Articulação da cultura de paz e gestão escolar: Contribuições de um estudo de revisão sistemática
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 7, n. 00, e023005, 2023. e-ISSN: 2177-5060
DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.17093 6
A paz não pode ser um ideal abstrato com o qual se sonha, enquanto se aguarda
que ocorra espontaneamente ou num passe de mágica. A paz é uma caminhada
que só ocorre pela vontade e ação do ser humano. Não há uma chegada ou
ponto final, uma vez que as potencialidades humanas são infinitas e somos
capazes de evoluir sempre.
Os autores, ressaltam que são pessoas que produzem tanto a paz quanto a violência e
que, portanto, devemos conscientemente fazer escolhas certas no caminho da Cultura de Paz.
Mesmo o não agir é uma escolha, com consequências que afetam a todos (Milani; Jesus, 2003).
Também nessa caminhada por uma Cultura de Paz surgiu em 04 de março de 1999, o
Manifesto 2000 por uma Cultura de Paz e não-Violência (Dhnet, 1999), documento feito por
ganhadores de Prêmios Nobel da Paz, com a finalidade de que cada pessoa seja responsável,
por meio de atitudes e condutas, pela busca de uma Cultura de Paz. Ou seja, uma
responsabilidade individual para se construir um ganho coletivo na concretização desses ideais.
No Manifesto 2000, estão presentes os pilares para a Cultura de Paz:
Respeitar a vida e a dignidade de cada pessoa, sem discriminação ou
preconceito; Praticar a não-violência ativa, rejeitando a violência sob todas as
suas formas: física, sexual, psicológica, econômica e social, em particular
contra os grupos mais desprovidos e vulneráveis como as crianças e os
adolescentes; Compartilhar o meu tempo e meus recursos materiais em um
espírito de generosidade visando o fim da exclusão, da injustiça e da opressão
política e econômica; Defender a liberdade de expressão e a diversidade
cultural, dando sempre preferência ao diálogo e à escuta do que ao fanatismo,
a difamação e a rejeição do outro; Promover um comportamento de consumo
que seja responsável e práticas de desenvolvimento que respeitem todas as
formas de vida e preservem o equilíbrio da natureza no planeta; Contribuir
para o desenvolvimento da minha comunidade, com a ampla participação da
mulher e o respeito pelos princípios democráticos, de modo a construir novas
formas de solidariedade (Dhnet, 1999).
O Plano Nacional de Educação (Brasil, 2014), que está em vigência até 2024, são
indicadas metas, diretrizes e estratégias para a educação. Na meta 7, item 7.23, são apresentados
caminhos para a construção da Cultura de Paz:
[...] garantir políticas de combate à violência na escola, inclusive pelo
desenvolvimento de ações destinadas à capacitação de educadores para
detecção dos sinais de suas causas, como a violência doméstica e sexual,
favorecendo a adoção das providências adequadas para promover a construção
da cultura de paz e um ambiente escolar dotado de segurança para a
comunidade (Brasil, 2014).
Mais recentemente, em 2018, foi alterado o artigo 12, da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB) (Brasil, 1996), a qual explicita o compromisso com combate à
violência e a cultura de paz: