Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 9, n. esp. 1, e024005, 2024. e-ISSN: 2177-5060
DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v9iesp.1.17441 1
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL NA CONSTRUÇÃO DE PROJETOS DE VIDA: UM
RELATO DE EXPERIÊNCIA NA ESCOLA PÚBLICA
ORIENTACIÓN PROFESIONAL EN LA CONSTRUCCIÓN DE PROYECTOS DE
VIDA: UN RELATO DE EXPERIENCIA EN LA ESCUELA PÚBLICA
CAREER GUIDANCE IN THE CONSTRUCTION OF LIFE PROJECTS: AN
EXPERIENCE REPORT IN PUBLIC SCHOOL
Carlos Gutyerrez Moreno NOGUEIRA1
e-mail: gutyerrez.nogueira@gmail.com
Verônica Morais XIMENES2
e-mail: vemorais@yahoo.com.br
Como referenciar este artigo:
NOGUEIRA, C. G. M.; XIMENES, V. M. Orientação
Profissional na Construção de Projetos de Vida: Um relato
de experiência na escola pública. Plurais - Revista
Multidisciplinar, Salvador, v. 9, n. esp. 1, e024005, 2024.
e-ISSN: 2177-5060. DOI:
https://doi.org/10.29378/plurais.v9iesp.1.17441
| Submetido em: 17/05/2023
| Revisões requeridas em: 27/08/2023
| Aprovado em: 18/12/2023
| Publicado em: 12/07/2024
Editoras:
Profa. Dra. Célia Tanajura Machado
Profa. Dra. Kathia Marise Borges Sales
Profa. Dra. Rosângela da Luz Matos
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza CE Basil. Psicólogo pela Universidade Estadual do Ceará
(UECE). Mestrando em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará e Membro do Núcleo de Psicologia
Comunitária (NUCOM).
2
Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza CE Brasil. Doutora em Psicologia pela Universidade de
Barcelona. Pós-Doutora em Psicologia pela UFRGS. Profa. Titular do Programa de Pós-Graduação em Psicologia
da UFC. Coordenadora do Núcleo de Psicologia Comunitária (NUCOM). Pesquisadora do CNPq -1D.
Orientação profissional na construção de projetos de vida: Um relato de experiência na escola pública
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 9, n. esp. 1, e024005, 2024. e-ISSN: 2177-5060
DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v9iesp.1.17441 2
RESUMO: Trata-se de um relato de experiência de Orientação Profissional realizada numa
escola pública do Estado do Ceará, localizada no Município de Maracanaú com os alunos do
ano do ensino médio. O objetivo desse artigo é apresentar um relato de experiência com um
grupo de Orientação Profissional como instrumento mediador na construção de projetos de vida
com alunos de uma escola pública. O grupo chamado de Construindo Caminhos foi constituído
de quatro encontros. A Orientação Profissional foi realizada numa perspectiva sócio-histórica,
em que o indivíduo é compreendido de forma ampla e contextualizada, sendo o principal
objetivo compreender a realidade sócio-histórica e suas contradições e a partir disso e mediar
uma tomada de consciência nas escolhas, pensando nos caminhos possíveis e desejáveis. Com
isso, observa-se que a Orientação Profissional na perspectiva sócio-histórica é capaz de mediar
através de instrumentos a construção de projetos de vida de alunos oriundos de escolas públicas.
PALAVRAS-CHAVE: Orientação Profissional. Projeto de Vida. Escola Pública.
RESUMEN: Se trata de un relato de experiencia de Orientación Profesional realizada en una
escuela pública del Municipio de Maracanaú-CE con alumnos del año de secundaria. El
objetivo de este artículo es presentar un relato de experiencia con un grupo de Orientación
Profesional como instrumento mediador en la construcción de proyectos de vida con
estudiantes de una escuela pública. El grupo denominado Construindo Caminhos estuvo
formado por cuatro reuniones. La Orientación Profesional se realizó desde una perspectiva
sociohistórica, en la que se comprende al individuo de manera amplia y contextualizada,
teniendo como objetivo principal comprender la realidad sociohistórica y sus contradicciones
y a partir de ésta mediar en la toma de conciencia en las elecciones. Con esto, se observa que
la Orientación Profesional desde una perspectiva sociohistórica es capaz de mediar a través
de instrumentos en la construcción de proyectos de vida de estudiantes de escuelas públicas.
PALABRAS CLAVE: Orientación Profesional. Proyecto de Vida. Escuela Pública.
ABSTRACT: This is an experience report of Professional Guidance carried out in a public
school in the Municipality of Maracanaú-CE with students in the 3rd year of high school. The
objective of this article is to present an experience report with a Professional Guidance group
as a mediating instrument in the construction of life projects with students from a public school.
The group called Construindo Caminhos consisted of four meetings. Professional Guidance
was carried out from a socio-historical perspective, in which the individual is understood in a
broad and contextualized way, with the main objective being to understand the socio-historical
reality and its contradictions and from this and mediate awareness in choices. With this, it is
observed that Professional Guidance from a socio-historical perspective is capable of
mediating through instruments the construction of life projects for students from public schools.
KEYWORDS: Career Guidance. Projects of life. Public School.
Carlos Gutyerrez Moreno NOGUEIRA; Verônica Morais XIMENES.
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 9, n. esp. 1, e024005, 2024. e-ISSN: 2177-5060
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Introdução
A realidade da escola pública brasileira é alvo de intensos debates e constantes
modificações. Não é de hoje que problemas persistem. Segundo Botelho, Cunha e Bicalho
(2020), a escola é um grande instrumento de socialização e as questões que aparecem dentro do
ambiente escolar precisam ser compreendidas para além desses espaços. ou seja, os problemas
enfrentados no interior da escola pública vão para além dos muros, fazem parte de um projeto
político, econômico e social que objetiva fazer a manutenção do contexto de precarização e
retirada de direitos da população pobre no país.
De acordo com Zan e Krawczyk (2019), o ensino médio é o elo mais frágil da educação
brasileira e o mais sensível a crises políticas. Sua identidade está constantemente sendo
questionada, seu papel nas escolas públicas tem sido o de preparar os estudantes para o trabalho,
com poucas chances de continuar para o ensino superior. No entanto, Lima et al. (2020)
analisam que sob a lógica do neoliberalismo, o ensino médio é visto como um momento de
escolha de cunho estritamente individual, no qual o jovem tem o poder de escolher por qual
caminho percorrer ao concluir a educação básica. No entanto, o que a realidade nos aponta é a
que ainda para muitos jovens o fim do ensino médio representa também o fim da trajetória
escolar. Principalmente para alunos de escolas públicas, onde as possibilidades de continuação
para o ensino superior parecem muito distantes, diversas e sem foco para o ensino médio que
frequentaram. Essa realidade aos poucos vem sendo mudada com a implementação de políticas
públicas como a Lei da Cotas de acesso no Ensino Superior, ainda insuficientes para o
atendimento e as expectativas de um aluno que tem como meta o trabalho e não a escolarização.
Sabemos que a política de cotas em vigência atual através da Lei 12.711, de 29 de
agosto de 2012 (Brasil, 2012a), que dispõe sobre o ingresso ao ensino superior e técnico nas
instituições federais, regulamentada através do Decreto 7.824/2012 (Brasil, 2012b),
constitui-se como um importante marco histórico para os estudantes de escolas públicas, negros,
indígenas ou com alguma deficiência. A Lei garante 50% das vagas reservadas para esse
público. De acordo com Mocelin (2020), a política de cotas esconde uma história de exclusão
de acesso ao ensino superior, se a população preta, pobre e indígena não acessa o ensino
superior, o efeito disso é a continuação desse processo por rias gerações familiares, a política
de cotas quebra esse ciclo. A política de cotas é essencial e precisa cada vez mais ser melhorada,
no entanto, ainda se encontra frágil historicamente e necessitamos que as políticas educacionais
acompanhem a evolução e continuidade dos oferecimentos de ensino superior de qualidade.
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Nesse cenário, os estudantes de escolas públicas se colocam diante de uma nova
problemática, a da escolha profissional e a decisão por qual curso seguir no ensino superior.
Para Boneti, Neto e Lima (2018), a lógica do neoliberalismo introduz no processo educativo
uma lógica de individualização que impacta no processo de escolha profissional. Dessa
maneira, a Orientação Profissional (OP) de forma contextualizada com o cenário dos estudantes
dentro desse espaço pode ser um importante instrumento nesse processo.
De acordo com Bock (2006), a OP numa perspectiva sócio-histórica questiona a
concepção liberal de indivíduo, assim como, entende que as profissões e ocupações não são
imutáveis. Assim, assume-se, para além da noção liberal, que os sujeitos tem a possibilidade de
lutar para mudar as condições em que vivem, tanto de forma individual como de forma coletiva
(Bock, 2006). De acordo com Lima et al. (2020) apontam que a Orientação Profissional tem
como objetivo compreender a realidade sócio-histórica e suas contradições e a partir disso,
mediar uma tomada de consciência nas escolhas, pensando nos caminhos possíveis e desejáveis.
