machado
Prof. Dr. Kathia Marise Borges Sales
Prof. Dr. Rosângela da Luz Matos
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Federal University of Pernambuco (UFPE), Nova Caruaru PE Brazil. PhD student in Contemporary Education
- PPGEDUC/UFPE. Executive Secretary at the Agreste Campus of the Federal University of Pernambuco and
researcher at the Public Policy, Curriculum and Teaching Research Laboratory.
2
Federal Rural University of the Semi-arid Region (UFERSA), Mossoró RN Brazil. Visiting Professor in the
Interdisciplinary Postgraduate Program in Cognition, Technologies and Institutions at the Federal Rural University
of the Semi-arid Region. Member of the Transdisciplinary Research Group on Aesthetics, Education and Culture
(UFPE).
3
Federal University of Pernambuco (UFPE), Nova Caruaru PE Brazil. Professor in the Postgraduate Program
in Education (PPGE) and the Postgraduate Program in Contemporary Education (PPGEDUC/UFPE). Professor at
the Teacher Formation Center at the Agreste Academic Center.
Engagement cinema, neoliberalism and formal education: Towards a politization of the look
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ABSTRACT: This essay stems from theoretical deepening in the thematic context of our
research in the field of educational policies, within a doctoral program in Education. We aim to
explore the pedagogical function of cinema in the face of neoliberal practices and regimes,
focusing on the psychological suffering caused to individuals through the pursuit of self-
entrepreneurship. Our approach is anchored in post-structuralism, mainly through dialog with
Gilles Deleuze and Jacques Derrida, who, despite their theoretical differences, share an interest
in defending the multiplicity of possibilities for futures, which are uncertain and indeterminate.
In this direction, we understand that formal education is constantly mobilized to create
reflective moments that question the emerging problems in society, including attempts to
depoliticize individuals and ignore becomings. In this sense, in order to highlight the
possibilities of cinema for engaging in Education, we also present an intervention proposal
through the use of the short film El Empleo.
KEYWORDS: Cinema. Formal education. Neoliberalism. Entrepreneurship.
RESUMO: Este ensaio provém de aprofundamentos teóricos no contexto temático de nossa
pesquisa no campo das políticas educacionais, em um programa de doutorado em Educação.
Objetivamos explorar a função pedagógica do cinema ante as práticas e regimes neoliberais,
focando no sofrimento psíquico causado aos indivíduos por meio da busca ao
empreendedorismo de si mesmos. Nossa abordagem está ancorada no pós-estruturalismo,
principalmente, pelo diálogo com Gilles Deleuze e Jacques Derrida, os quais, apesar de
divergências teóricas, compartilham o interesse em defender a multiplicidade de possibilidades
para futuros, que são incertos e indeterminados. Nessa direção, compreendemos que educação
formal é mobilizada constantemente a criar momentos reflexivos que questionem os problemas
emergentes na sociedade, inclusive, as tentativas de despolitizar os indivíduos e ignorar os
devires. Nesse sentido, com a finalidade de destacar as possibilidades do cinema de
engajamento na Educação, apresentamos ainda uma proposta de intervenção através da
utilização do curta-metragem El Empleo.
PALAVRAS-CHAVE: Cinema. Educação formal. Neoliberalismo. Empreendedorismo.
RESUMEN: Este ensayo se deriva de profundizaciones teóricas en el contexto temático de
nuestra investigación en el campo de las políticas educativas, en un programa de doctorado en
Educación. Nuestro objetivo es explorar la función pedagógica del cine frente a las prácticas
y regímenes neoliberales, centrándonos en el sufrimiento psíquico causado a los individuos a
través de la búsqueda del emprendimiento personal. Nuestro enfoque está anclado en el
postestructuralismo, principalmente a través del diálogo con Gilles Deleuze y Jacques Derrida,
quienes, a pesar de las divergencias teóricas, comparten el interés en defender la multiplicidad
de posibilidades para futuros que son inciertos e indeterminados. En esta dirección,
entendemos que la educación formal está constantemente movilizada para crear momentos
reflexivos que cuestionen los problemas emergentes en la sociedad, incluidos los intentos de
despolitizar a los individuos y de ignorar los devenires. En este sentido, con el fin de resaltar
las posibilidades del cine para involucrarse en la Educación, también presentamos una
propuesta de intervención a través del uso del cortometraje El Empleo.
PALABRAS CLAVE: Cine. Educación formal. Neoliberalismo. Empreendedorismo
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Introduction
The educational capacity of cinema has been the subject of study by various researchers
in Brazil, including Farina and Fonseca (2015), De Araújo Lima (2018) and Paiva (2022),
especially because of their interest in highlighting the cinematic possibilities for political
awakening and engagement. Based on these authors, we understand that cinema moves thought
and therefore produces effects on human subjectivity. As such, the use of films in formal
education is presented as a tool to stimulate reflection and criticality.
In this essay, from a post-structuralist perspective, we start from the confluence of
Deleuze's (2005) and Derrida's (2015) understandings, with the general aim of exploring the
pedagogical function of cinema in the face of neoliberal practices and regimes that have
influenced educational systems and caused psychological suffering, especially by encouraging
individual entrepreneurship. In this way, we realize that the neoliberal apparatus has caused
disquiet and anguish, as it incites comparison and competition by making individuals see each
other as rivals, which demobilizes practices of altruism, cooperation and solidarity.
Our theoretical choice is because Deleuze proposes an approach to cinema as an art of
"automatic movement", capable of fostering desires and liberating life from social control
(Maciel Júnior; Assis, 2014, p. 46). Derrida, for his part, emphasizes the deconstruction of
power structures and openness to multiple interpretations, questioning hegemonic narratives
and determining dichotomies (Aker, 2022). These two thinkers lead us to the question: how can
cinema challenge hegemonic educational forms, established by neoliberal dynamics, and
provoke new ways of thinking?
With the intention of following an investigative path, we put together this research by
embracing the theoretical framework suggested by the Cinema and Political Education
curricular component offered by the Postgraduate Program in Contemporary Education at the
Federal University of Pernambuco, Agreste Academic Center, to which we are linked, and other
related texts indicated for the doctorate of the first author of the essay. This is a bibliographical
and exploratory study, organized into three parts, which are configured as its specific objectives.
In the first part, we will highlight some divergent/convergent aspects between the
thoughts of Deleuze and Derrida, introducing an understanding of neoliberalism and the cinema
of engagement, with an emphasis on Deleuze. In the second part, we will think about the
challenges of raising new perspectives on neoliberalism in the school experience through the
cinema of engagement, linked to the possibilities of structural deconstruction defended by
Derrida. In the third part, we will discuss the potential benefits of incorporating cinema of
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engagement into schools, in terms of questioning neoliberalism. In this sense, we will present
a Latin American animated short film - which was part of our discussions - as a possibility for
introducing this debate to high school classes. Finally, we will offer some (in)concluding
remarks.
From a methodological point of view, we opted for an essayistic approach, as this allows
for a more coherent approach to the theoretical references used, since it mobilizes the
discussions held and the reflective movements developed here in a more fluid way. In this way,
it becomes possible to build contacts between theories, cinema and its possibilities for
intervention when it comes to its production, circulation, enjoyment and engagement in relation
to school contexts.
A bit of Deleuze and Derrida, neoliberalism and cinema of engagement
Gilles Deleuze and Jacques Derrida are two 20th century French philosophers whose
works have significantly influenced contemporary philosophy. Although they share post-
structuralist characteristics, they present divergent theoretical approaches, sometimes
considered irreconcilable philosophical positions. Even with their distinctions, which are
mainly due to the marked deviation in the way they respond to the problem of difference
4
, there
are aspects in which their ideas meet and complement each other, even if they seem complicated
at first glance.
Among the approximations, we highlight the idea of difference contrasting with the
more restricted conception found in Plato's philosophy (Cisney, 2018). By seeing difference as
something non-dialectical, i.e. not simply as something that "is" or "is not", they defend it as a
process in dynamic movement and in constant transformation. This philosophical approach has
ethical-political implications, pointing to an attitude of ambivalent availability towards the
future and the possibility of change.
In this way, both encourage us to be open to understanding that the future does not
depend on the past. We are provoked to think in a way that is not fixed, or not determined, and
invited to use philosophy as a tool to understand the world. Deleuze and Derrida believe that
4
Deleuze formulates an affirmative conception of difference, focusing on multiplicity and creative force. Derrida's
différance, on the other hand, is equivalent to an insoluble negativity, giving way to deconstruction and the
possibility of highlighting instability and failure in the full presence of meanings (Cisney, 2018). In
psychoanalytical terms, this creates an incongruity: while Deleuze defends desire as a productive potential, an
affirmative process that is independent of the will, Derrida understands desire as coming from absence, that is,
negativity (Hur, 2020).
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life is full of expression, and instead of just worrying about the problems of justice, democracy,
friendship, gift, hospitality and forgiveness, it might be more useful to consider how they work.
Thus, despite the differences in their philosophical vocabularies, it is possible to identify an
area of convergence when it comes to their concepts of the political function of philosophy
(Patton; Protevi, 2003).
From this perspective, we are mobilized to question the problems that surround us,
including those involving neoliberal mechanics. It is worth pointing out that the term
"neoliberalism" is often used in a broad and imprecise way, being applied generically in various
political and economic contexts over the years. However, it is crucial to emphasize that the
neoliberal regime is not restricted to the socioeconomic aspect; it acts as a dimension that grows
globally, seeking to influence subjectivities and existential norms (Dardot; Laval, 2016).
According to Safatle et al. (2021), neoliberalism is not just an economic approach, but also a
lifestyle that permeates people's work, language and desires, contributing to psychological
suffering.
These emotional impacts are reported in various scientific works. Scharff (2016)
provides an important overview of research that has focused on capturing the psychic aspects
of neoliberal subjects. The studies report traits of rejection of vulnerability and, consequently,
a manifestation of intensified individualism, i.e. a lack of empathy with the difficulties of others.
There was also a rejection of dependencies; the illusion of autonomy; and an emphasis on
personal responsibility. We should point out that the author identified several studies that
associated the neoliberal subject with feelings related to insecurity, fear, anxiety, stress and
depression.
In partnership with Guattari, Deleuze analyzed current capitalism - which we refer to
here as neoliberal - in terms of its psychological aspects and the unconscious production of
desires (Deleuze; Guattari, 2010). Together, the philosophers studied how changes in the way
people desire are related to the evolution of the economic system, arguing that neoliberal
capitalism is causing psychological problems, such as paranoia and schizophrenia, due to the
pressure to produce more and accumulate wealth in an unlimited way. They also criticized the
emphasis on individual competition, which, according to them, controls and modifies people's
desires, influencing society in various ways (Cangiano, 2022).
In this context, we realize that the neoliberal force has been influencing Brazilian basic
education. Changes in education systems in recent years have been based on neoliberal logic,
with the establishment of benchmarks, the introduction of quality indices, the promotion of
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dubious transparency
5
and the adoption of evidence in qualifications (Silva, 2023). Thus, this
set of supposedly necessary changes involves comparative and competitive assessments, which
introduce neoliberal models, market tools and new forms of governance, reshaped by
inspirations from the private sector and the influence of international bodies, with the aim of
"developing competencies" (ECDE, 2005, p. 2).
