Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 2177-5060
DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.17082 1
CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO
BRASIL SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
1
CONCEPCIONES Y PRÁCTICAS DE LOS PROFESORES DE EDUCACIÓN BÁSICA
EN BRASIL SOBRE LA EDUCACIÓN AMBIENTAL
CONCEPTIONS AND PRACTICES OF TEACHERS OF BASIC EDUCATION IN
BRAZIL ON ENVIRONMENTAL EDUCATION
Carlos Alberto VASCONCELOS2
e-mail: grupo.foptic@gmail.com
Cleane Santos de ALMEIDA3
e-mail: cleanny16@gmail.com
João Victor Pereira dos SANTOS4
e-mail: joaovictorpereira2013@gmail.com
Como referenciar este artigo:
VASCONCELOS, C. A. de; ALMEIDA, C. S. de;
SANTOS, J. V. P. dos. Concepções e Práticas de
Professores da Educação Básica no Brasil sobre Educação
Ambiental. Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador,
v. 8, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 2177-5060. DOI:
https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.17082
| Submetido em: 09/04/2023
| Revisões requeridas em: 18/10/2023
| Aprovado em: 08/11/2023
| Publicado em: 20/12/2023
Editoras:
Profa. Dra. Célia Tanajura Machado
Profa. Dra. Kathia Marise Borges Sales
Profa. Dra. Rosângela da Luz Matos
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Este texto traz um recorte resultante de pesquisa desenvolvida no contexto do Programa de Iniciação Científica (PIC) da
Universidade Federal de Sergipe (UFS), com apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq).
2
Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão SE Brasil. Doutor em Geografia. Líder do Grupo de Estudos e
Pesquisa em Formação de Professores e Tecnologias da Informação e Comunicação (Foptic), vinculado à UFS e ao CNPq.
3
Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão SE Brasil. Graduada em Ciências Biológicas. Brasil. Participante
do Grupo de Estudos e Pesquisa em Formação de Professores e Tecnologias da Informação e Comunicação (Foptic), vinculado
à UFS e ao CNPq.
4
Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão SE Brasil. Graduado em Ciências Biológicas. Brasil. Participante
do Grupo de Estudos e Pesquisa em Formação de Professores e Tecnologias da Informação e Comunicação (Foptic), vinculado
à UFS e ao CNPq.
Concepções e Práticas de Professores da Educação Básica no Brasil sobre Educação Ambiental
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 2177-5060
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RESUMO: A Educação Ambiental (EA) é considerada uma proposta educativa que visa formar
sujeitos reflexivos, responsáveis e ativos em relação às mudanças socioambientais. Diante
disso, esta pesquisa com abordagem qualitativa teve como objetivo analisar as concepções e
práticas de professores sobre a EA no Brasil. Para isso, foi aplicado um questionário
semiestruturado do Google Forms, o qual foi respondido por 112 professores de todas as regiões
do Brasil. Ao analisar as respostas, foi perceptível que a maioria (70,5%) dos educadores possui
concepções e desenvolvem práticas conservadoras, pois o fazem segundo um viés naturalista.
Tal constatação demonstra que é preciso salientar a importância da EA na formação inicial e
continuada docente, uma vez que são os professores que irão problematizar e instrumentalizar
as questões ambientais.
PALAVRAS-CHAVE: Concepções e Práticas de Professores. Educação Ambiental. Educação
Básica.
RESUMEN: La Educación Ambiental (EA) es considerada una propuesta educativa que
pretende formar sujetos reflexivos, responsables y activos en relación a los cambios
socioambientales. Por lo tanto, esta investigación del caracter cualitativo tuvo como objetivo
analizar las concepciones y prácticas de los profesores sobre la EA en Brasil. Para ello, se
aplicó un cuestionario semi-estructurado de Google Forms, que fue respondido por 112
docentes de todas las regiones de Brasil. Al analizar las respuestas, se notó que la mayoría
(70,5%) de los educadores tienen concepciones y prácticas conservadoras, ya que la hacen
según un esquema naturalista. Este hallazgo de investigación demuestra que es necesario
enfatizar la importancia de la EA en la formación inicial y continua de los docentes, ya que
son los docentes quienes problematizarán e instrumentalizarán las cuestiones ambientales.
PALABRAS CLAVE: Concepciones y Prácticas de los Docentes. Educación Ambiental.
Educación Básica.
ABSTRACT: Environmental Education (EE) is considered an educational proposal that aims
to form reflective, responsible, and active subjects in relation to social and environmental
changes. Therefore, with a qualitative approach, this research aimed to analyze teachers'
conceptions and practices on EE in Brazil. For this, a semi-structured questionnaire was
applied from Google Forms, which was answered by 112 teachers from all regions of Brazil.
When analyzing the answers, it was noticeable that the majority (70.5%) of educators have
conceptions and develop conservative practices because they do so according to a naturalistic
bias. This finding shows that it is necessary to emphasize the importance of EE in initial and
continuing teacher training since the teachers will problematize and instrumentalize
environmental issues.
KEYWORDS: Conceptions and Practices of Teachers. Environmental Education. Basic
Education.
Carlos Alberto VASCONCELOS; Cleane Santos de ALMEIDA e João Victor Pereira dos SANTOS
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 2177-5060
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Introdução
A Educação Ambiental (EA) emergiu como uma proposta destinada a abordar a crise
socioambiental. Desta forma, no ensino formal a EA não deve ser considerada como uma mera
transmissão de conhecimentos, pois a educação é uma forma de intervenção no mundo (Freire,
1996). Porém, o modo que a EA vem ocorrendo nas escolas, não promove mudanças
significativas na realidade dos estudantes. Isso se deve ao fato que durante o processo de
elaboração dos temas da EA, deparamo-nos com indefinições e contradições (Reigota, 2002).
Layrargues e Lima (2014) mencionam a existência de macrotendências na EA brasileira que
surgiram ao longo do tempo: a macrotendência conservacionista, por apresentar uma pauta
centralizada na ecologia e de natureza romantizada; a pragmática, exaltando a sustentabilidade
com a prática do uso individual de produtos considerados “ecológicos”, e, por último, a crítica
que busca integrar o contexto econômico, social, e político, considerando as realidades locais.
Como ainda existem na comunidade docente dificuldades quanto à definição da natureza
da Educação Ambiental, desde a sua concepção até a sua aplicabilidade, o projeto teve como
objetivo analisar as concepções e práticas de professores sobre a EA no Brasil, tendo em vista
ser estes os responsáveis pela formação de cidadãos conscientes, reflexivos e atuantes no
cenário socioambiental.
Metodologia
Este trabalho está enquadrado como uma pesquisa qualitativa que, segundo Denzin e
Lincoln (2011), é caracterizada por ser um processo interpretativo e reflexivo baseado na coleta
de dados descritivos, através de diversos recursos como entrevistas, observações, produções
culturais, dentre outros. Nesse tipo de abordagem, é importante ressaltar a flexibilidade e a
interação com os participantes, considerando as diferentes opiniões ou pontos de vista sobre
determinado assunto (Merriam; Tisdell, 2015).
Com isso, elaborou-se um questionário semiestruturado no Google Forms para facilitar
o processo de distribuição em todo o país e análise de dados. O questionário desta pesquisa
(figura 1) foi aplicado no período de fevereiro a julho de 2022 e continha, no total, 39 questões
semiestruturadas, sendo 23 abertas e 16 fechadas, relacionadas ao perfil dos participantes e à
temática abordada na investigação.
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Figura 1 QR Code do questionário
Fonte: MEQR, gerador de QR Code gratuito
Assim, este questionário foi enviado a professores da rede de ensino básico
(fundamental e médio) de todo o Brasil, disseminando-o em grupos de Facebook, WhatsApp,
Instagram, entre outros, de modo a alcançar ao máximo participantes pelo país. É importante
enfatizar que o instrumento passou por validação. Cinco pesquisadores que trabalham com a
Educação Ambiental, correspondendo a um mestre, dois doutorandos e dois doutores,
analisaram o questionário quanto à escrita, imparcialidade e objetivos das questões, verificando,
inclusive, se haveria a necessidade de ajustes. Após a análise de tais pesquisadores, a maioria
das questões obteve de 80% a 100% de aprovação, tendo sido registradas sugestões de reescrita
para apenas três perguntas.