Mandelli et al. (2011) pontuam que a OP auxilia na construção do seu futuro
profissional, no contato com sua própria história de vida, consigo mesmo, com a realidade
social e com as informações sobre mercado de trabalho, o jovem vai também construindo
possibilidades de preparação de seu projeto de vida contextualizado com a realidade social de
forma que alinhem seus sonhos ao que é possível dentro da sociedade vigente.
Partimos da compreensão que projeto de vida é “a intenção de transformação da
realidade, orientado por uma representação do sentido dessa transformação, em que são
consideradas as condições reais na relação entre passado presente e futuro” (Marcelino; Catão;
Lima, 2009, p. 547). Além disso, de acordo com Bastos (2005), a orientação profissional precisa
alcançar também as escolas públicas para que os mesmos discutam a sociedade, o mundo do
trabalho e as escolhas profissionais a partir de suas realidades. Bremm e Bisol (2008)
compreendem que o período da adolescência é um período em que os sujeitos são convidados,
constantemente a pensarem seus projetos de vida o que pode ajudar o adolescente a construir
novos sentidos sobre si e sobre o mundo.
Dessa forma, de acordo com Alves e Dayrell (2015), a dimensão profissional é muito
importante na discussão sobre projeto de vida, mas não é suficiente para abordar o assunto, pois
falar de projeto de vida não pode se limitar a dimensão profissional. Além disso, o projeto de
vida baseia-se na própria história de vida do sujeito e refere-se ao processo de construção da
identidade do sujeito. É um processo de aprendizagem que engloba o passado, presente e futuro,
assim como as questões objetivas e subjetivas. Sem perder de vista que vivemos numa
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sociedade meritocrática, em que o sujeito é colocado no lugar de único responsável pelo seu
sucesso.
De acordo com Bastos (2005), a realidade socioeconômica dificulta, mas não limita que
as escolhas profissionais sejam efetivadas, por isso se faz necessário conhecer quem são os
jovens, a realidade social e do mercado de trabalho e entender o significado das possibilidades
dos jovens ao término do ensino médio. Com isso, o objetivo desse artigo é apresentar um relato
de experiência com um grupo de Orientação Profissional como instrumento mediador na
construção de projetos de vida com alunos de uma escola pública.
Método
O relato de experiência é um tipo de pesquisa qualitativa, que se configura como um
saber, produto de um processo investigativo, de cunho individual e coletivo, na qual o
pesquisador produz uma narrativa cuja linguagem desvela a elaboração de um acontecido a
partir da percepção do pesquisador. É uma técnica que possibilita a apreensão e interpretação
de situação da realidade concentra (Daltro; Faria, 2019).
Os registros do relato de experiência constituíram-se em um diário de campo que auxilia
no processo investigativo. De acordo com Medrado, Spink e Méllo (2014), o diário de campo
é uma ferramenta importante na construção de uma pesquisa, permite a potencialização e
ampliação das informações, pois no diário de campo é possível pontuar as percepções,
condições materiais do campo e as afetações produzidas na experiência do contato com os
interlocutores. O diário de campo refere-se à observação da realidade cotidiana para a
construção do conhecimento científico (Frizzo, 2014).
Contexto e Participantes
O grupo de orientação profissional foi realizado na escola pública EEMTI Prof. Antônio
Martins Filho, localizada no município de Maracanaú no Estado do Ceará. É uma escola sob
responsabilidade do Governo do Estado, onde funciona o ensino médio na modalidade de tempo
integral. O município de Maracanaú por ser um grande polo industrial, culturalmente, os jovens
tendem a finalizar o ensino médio e se inserirem no mercado de trabalho, as indústrias presentes
na cidade acabam captando os jovens recém-saídos do ensino médio e ou ainda no ensino médio
para compor seus quadros de funcionários (Costa; Silva, 2020).
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Por ser uma escola de tempo integral, a jornada de aula engloba os turnos manhã e tarde,
os participantes da intervenção foram alunos do terceiro ano do ensino médio com idades entre
15 e 18 anos, das duas turmas de 3º ano do ensino médio da escola, com o número de homens
e mulheres equilibrado. A aproximação com o campo aconteceu no início do ano de 2022 e foi
realizada por um dos autores deste artigo. A escola investigada foi a mesma que o pesquisador
concluiu seu ensino médio e que durante o seu período escolar engajou-se com diversos projetos
na escola, sendo um aluno ativo e participativo nesse espaço, o que possibilitou a criação de um
vínculo com a direção, coordenação, professores e funcionários, vínculo que permaneceu
mesmo depois da conclusão do ensino médio. Além disso, ter sido estudante de uma escola
pública, pequena, sem históricos de aprovação no vestibular e ter obtido aprovação no
vestibular para o curso de Psicologia em uma instituição de ensino superior pública no estado
do Ceará em 2012, foi um marco importante para a escola na época, onde pouco ainda se falava
sobre os meios de conseguir aprovação no nível superior.
Ao iniciar as primeiras aproximações com a escola com o objetivo de realizar a pesquisa
de mestrado, a diretora solicitou que realizássemos um grupo de Orientação Profissional com
os alunos do terceiro ano que estavam vivendo a realidade de Exame Nacional do Ensino Médio
ENEM e vestibulares, essa solicitação foi atendida, inclusive como uma forma de
reaproximação com a escola, aproximação com os alunos, professores e a comunidade escolar
como um todo. Assim nasceu o projeto intitulado “Construindo Caminhos”, a proposta foi
apresentada à direção e professores, que receberam com muito entusiasmo.
Procedimentos
Primeiramente, houve uma reunião com a direção da escola para apresentar o projeto
Construindo Caminhos e a proposta do Grupo de Orientação Profissional. Posteriormente,
houve um momento de apresentação do projeto para os alunos e divulgação do grupo com
entradas em sala realizadas pelo psicólogo mediador junto a direção da escola, os mesmos
fizeram entradas nas salas informando sobre o projeto, período de inscrições e demais
informações pertinentes.
Pela grande quantidade de alunos interessados em participar, decidimos que teríamos 4
encontros no período de setembro a novembro de 2022. Organizamos as atividades de forma
que possibilitasse atingir o objetivo da intervenção de acordo com a Tabela 1. A escola possui
duas turmas de 3º ano, cada turma contém entre trinta e cinco e quarenta alunos. Com objetivo
de contemplar as duas turmas decidimos abrir 20 vagas para o projeto com dez vagas para cada
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sala, o período de inscrição aconteceu uma semana antes das oficinas iniciarem com o primeiro
encontro. Logo percebemos que o número de vagas não seria suficiente para a quantidade de
alunos interessados em participar, então decidimos ampliar para 30 vagas.
Figura 1 Organização dos Encontros do Projeto “Construindo Caminhos”
Fonte: Elaborado pelos autores
Por fim, recebemos um total de vinte e sete inscrições, sendo dezessete meninas e 10
meninos, a sua maioria da cor negra, residentes da própria cidade, mas de diferentes bairros,
filhos de trabalhadores locais e com situação socioeconômica semelhante. Todos os encontros
foram facilitados pelo psicólogo na sala de informática da escola, que era a única sala disponível
no momento. Os encontros eram realizados no último horário do turno da manhã 11:00 as
11:50 os dois últimos encontros foram realizados na biblioteca, em todos os encontros o
psicólogo mediador foi o responsável da condução dos encontros. Vale lembrar que ao término
de cada dia foi registrado no diário de campo com o objetivo de guardar as informações geradas
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em cada oficina. E por questões éticas, utilizaremos nomes fictícios ao referirmos a algum
aluno.
Análise da experiência do Projeto “Construindo Caminhos”
De acordo com Campos, Silva e Albuquerque (2021) existem duas formas principais de
análise de uma experiência com um diário de campo, a primeira é a decomposição dos dados,
verificando padrões e regularidades para que em seguida seja feita uma análise teórica que
consiste na explicação dos achados da pesquisa a partir de um cenário teórico. Neste caso, a
decomposição dos dados faremos de modo a explicar como ocorreu cada encontro, discutindo
teoricamente os elementos pertinentes ao objetivo do trabalho.
A partir do que foi vivenciado nos quatro encontros com as respectivas atividades foi
possível compreender como os jovens do ensino médio da escola pública encaram esse
momento de escolha profissional, assim como, as diferentes dimensões desse fenômeno. As
atividades realizadas serviram de instrumentos capazes de promover uma reflexão sobre
projetos de vida, conforme descreveremos a seguir.
Primeiro Encontro - O início do percurso
O primeiro encontro do projeto Construindo Caminhos foi intitulado “O início do
percurso” seguindo a analogia do título do projeto que gera um sentido de processo e de
construção do projeto de vida. Compreendemos que os alunos são agentes ativos nesse
processo, pois de acordo com Vigotski (2003), o homem é um ser ativo capaz de transformar
sua realidade e é na interação com outros homens que ocorre o aprendizado e o
desenvolvimento. Essa concepção de homem é importante, pois a OP na perspectiva sócio-
histórica se busca promover um espaço de reflexão crítica do mundo do trabalho e com isso
promover uma escolha consciente das questões sociais levando em consideração a autonomia
dos sujeitos nesse processo (Silva et al., 2021).