In these terms, there are functional-economic assumptions in the educational purpose,
as well as the ambition to extrapolate and commodify the abilities and learning of each
individual. In addition to these changes, we consider it relevant to think about the national
policy of the "New High School". For this stage, the National Common Curricular Base (Brasil,
2017), defines the insertion of the "Life Project", which we understand with Brito (2023, p. 3,
our translation) to induce to
a curricular time/space that, by disseminating neoliberal principles (entrepreneurship,
productivism, competitiveness, utilitarianism, accountability) would be enhancing the
production of subjectivities and ways of life shaped by contemporary capitalism,
engendered in certain pedagogical practices.
From the above, we can see that neoliberal and conservative ideologies in high school
curriculum policies in Brazil, through the "Life Project" curriculum component, are associated
with "entrepreneurship" and "capacitism", as Macedo and Silva (2022, p. 1) state. Learning
becomes a duty imposed on individuals in the name of abstract ideals such as the "global
economy" or "global competitiveness" (Biesta, 2011, p. 59).
The main thrust in this direction has been based on the desire to increase global
competitiveness for the labor market. The reforms respond to the new neoliberal-conservative
demands, uncompromising on the promise of "social justice" and "democracy"; and redefining
competition and success "on the basis of emotional or socio-affective rewards" (Macedo; Silva,
2022, p. 18, our translation).
As a result, formal educational processes are moving closer to an economic development
project that is distanced from a concept of education interested in human formation. Students
are seen as individualized clients who acquire the learning, skills and qualifications needed to
compete professionally in a global market that demands rapid adaptation to change. The
competitive student becomes the ideal type in today's increasingly corporate educational
environment.
5
Because of our post-structural perspective, we question the possibility of any neutrality. We add that to the
detriment of professional pedagogical authority, the indices that generate the evidence satisfy neoliberal
expectations.
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We understand, however, that competition is one of the harmful aspects of
neoliberalism. It operates internally, in competition with oneself, and externally, in coexistence
with others (Scharff, 2016). In this sense, the neoliberal "I" is an entrepreneurial subject, who
tends to reject those who don't follow their lifestyle. Entrepreneurs act as if they were their own
business, show courage in the face of risks, skill in managing challenges and tend to hide their
difficulties. However, they resort to different discourses that hide the need for social change.
Instead of focusing on the social and political sphere, the desire for change is directed inwards,
resulting in self-criticism, doubts and anxiety (Scharff, 2016).
In this scenario, the cinematographic image can contribute to a deeper understanding of
the human condition and its dilemmas, promoting engagement. From the perspective of Deleuze
(2005), we understand that cinema offers unique possibilities for reflection and learning,
enriching the educational process. It would be a tool for dismantling what is commonly
accepted as "truth" and, at the same time, it could push us to adopt new ways of thinking. This
dynamic can be significant for contemplating and establishing dialogues with reality, allowing
for the conception of new ways of existing and a restructuring of our understanding of the
world.
By challenging political structures and individual perceptions, cinema positions itself as
a kind of counter-narrative that confronts the systems of power that subjugate. It enables new
forms of interaction with reality by changing patterns of sensibility and thought (Paiva, 2022).
This form of cinema has the potential to influence the sphere of individual political formations,
triggering previously unimaginable aspects.
New imagined perspectives become powerful impulses that influence collective actions
(Deleuze; Guattari, 2010). Understanding politics through this lens of desire suggests the
creation of a scenario in which different possibilities manifest themselves, stimulating and
integrating collective actions towards these alternative paths. Cinema's ability to influence the
viewer's experience, impacting their thoughts and emotions, is recognized as a unique force,
especially evident in the cinema of engagement.
From this perspective, "cinema can affect reality and put a strain on the framing of
territories and the management of our collective life, thus recomposing other possibilities for
life in common" (De Araújo Lima, 2018, p. 127, our translation). A proposal to use cinema for
engagement can create alternative and flexible spaces that can exist for a while and adapt as
necessary.