Nesta ótica, utilizou-se para interpretação e validar a investigação, principalmente das
questões abertas, o uso de análise amparada no método empírico-analítico, de modo a se pôr
em prática um tratamento qualitativo dos dados. Tomou-se como parâmetro o procedimento da
interpretação de questionário semiestruturado, investigando-se o fenômeno dentro do seu
contexto atual e utilizando-se fontes de evidências. As informações foram sumariamente
ordenadas, a fim de que fosse possível a obtenção de respostas para os objetivos (Gil, 2008).
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Resultados e discussão
O questionário obteve um total de 112 respostas, distribuídas da seguinte maneira: 56
provenientes da região Nordeste, 19 da região Norte, 18 da região Sudeste, 13 da região Sul e
6 da região Centro-Oeste. Para fins de identificação, os 112 participantes serão designados
como P1, P2, P3, ... P112. Adicionalmente, serão utilizadas as siglas NE, N, SE, S, CO para
representar, respectivamente, as regiões Nordeste, Norte, Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
Perfil dos participantes
Neste tópico, são destacadas algumas características relacionadas aos participantes do
questionário, sendo elas: as regiões em que residem, vínculos profissionais dos docentes, etapas
nas quais lecionam, disciplinas/matérias que lecionam, tempos de docência, faixas etárias,
graduações, qualificações profissionais e tempo de atuação na educação.
No que diz respeito à região nas quais os participantes residem, é notável uma
abundância da Região Nordeste com 50,0%, seguido pelo Norte com 17,0%, Sudeste com
16,1%, Sul com 11,6% e, por último, Centro-Oeste com 5,4%. Além disso, a partir dos
resultados, notou-se que uma predominância do sexo feminino, representado por 58,9%. Em
contrapartida, o sexo masculino apresentou uma quantidade de 41,1%.
Quanto ao vínculo profissional dos docentes, observa-se um expressivo contingente de
efetivos nas redes estaduais de ensino, totalizando 47 pessoas. Em seguida, encontram-se os
efetivos nas redes municipais, com um total de 40, e os contratados nesse âmbito, somando 25
professores. Posteriormente, os profissionais vinculados a outras modalidades de contrato,
totalizando 13 participantes. A escola particular, por sua vez, conta com um total de quatro
docentes, apresentando, assim, o menor número. Esse resultado pode ter sido influenciado pela
distribuição do questionário, pois os docentes que aceitaram participar são, em boa parte,
profissionais atuantes das redes públicas de ensino.
Quanto à etapa de ensino em que ministram aulas, observa-se que a maioria dos
educadores está envolvida no Ensino Médio, correspondendo a 37,66%. Em seguida,
encontram-se os anos finais do Ensino Fundamental, com 33,11%, e os anos iniciais do Ensino
Fundamental, com 16,88%. Subsequentemente, aqueles que atuam em outras modalidades,
representando universidades, cursos técnicos, entre outros, perfazendo 9,1%. Por último, a
Educação Infantil, com 3,25%. Cabe ressaltar que a quantidade de respostas ultrapassou o total
de docentes devido ao fato de alguns entrevistados atuarem em mais de uma etapa de ensino. A
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predominância de docentes no Ensino Médio e nos anos finais do Ensino Fundamental é
resultado da presença de um maior número de professores especialistas em uma área específica,
ao passo que um professor dos anos iniciais do Ensino Fundamental lida com diversas áreas do
conhecimento, como no caso do pedagogo.
Notou-se que a maioria dos docentes participantes da pesquisa leciona as
disciplinas/matérias de Matemática (21,4%), Ciências (17,9%), Português (17,9%), Geografia
(17,9%), Diversas ou Polivalentes (17%) e Biologia (12,5%). Por outro lado, em menor
quantidade, temos os professores das disciplinas de História (8,9%), Artes (7,1%), Química
(6,3%), Educação Física (5,4%), Física (3,6%) Literatura (3,6%), Religião (3,6%), Sociologia
(0,9%) e outro(s). O termo “outro(s)” foi criado para englobar as disciplinas que não são
consideradas obrigatórias na matriz curricular (Agroecologia, Projeto de Vida,
Empreendedorismo, Desenho Arquitetônico, etc.). Esses resultados podem estar atrelados ao
fato de as cargas horárias de algumas disciplinas serem superiores a outras, e isso influencia na
quantidade de professores atuantes.
Quanto aos períodos de docência dos entrevistados, observa-se que a maioria dos
educadores (31,3%) possui uma experiência no magistério de mais de uma cada,
compreendendo entre 11 e 15 anos. Em seguida, encontram-se aqueles que lecionam mais
de 21 anos (24,1%) e de 16 a 20 anos (15,2%). Posteriormente, os que exercem a docência
entre dois e cinco anos (14,3%) e de seis a dez anos (12,5%). Por último, os que estão no
magistério por um período de até apenas um ano (2,7%). A análise destes resultados indica que
os participantes entrevistados possuem uma extensa experiência na área da educação.
Observa-se a predominância da faixa etária acima de 48 anos (26,8%), seguida
consecutivamente pela faixa de 42 a 47 anos (24,1%) e de 36 a 41 anos (17,0%). Posteriormente,
encontram-se as faixas de 30 a 35 anos (16,1%) e de 24 a 29 anos (9,8%). Por último, temos a
faixa etária de 18 a 23 anos (6,3%). Este resultado está em consonância com a pesquisa
conduzida por Polena e Gouveia (2013) acerca do perfil do professor nos anos de 2007, 2009 e
2011. As autoras observaram que a faixa etária de 30 a 49 anos prevalece, evidenciando a
tendência de envelhecimento na profissão docente.
Evidenciou-se que sobressaíram as graduações em Pedagogia (31,3%), Ciências
Biológicas (18,8%), Geografia (14,3%) e Matemática (12,5%), como as maiores quantidades
de licenciados. Enquanto Física (0,9%), Filosofia (0,9%), Artes (1,8%) e Letras Espanhol
(3,6%) apresentaram os menores resultados. Vale ressaltar que, apesar de Matemática ser a
disciplina com a maior quantidade de docentes lecionando, notou-se um menor número de
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graduados em Matemática que o esperado. Esse resultado pode ter ocorrido devido à
possibilidade de professores de outras áreas lecionarem essa disciplina.
Notou-se que parte relevante dos graduados da pesquisa estudaram em universidades
públicas, a exemplo da Universidade Regional do Cariri (Urca), do estado do Ceará, com um
total de 19 pessoas e da Universidade Federal de Sergipe (UFS), com 15 participantes.
No que diz respeito à pós-graduação, observa-se que uma parcela significativa dos
participantes, totalizando 88 docentes (54,65%), detém alguma especialização em nível de pós-
graduação (lato sensu), com apenas 4 desses profissionais especializados em Educação
Ambiental (EA). Logo após, 54 docentes (33,55%) são mestres, tendo em vista sua grande
maioria com formação em Educação, Ensino de Ciências e Matemática e Geografia.
Posteriormente, 18 docentes (11,18%) titulados como doutores, com formação em áreas
como Educação, Ciências, Geografia, entre outras. Por fim, somente 1 docente com pós-
doutorado (0,62%), o qual não especificou a área correspondente. Importa destacar que a
quantidade de respostas excede o número de docentes, decorrente do fato de que alguns deles
possuem mais de uma pós-graduação.
Em relação ao tempo de atuação em outros cargos da educação (gestor, diretor e
coordenador, entre outros), obteve-se como resultado: a categoria “acima de 21 anos” (28,6%)
apresenta o maior número de participantes, seguida pela faixa “de 11 a 15 anos” (27,7%), “de
6 a 10 anos” (15,2%), “de 16 a 20 anos” (15,2%), “2 a 5 anos” (10,7%) e, por fim, “até 1 ano”
(2,7%). Este resultado evidencia que a maioria dos docentes participantes da pesquisa possui
uma ampla experiência em trabalhos pedagógicos, que não se limitam apenas à docência.
Dessa maneira, entende-se que os professores de todas as regiões do Brasil foram
representados nesta pesquisa. Eles apresentam um perfil experiente com um bom tempo de
atuação na área da educação, além de haver predominância do sexo feminino e uma diversidade
de áreas do conhecimento, sendo Pedagogia a que se destaca. Ademais, a maior parte dos
participantes atua nos anos finais dos Ensinos Fundamental e Médio das redes públicas de
ensino. Com relação à qualificação, temos docentes especialistas, mestres e doutores, sendo
especialistas a grande maioria.
Concepções e Práticas de Professores da Educação Básica no Brasil sobre Educação Ambiental
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Concepções e práticas de Educação Ambiental
Neste tópico, são abordadas as concepções e práticas dos participantes em relação à
Educação Ambiental, por meio dos seguintes itens: o entendimento dos educadores sobre a EA;
o conhecimento deles sobre autores que discutem a temática; a formação inicial dos educadores;
como abordam a EA; as metodologias ou atividades desenvolvidas; a forma como os alunos
dos participantes se sentem com o desenvolvimento da EA; a importância de trabalhar a EA na
Educação Básica; as dificuldades encontradas ao trabalhar a EA de forma individual; a
utilização de materiais didático-pedagógicos; o conhecimento da existência de projetos e
oficinas sobre a temática nos municípios em que residem; a opinião dos docentes sobre como
desenvolver a EA; o conhecimento sobre as legislações que tratam da EA, bem como de leis
congêneres em vigência nos municípios em que residem; e suas opiniões sobre como poderia
ser aprimorado o desenvolvimento da EA nas escolas. Vale ressaltar que, nos depoimentos,
adicionamos ao lado da letra P, que representa os participantes da pesquisa, a tendência à qual
se enquadra o referido depoimento e, em algumas questões, a sigla que representa a região
geográfica.
Quanto às concepções dos educadores sobre a Educação Ambiental, é notável que entre
os participantes da região Nordeste predominou a macrotendência conservadora (78,6%),
seguida pela pragmática (12,5%) e a crítica (7,1%). Houve também aqueles que não souberam
responder (1,8%). As opiniões dos docentes estão evidenciadas a seguir:
Disciplina que trabalha as questões ambientais, conceitos, história, problemas
e alternativas sobre o Meio Ambiente (P 47, Conservadora).
A Educação Ambiental compreende os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e
sua sustentabilidade (P 111, Pragmática).
É um processo educativo que busca formar indivíduos conscientes, reflexivos,
responsáveis e participativos no tocante às problemáticas socioambientais,
bem como os processos que constroem valores sociais, culturais, políticos e
econômicos que visam à transformação ambiental, o enfrentamento e
resolução de problemas em prol da coletividade e de uma sociedade mais justa
e igualitária (P 91, Crítica).
Em relação à região Norte, observou-se um expressivo número de respostas
conservadoras, correspondendo a 79%. Em seguida, surgiram as abordagens pragmática e
crítica, ambas representando 10,5%. Exemplos destas respostas incluem:
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É o estudo do equilíbrio do ambiente (P 29, Conservadora).
É o processo de formação do indivíduo para cuidar de maneira consciente dos
recursos naturais, utilizando de forma sustentável esses recursos (P 103,
Pragmática).
EA é uma possibilidade de romper com os modelos políticos, econômicos e
sociais que envolvem a questão ambiental, tal educação proporciona um olhar
e agir de maneira crítica sobre a exploração desordenada dos recursos naturais
e a força de trabalho. A Educação Ambiental vai além dos fenômenos, ela
questiona a essência da crise societária (P 89, Crítica).
Entre os docentes da região Sudeste, observou-se um significativo número de respostas
conservadoras, totalizando 72,2%. Em seguida, foram registradas abordagens críticas, com
16,7%, e pragmáticas, com 5,6%. Ademais, constatou-se que alguns não souberam responder,
correspondendo a 5,5%. Algumas falas exemplificativas incluem:
É direcionar suas aulas para uma consciência ecológica. (P 19, Conservadora).
Entendo como uma ramificação da educação formal que objetiva discutir
temas relacionados à preservação do meio ambiente e aspectos relacionados à
sustentabilidade (P 102, Pragmática).
Um processo de formação em que são construídos valores, conceitos e
atitudes, buscando estabelecer relações entre os seres humanos e deles com o
meio em que vivem. Envolve questões relativas ao sujeito, à sociedade e
ambiente (P 86, Crítica).
No que concerne aos docentes da região Sul, as opiniões conservadoras demonstraram
ser predominantes, alcançando 53,8%. Em seguida, surgiram as abordagens pragmáticas, com
38,5%, e críticas, com 7,7%:
Estar preparado para cuidar e conviver em harmonia com o ambiente que nos
cerca (P 2, Conservadora).
É o ensino de práticas sustentáveis para preservação do meio ambiente. E
também de atividades poluentes e como podemos minimizar e reciclar os
materiais, e seus descartes corretos (P 97, Pragmática).
É um braço da educação que busca formar a consciência socioambiental no
indivíduo. Melhorar sua relação com o meio em que vive e do qual faz parte.
Multiplicar boas ações para preservação do meio ambiente (P 84, Crítica).
Por último, os entrevistados da região Centro-Oeste, assim como os das demais,
apresentam um alto índice de concepções conservadoras, totalizando 66,6%. Posteriormente,
entre os docentes de tal região, constam a pragmática e a crítica, ambas com 16,7%:
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Creio que são assuntos ou temáticas que levam a pensar em um meio ambiente
saudável para todos, ou o equilíbrio entre os seres humanos, os animais e o
meio ambiente (P 82, Conservadora).
Conjunto de valores, conhecimentos e atitudes que buscam conservar o meio
ambiente com sustentabilidade (P 112, Pragmática).
Reconhecer que estamos intrinsecamente conectados ao ambiente e às demais
espécies, e que diante dessa constatação devemos ser participantes ativos por
meio de atitudes conscientes e reflexivas, além de multiplicadores de ações e
formações que promovam a sensibilização para a importância da teia vital que
nos une em todo o planeta (P 84, Crítica).
A partir desses resultados, foi constatado que a maioria dos professores de todas as
regiões do Brasil apresentam o viés conservador, pois as respostas demonstraram visões
ingênuas, generalistas, pautadas na corrente ecológica ou até mesmo romantizadas da EA
(Layrargues; Lima, 2014). Ainda nessa perspectiva, Loureiro e Layrargues (2013, p. 65-66)
afirmam que essa macrotendência “[...] apoia-se nos princípios da ecologia, na valorização da
dimensão afetiva em relação à natureza e na mudança dos comportamentos individuais em
relação ao ambiente [...]”.
Logo após, a macrotendência pragmática prevaleceu entre os participantes, considerada
uma evolução da conversadora, mas tendo como diferencial o enfoque da sustentabilidade ou o
uso dos recursos naturais de modo consciente. Apesar da importância de trazer temáticas
relacionadas à sustentabilidade, reciclagem e consumo consciente, as grandes empresas
aproveitam-se do ensino da EA para introduzir conceitos relacionados ao ambientalismo de
mercado, esquecendo-se das outras dimensões, tais como sociais, políticas, históricas, entre
outras (Layrargues; Lima, 2014). Nesse sentido, Loureiro e Layrargues (2013, p. 66) descrevem
que a tendência pragmática “Abrange especialmente as correntes da educação para o
desenvolvimento sustentável, da educação para o consumo sustentável, e da educação
ambiental no âmbito dos resíduos sólidos e no âmbito das mudanças climáticas”.
Em menor número, obteve-se respostas da tendência crítica, caracterizada por envolver
os aspectos sociais, culturais e políticos, que estão associados aos problemas ambientais, com
o intuito de formar sujeitos autônomos e ativos que problematizam as desigualdades, a dinâmica
do capitalismo e a injustiça socioambiental (Layrargues; Lima, 2014). Com esta perspectiva,
Loureiro e Layrargues (2013, p. 68) acrescentam que “Essa tendência traz uma abordagem
pedagógica que problematiza os contextos societários em sua interface com a natureza. Por essa
perspectiva, definitivamente não é possível conceber os problemas ambientais dissociados dos
conflitos sociais”.
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Esses resultados coadunam com a pesquisa de Almeida, Jesus e Vasconcelos (2021, p.
34), na qual investigaram as concepções e práticas dos professores do Ensino Fundamental do
estado de Sergipe. No que concerne aos seus resultados, “observou-se que 65,5% dos docentes
demonstraram viés conservador, enquanto 24,1% enveredaram pela macrotendência
pragmática e apenas 1,4% dos participantes pela crítica” (Almeida; Jesus; Vasconcelos, 2021,
p. 34).
Sobre conhecer algum autor que discuta a EA, uma parte dos docentes respondeu que
não (49,2%) e a outra parcela respondeu que sim (50,8%). Aqueles que responderam ter
conhecimento, mencionaram os seguintes autores: Paulo Freire, Reigota, Guimarães, Carlos
Frederico e outros. Embora praticamente metade dos participantes tenha conhecimento de
algum autor, esse índice ainda se revela baixo, considerando a diversidade de autores brasileiros
e estrangeiros que abordam a Educação Ambiental em livros, artigos científicos, eventos,
vídeos, entre outros. Entretanto, os autores mencionados pelos docentes desempenham um
papel significativo no contexto da Educação Ambiental, uma vez que são amplamente
referenciados em trabalhos de âmbito nacional no Brasil.
No que diz respeito à formação inicial dos educadores em relação a noções e atividades
voltadas para Educação Ambiental, uma parcela significativa (36,6%) indicou não ter recebido
preparo. Outros afirmaram ter recebido tal formação, representando 32,1%, enquanto alguns
responderam que sim, mas de forma parcial (31,3%). Esses dados são preocupantes, pois a
Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), em seu artigo 11, estabelece que “a
dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis
e em todas as disciplinas” (Brasil, 1999).
Diante disso, pode-se dizer que todas as licenciaturas devem proporcionar atividades e
discussões relacionadas às temáticas ambientais, uma vez que as concepções e práticas docentes
no âmbito escolar podem ser influenciadas por essa formação (Reis et al., 2013). Vale ressaltar
a importância de uma formação inicial com viés crítico, uma vez que “nem todo docente tem
uma formação inicial ou continuada na área de EA que lhe permita um embasamento teórico
pautado na consciência crítica e voltado para o socioambiental” (Ventura, 2021, p. 16).
No entanto, a formação inicial no Brasil ainda exibe características predominantemente
técnicas, direcionadas ao ensino de conteúdos específicos relacionados ao curso de graduação
escolhido pelo futuro docente. Este enfoque negligencia a diversidade, as variações nas práticas
pedagógicas e a integração de recursos e interfaces com as metodologias de ensino, elementos
que poderiam servir como suporte aos professores durante as aulas (Gatti et al., 2019).
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Quando se analisa a formação inicial e continuada com relação à EA, esses problemas
são mais ainda acentuados. Ainda há uma ideia de que a Educação Ambiental é trabalhada
quando é discutido questões relacionadas à sustentabilidade, conservação e preservação do
meio ambiente e exploração de recursos, deixando de lado os valores sociais construídos a partir
das discussões geradas sobre a problemática ambiental colocada em pauta (Oliveira;
Vasconcelos, 2021).
A respeito da constatação de os professores trabalharem ou não com a Educação
Ambiental, boa parte (47,3%) respondeu que desenvolve abordagens sobre a EA, seguida por
37,5% que trabalham a temática parcialmente e 15,2% que não praticam atividades relativas ao
assunto. Sabe-se da obrigatoriedade do desenvolvimento da EA nas escolas, entretanto,
percebe-se a resistência de alguns de incrementar projetos e atividades, enquanto outros a
promovem de modo equivocado. Esse fato pode estar relacionado com a negligência da
comunidade escolar e do Poder Público em direcionar e incentivar as práticas em EA.
Com relação às metodologias ou atividades desenvolvidas sobre Educação Ambiental,
notou-se uma grande diversidade de práticas, pois os docentes mencionam como exemplos:
projetos, estudos de caso, utilização de recursos audiovisuais, gamificação, palestras, oficinas
e salas de aula invertidas, entre outros. É importante a existência da variedade de metodologias
e atividades para o ensino não se tornar desinteressante, voltado a longas aulas e atividades
repetitivas. De acordo com Reigota (2006), até mesmo as aulas expositivas podem ser
importantes, desde que o discente seja protagonista na construção do conhecimento,
participando no questionamento sobre as temáticas propostas e procurando soluções. Todos
esses aspectos são caracterizados por métodos ativos de ensino.
No que tange ao modo como os alunos se sentem no desenvolvimento da EA no âmbito
escolar, a maioria dos professores respondeu que os estudantes se sentem engajados. Em relação
a esse tópico, foram obtidas as seguintes respostas: “Motivados, felizes por contribuir pela
melhoria do mundo em que vivem, totalmente dedicados aos trabalhos propostos” (P 24, N),
“Gostam bastante, pois as aulas são mais descontraídas” (P 19, SE), “Interessados por
perceberem que são parte do meio ambiente” (P 6, CO), “Entusiasmados, pois a EA está
presente no dia a dia. Reflexivos sobre suas próprias ações” (P 92, NE), “Têm bastante interesse
e dúvidas de por que ser um conteúdo pouco divulgado devido a sua importância” (P 20, S).
O trabalho do aspecto socioemocional também faz parte das competências da escola,
pois, a partir dessas emoções, os alunos se sentem mais integrados, motivados e envolvidos
(ABED, 2014). Desse modo, essas respostas demonstram um empenho por parte dos
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professores em buscarem formas de cativar o interesse dos educandos em aprenderem sobre a
Educação Ambiental.
No que diz respeito à importância de incorporar a Educação Ambiental (EA) na
Educação Básica, os educadores destacaram sua relevância. Abaixo, estão as afirmações
identificadas: “Muito importante trabalhar a EA, pois contribuem para a formação dos
discentes” (P 9, SE); A Educação Ambiental trabalhada na educação básica desperta aos
estudantes a consciência de preservação e de cidadania. Esses alunos passam a entender, desde
cedo, que precisam cuidar, preservar e que o futuro depende do equilíbrio entre homem e
natureza e do uso racional dos recursos naturais” (P 111, NE); “É importante que os professores
trabalhem educação ambiental com as crianças da Educação Básica para que eles se sintam
responsáveis pela preservação do meio ambiente” (P 26, N); “Para que os alunos vejam a
importância de cuidar do lugar em que estudam, dar valor” (P.15, CO); “A construção do senso
crítico e do senso de cuidado no indivíduo” (P.51, S). Percebe-se que os educadores entendem
a importância em trabalhar a EA na educação básica.
Em virtude das dificuldades dos educadores em trabalhar a EA de forma individual, a
maioria deles (41,1%) respondeu que tem pouca dificuldade. Alguns (33,9%) responderam que
possuem dificuldades, enquanto outros (25%) disseram não ter dificuldade. Tendo em vista
esses resultados, é perceptível uma preocupação quanto ao trabalho individual da EA. Dias
(2003), por exemplo, ressalta a Conferência Intergovernamental da Educação Ambiental de
Tbilisi (1977), na qual se definiu a importância de os conteúdos ambientais serem discutidos de
forma interdisciplinar, pois todas as áreas do conhecimento contribuem na formação crítica da
EA.
No que concerne à indagação sobre o uso de materiais didático-pedagógicos pelos
docentes para abordar a Educação Ambiental, foram fornecidas respostas, tais como: livros
didáticos, filmes, reportagens, vídeos, revistas, celulares, computadores, desenhos, charges,
hortas, maquetes, streamings, jogos e rodas de conversa, entre outros. A partir desses dados,
entende-se que existe um esforço ou preocupação em trazer uma variedade de instrumentos
para o desenvolvimento da EA. Segundo Reigota (2006), a Educação Ambiental apresenta uma
diversidade de recursos ou instrumentos com níveis de complexidade distintos para o seu
desenvolvimento, entretanto a sua eficácia depende da criatividade do docente e da sua
contextualização na realidade local.
No tocante ao fato de conhecerem ou não o desenvolvimento de projetos e oficinas em
EA nas escolas ou municípios em que reside, uma parte dos docentes afirmou que não conhece
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(34,9%), enquanto a outra maior parte disse que sim (65,1%). Aqueles que afirmaram conhecer
mencionaram como exemplos de projetos e/ou oficinas: Meu ambiente, que engloba o trabalho
com a horta orgânica escolar, resgate das Plantas Alimentícias Não Convencionais,
compostagem, minhocário, produção de artesanatos com materiais alternativos, e outros” (P 7,
S); “Temos o projeto de reciclagem, temos o projeto fábrica do sabão, temos o projeto da horta
para chás” (P 28, N); “Há um projeto desenvolvido em parceria da empresa Águas Cuiabá e
Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria Municipal de Educação, a start-up de Educação
Ambiental Teoria Verde, a Biomavi Reciclagem, responsável pela compra e reutilização do
material coletado e o Instituto Lixo Zero Brasil, promovem o recolhimento do óleo de cozinha
usado e os estudantes participam de atividades de Educação Ambiental na feitura do sabão junto
com os professores” (P 94, CO); “Sim, projeto água, conscientização sobre desmatamento,
reciclagem de lixo” (P 67, NE); “Sim, o Programa de Educação Ambiental Campo Limpo
promovido pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias” (P 100, SE).