No primeiro encontro estiveram presentes 21 alunos, dos dois anos da escola.
Iniciamos com uma apresentação do psicólogo mediador, que se apresentou e relatou que que
era ex-aluno da escola e atualmente psicólogo e mestrando em Psicologia, ter feito essa
apresentação chamou atenção dos alunos por se tratar de um ex-alunos. Durante a apresentação
a fala do mediador foi cortada pelos alunos com perguntas como “como foi que você passou no
ENEM? Qual foi sua nota? Como você estudava?(DC-1). Essas perguntas demonstraram o
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interesse por parte dos alunos sobre a entrada no ensino superior, apesar da dificuldade
estrutural da entrada dos estudantes de escolas públicas nas universidades, é possível identificar
que a vontade e o desejo, mas o desejo parece esbarrar nas questões materiais, quando um
aluno menciona “eu acho que a gente nunca vai conseguir passar também” (DC-1). De acordo
com a análise de Melsert e Bock (2015), os estudantes mais pobres tendem a entrar mais cedo
no mercado de trabalho, muitas vezes em condições precarizadas, consequentemente
abandonam os estudos mais cedo com poucas chances de acesso ao ensino superior, ao contrário
dos estudantes mais ricos que dedicam-se mais aos estudos e conseguem acessar o ensino
superior com mais facilidade. Essa realidade pode ser questionada através da compreensão
crítica sobre o lugar social ocupado por eles, que é o pretendido no grupo de OP.
Iniciamos explicando sobre o que se tratava o projeto Construindo Caminhos com o
questionamento “vocês sabem qual a diferença entre Orientação Profissional e Projeto de
Vida?” poucos tentaram responder, por isso, o mediador optou por fazer uma diferenciação
entre a Orientação Profissional e o Projeto de Vida, explicamos que Orientação Profissional se
trata de um processo sistemático e que tem uma finalidade que é facilitar um processo de
escolha profissional, a partir da realidade social, política e cultural (Bock, 2006). O Projeto de
Vida trata-se de um processo mais amplo e vai além da escolha profissional, diz respeito a
planos, metas e desejos de vida (Alves; Dayrell, 2015).
Realizamos uma rodada de apresentação de forma coletiva e ao fim da apresentação
fizemos um breve contrato grupal sobre a importância do compromisso de cada um com o
processo, assim como os acordos sobre dias e horários de cada encontro (Soares; Krawulski,
2010). Em seguida, foi realizado uma dinâmica com o objetivo de refletirmos sobre a realidade
onde eles estão inseridos. A realidade chamada de “dinâmica dos caminhos” aconteceu da
seguinte forma. No chão foi exposto dois desenhos em folhas A4 distantes um do outro, cada
um em uma extremidade da sala, no primeiro havia o desenho de um ícon de localização
simbolizando o ponto de partida e no outro havia um desenho de uma bandeira simbolizando o
ponto de chegada, foi entregue a cada aluno uma folha com desenho de dois pés, e foi pedido
que primeiro eles colocassem nos pés o que eles enxergavam de potencialidades neles mesmos.
Além disso, foi pontuado que eles poderiam colorir os pés da forma como eles quisessem.
Ao terminar essa etapa, foi pedido para que eles escrevessem, então dificuldades que
eles enxergavam no caminho até a linha de chegada e que eles se organizassem entre si e
colocassem todos os desenhos de pés do chão, de modo que esses desenhos conectassem um ao
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outro do ponto de partida ao ponto de chegada. Ao final, foi problematizado que a ideia era
pensar na atividade e fazer conexões com nossas próprias vidas e contextos.
Algumas perguntas disparadoras mobilizaram o diálogo, tais como: Para vocês o que
essa atividade significou? Como vocês se sentiram fazendo essa atividade? É possível sair do
ponto de partida e chegar ao ponto de chegada apenas com potencialidades? Qual a importância
de também aprender a lidar com as fragilidades em busca do que se quer para a vida? A partir
disso, os estudantes foram colocando como se sentiram, pontuaram que para que eles pudessem
chegar nos seus objetivos eles precisariam lidar com eles mesmos de forma completa, com tudo
aquilo que os compõem. Essa atividade foi importante para mobilizar uma reflexão sobre o
contexto de cada um, compreendendo que tal contexto muitas vezes pode ocultar uma série de
fragilidades que precisam ser analisadas do ponto de vista social, para isso as perguntas
disparadoras foram importantes. Conforme pontua Lisboa (2010), a realidade socioeconômica
é um fator preponderante no cenário profissional e de trabalho. e muitas vezes, os jovens podem
enxergar as possibilidades de desenvolvimento de uma carreira limitadas diante do contexto
social. Refletir sobre as fragilidades pode ser uma forma de compreender as dimensões sociais
que atravessam a processo de escolha profissional.
Segundo Encontro - Por onde seguir?
Estiveram presentes nesse encontro onze alunos. Iniciamos com uma dinâmica chamada
Quem fui? Quem sou? E Quem serei? Havia três plaquinhas cada placa com uma pergunta
diferente Quem fui? Quem sou? Quem serei? O aluno recebia o conjunto de plaquinhas e
podia responder seguindo a ordem que quisesse das plaquinhas, depois este passaria as
plaquinhas para o próximo aluno que faria o mesmo. O objetivo foi articular o passado, presente
e o futuro refletir sobre suas identidades, sobre o contexto social que estão inseridos, a realidade
atual e como tudo isso pode influenciar na construção do futuro. De acordo com Dantas e
Ciampa (2014), ao falar sobre sua história de vida o sujeito possibilita que o pesquisador
compreenda como o mesmo se coloca no mundo, seus valores e sua identidade. Conforme o
título do encontro “por onde seguir” esse momento foi importante para pensar nas
possibilidades de caminhos que podem ser construídos ao refletir sobre o futuro. De acordo
com Bock (2002), a autopercepção de características particulares potencializa a construção de
projetos de vida.
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Durante a pergunta “Quem fui?” a aluna Rafaela mencionou que iniciou seu percurso
escolar até o ano em uma escola particular localizada na mesma cidade, no ensino médio
Rafaela precisou mudar para a escola pública, durante o encontro Rafaela mencionou: Essa
mudança pra mim foi um choque. Quando eu cheguei parecia que eles haviam parado no tempo
aqui. A estrutura era muito diferente. Mas aos poucos minha percepção foi mudando, hoje essa
escola é minha segunda casa e a minha turma é uma família pra mim.(DC-2). o aluno
Arthur pontuou eu nunca gostei das escolas particulares de Maracanaú, antigamente eu
achava que tinha playboy, hoje eu vejo que são pessoas normais, iguais a nós(DC-2).
Neste momento a aluna Jéssica falou ninguém é melhor do que ninguém, eles não são melhores
por estudarem em escolas particulares, eu até conheço uns que são pirangueiros” (DC-2) e os
outros alunos concordaram com a fala de Jéssica.
Os relatos de Rafaela e Arthur sobre as comparações da escola pública com a escola
particular nos aponta que os alunos conseguem perceber que existe uma diferença social entre
os alunos da escola pública e particular, quando Arthur fala eles são pessoas normais” (DC-
2) isso demonstra a tentativa de naturalizar o abismo social que existe entre eles, Para Melsert
e Bock (2015), os jovens pobres conseguem ver a diferença social em relação aos outros, no
entanto, não apresentam elementos críticos que explique essa realidade social. Por isso, durante
a atividade o psicólogo lançava perguntas que mediassem um processo reflexivo sobre a
temática que estava sendo discutida.
Outro ponto que apareceu na fala dos alunos nesta atividade foi a dificuldade de manter
os estudos durante a pandemia da COVID-19, Rafaela disse: eu não aprendi praticamente
nada”. Outro aluno falou: a escola ficou sem aula praticamente o ano todo (DC-2).
Explicaram que quando chegaram à escola no ano do ensino médio, poucos meses depois
começou a pandemia, quando puderam retornar à escola novamente de forma presencial
estavam no 3º ano do ensino médio, ou seja, no último ano. Os alunos relataram que tiveram a
sensação que pularam do 9º ano para o 3º e que os primeiros anos do ensino médio parece que
nunca existiram, situação que agrava o processo de aprendizagem. Alguns alunos relataram que
conseguiram trabalhos durante os horários das aulas a escola não podia reprovar a gente
mesmo” (DC-2). De acordo com Santos e Oliveira (2021), a pandemia fragilizou o vínculo dos
alunos com a escola e com os educadores, a perca desse vínculo acarretou perdas aos alunos
que se afastaram da escola. Também dificultou que os alunos construíssem projetos de vida,
pois foi um período de dúvidas e incertezas em relação ao futuro diante do vírus da COVID-
19.