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We realize that the emotional action that cinema produces alters the understanding of
reality, introducing unforeseen elements that destabilize and reconfigure its pre-existing
structures. It's like inventing temporary and fluid territories, which may not be restricted to
pedagogical use, but may invade school, the workplace, family dynamics and other social
spheres. This implies seeking alliances that protect us against our desires being captured by
structures that try to turn us into standardized and controllable beings, whether social or work-
related.
In the next section, we will explore the challenges of promoting a new perspective on
neoliberalism in the educational experience, using engagement cinema as a tool.
Challenges in the school experience: deconstructing neoliberalism through engaged
cinema
As already discussed, the reforms in Brazilian basic education are a response to the new
neoliberal-conservative demands, which do not create the conditions for a healthy
psychological life. The introduction of the "Life Project" component in secondary schools has
strong implications for individuals, including those related to entrepreneurship. From this
perspective, competition and success, motivated by rewards, reduce the world to losers and
winners, as pointed out by Brown (2018).
Like Macedo and Silva (2022), we realize that the emphasis on entrepreneurship affects
students' perceptions of success and well-being by disregarding the unequal material and social
conditions that impact their opportunities to undertake and achieve success. Furthermore, by
promoting an idea of happiness as a life project based on entrepreneurship, curricular policies
disregard the realities and demands of students, reinforcing social stratification and devaluing
success for disadvantaged groups.
Considering formal education as a purposeful practice, it is imperative to question the
purposes and targets of educational efforts. In contrast to the emptiness promoted by
individualism, it is crucial to recognize the authority of institutions and teachers as experts in
identifying and critically evaluating the social for democracy, peaceful coexistence and human
flourishing. In this way, they can/should systematically engage students in relevant issues,
enabling them not only to expand the limits of each student's understanding, but also to navigate
multiple perspectives.
But how can we see the connection between engagement cinema as an educational tool
and the concept of "deconstruction" developed by Derrida, which apparently focuses only on
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writing? Derrida himself (2015) explains that, with the increase in technicality, cinema is
paradoxically becoming more literary and vice versa. Thus, both writing and cinema are
involved in the same technical and aesthetic movements, with infinite possibilities, increasingly
refined and accelerated, arising from technological updates, which include computers, the
internet, synthetic images, etc. In this respect, deconstruction becomes important due to the
possibilities that technology allows for narrativity.
However, Derrida (2015) points out a more relevant reason. Writing and cinema
represent a quasi-presentation of the world, whose past is unrepresentable in its living presence.
It is because of the characteristic of "montage", found in both, that the practice of deconstruction
is powerful. Writing/discursivity, like cinema, explores all the possibilities of montage, with
rhythmic games, grafting of restrictions, insertions, changes of language and crossovers
between the arts.
For Derrida (2015), although a little freer from the commercial or media laws that
surround cinema, writing shares a cinematic vision of the world. A writer is always an editor,
in other words. When we write, we project a kind of movie. Thus, discourse and cinema/image
should not be understood in different ways.
The way a movie is seen and perceived is related to psychoanalytic processes. Derrida
(2015, p. 38, our translation) stated that "[...] exploding a detail is something that both the movie
camera and psychoanalysis do". When a movie focuses on a specific detail, it not only provides
a magnification of the detail, but also offers access to a different scene, and feelings and images
remain with us in our memories, bodies and desires. Therefore, "[...] every spectator, when
watching a movie, is in communication with some work of the unconscious [...]" (Derrida,
2015, p. 26, our translation).
Thus, the invisible is more important than the visible. In Derrida's words (2015, p. 36),
the invisible "[...] is thrown like a throw of the dice, relayed or not (it is up to the recipient to
answer) by other texts, other films". We understand that what is not explicitly shown in a film
can be interpreted and retransmitted, because the meaning is never given and there is no process
that organizes it, contributing to the state of indeterminacy and undecidability.
By considering indecision, we involve rewriting the text in different directions,
prioritizing the constant postponement of meaning. This highlights the importance of
"multiplicity" and "polysemy", based on the notion that structure is not the determining element.
This aspect, of post-structural influence, emphasizes the diversity of possible interpretations
and meanings for a text, whether written or visual, reinforcing that there is no fixed structural
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determination. In other words, the implicit is transmitted indirectly and can be interpreted in
different ways by those watching the film, as each viewer projects something private onto the
screen, like personal "ghosts", which are nonetheless collective.
In these terms, we can see two angles: there is a disconnection in a movie theater,
because each spectator experiences it alone. However, due to the nature of projection in a
theater, cinema appeals to collectivity, community spectacle and interpretation. However, it is
not a question of "individuality" or "collectivity", but of "singularity", which "displaces, undoes
the social bond and reproduces it in another way. This is why there is a psychoanalytic type of
neutralization in a cinema: I am alone with myself but given over to the game of all kinds of
transference" (Derrida, 2015, p. 29, our translation).
Thus, cinematic perception would be unique in its ability to provide an understanding,
through the experience of a game of signifiers, similar to psychoanalytic practice. Hypnosis,
fascination and identification could be shared between cinema and psychoanalysis, establishing
a fundamental interconnection, which Derrida (2015, p. 26, our translation) considers extremely
important, as it would be a sign of "thinking together" between the two fields.
In this sense, we highlight the importance of conceiving of cinema as a tool for
engagement and resistance, since it allows audiences to be involved both in its narrative and in
the social issues it raises. In addition, engaged cinema enables both the critique of the present
and the imagination of the future, producing effects in the field of political subjectivation
(Paiva, 2022). Through perceiving, acting and affecting, cinema disturbs the reality of the
world, falsifies it and reintroduces unexpected elements into its arrangements.
In view of the above, in the next section we will embrace the challenge of exploring
some interactions and possibilities for approaches to engagement through cinema. The
challenge is to escape the social structures that often imprison us, seeking freer and more
dynamic paths, similar to a nomadic journey (Deleuze, 2012), full of unrealized potential, the
unforeseen and the alignment with desires and vitality.
The power of engaged cinema in schools: neoliberalism questioned
Cinema, as an artistic expression, combines visual, sound and narrative elements to tell
stories and explore ideas. By analyzing and debating films, students have the opportunity to
deepen their understanding of the creative and aesthetic aspects of cinema. In addition,
conversations inspired by cinematographic works not only enrich understanding of culture and
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society, but also stimulate critical thinking and expand individuals' capacity for expression and
engagement. All of this promotes diversity and representativeness, making it a powerful way
to learn about and understand the world around us.
To introduce a discussion involving high school students, we propose using the short
film El Empleo (The Job) (2008). Directed by Santiago Bou Grasso and Patricio Plaza, the short
film offers an insightful and compact critique of the fate of work in capitalist society, standing
out for its intelligence and brevity in just seven minutes. El Empleo has a fluid narrative that
captures our attention without giving up its political engagement and has won over a hundred
awards and nominations at film festivals (Marinho, 2021). Its direct reflection on contemporary
labor relations transcends Charlie Chaplin's classic portrayal in Modern Times (Chaplin, 1936),
which dealt with the alienation of the worker on the industrial assembly line, the repetition of
movements, physical and mental exhaustion, among other aspects.
The short film El Empleo is highly relevant today, especially in a context where terms
such as "outsourcing" and "entrepreneurship" are used to mask critical issues such as the
economic crisis and unemployment (Ferreira, 2017). The work is an extreme representation of
contemporary reality, where society seems to be transforming itself to create jobs, but at the
cost of individuals being reduced to mere objects in supposedly "innovative" forms of "service
provision". The film shows people performing functions ranging from coat hangers to
lampshades, providing a profound reflection on this surreal and tragicomic situation, inviting
reflection on the complex implications of this reality.