Baseado nas respostas, nota-se que os docentes buscam metodologias e temáticas
diferenciadas, sendo os projetos o recurso mais utilizado. Esse ensino através de projetos
proporciona a descompartimentalização da realidade dos alunos através da ação coletiva das
diversas áreas do saber, tendo como intuito contextualizar as temáticas ambientais de forma a
integrar o sujeito com o meio ambiente (Amaral; Carniatto, 2011).
Referente à opinião dos docentes a respeito do desenvolvimento da Educação
Ambiental, obteve-se uma diversidade de respostas pertinentes ao propósito da EA, tais como:
“De forma interdisciplinar” (P 9, CO); “De forma transversal e interdisciplinar, não focada
somente em ciências, mas em outras áreas do conhecimento” (P 84, S); “Partindo
principalmente da realidade do contexto da comunidade escolar em diálogo com os estudos
realizados, de maneira a levar os educandos à reflexão e criticidade” (P 17, SE); “De forma
interdisciplinar, contínua e através de projetos que promovam a criatividade e colaboração dos
estudantes, além de produzirem produtos sustentáveis para a escola e comunidade” (P 19, NE);
“De forma que faça com que a criança compreenda seu papel nesta discussão e que compreenda
o que é papel do Estado e do Município e o que pode ser feito dentro de cada um destes níveis
de responsabilidade” (P 30, N). Diante disso, pode-se considerar que alguns docentes possuem
conhecimentos voltados às práticas da EA, sendo a maioria delas enquadradas em uma vertente
crítica.
Ao serem questionados quanto ao conhecimento sobre as legislações que tratam da EA,
a maioria afirmou não conhecer as leis que regem a EA (54,5%), enquanto a outra parte disse
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conhecer as normas (45,5%). Deram como principais exemplos a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB), a Política Nacional do Meio Ambiente, a Política Nacional de
Educação Ambiental (PNEA), a Leis dos Crimes Ambientais, entre outras. Ainda nessa
perspectiva, quando foram questionados quanto ao conhecimento das leis sobre ao Meio
Ambiente e/ou Educação Ambiental dos municípios em que residem, as respostas foram, em
sua maioria, de desconhecimento das leis (51,8%), seguidas por (33%) que conhecem e (15,2%)
que afirmam não existir lei ambiental para o município.
Acerca de como poderia ser melhorado o desenvolvimento da Educação Ambiental nas
escolas, eles colocaram como principal pauta a formação inicial e continuada dos professores.
É salientado pelos autores Fazenda (2003) e Lopes e Abílio (2021) que essas formações, quando
apresentam um caráter crítico, contribuem para um pensamento reflexivo sobre a própria prática
e os problemas ambientais que acometem o mundo, além de incentivarem a formação de um
sujeito participativo e ambientalmente consciente. Os docentes também colocaram como pautas
maiores investimentos nos projetos e na infraestrutura escolar e o engajamento e empenho por
parte de todos (gestores, professores, alunos, comunidade, etc.) como forma de contribuir para
o ensino da EA.
Considerações finais
Os resultados demonstraram que a maioria dos educadores apresenta concepções e
práticas conservadoras, pois as respostas tinham caráter generalista, ecológico ou romântico,
demonstrando a ideia de proteção e conservação da natureza. Outra parte dos participantes
apresentava concepções pragmáticas voltadas ao consumismo, reciclagem e sustentabilidade,
ou seja, tinha uma visão da natureza voltada ao mercado. Aquelas poucas respostas que foram
críticas trouxeram a contextualização da importância de uma EA que promove a formação de
sujeitos reflexivos e participativos no meio socioambiental.
Apesar desses dados, a maior parte dos professores percebe a relevância de trabalhar a
EA, o seu caráter interdisciplinar e transversal, e a importância do desenvolvimento de práticas
diversificadas no ensino da Educação Ambiental. Isso suscita a seguinte indagação: por que,
mesmo quando os professores reconhecem a importância de abordar a Educação Ambiental
(EA) de maneira crítica, essa abordagem não se efetiva na realidade escolar? Espera-se que
pesquisas futuras no campo da Educação Ambiental possam aprofundar a análise desse
problema.
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Concepções e Práticas de Professores da Educação Básica no Brasil sobre Educação Ambiental
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 2177-5060
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CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Agradecemos ao CNPq pelo subsídio para a realização desta pesquisa.
Expressamos nossa gratidão ao orientador Prof. Carlos Alberto de Vasconcelos por ter
iniciado a pesquisa e pelo apoio ao longo do desenvolvimento deste artigo. Também
estendemos nosso apreço ao Grupo de Estudos e Pesquisa em Formação de Professores e
Tecnologias da Informação e Comunicação (FOPTIC) pelos debates enriquecedores sobre
temas que contribuíram significativamente para o desenvolvimento deste artigo. Não
podemos deixar de agradecer aos professores que dedicaram seu tempo e compartilharam
suas perspectivas sobre a temática abordada, enriquecendo ainda mais nosso estudo.
Financiamento: PIBIC/CNPq.
Conflitos de interesse: Não há conflito de interesse.
Aprovação ética: Este artigo respeitou os princípios éticos da pesquisa.
Disponibilidade de dados e material: Os dados e materiais utilizados no trabalho estão
disponíveis para acesso.
Contribuições dos autores: Autor 1 e 2: Elaboração do artigo, análise e interpretação dos
dados, organização e leitura do material para a revisão bibliográfica e formatação do artigo
de acordo com os critérios da revista. Autor 3: Orientou, leu e corrigiu o artigo, com o
intuito de adequá-lo para a sua publicação e seguiu às normas desta revista.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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CONCEPTIONS AND PRACTICES OF TEACHERS OF BASIC EDUCATION IN
BRAZIL ON ENVIRONMENTAL EDUCATION
1
CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO
BRASIL SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
CONCEPCIONES Y PRÁCTICAS DE LOS PROFESORES DE EDUCACIÓN BÁSICA
EN BRASIL SOBRE LA EDUCACIÓN AMBIENTAL
Carlos Alberto VASCONCELOS2
e-mail: grupo.foptic@gmail.com
Cleane Santos de ALMEIDA3
e-mail: cleanny16@gmail.com
João Victor Pereira dos SANTOS4
e-mail: joaovictorpereira2013@gmail.com
How to reference this paper:
VASCONCELOS, C. A. de; ALMEIDA, C. S. de;
SANTOS, J. V. P. dos. Conceptions and Practices of
Teachers of Basic Education in Brazil on Environmental
Education. Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v.
8, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 2177-5060. DOI:
https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.17082
| Submitted: 09/04/2023
| Revisions required: 18/10/2023
| Approved: 08/11/2023
| Published: 20/12/2023
Editoras:
Prof. Dr. Célia Tanajura Machado
Prof. Dr. Kathia Marise Borges Sales
Prof. Dr. Rosângela da Luz Matos
Deputo Executiva Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
This text presents a segment resulting from research developed within the context of the Scientific Initiation Program (PIC)
at the Federal University of Sergipe (UFS), with financial support from the National Council for Scientific and Technological
Development (CNPq).
2
Federal University of Sergipe (UFS), São Cristóvão SE Brazil. Ph.D. in Geography. Leader of the Research Group on
Teacher Training and Information and Communication Technologies (Foptic), affiliated with UFS and CNPq.
3
Federal University of Sergipe (UFS), São Cristóvão SE Brazil. Bachelor's degree in Biological Sciences. Participant in
the Research Group on Teacher Training and Information and Communication Technologies (Foptic), affiliated with UFS and
CNPq.
4
Federal University of Sergipe (UFS), São Cristóvão SE Brazil. Bachelor's degree in Biological Sciences. Participant in
the Research Group on Teacher Training and Information and Communication Technologies (Foptic), affiliated with UFS and
CNPq.
Conceptions and Practices of Teachers of Basic Education in Brazil on Environmental Education
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 2177-5060
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ABSTRACT: Environmental Education (EE) is considered an educational proposal that aims
to form reflective, responsible, and active subjects in relation to social and environmental
changes. Therefore, with a qualitative approach, this research aimed to analyze teachers'
conceptions and practices on EE in Brazil. For this, a semi-structured questionnaire was applied
from Google Forms, which was answered by 112 teachers from all regions of Brazil. When
analyzing the answers, it was noticeable that the majority (70.5%) of educators have
conceptions and develop conservative practices because they do so according to a naturalistic
bias. This finding shows that it is necessary to emphasize the importance of EE in initial and
continuing teacher training since the teachers will problematize and instrumentalize
environmental issues.
KEYWORDS: Conceptions and Practices of Teachers. Environmental Education. Basic
Education.