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Durante a pergunta “Quem serei?” algumas alunas relataram o desejo de cursar
Psicologia, o mediador perguntou sobre o que motivava elas a escolherem por esse curso, a
aluna Amanda respondeu “muitos alunos da escola sofrem com crise de ansiedade, as vezes a
gente vai no banheiro e tem alguém em crise a gente que precisa acolher porque não tem
psicólogo na escola” (DC-2). Neste momento, o mediador perguntou como elas faziam para
ajudar, elas relataram que ficavam ao lado até a pessoa melhorar. O desejo de cursar Psicologia
era para saber como agir nessas situações, outra aluna relatou que as vezes quando algum aluno
está tendo uma crise na escola eles chamam a professora de libras. Ao perguntar sobre o porquê
chamam ela, foi falado “ah, é porque ela tem um jeito, sabe, ela é uma pessoa boa” (DC-2).
O aluno Pedro mencionou o desejo de ser militar, ao ser interrogado pelo mediador
como faria isso, Pedro relatou que fez sua inscrição no exército e estava fazendo os testes para
ser aprovado, relatou que faria qualquer coisa para atingir seu objetivo, complementou dizendo
eu nunca tive ninguém por mim, por isso me inscrevi, fui e passei.(DC-2). Ao serem
questionados sobre os meios para atingir esses objetivos, apenas Pedro soube responder,
Amanda a princípio demonstrou insegurança em relação aos meios para atingir o objetivo de
cursar Psicologia, segundo ela depender de uma nota de prova gera muita incerteza, mas
explicou que caso não fosse aprovada neste ano, faria um cursinho preparatório para passar no
vestibular.
Com essa atividade Quem sou? Quem fui? Quem serei? foi possível iniciar a
problematização sobre o projeto de vida e a escolha profissional, pois na pergunta “quem serei”
os adolescentes puderam projetar um possível futuro. Nessa etapa, o mediador optou por lançar
perguntas como “quando concluir a escola de Ensino Médio, o que pretende fazer? Quem quer
continuar estudando, pretende estudar onde? Fazendo qual(is) curso(s)? Quem quer ingressar
no mercado de trabalho, pretende procurar que tipo de trabalho. Alguns pontuaram a vontade
de entrar em cursos superiores e outros mencionaram o desejo por um trabalho que trouxesse
uma remuneração rápida.
Após esse momento, o mediador colocou perguntas disparadoras no quadro e pontuou
que esse momento haveria uma espécie de roda de conversa sobre a realidade do trabalho. As
perguntas disparadas foram “Quais as características do mundo de trabalho hoje?” “Quais as
dificuldades de entrar no mercado de trabalho?” “Como se planejam para entrar no mundo do
trabalho?”. A ideia de sistematizar essas perguntas teve o objetivo de conduzir uma reflexão
sobre o mundo atual do trabalho, houve uma participação ativa dos alunos nesse momento que
problematizaram como eles compreendiam o mercado de trabalho.
Carlos Gutyerrez Moreno NOGUEIRA; Verônica Morais XIMENES.
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Nesta etapa sobre a problematização do mercado de trabalho, todos os alunos
responderam que tinham interesse em entrar no mercado de trabalho no ano seguinte ao concluir
o ensino médio. O psicólogo questionou sobre como fariam para conseguir isso. Aos poucos os
alunos foram formulando respostas concretas. Mencionaram a dificuldade na entrada para o
mercado de trabalho, falaram sobre a alta do desemprego e de pessoas com muito conhecimento
trabalhando como motorista de aplicativo.
Terceiro Encontro - Por entre as curvas
Neste encontro, iniciamos com um vídeo chamado “Escolhas de vida” que se trata de
um curta-metragem que possibilitou refletirmos sobre a dimensão do trabalho e como as
escolhas profissionais são atravessadas pelo contexto social. O vídeo mobilizou uma discussão
sobre fazer o que gosta ou fazer algo que tenha mais retorno financeiro; possibilitou também
pensar naquilo que o sujeito faz bem e nas possibilidades de execução, nos meios para alcançar
o objetivo individual e na recompensa que as escolhas podem gerar. Vale lembrar que a análise
de um recurso audiovisual em um grupo pode propiciar uma reflexão crítica sobre a realidade
social (Klein; Arantes, 2016). Logo em seguida, iniciamos uma discussão sobre o vídeo com as
perguntas disparadoras “O que é ser alguém na vida? O que significa ter sucesso pessoal e
profissional? Qualquer pessoa é livre para escolher a profissão que deseja? Quais fatores podem
influenciar na escolha profissional?”
O vídeo e as perguntas possibilitaram que os alunos falassem sobre o contexto social,
percebendo as estruturas sociais em volta do mundo do trabalho. Começaram falando sobre a
situação socioeconômica e das dificuldades encontradas por serem pobres e estudarem em
escola pública. Houve uma problematização a respeito das cotas nas universidades e os alunos
demonstraram apoio a essa política e ratificaram o quanto essa tem sido importante para inserir
os estudantes nas universidades.
Um aluno colocou pra ser alguém na vida não precisa ter faculdade” (DC-3). Esse é
um ponto central da construção de um projeto de vida, pois não necessariamente o futuro
profissional depende da universidade. Sabemos que vai além do trabalho, perpassa a vida como
um todo, muitos alunos mencionaram a situação de seus pais que não conseguiram chegar a
faculdade, mas conseguiram trabalhar de forma digna.
Por fim, foi passado uma atividade a ser realizada em casa, foi pedido para que
pesquisassem sobre a profissão ou um trabalho que eles se imaginavam no futuro, levantando
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aspectos como “Qual é a profissão/ocupação? O que faz? áreas de atuação, mercado,
habilidades, características, motivação para essa escolha.” O objetivo da atividade foi o que de
compreender quais as motivações na escolha e as características naquela área em específico.
Neste encontro estiveram presentes nove alunos.
Quarto Encontro - O que há depois da chegada
Neste último encontro, primeiramente, foi realizado um acolhimento pós ENEM.
Estiveram presentes 6 alunos. A primeira fase do exame havia sido realizada no dia anterior e
ao chegar na escola foi percebido o quanto estavam aflitos e angustiados com a prova. Alguns
haviam feito a prova pela primeira vez e apesar dos simulados, relataram que foram pegos de
surpresa quanto ao formato longo da prova. Durante o acolhimento, os alunos pontuaram de
forma muito enfática que poderiam ter feito mais simulados e que acharam que a escola
começou a focar no ENEM muito em cima da hora, pois estavam focados no conteúdo para as
provas parciais e bimestrais. Também relataram episódios de ansiedade durante o exame.
Em seguida, foi feita a apresentação e discussão da tarefa de casa anterior. Dessa
maneira, cada estudante apresentou características das profissões que desejavam seguir, dentre
elas estavam psicologia, fisioterapia, enfermagem, policial, trabalhar com mercado financeiro
etc. Durante as apresentações o mediador levantava questionamentos pertinentes a temática,
como “o que motivou essa escolha? Essa profissão precisa de um curso superior? Quais as
formas de conseguir entrar nesta área? Com isso, os próprios alunos também foram se
interessando em tirar dúvidas sobre as profissões e ocupações uns dos outros.
Em seguida, foi realizado uma simulação das profissões, atividade conhecida a partir do
termo inglês role play onde cada um interpretaria um personagem como se fosse atuante no
mercado e a plateia alunos e mediador iria fazer perguntas sobre as profissões, foi um
momento bem descontraído e que possibilitou que pensassem em como seria atuar em
determinada área, a simulação tem a função de auxiliar. Também foi realizado a técnica de
complementação de frases, com o objetivo de investigar os sentidos produzidos pelos alunos
sobre determinadas temáticas.
Carlos Gutyerrez Moreno NOGUEIRA; Verônica Morais XIMENES.
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Orientação profissional na mediação de projetos de vida na escola pública
A orientação Profissional na perspectiva sócio-histórica pode servir como mediadora na
construção de projetos de vida, na medida que propicia aos sujeitos participantes uma reflexão
sobre a dimensão da sua realidade no contexto social. Dessa forma, um aspecto importante no
desenvolvimento do Projeto Construindo Caminhos foi seu aspecto mediador. Compreendemos
mediação a partir da perspectiva de Vigotski (2003), que coloca que o processo de mediação é
central na constituição ontogenética do homem, ou seja, na constituição histórica do homem.
Foi partir da mediação que o homem desenvolveu a capacidade de internalizar o significado
das coisas. Leontiev (1978), também pontua que o que diferencia a história do homem é a
capacidade de apropriação da experiência histórica acumulada pela humanidade e essa
experiência está principalmente nos objetos físicos, na linguagem e na cultura material que é
internalizada a partir da mediação. De acordo com Farias e Bortolanza (2013), no
desenvolvimento do indivíduo é essencial a mediação de outras pessoas no processo de
internalização da cultura e desenvolvimento da linguagem.
Dessa forma, a aprendizagem e o desenvolvimento humano ocorrem através de
mediações de instrumentos e signos, que assumem uma posição intermediária numa relação.
Para Vigotski (2003) toda relação humana pressupõe uma mediação, nós nos tornamos
humanos através dos outros, o que denota o que pode ser compreendido como mediação. Dessa
forma, toda aquisição de conhecimento é mediada por alguma ferramenta física ou simbólica,
é nesse processo que o mundo adquiri significado, por isso o autor destaca a mediação enquanto
elemento fundamental no processo de desenvolvimento e aprendizagem humano.
Com isso, destacamos que as atividades realizadas em cada encontro foram mediadoras
de um processo de construção de projetos de vida para os alunos da escola pública, pois
possibilitaram que através delas se pensasse em outros elementos importantes na nessa
construção. De acordo com Silva et al. (2021), a orientação profissional pode proporcionar um
espaço de reflexão entre os adolescentes para além da vida profissional, ampliando para
questões da vida pessoal, da sua história de vida, da sua realidade e que auxilie na construção
de projetos de vida.
A maior parte dos estudantes de escolas públicas encontram-se em situação de pobreza
e de acordo com Melsert e Bock (2015), no Brasil há uma legitimação da desigualdade social a
partir de um discurso meritocrática embasado em uma lógica liberal que quer justificar os
sucessos e fracassos do ponto de vista individual, afastando do eixo de análise sua produção
social. A vivência da escola pública e de pobreza, de acordo com Melsert e Bock (2015), é
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constituinte de subjetividades, uma pessoa que tem acesso a bens e serviços sociais se subjetiva
a partir dessa realidade, assim como, uma pessoa que é privada de tudo isso. Por isso, Whitaker
(2010) diz que é necessário a tomada de consciência e a reflexão crítica das causas estruturais
das dificuldades dos alunos oriundos da escola pública e isso faz parte do processo de
construção de um projeto de vida.
Com isso, foi possível compreender que os estudantes de escolas públicas precisam
desses espaços de discussão e construção coletiva e crítica acerca da realidade social e do
trabalho para que a construção de projetos de vida nas escolas públicas se torne uma prática e
um instrumento de transformação social. As respostas trazidas pelos estudam em um primeiro
momento pareciam respostas sem uma reflexão crítica aprofunda, mas à medida que
problematizávamos com perguntas disparados podíamos perceber a capacidade de formular
criticamente sobre a realidade social e do trabalho. Segundo Carvalho e Marinho-Araújo
(2010), a mediação da escolha profissional de adolescentes tem sido uma das propostas
desafiadoras para os psicólogos nas escolas, pois se trata de um trabalho ainda pouco difundido,
principalmente nas escolas públicas, onde a presença do psicólogo ainda é pouca. Whitaker
(2010) coloca que a orientação precisa se expandir como uma ação afirmativa para os alunos
de escolas públicas.
Considerações finais
A orientação profissional pode ser um instrumento capaz de mediar a construção de
projetos de vida, na medida que proporciona aos envolvidos uma reflexão crítica sobre a
realidade, contexto social e o mundo do trabalho. Na escola pública, especificamente, local
onde a maior parte dos estudantes encontram-se em situação de vulnerabilidade social, se faz
necessário uma prática comprometida com a transformação social promovendo um espaço de
reflexão crítica sobre o contexto social. Os aspectos históricos, sociais e culturais onde os
sujeitos estão envolvidos influenciam no processo de escolha profissional, consequentemente
na construção dos projetos de vida, além de influenciar também na aderência ao grupo proposto
na escola, em que foi percebido uma desistência dos alunos no decorrer dos encontros. Também
foi percebido uma maior aderência de meninas do que de meninos, que é algo que vale a pena
ser problematizado num estudo futuro.
O planejamento que os alunos têm em relação a vida, em geral estão ligados a escolha
profissional, onde grande parte dos alunos associa o projeto de vida a entrada no ensino superior
Carlos Gutyerrez Moreno NOGUEIRA; Verônica Morais XIMENES.
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ou com a entrada no mercado de trabalho. Através dos encontros do Projeto “Construindo
Caminhos”, os alunos conseguiram refletir não apenas sobre si, mas também a dimensão do
social, pensaram criticamente sobre a escola, que ora aparece como um espaço que chamam de
“segunda casa” e ora estabelecem uma reflexão crítica ao seu modo de funcionamento, em que
a mediação através dos instrumentos possibilitou uma ampliação da reflexão sobre às questões
estruturais da sociedade e ressaltamos a orientação profissional como uma prática a ser exercida
dentro desse espaço capaz de possibilitar e facilitar a construção de projetos de vida com os
estudantes.
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CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Gostaríamos de agradecer à escola EEMTI Prof Antônio Martins Filho,
aos gestores, alunos e comunidade escolar.
Financiamento: Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (FUNCAP)
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesse.
Aprovação ética: Não se aplica.
Disponibilidade de dados e material: Não se aplica.
Contribuições dos autores: Autor: A contribuição foi na construção da sistemática da
metodologia de campo, no processo de ida a campo, na coleta do material de campo, na
análise e discussão do material coletado, na redação, na revisão e formatação do texto.
Coautor: Declaro, que a coautora deste trabalho contribuiu com o planejamento da
construção da sistemática da metodologia de campo, a supervisão das idas ao campo, a
análise crítica da interpretação e discussão do material coletado, a leitura e a revisão do
texto.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 9, n. esp. 1, e024005, 2024. e-ISSN: 2177-5060
DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v9iesp.1.17441 1
CAREER GUIDANCE IN THE CONSTRUCTION OF LIFE PROJECTS: AN
EXPERIENCE REPORT IN PUBLIC SCHOOL
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL NA CONSTRUÇÃO DE PROJETOS DE VIDA: UM
RELATO DE EXPERIÊNCIA NA ESCOLA PÚBLICA
ORIENTACIÓN PROFESIONAL EN LA CONSTRUCCIÓN DE PROYECTOS DE
VIDA: UN RELATO DE EXPERIENCIA EN LA ESCUELA PÚBLICA
Carlos Gutyerrez Moreno NOGUEIRA1
e-mail: gutyerrez.nogueira@gmail.com
Verônica Morais XIMENES2
e-mail: vemorais@yahoo.com.br
How to reference this article:
NOGUEIRA, C. G. M.; XIMENES, V. M. Career guidance
in the construction of life projects: An experience report in
public school. Plurais - Revista Multidisciplinar,
Salvador, v. 9, n. esp. 1, e024005, 2024. e-ISSN: 2177-
5060. DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v9iesp.1.17441
| Submitted: 17/05/2023
| Required revisions: 27/08/2023
| Approved: 18/12/2023
| Published: 12/07/2024
Editors:
Profa. Dra. Célia Tanajura Machado
Profa. Dra. Kathia Marise Borges Sales
Profa. Dra. Rosângela da Luz Matos
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Federal University of Ceará (UFC), Fortaleza CE Brazil. Psychologist from the State University of Ceará
(UECE). Master's student in Psychology at the Federal University of Ceará and member of the Community
Psychology Center (NUCOM).
2
Federal University of Ceará (UFC), Fortaleza CE Brazil. PhD in Psychology from the University of Barcelona.
Post-Doctorate in Psychology from UFRGS. Full Professor of the Postgraduate Program in Psychology at UFC.
Coordinator of the Community Psychology Center (NUCOM). CNPq -1D researcher.
Career guidance in the construction of life projects: An experience report in public school
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 9, n. esp. 1, e024005, 2024. e-ISSN: 2177-5060
DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v9iesp.1.17441 2
ABSTRACT: This is an experience report of Professional Guidance carried out in a public
school in the Municipality of Maracanaú-CE with students in the 3rd year of high school. The
objective of this article is to present an experience report with a Professional Guidance group
as a mediating instrument in the construction of life projects with students from a public school.
The group called Construindo Caminhos consisted of four meetings. Professional Guidance
was carried out from a socio-historical perspective, in which the individual is understood in a
broad and contextualized way, with the main objective being to understand the socio-historical
reality and its contradictions and from this and mediate awareness in choices. With this, it is
observed that Professional Guidance from a socio-historical perspective is capable of mediating
through instruments the construction of life projects for students from public schools.
KEYWORDS: Career Guidance. Projects of life. Public School.
RESUMO: Trata-se de um relato de experiência de Orientação Profissional realizada numa
escola pública do Estado do Ceará, localizada no Município de Maracanaú com os alunos do
3º ano do ensino médio. O objetivo desse artigo é apresentar um relato de experiência com um
grupo de Orientação Profissional como instrumento mediador na construção de projetos de
vida com alunos de uma escola blica. O grupo chamado de Construindo Caminhos foi
constituído de quatro encontros. A Orientação Profissional foi realizada numa perspectiva
sócio-histórica, em que o indivíduo é compreendido de forma ampla e contextualizada, sendo
o principal objetivo compreender a realidade sócio-histórica e suas contradições e a partir
disso e mediar uma tomada de consciência nas escolhas, pensando nos caminhos possíveis e
desejáveis. Com isso, observa-se que a Orientação Profissional na perspectiva sócio-histórica
é capaz de mediar através de instrumentos a construção de projetos de vida de alunos oriundos
de escolas públicas.
PALAVRAS-CHAVE: Orientação Profissional; Projeto de Vida; Escola Pública.
RESUMEN: Se trata de un relato de experiencia de Orientación Profesional realizada en una
escuela pública del Municipio de Maracanaú-CE con alumnos del año de secundaria. El
objetivo de este artículo es presentar un relato de experiencia con un grupo de Orientación
Profesional como instrumento mediador en la construcción de proyectos de vida con
estudiantes de una escuela pública. El grupo denominado Construindo Caminhos estuvo
formado por cuatro reuniones. La Orientación Profesional se realizó desde una perspectiva
sociohistórica, en la que se comprende al individuo de manera amplia y contextualizada,
teniendo como objetivo principal comprender la realidad sociohistórica y sus contradicciones
y a partir de ésta mediar en la toma de conciencia en las elecciones. Con esto, se observa que
la Orientación Profesional desde una perspectiva sociohistórica es capaz de mediar a través
de instrumentos en la construcción de proyectos de vida de estudiantes de escuelas públicas.
PALABRAS CLAVE: Orientación Profesional. Proyecto de Vida. Escuela Pública.
Carlos Gutyerrez Moreno NOGUEIRA; Verônica Morais XIMENES
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 9, n. esp. 1, e024005, 2024. e-ISSN: 2177-5060
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Introduction
The reality of Brazilian public schools is the subject of intense debate and constant
change. It is not new that problems persist. According to Botelho, Cunha and Bicalho (2020),
the school is a great instrument of socialization and the issues that arise within the school
environment need to be understood beyond these spaces. In other words, the problems faced
within the public school go beyond the walls, they are part of a political, economic and social
project that aims to maintain the context of precariousness and withdrawal of rights from the
poor population in the country.
According to Zan and Krawczyk (2019), secondary education is the weakest link in
Brazilian education and the most sensitive to political crises. Its identity is constantly being
questioned, its role in public schools has been to prepare students for work, with little chance
of continuing on to higher education. However, Lima et al. (2020) analyze that under the logic
of neoliberalism, high school is seen as a time of strictly individual choice, in which young
people have the power to choose which path to take when they finish basic education. However,
the reality is that for many young people the end of secondary school is also the end of their
school career. Especially for students from public schools, where the possibilities of continuing
on to higher education seem very distant, diverse and unfocused for the secondary school they
attended. This reality is gradually being changed with the implementation of public policies
such as the Quota Law for access to higher education, which are still insufficient to meet the
needs and expectations of a student whose goal is work and not schooling.
We know that the quota policy currently in force through Law n. 12,711, of 29 August
2012 (Brasil, 2012a), which provides for admission to higher and technical education in federal
institutions, regulated through Decree n. 7,824/2012 (Brasil, 2012b), is an important milestone
for students from public schools, black, indigenous or with disabilities. The law guarantees 50%
of the places reserved for this public. According to Mocelin (2020), the quota policy hides a
history of exclusion from access to higher education, if the black, poor and indigenous
population does not access higher education, the effect of this is the continuation of this process
for several family generations, the quota policy breaks this cycle. The quota policy is essential
and needs to be improved all the time. However, it is still historically fragile and we need
educational policies to keep pace with the evolution and continuity of quality higher education.
In this scenario, public school students are faced with a new problem, that of choosing
a career and deciding which course to follow in higher education. According to Boneti, Neto
and Lima (2018), the logic of neoliberalism introduces a logic of individualization into the
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educational process, which impacts on the process of choosing a career. In this way,
Professional Orientation (PO) in a contextualized way with the students' scenario within this
space can be an important instrument in this process.
According to Bock (2006), PO from a socio-historical perspective questions the liberal
conception of the individual, as well as understanding that professions and occupations are not
immutable. Thus, it is assumed, beyond the liberal notion, that subjects have the possibility of
fighting to change the conditions in which they live, both individually and collectively (Bock,
2006). According to Lima et al. (2020), Career Guidance aims to understand the socio-historical
reality and its contradictions and, based on this, to mediate an awareness of choices, thinking
about possible and desirable paths.
Mandelli et al. (2011) point out that the PO helps in the construction of their professional
future, in contact with their own life story, with themselves, with the social reality and with
information about the job market, young people are also building possibilities for preparing
their life project contextualized with the social reality in a way that aligns their dreams with
what is possible within the current society.
We start from the understanding that a life project is "the intention to transform reality,
guided by a representation of the meaning of this transformation, in which the real conditions
in the relationship between past, present and future are taken into account" (Marcelino; Catão;
Lima, 2009, p. 547). Furthermore, according to Bastos (2005), career guidance also needs to
reach public schools so that they can discuss society, the world of work and career choices
based on their realities. Bremm and Bisol (2008) understand that adolescence is a period in
which people are constantly invited to think about their life projects, which can help adolescents
to construct new meanings about themselves and the world.
Thus, according to Alves and Dayrell (2015), the professional dimension is very
important in the discussion about life projects, but it is not enough to address the subject,
because talking about life projects cannot be limited to the professional dimension. In addition,
the life project is based on the subject's own life story and refers to the process of building the
subject's identity. It is a learning process that encompasses the past, present and future, as well
as objective and subjective issues. Without losing sight of the fact that we live in a meritocratic
society, in which the individual is placed in the position of being solely responsible for their
success.
According to Bastos (2005), the socio-economic reality makes it difficult, but does not
limit, for young people to make effective career choices, which is why it is necessary to know
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who they are, the social and labor market reality, and to understand the meaning of young
people's possibilities at the end of high school. With this in mind, the aim of this article is to
present an experience report on a Professional Guidance group as a mediating tool in the
construction of life projects with students from a public school.
Method
The experience report is a type of qualitative research, which is configured as
knowledge, the product of an investigative process, of an individual and collective nature, in
which the researcher produces a narrative whose language reveals the elaboration of what
happened based on the researcher's perception. It is a technique that enables the apprehension
and interpretation of a concentrated reality situation (Daltro; Faria, 2019).
The records of the experience report were compiled in a field diary to help with the
research process. According to Medrado, Spink and Méllo (2014), the field diary is an important
tool in the construction of a research project. It allows for the enhancement and expansion of
information, because in the field diary it is possible to note the perceptions, material conditions
of the field and the affections produced in the experience of contact with the interlocutors. The
field diary refers to the observation of everyday reality for the construction of scientific
knowledge (Frizzo, 2014).
Context and Participants
The career guidance group was held at the public school EEMTI Prof. Antônio Martins
Filho, located in the municipality of Maracanaú in the state of Ceará. It is a school under the
responsibility of the State Government, where secondary education is provided on a full-time
basis. The municipality of Maracanaú is a major industrial hub, and culturally, young people
tend to finish high school and enter the job market. The industries present in the city end up
attracting young people who have just left high school or are still in high school to make up
their workforce (Costa; Silva, 2020).
As it is a full-time school, the class day covers the morning and afternoon shifts, the
participants in the intervention were third-year high school students aged between 15 and 18,
from the school's two third-year high school classes, with a balanced number of men and
women. The approach to the field took place at the beginning of 2022 and was carried out by
one of the authors of this article. The school investigated was the same one where the researcher
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finished high school and during his time at school he was involved in various projects at the
school, being an active and participative student in this space, which made it possible to create
a bond with the management, coordination, teachers and staff, a bond that remained even after
he finished high school. In addition, having been a student at a small public school, with no
history of passing the entrance exam, and having passed the entrance exam for the Psychology
course at a public higher education institution in the state of Ceará in 2012, was an important
milestone for the school at the time, where there was still little talk about how to enter in higher
education level.
When I first approached the school with the aim of carrying out my master's research,
the principal asked us to set up a Professional Guidance group with the third-year students who
were living the reality of the National High School Exam - ENEM and the entrance exams. This
request was granted, even as a way of getting closer to the school, closer to the students, teachers
and the school community as a whole. This is how the project entitled "Building Paths" was
born. The proposal was presented to the management and teachers, who received it with great
enthusiasm.
Procedures
First, there was a meeting with the school management to present the Building Paths
project and the proposal for the Professional Guidance Group. Afterwards, there was a time to
present the project to the students and publicize the group through classroom visits by the
mediating psychologist together with the school management, who went into the classrooms to
inform them about the project, the registration period and other relevant information.
Due to the large number of students interested in taking part, we decided to have 4
meetings between September and November 2022. We organized the activities in such a way
as to achieve the objective of the intervention, as shown in Table 1. The school has two 3rd
grade classes, each containing between thirty-five and forty students. In order to cover both
classes, we decided to open 20 places for the project, with ten places for each class. The
registration period took place a week before the workshops began with the first meeting. We
soon realized that the number of places would not be enough for the number of students
interested in taking part, so we decided to increase the number to 30.