This satirical animation addresses crucial issues related to work, alienation and the
dehumanization of labor activities. Its narrative portrays a world where even the simplest tasks
are treated as formal jobs. As part of an educational approach, this proposal aims to involve
students in engaging with and resisting the exploitation of entrepreneurship, stimulating critical
thinking and reflection on the world of work.
Thus, the use of the short film could have the following objectives: instigate reflections
that connect the short film El Empleo with the students' reality, looking for points of contact
between the work and the world in which they live; adopt a critical stance towards the proposed
audiovisual production, basing their arguments in a solid and well-founded manner; expand and
deepen the students' argumentative and reflective repertoire on contemporary issues such as the
nature of work, the alienation and dehumanization of work activities, the labour market and the
balance between personal and professional life; encourage creativity and the production of
audiovisual content by the students through parallel projects.
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Of course, all of these possibilities come to us from the very effect that the chosen film
produces, engaging us from its narrative to think about aspects of contemporary social reality
that can have repercussions in formal educational dynamics. In this sense, by proposing a
possible application of the short film, we do not intend to impose a totalizing view of the work
or of educational processes, because, just like cinema and writing, school interventions must
come from an editing process related to their production context, keeping the learning structure
always open.
Following in this necessarily open flow, and in the light of Deleuze and Derrida's
theories, we can still explore how the narrative and messages conveyed by El Empleo connect
with other of their philosophical ideas:
a) Deleuze and the concept of disciplinary society versus control society:
Deleuze (1992) discusses the transition from the disciplinary society, where
confinement was predominant, to the control society, where temporal and spatial limits are
diluted. Disciplinary societies are characterized by institutions such as schools, factories and
prisons, which impose rigid control over individuals through hierarchical and disciplinary
structures. Examples of control include continuous training, as well as performance-based
remuneration systems - both in the educational and corporate spheres.
In short, the representation of everyday activities transformed into formal jobs can be
seen as an extension of this idea of the society of control. In this dynamic, something is never
completed and the individual is no longer a confined being, but an "indebted" subject (Deleuze,
1992, p. 224). He shows how even the simplest actions are integrated into a structure of control,
in which every detail of life is monetized and subject to labor rules and norms. We can think,
for example, of how at school and at work it's no longer about finishing something and that's it,
but about always learning or proving that you are worth something through your performance.
It's as if there's never an end point. And what's most disturbing is that people don't just feel
trapped by rules, but also by debts or constant obligations. There's a big change in the way
things used to be in disciplinary society, although in the society of control it's not about the
closure of disciplinary logics, but their reformulation coexisting with the dynamics of control.
b) Derrida and the deconstruction of conventional structures:
Derrida introduced the concept of deconstruction, questioning the binary and
hierarchical structures of thought. In the context of El Empleo, deconstruction can be seen in
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the questioning of conventional work structures. The short film shows the transformation of
mundane activities into jobs, leading to reflection on the assumptions behind this practice,
including how neoliberal thinking profoundly affects the way people see themselves and act, as
they adopt corporate behaviors in their daily lives.
Within this logic, which reorganizes and justifies capitalism, neoliberalism places
competition as a fundamental principle, even in the way people see themselves. According to
Dardot and Laval (2016, p. 201), the way everyone sees themselves and behaves in all aspects
of life is like a category of investment that needs to make a profit. This new subject is shaped
by pressures to achieve specific goals and pleasures, which leads to frantic and painful psychic
behavior, as the "entrepreneurial individual" needs to be fully immersed in the competitive
mentality of neoliberalism. By denaturalizing the idea that everything can be transformed into
formal work, the film incites a deconstruction of the values and norms that govern the world of
work.
c) The intersection between Deleuze, Derrida and El Empleo:
The film can be seen as a visual and symbolic representation of contemporary social and
economic transformations. The ideological perspective outlined visualizes individuals under
the aegis of "self-entrepreneurship". Connecting this idea to the thinking of Deleuze and Derrida
broadens the critical analysis of the short film, highlighting questions not only about labor
structures, but also about entrenched notions of value, meaning and normality in the labor and
social context. The relationship between the film and the theories of Deleuze and Derrida allows
for a deeper exploration of the social, cultural and philosophical implications of changes in the
sphere of work and everyday life.