RESUMO: A Educação Ambiental (EA) é considerada uma proposta educativa que visa
formar sujeitos reflexivos, responsáveis e ativos em relação às mudanças socioambientais.
Diante disso, esta pesquisa com abordagem qualitativa teve como objetivo analisar as
concepções e práticas de professores sobre a EA no Brasil. Para isso, foi aplicado um
questionário semiestruturado do Google Forms, o qual foi respondido por 112 professores de
todas as regiões do Brasil. Ao analisar as respostas, foi perceptível que a maioria (70,5%) dos
educadores possui concepções e desenvolvem práticas conservadoras, pois o fazem segundo
um viés naturalista. Tal constatação demonstra que é preciso salientar a importância da EA
na formação inicial e continuada docente, uma vez que são os professores que irão
problematizar e instrumentalizar as questões ambientais.
PALAVRAS-CHAVE: Concepções e Práticas de Professores. Educação Ambiental. Educação
Básica.
RESUMEN: La Educación Ambiental (EA) es considerada una propuesta educativa que
pretende formar sujetos reflexivos, responsables y activos en relación a los cambios
socioambientales. Por lo tanto, esta investigación del caracter cualitativo tuvo como objetivo
analizar las concepciones y prácticas de los profesores sobre la EA en Brasil. Para ello, se
aplicó un cuestionario semi-estructurado de Google Forms, que fue respondido por 112
docentes de todas las regiones de Brasil. Al analizar las respuestas, se notó que la mayoría
(70,5%) de los educadores tienen concepciones y prácticas conservadoras, ya que la hacen
según un esquema naturalista. Este hallazgo de investigación demuestra que es necesario
enfatizar la importancia de la EA en la formación inicial y continua de los docentes, ya que
son los docentes quienes problematizarán e instrumentalizarán las cuestiones ambientales.
PALABRAS CLAVE: Concepciones y Prácticas de los Docentes. Educación Ambiental.
Educación Básica.
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Introduction
Environmental Education (EE) has emerged as a proposal aimed at addressing the socio-
environmental crisis. In formal education, EE should not be considered merely as the
transmission of knowledge since education is a form of international intervention (Freire, 1996).
However, the way EE is implemented in schools does not promote significant changes in
students' reality. This is because during the process of developing EE themes, we encounter
uncertainties and contradictions (Reigota, 2002).
Layrargues and Lima (2014) mention the existence of macro-trends in Brazilian EE that
have emerged over time: the conservationist macro-trend, centered on ecology and of a
romanticized nature; the pragmatic trend, emphasizing sustainability through the individual use
of products considered "ecological"; and finally, the critical trend that seeks to integrate the
economic, social, and political context, considering local realities.
As there are still difficulties within the teaching community regarding the definition of
the nature of Environmental Education, from its conception to its applicability, the project
aimed to analyze the conceptions and practices of teachers regarding EE in Brazil. Teachers are
responsible for shaping citizens who are conscious, reflective, and active in the socio-
environmental scenario.
Methodology
This work is classified as qualitative research, which, according to Denzin and Lincoln
(2011), is characterized as an interpretative and reflective process based on the collection of
descriptive data through various means, such as interviews, observations, and cultural
productions, among others. In this type of approach, it is essential to highlight flexibility and
interaction with participants, considering different opinions or perspectives on a particular
subject (Merriam; Tisdell, 2015).
A semi-structured questionnaire was developed using Google Forms to facilitate the
nationwide distribution process and data analysis. The questionnaire for this research (Figure
1) was administered from February to July 2022 and comprised 39 semi-structured questions,
including 23 open-ended and 16 closed-ended questions related to participants' profiles and the
thematic focus of the investigation.
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Figure 1 QR Code of the questionnaire
Source: MEQR, free QR Code generator
Thus, this questionnaire was distributed to teachers in the basic education system
(elementary and high school) across Brazil and disseminated through Facebook groups,
WhatsApp, and Instagram, among other platforms, to reach as many participants as possible
nationwide. It is important to emphasize that the instrument underwent validation. Five
researchers working in Environmental Education, including one master's degree holder, two
doctoral candidates, and two Ph.D. holders, analyzed the questionnaire for writing, impartiality,
and the objectives of the questions, checking if adjustments were necessary. After the analysis
by these researchers, most questions received approval ranging from 80% to 100%, with
suggestions for rewriting recorded for only three questions.
In this perspective, empirical-analytical method-supported analysis was used to interpret
and validate, especially open-ended questions, to implement a qualitative data treatment. The
procedure involved interpreting a semi-structured questionnaire, investigating the phenomenon
within its current context, and using sources of evidence. The information was systematically
organized to obtain answers to the objectives (Gil, 2008).
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Results and Discussion
The questionnaire received a total of 112 responses, distributed as follows: 56 from the
Northeast region, 19 from the North region, 18 from the Southeast region, 13 from the South
region, and 6 from the Midwest region. The 112 participants will be designated as P1, P2, P3,
... P112 for identification purposes. Additionally, the acronyms NE, N, SE, S, and CO will be
used to represent the Northeast, North, Southeast, South, and Midwest regions, respectively.
Participant Profile
In this section, some characteristics related to the questionnaire participants are
highlighted, including the regions where they reside, professional affiliations of the teachers,
teaching stages, subjects they teach, years of teaching experience, age groups, academic
degrees, professional qualifications, and duration of involvement in education.
Regarding the regions in which the participants reside, there is a notable predominance
of the Northeast Region at 50.0%, followed by the North at 17.0%, the Southeast at 16.1%, the
South at 11.6%, and finally, the Midwest at 5.4%. Additionally, from the results, it was
observed that there is a predominance of females, representing 58.9%. In contrast, males
account for 41.1%.
Regarding the professional affiliation of teachers, there is a significant contingent of
permanent teachers in state education networks, totaling 47 individuals. Next are permanent
teachers in municipal networks, with a total of 40, and those employed in this context, totaling
25 teachers. Subsequently, there are professionals associated with other types of contracts,
totaling 13 participants. Private schools, in turn, have a total of four teachers, thus presenting
the lowest number. The distribution of the questionnaire may have influenced this result, as the
teachers who agreed to participate are mostly professionals working in public education
networks.
Concerning the teaching stage in which they give classes, it is observed that the majority
of educators are involved in High School, corresponding to 37.66%. Next are the final years of
Elementary School, with 33.11%, and the initial years of Elementary School, with 16.88%.
Subsequently, there are those who work in other modalities, representing universities and
technical courses, among others, totaling 9.1%. Lastly, there is Early Childhood Education,
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with 3.25%. It is worth noting that the number of responses exceeded the total number of
teachers due to some respondents working in more than one teaching stage. The predominance
of teachers in High School and the final years of Elementary School results from a higher
number of teachers specializing in a specific area, whereas a teacher in the initial years of
Elementary School deals with various areas of knowledge, as is the case with a pedagogue.
It was noted that the majority of participating teachers in the research teach the subjects
of Mathematics (21.4%), Sciences (17.9%), Portuguese (17.9%), Geography (17.9%), Various
or Generalist subjects (17%), and Biology (12.5%). On the other hand, in smaller quantities,
we have teachers of subjects such as History (8.9%), Arts (7.1%), Chemistry (6.3%), Physical
Education (5.4%), Physics (3.6%), Literature (3.6%), Religion (3.6%), Sociology (0.9%), and
other(s). The term "other(s)" was created to encompass subjects that are not considered
mandatory in the curriculum (Agroecology, Life Project, Entrepreneurship, Architectural
Drawing, etc.). These results may be linked to the fact that the workload of some subjects is
higher than others, influencing the number of active teachers.
Regarding the teaching periods of the respondents, it is observed that the majority of
educators (31.3%) have more than a decade of teaching experience, ranging from 11 to 15 years.
Next are those who have been teaching for over 21 years (24.1%) and from 16 to 20 years
(15.2%). Subsequently, there are those who have been teaching for two to five years (14.3%)
and six to ten years (12.5%). Finally, there are those who have been preparing for only one year
(2.7%). The analysis of these results indicates that the interviewed participants have extensive
experience in the field of education.
The predominance of the age group above 48 years (26.8%) is observed, followed
consecutively by the age group of 42 to 47 years (24.1%) and 36 to 41 years (17.0%). Next are
age groups of 30 to 35 years (16.1%) and 24 to 29 years (9.8%). Lastly, there is the age group
of 18 to 23 years (6.3%). This result is in line with the research conducted by Polena and
Gouveia (2013) regarding the profile of teachers in the years 2007, 2009, and 2011. The authors
observed that the age group of 30 to 49 years prevails, highlighting the aging trend in the
teaching profession.