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Figure 1 Organization of the "Building Paths" Project Meetings
Source: Devised by the authors
In the end, we received a total of twenty-seven applications, seventeen girls and ten
boys, most of them black, residents of the city itself, but from different neighborhoods, children
of local workers and with a similar socio-economic situation. All the meetings were facilitated
by the psychologist in the school's computer room, which was the only room available at the
time. The meetings were held in the last hour of the morning shift - 11:00 to 11:50 - the last
two meetings were held in the library, and in all the meetings the mediating psychologist was
responsible for conducting the meetings. It is worth remembering that at the end of each day,
the information generated in each workshop was recorded in a field diary. For ethical reasons,
we will use fictitious names when referring to any of the students.
Analysis of the experience of the "Building Paths" Project
According to Campos, Silva and Albuquerque (2021) there are two main ways of
analyzing an experience with a field diary. The first is to break down the data, checking for
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patterns and regularities so that a theoretical analysis can then be carried out, which consists of
explaining the research findings based on a theoretical scenario. In this case, we will break
down the data in such a way as to explain how each meeting took place, theoretically discussing
the elements pertinent to the objective of the work.
From what was experienced in the four meetings with the respective activities, it was
possible to understand how young people in public high schools view this moment of career
choice, as well as the different dimensions of this phenomenon. The activities carried out served
as instruments capable of promoting reflection on life projects, as we will describe below.
First Meeting - The start of the journey
The first meeting of the Building Paths project was entitled "The start of the journey",
following the analogy of the project's title, which generates a sense of process and of building
a life project. We understand that the students are active agents in this process, because
according to Vygotsky (2003), man is an active being capable of transforming his reality and it
is in interaction with other men that learning and development occur. This conception of man
is important, because PO from a socio-historical perspective seeks to promote a space for
critical reflection on the world of work and thereby promote a conscious choice of social issues,
considering the autonomy of the subjects in this process (Silva et al., 2021).
The first meeting was attended by 21 students from the school's two third years. We
began with a presentation by the mediating psychologist, who introduced himself and said that
he was a former student at the school and was currently a psychologist studying for a master's
degree in psychology. During the presentation, the mediator's speech was cut short by the
students asking questions such as "how did you pass the ENEM? What was your grade? How
did you study?" (DC-1, our translation). These questions demonstrated the students' interest in
entering higher education, despite the structural difficulty of public school students entering
universities. It is possible to identify that there is a will and a desire, but the desire seems to
come up against material issues, when one student mentions "I don't think we'll ever get through
either" (DC-1, our translation). According to the analysis by Melsert and Bock (2015), poorer
students tend to enter the job market earlier, often in precarious conditions, and consequently
leave school earlier with little chance of accessing higher education, unlike wealthier students
who dedicate themselves more to their studies and are able to access higher education more
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easily. This reality can be questioned through a critical understanding of the social place they
occupy, which is the one intended in the PB group.
We began by explaining what the Building Paths project was about with the question
"do you know the difference between Professional Guidance and Life Project?" Few tried to
answer, so the mediator chose to differentiate between Professional Guidance and Life Project,
explaining that Professional Guidance is a systematic process with the aim of facilitating a
process of professional choice, based on the social, political and cultural reality (Bock, 2006).
The Life Project is a broader process and goes beyond the professional choice, it concerns plans,
goals and desires for life (Alves; Dayrell, 2015).
We made a round of presentations collectively and at the end of the presentation we
made a brief group contract about the importance of each person's commitment to the process,
as well as agreeing on the days and times of each meeting (Soares; Krawulski, 2010). We then
carried out a dynamic with the aim of reflecting on the reality in which they live. The reality
called the "dynamics of the paths" took place as follows. Two drawings on A4 sheets of paper
were displayed on the floor at a distance from each other, each at one end of the room. On the
first, there was a drawing of a location icon symbolizing the starting point, and on the other
there was a drawing of a flag symbolizing the finishing point. Each student was given a sheet
of paper with a drawing of two feet, and was asked to first put on their feet what they saw as
their potential. They were also told that they could color the feet however they wanted.
At the end of this stage, they were asked to write down the difficulties they saw on the
way to the finish line and to organize themselves and place all the drawings on their feet, so
that they connected to each other from the starting point to the finish point. At the end, it was
discussed that the idea was to think about the activity and make connections with our own lives
and contexts.
Some triggering questions mobilized the dialogue, such as: What did this activity mean
to you? How did you feel doing this activity? Is it possible to leave the starting point and arrive
at the end point with only potential? What is the importance of also learning to deal with
weaknesses in search of what you want in life? The students then went on to say how they felt,
pointing out that in order to achieve their goals they would need to deal with themselves
completely, with everything that makes them up. This activity was important for mobilizing
reflection on each person's context, understanding that this context can often hide a series of
weaknesses that need to be analysed from a social point of view, and that's why the trigger
questions were important. As Lisboa (2010) points out, socio-economic reality is a
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preponderant factor in the professional and work scenario, and young people can often see the
possibilities of developing a career as limited in the face of the social context. Reflecting on
their weaknesses can be a way of understanding the social dimensions that run through the
process of choosing a career.
Second Meeting - Where to next?
Eleven students attended this meeting. We began with a dynamic called Who was I?
Who am I? and Who will I be? There were three little cards, each with a different question -
Who was I? Who am I? Who will I be? The student received the set of cards and could answer
in any order they wanted, after which they would pass the cards on to the next student who
would do the same. The aim was to articulate the past, present and future, reflecting on their
identities, the social context in which they live, the current reality and how all this can influence
the construction of the future. According to Dantas and Ciampa (2014), by talking about their
life story, the subject enables the researcher to understand how they place themselves in the
world, their values and their identity. According to the title of the meeting "where to go next",
this moment was important for thinking about the possibilities of paths that can be built when
reflecting on the future. According to Bock (2002), the self-perception of particular
characteristics enhances the construction of life projects.
During the question "Who was I?" student Rafaela mentioned that she started her school
career up to the 9th grade in a private school located in the same city, in high school Rafaela
had to switch to public school, during the meeting Rafaela mentioned: "This change was a
shock for me. When I arrived, it seemed like they had stopped in time here. The structure was
very different. But little by little my perception changed, today this school is my second home
and my class is a family to me" (DC-2, our translation). Arthur said: "I never liked the private
schools in Maracanaú, in the past I thought they were just playboys, today I see that they are
normal people, just like us" (DC-2, our translation). At this point, student Jéssica said "nobody
is better than anyone else, they're not better for studying in private schools, I even know some
who are pirangueiros" (DC-2, our translation) and the other students agreed with Jéssica's
statement.
Rafaela and Arthur's accounts of comparisons between public and private schools show
us that the students can see that there is a social difference between public and private school
students. When Arthur says "they are normal people" (DC-2, our translation), this demonstrates
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an attempt to naturalize the social abyss that exists between them. According to Melsert and
Bock (2015), poor young people can see the social difference in relation to others, however,
they do not present critical elements that explain this social reality. This is why, during the
activity, the psychologist posed questions that mediated a reflective process on the topic being
discussed.
Another point that came up in the students' speeches in this activity was the difficulty
of keeping up with their studies during the COVID-19 pandemic, Rafaela said: "I learned
practically nothing". Another student said: "the school was out of classes for practically the
whole year" (DC-2, our translation). They explained that when they arrived at the school in the
1st year of high school, a few months later the pandemic began, and when they were able to
return to school again in person, they were already in the 3rd year of high school, that is, in
their final year. The students reported that they felt like they had jumped from 9th grade to 3rd
grade and that the first years of high school never seemed to exist, a situation that aggravated
the learning process. Some of the students reported that they were able to do work during class
time "the school couldn't fail us anyway" (DC-2, our translation). According to Santos and
Oliveira (2021), the pandemic has weakened the students' bond with the school and the teachers,
and the loss of this bond has led to losses for the students who have withdrawn from school. It
also made it difficult for students to build life projects, as it was a period of doubt and
uncertainty about the future in the face of the COVID-19 virus.
During the question "Who will I be?" some of the students said they wanted to study
psychology, and the mediator asked them what motivated them to choose this course. Amanda
replied: "Many students at school suffer from anxiety attacks, sometimes we go to the bathroom
and there's someone in crisis and we have to take them in because there's no psychologist at
school" (DC-2, our translation). At this point, the mediator asked them what they did to help,
and they said that they stayed by their side until the person got better. The desire to study
psychology was to know how to act in these situations. Another student said that sometimes
when a student is having a crisis at school, they call the sign language teacher. When asked why
they call her, she said "ah, it's because she has a way, you know, she's a good person" (DC-2,
our translation).
When asked by the mediator how he would do this, Pedro said that he had signed up for
the army and was taking the tests to pass. He said that he would do anything to achieve his goal,
adding that "I've never had anyone for me, so I signed up, went there and passed." (DC-2, our
translation). When asked about the means to achieve these goals, only Pedro was able to
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answer, Amanda at first showed insecurity about the means to achieve the goal of studying
Psychology, according to her depending on a test score generates a lot of uncertainty, but
explained that if she did not pass this year, she would take a preparatory course to pass the
entrance exam.