In this context of great pressure, the individual submits to an ideal of perfection,
obsessively directing their efforts towards work, relegating their personal fulfillment in favor
of professional success. This cult of excellence instigates an incessant and never-ending search,
making professional competence the only attribute valued and desired, while the individual's
life is restricted to the success achieved in their career, resulting in suffering and both physical
and mental imbalance.
However, the short film has a very important post-credits scene. In it, the character
previously objectified as a lampshade frees herself from this condition, ripping this symbolic
role from her body and throwing it to the ground. This moment prompts reflections on the
possibilities of resistance and transformation. Like Deleuze (2005, p. 190, our translation), we
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believe in the potential of cinema to provoke a rupture, a "shock that awakens the thinker",
inciting him to question his habitual views. This impact can generate a change in society,
opening up new perspectives of thought and perception, challenging established norms.
With this in mind, we understand that the future is not enclosed in a predetermined route;
on the contrary, it is a space open to constant surprises and changes. Derrida (2003) explores
this difference between the foreseeable future - avenir/ to come - and the to-be - devenir/
becoming. This idea can be related to reflections on the fate of formal education in Brazil, on
the horizons of young people and how the "planned" can be interrupted by something
unexpected and more enriching. The future is a journey in progress, a trajectory under
construction, therefore marked by its unpredictability and constant movement. The apparent
consensus on "self-entrepreneurship" tries to shape the perception of the social. However, they
are the fruit of hegemonic constructions, which hide the constant presence of external influences
aimed at depoliticizing individuals.
(In)conclusive considerations
We believe it is useful to discuss the problem of the insertion of entrepreneurial
management into subjectivities, since it aims to depoliticize individuals, disconnecting them
from other possibilities or perceptions of the world, other than from a market perspective. This
approach, which views the human being as a business entity, is a reflection of neoliberal
ideology.
From this perspective, entrepreneurship is hailed as a solution to social problems and
each person is seen as a cog in the wheel, an instrumental and utilitarian object for optimizing
performance and profitability, whose failure can result in being replaced by a more "competent"
one. "Self-entrepreneurship" contributes to the formation of a subjectivity marked by pressure
for performance, constant competition and the search for individual self-realization. Individuals
are led to internalize the idea that they must be self-sufficient, competitive and successful,
which can lead to anxiety, stress and even psychological breakdown.
Faced with this problem, we present how the use of engagement cinema in formal
education offers a space where issues, knowledge and values can be discussed, expanding our
understanding of ourselves, our limits and the world. We understand that from these
discussions, groups of healthier, inspired, engaged, creative and empathetic individuals can
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form, ready to face the world and resist depoliticizing onslaughts that promise predictable
futures or those forged by illusory self-entrepreneurship.
The automatic movement of cinema affects the viewer and can force them to feel, think
and act (Deleuze, 2005). This cinematic potential can foster desires and liberate life from
neoliberal norms, which manifest themselves as social control. In this sense, Deleuze's idea of
a politics of desire represents an understanding that suggests the existence of other alternatives.
This notion, together with Derrida's thinking, points us to film's ability to penetrate the
collective unconscious, revealing unthinkable and undecidable possibilities and trajectories.
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CRediT Author Statement
Acknowledgements: We would like to thank the Federal University of Pernambuco for its
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Funding: Not applicable.
Conflict of interest: No conflicts of interest.
Ethical approval: The work respected ethics during the research. As this is a
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Availability of data and material: The data and materials used in the work are available
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Authors’ contribution: Author 1: research / data construction / writing; Author 2: research
/ bibliographic survey / revision and compulsory corrections; Author 3: research /
bibliographic survey / supervision.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
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