It was evident that undergraduate degrees in Pedagogy (31.3%), Biological Sciences
(18.8%), Geography (14.3%), and Mathematics (12.5%) stood out as the most prevalent. In
contrast, Physics (0.9%), Philosophy (0.9%), Arts (1.8%), and Spanish Literature (3.6%)
showed the lowest results. It is worth noting that, despite Mathematics having the highest
number of teachers, there was a lower number of graduates in Mathematics than expected. This
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result may have occurred due to the possibility of teachers from other areas teaching this
discipline.
A significant portion of the graduates in the study attended public universities, such as
the Regional University of Cariri (Urca) in the state of Ceará, with a total of 19 individuals, and
the Federal University of Sergipe (UFS), with 15 participants.
Regarding postgraduate education, it is observed that a significant proportion of the
participants, totaling 88 teachers (54.65%), have some specialization at the postgraduate level
(lato sensu), with only 4 of these professionals specializing in Environmental Education (EE).
Following this, 54 teachers (33.55%) hold master's degrees, given the majority with
backgrounds in Education, Teaching of Sciences and Mathematics, and Geography.
Subsequently, there are 18 teachers (11.18%) with doctoral degrees, specializing in areas such
as Education, Science, and Geography, among others. Finally, only 1 teacher with a
postdoctoral degree (0.62%) did not specify the corresponding area. It is important to note that
the number of responses exceeds the number of teachers, as some have more than one
postgraduate qualification.
Regarding the time spent in other educational positions (manager, director, coordinator,
among others), the result obtained was as follows: the category "above 21 years" (28.6%) has
the highest number of participants, followed by the range "from 11 to 15 years" (27.7%), "from
6 to 10 years" (15.2%), "from 16 to 20 years" (15.2%), "2 to 5 years" (10.7%), and, finally, "up
to 1 year" (2.7%). This result highlights that the majority of teachers participating in the study
have extensive experience in pedagogical work, extending beyond teaching alone.
In this way, it is understood that teachers from all regions of Brazil were represented in
this research. They exhibit an experienced profile with a substantial period of activity in the
education sector, and there is a predominance of females, along with a diversity of knowledge
areas, with Pedagogy being the most prominent. Furthermore, most participants work in the
final years of Elementary and High School in public school systems. Concerning qualifications,
we have teachers with expertise, master's, and doctoral degrees, with the majority being
specialists.
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Concepts and Practices of Environmental Education
In this section, the participants' concepts and practices regarding Environmental
Education (EE) are addressed through the following items: educators' understanding of EE,
their knowledge of authors discussing the theme, their initial training, how they approach EE,
the methodologies or activities developed, how the participants' students feel about EE
development, the importance of working on EE in Basic Education, the difficulties encountered
when working on EE individually, the use of didactic-pedagogical materials, knowledge of the
existence of projects and workshops on the theme in the municipalities where they reside,
teachers' opinions on how to develop EE, knowledge of legislation addressing EE, as well as
related laws in force in the municipalities where they reside, and their opinions on how EE
development in schools could be improved. It is worth noting that, in the testimonials, we added
next to the letter P, representing the research participants, the trend to which the respective
testimonial belongs, and, in some questions, the acronym meaning the geographical region.
Regarding educators' concepts of Environmental Education, it is noteworthy that among
participants from the Northeast region, the conservative macro-trend predominated (78.6%),
followed by the pragmatic (12.5%) and the critical (7.1%). There were also those who could
not answer (1.8%). The teachers' opinions are highlighted below:
Discipline that addresses environmental issues, concepts, history, problems,
and alternatives related to the Environment (P 47, Conservative, our
translation).
Environmental Education encompasses the processes through which the
individual and the community build social values, knowledge, skills, attitudes,
and competencies aimed at the conservation of the environment, a good for
common use, essential for a healthy quality of life, and its sustainability (P
111, Pragmatic, our translation).
It is an educational process that seeks to develop individuals who are
conscious, reflective, responsible, and participative in addressing socio-
environmental issues. Additionally, it involves processes that build social,
cultural, political, and economic values aimed at environmental
transformation, addressing and solving problems for the collective, and a more
just and egalitarian society (P 91, Critical, our translation).
A significant number of conservative responses were observed in the Northern region,
accounting for 79%. Subsequently, both pragmatic and critical approaches emerged,
representing 10.5%. Examples of these responses include:
It is the study of environmental balance (P 29, Conservative, our translation).
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It is the process of forming individuals to care for natural resources
consciously, using these resources sustainably (P 103, Pragmatic, our
translation).
Environmental Education is an opportunity to break with political, economic,
and social models involving environmental issues. This education provides a
critical perspective and action regarding the disorderly exploitation of natural
resources and the workforce. Environmental education goes beyond
phenomena; it questions the essence of societal crisis (P 89, Critical, our
translation).
Among teachers in the Southeast region, a significant number of conservative responses
were observed, totaling 72.2%. Additionally, critical approaches were recorded at 16.7%,
pragmatic at 5.6%, and some respondents did not know how to answer, accounting for 5.5%.
Exemplary statements include:
It directs your classes toward ecological awareness (P 19, Conservative, our
translation).
I understand it as a branch of formal education that aims to discuss topics
related to environmental preservation and aspects related to sustainability (P
102, Pragmatic, our translation).
A formative process in which values, concepts, and attitudes are built, seeking
to establish relationships between humans and their environment. It involves
issues related to the individual, society, and the environment (P 86, Critical,
our translation).
Concerning teachers in the Southern region, conservative opinions proved to be
predominant, reaching 53.8%. Subsequently, pragmatic approaches were observed at 38.5%,
and critical ones at 7.7%:
Being prepared to care for and live in harmony with the surrounding
environment (P 2, Conservative, our translation).
It is the teaching of sustainable practices for environmental preservation. It
also involves polluting activities and how we can minimize and recycle
materials and their correct disposal (P 97, Pragmatic, our translation).
It is an arm of education that seeks to develop socio-environmental awareness
in the individual. Improve their relationship with the environment in which
they live and of which they are a part. Multiply good actions for the
preservation of the environment (P 84, Critical, our translation).
Finally, respondents from the Central-West region, like those from the other regions,
exhibit a high prevalence of conservative views, totaling 66.6%. Subsequently, among teachers
in this region, there are both pragmatic and critical perspectives, each representing 16.7%:
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I believe these are subjects or themes that lead us to think about a healthy
environment for everyone, or the balance between humans, animals, and the
environment (P 82, Conservative, our translation).
Set of values, knowledge, and attitudes that seek to conserve the environment
sustainably (P 112, Pragmatic, our translation).
Recognizing that we are intrinsically connected to the environment and other
species and that in the face of this realization, we must be active participants
through conscious and reflective attitudes, as well as multipliers of actions and
formations that promote awareness of the importance of the vital web that
binds us throughout the planet (P 84, Critical, our translation).
From these results, it was noted that the majority of teachers from all regions of Brazil
demonstrate a conservative bias, as the responses showed naive, generalistic views based on
ecological currents or even romanticized views of Environmental Education (EE) (Layrargues;
Lima, 2014). From this perspective, Loureiro and Layrargues (2013, p. 65-66, our translation)
state that this macro-trend "[...] relies on the principles of ecology, valuing the affective
dimension about nature and changing individual behaviors in relation to the environment [...]".
Following this, the pragmatic macro-trend prevailed among participants, considered an
evolution from the conservative trend but with a focus on sustainability or the conscientious
use of natural resources. Despite the importance of addressing sustainability, recycling, and
conscious consumption, large companies take advantage of EE to introduce concepts related to
market environmentalism, overlooking other dimensions such as social, political, and historical,
among others (Layrargues; Lima, 2014). In this regard, Loureiro and Layrargues (2013, p. 66,
our translation) describe the pragmatic trend as "Especially covering the currents of education
for sustainable development, education for sustainable consumption, and environmental
education in the context of solid waste and climate change."
In smaller numbers, responses from the critical trend were obtained, characterized by
involving social, cultural, and political aspects associated with environmental problems. The
aim is to educate autonomous and active individuals who problematize inequalities, the
dynamics of capitalism, and socio-environmental injustice (Layrargues; Lima, 2014). From this
perspective, Loureiro and Layrargues (2013, p. 68, our translation) add, "This trend brings a
pedagogical approach that problematizes societal contexts in their interface with nature. From
this perspective, it is not possible to conceive environmental problems dissociated from social
conflicts."