With this activity - Who am I? Who was I? Who will I be? - it was possible to start
problematizing life plans and career choices, since the question "who will I be?" allowed the
teenagers to project a possible future. At this stage, the mediator chose to ask questions such
as "When you finish high school, what do you want to do? If you want to continue studying,
where will you study? Which course(s)?" Those who want to enter the job market will be
looking for what kind of work. Some said they wanted to go on to higher education and others
mentioned the desire for a job that would pay quickly.
After this, the mediator put trigger questions on the board and pointed out that this would
be a kind of round table discussion about the reality of work. The trigger questions were "What
are the characteristics of the world of work today?" "What are the difficulties of entering the
job market?" "How do you plan to enter the world of work?". The idea of systematizing these
questions was to lead to a reflection on the current world of work, and there was active
participation from the students at this point, who problematized how they understood the job
market.
At this stage of the problematization of the job market, all the students replied that they
were interested in entering the job market the year after they finished high school. The
psychologist asked them how they would achieve this. Gradually, the students came up with
concrete answers. They mentioned the difficulty of entering the job market, talked about rising
unemployment and people with a lot of knowledge working as app drivers.
Third Meeting - Between the curves
At this meeting, we started with a video called "Life Choices", a short film that allowed
us to reflect on the dimension of work and how professional choices are crossed by the social
context. The video mobilized a discussion about doing what you like or doing something that
has more financial return; it also made it possible to think about what the subject does well and
the possibilities of execution, the means to achieve the individual objective and the reward that
choices can generate. It is worth remembering that the analysis of an audiovisual resource in a
group can encourage critical reflection on social reality (Klein; Arantes, 2016). We then began
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a discussion about the video with the trigger questions "What does it mean to be someone in
life? What does it mean to be personally and professionally successful? Is anyone free to choose
the profession they want? What factors can influence professional choice?"
The video and the questions enabled the students to talk about the social context,
understanding the social structures surrounding the world of work. They began by talking about
their socio-economic situation and the difficulties they faced as a result of being poor and
studying in public schools. There was a discussion about quotas in universities and the students
showed support for this policy and confirmed how important it has been for getting students
into universities.
One student said: "You don't have to go to university to be someone in life" (DC-3, our
translation). This is a central point in the construction of a life project, because the professional
future does not necessarily depend on university. We know that it goes beyond work, it
permeates life as a whole. Many students mentioned the situation of their parents who were
unable to go to university but managed to work in a dignified way.
Finally, they were given an activity to do at home. They were asked to research the
profession or job they imagined themselves doing in the future, asking questions such as "What
is the profession/occupation? What does it do? Areas of activity, market, skills, characteristics,
motivation for this choice." The aim of the activity was to understand the motivations behind
the choice and the characteristics of that particular area. Nine students attended this meeting.
Fourth Meeting - What happens after arrival
At this last meeting, we first had a post-ENEM welcome. Six students were present. The
first phase of the exam had taken place the day before and upon arriving at the school they
realized how distressed and anguished they were about the test. Some of them had taken the
exam for the first time and, despite the mock exams, reported that they had been taken by
surprise by the long format of the exam. During the reception, the students very emphatically
pointed out that they could have done more mock exams and that they thought the school had
started focusing on ENEM at very short notice, as they were focused on the content for the
partial and bimonthly exams. They also reported episodes of anxiety during the exam.
This was followed by a presentation and discussion of the previous homework
assignment. Each student presented characteristics of the professions they wanted to pursue,
including psychology, physiotherapy, nursing, policing, working in the financial market, etc.
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During the presentations, the mediator raised pertinent questions, such as "what motivated this
choice? Does this profession require a university degree? What are the ways to get into this
field?". As a result, the students themselves also became interested in asking questions about
each other's professions and occupations.
Next, a simulation of the professions was carried out, an activity known from the
English term role play where each person would play a character as if they were working in the
market and the audience - students and mediator - would ask questions about the professions.
It was a very relaxed moment that allowed them to think about what it would be like to work in
a certain area, the simulation having the function of helping. The technique of complementing
sentences was also used, with the aim of investigating the meanings produced by the students
on certain topics.
Professional guidance in the mediation of life projects in public schools
Vocational guidance from a socio-historical perspective can serve as a mediator in the
construction of life projects, as it allows participants to reflect on the dimension of their reality
in the social context. In this way, an important aspect in the development of the Building Paths
Project was its mediating aspect. We understand mediation from the perspective of Vygotsky
(2003), who states that the process of mediation is central to the ontogenetic constitution of
man, in other words, the historical constitution of man. It was through mediation that man
developed the ability to internalize the meaning of things. Leontiev (1978) also points out that
what differentiates man's history is the capacity to appropriate the historical experience
accumulated by humanity, and this experience is mainly in physical objects, language and
material culture, which is internalized through mediation. According to Farias and Bortolanza
(2013), the mediation of other people is essential in the process of internalizing culture and
developing language.
In this way, learning and human development take place through the mediation of
instruments and signs, which assume an intermediary position in a relationship. For Vygotsky
(2003), every human relationship presupposes mediation; we become human through others,
which denotes what can be understood as mediation. In this way, every acquisition of
knowledge is mediated by some physical or symbolic tool, it is in this process that the world
acquires meaning, which is why the author highlights mediation as a fundamental element in
the process of human development and learning.
Carlos Gutyerrez Moreno NOGUEIRA; Verônica Morais XIMENES
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With this in mind, we highlight that the activities carried out at each meeting were
mediators in the process of building life projects for the public school students, as they enabled
them to think about other important elements in this construction. According to Silva et al.
(2021), professional guidance can provide a space for adolescents to reflect beyond their
professional lives, expanding to issues of personal life, their life history, their reality and
helping them to build life projects.
According to Melsert and Bock (2015), in Brazil there is a legitimization of social
inequality based on a meritocratic discourse based on a liberal logic that wants to justify success
and failure from an individual point of view, removing their social production from the axis of
analysis. The experience of public school and poverty, according to Melsert and Bock (2015),
constitutes subjectivities. A person who has access to social goods and services is subjected to
this reality, as is a person who is deprived of all this. For this reason, Whitaker (2010) says that
it is necessary to become aware of and critically reflect on the structural causes of the difficulties
faced by students from public schools, and that this is part of the process of building a life
project.
With this, it was possible to understand that public school students need these spaces
for collective and critical discussion and construction about social reality and work, so that the
construction of life projects in public schools becomes a practice and an instrument for social
transformation. The answers provided by the students at first seemed to be answers without in-
depth critical reflection, but as we problematized them with triggered questions, we could see
their ability to formulate critically about social reality and work. According to Carvalho and
Marinho-Araújo (2010), the mediation of adolescents' career choices has been one of the most
challenging tasks for psychologists in schools, as this work is still not very widespread,
especially in public schools, where psychologists are still not very present. Whitaker (2010)
points out that guidance needs to be expanded as an affirmative action for public school
students.
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Final considerations
Career guidance can be an instrument capable of mediating the construction of life
projects, to the extent that it provides those involved with a critical reflection on reality, the
social context and the world of work. In public schools in particular, where the majority of
students are socially vulnerable, a practice committed to social transformation is necessary,
promoting a space for critical reflection on the social context. The historical, social and cultural
aspects in which the subjects are involved influence the process of choosing a career, and
consequently the construction of life projects, as well as influencing adherence to the group
proposed at the school, in which students dropped out during the course of the meetings. It was
also noticed that more girls than boys joined the group, which is something worth discussing in
a future study.
The students' life plans are generally linked to their career choice, with most of them
associating their life plans with going to university or entering the job market. Through the
meetings of the "Building Paths" project, the students were able to reflect not only on
themselves, but also on the social dimension, thinking critically about the school, which
sometimes appears as a space they call their "second home" and sometimes establishes a critical
reflection on the way it works, in which mediation through the instruments made it possible to
broaden the reflection on the structural issues of society and we emphasize professional
orientation as a practice to be exercised within this space capable of enabling and facilitating
the construction of life projects with the students.
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CRediT Author Statement
Acknowledgements: We would like to thank the EEMTI Prof Antônio Martins Filho
school, the administrators, the students and the school community.
Funding: Ceará Foundation to Support Scientific and Technological Development
(FUNCAP)
Conflict of interest: No conflicts of interest.
Ethical approval: Do not apply.
Availability of data and material: Do not apply.
Authors' contributions: Author: The contribution was in the construction of the systematic
of the field methodology, the process of going to the field, the collection of the field
material, the analysis and discussion of the collected material, the writing, revision and
formatting of the text. Co-author: I declare, that the co-author of this work contributed to
the planning of the construction of the field methodology systematics, the supervision of
the field trips, the critical analysis of the interpretation and discussion of the collected
material, the reading and revision of the text.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.