These results are in line with the study conducted by Almeida, Jesus, and Vasconcelos
(2021, p. 34), which investigated the conceptions and practices of elementary school teachers
in the state of Sergipe. Regarding their findings, "it was observed that 65.5% of the teachers
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demonstrated a conservative bias, while 24.1% leaned towards the pragmatic macro-tendency,
and only 1.4% of the participants aligned with the critical tendency" (Almeida; Jesus;
Vasconcelos, 2021, p. 34, our translation).
Regarding familiarity with authors discussing Environmental Education (EE), a portion
of the teachers responded negatively (49.2%), while the other segment affirmed their
knowledge (50.8%). Those who claimed to have knowledge mentioned the following authors:
Paulo Freire, Reigota, Guimarães, Carlos Frederico, and others. Although nearly half of the
participants are familiar with some authors, this percentage remains low, considering the
diversity of Brazilian and foreign authors addressing Environmental Education in books,
scientific articles, events, and videos, among other mediums. However, the authors mentioned
by the teachers play a significant role in the context of Environmental Education, as they are
widely referenced in national works in Brazil.
Regarding the initial training of educators regarding concepts and activities related to
Environmental Education, a significant portion (36.6%) indicated that they had not received
preparation. Others stated that they had received such training, representing 32.1%, while some
responded affirmatively but only partially (31.3%). These data are concerning, as the National
Environmental Education Policy (PNEA), in its Article 11, establishes that "the environmental
dimension must be included in teacher training curricula at all levels and all disciplines" (Brasil,
1999, our translation).
In light of this, all teaching degrees should provide activities and discussions related to
environmental themes, as this training can influence the conceptions and teaching practices in
schools (Reis et al., 2013). It is worth emphasizing the importance of initial training with a
critical bias, as "not every teacher has initial or continuing education in the field of
Environmental Education that allows for a theoretical foundation based on critical awareness
and focused on the socio-environmental" (Ventura, 2021, p. 16, our translation).
However, initial education in Brazil still predominantly exhibits technical
characteristics directed toward teaching specific content related to the undergraduate course
chosen by the future teacher. This approach neglects diversity, variations in pedagogical
practices, and the integration of resources and interfaces with teaching methodologies
elements that could serve as support for teachers during classes (Gatti et al., 2019).
These issues are even more pronounced when analyzing initial and continuing education
regarding Environmental Education (EE). There is still an idea that Environmental Education
is only addressed when discussing issues related to sustainability, conservation, environmental
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preservation, and resource exploitation, overlooking the social values constructed from
discussions about environmental issues (Oliveira; Vasconcelos, 2021).
Regarding the acknowledgment of whether teachers work with Environmental
Education, a significant portion (47.3%) responded that they develop approaches on EE,
followed by 37.5% who partially work on the theme, and 15.2% who do not engage in activities
related to the subject. Despite the obligation to develop EE in schools, there is resistance among
some to enhance projects and activities, while others promote it incorrectly. This fact may be
related to the negligence of the school community and the government in directing and
encouraging EE practices.
Concerning the methodologies or activities developed for Environmental Education,
there was a significant diversity of practices, as teachers mentioned examples such as projects,
case studies, the use of audiovisual resources, gamification, lectures, workshops, and flipped
classrooms, among others. Various methodologies and activities are essential to prevent
teaching from becoming uninteresting, focused on long classes and repetitive activities.
According to Reigota (2006), even lectures can be necessary as long as the student is a
protagonist in knowledge construction, actively participating in questioning proposed themes
and seeking solutions. Active teaching methods characterize all these aspects.
Regarding how students feel about the development of Environmental Education (EE)
in the school context, most teachers responded that students feel engaged. Regarding this topic,
the following responses were obtained: "Motivated, happy to contribute to the improvement of
the world they live in, fully dedicated to the proposed work" (P 24, N, our translation), "They
like it a lot because the classes are more relaxed" (P 19, SE), "Interested because they realize
they are part of the environment" (P 6, CO, our translation), "Enthusiastic because EE is present
in everyday life. Reflective about their actions" (P 92, NE, our translation), "They are very
interested and have doubts about why it is a little-discussed content due to its importance" (P
20, S, our translation).
The work on the socio-emotional aspect is also part of the school's competencies
because, through these emotions, students feel more integrated, motivated, and involved
(ABED, 2014). Thus, these responses demonstrate an effort on the part of teachers to find ways
to captivate students' interest in learning about Environmental Education.
Regarding the importance of incorporating Environmental Education (EE) into Basic
Education, educators emphasized its relevance. Below are the identified statements: "Very
important to work on EE because it contributes to the student's education" (P 9, SE, our
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translation); "Environmental Education worked in basic education awakens students' awareness
of preservation and citizenship. These students come to understand, from an early age, that they
need to take care, preserve, and that the future depends on the balance between humans and
nature and the rational use of natural resources" (P 111, NE, our translation); "Teachers need
to work on environmental education with children in Basic Education so that they feel
responsible for environmental preservation" (P 26, N, our translation); "So that students see the
importance of taking care of the place where they study, giving value" (P.15, CO, our
translation); "The construction of critical thinking and a sense of care in the individual" (P.51,
S, our translation). It is evident that educators understand the importance of working on EE in
primary education.
Due to the difficulties educators face in working on EE individually, the majority of
them (41.1%) responded that they have little difficulty. Some (33.9%) reported having
difficulties, while others (25%) said they had no difficulty. In light of these results, there is a
noticeable concern about individual EE work. Dias (2003), for example, emphasizes the
Intergovernmental Conference on Environmental Education in Tbilisi (1977), which defined
the importance of environmental content being discussed in an interdisciplinary manner, as all
areas of knowledge contribute to the critical formation of EE.
Regarding the inquiry about the use of didactic-pedagogical materials by teachers to
address Environmental Education (EE), responses were provided, such as: textbooks, films,
reports, videos, magazines, cell phones, computers, drawings, cartoons, gardens, models,
streaming, games, and discussion circles, among others. From this data, it is understood that
there is an effort or concern to bring a variety of tools for the development of EE. According to
Reigota (2006), Environmental Education presents diverse resources or tools with different
levels of complexity for its development; however, its effectiveness depends on the teacher's
creativity and contextualization in local reality.
Regarding whether they know or not about the development of EE projects and
workshops in the schools or municipalities where they reside, some teachers stated that they do
not know (34.9%), while the majority said yes (65.1%). Those who claimed to know mentioned
examples of projects and/or workshops: "My environment, which includes work with the
school's organic garden, rescue of Non-Conventional Food Plants, composting,
vermicomposting, production of crafts with alternative materials, and others" (P 7, S, our
translation); "We have the recycling project, we have the soap factory project, we have the
garden project for teas" (P 28, N, our translation); "There is a project developed in partnership
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with the company Águas Cuiabá and the Municipality of Cuiabá, through the Municipal
Department of Education, the start-up of Environmental Education Teoria Verde, Biomavi
Recycling, responsible for the purchase and reuse of the collected material, and the Instituto
Lixo Zero Brasil, promote the collection of used cooking oil, and students participate in
Environmental Education activities in making soap with teachers" (P 94, CO, our translation);
"Yes, water project, awareness of deforestation, garbage recycling" (P 67, NE, our translation);
"Yes, the Campo Limpo Environmental Education Program promoted by the National Institute
for the Processing of Empty Packages" (P 100, SE, our translation).
Based on the responses, it is evident that teachers seek differentiated methodologies and
themes, with projects being the most commonly used resource. Teaching through projects
enables the decompartmentalization of students' reality through collective action from various
areas of knowledge, aiming to contextualize environmental themes in a way that integrates the
individual with the environment (Amaral; Carniatto, 2011).
Regarding the teachers' opinions regarding the development of Environmental
Education (EE), a variety of responses were obtained relevant to the purpose of EE, such as:
"Interdisciplinary" (P 9, CO, our translation); "In a transversal and interdisciplinary manner,
not focused solely on sciences but on other areas of knowledge" (P 84, S, our translation);
"Mainly based on the reality of the school community's context in dialogue with the studies
conducted, in a way that leads students to reflection and critical thinking" (P 17, SE, our
translation); "Interdisciplinary, continuous, and through projects that promote students'
creativity and collaboration, as well as produce sustainable products for the school and
community" (P 19, NE, our translation); "In a way that makes the child understand their role in
this discussion and understand the roles of the State and the Municipality and what can be done
within each level of responsibility" (P 30, N, our translation). Therefore, some teachers have
knowledge related to EE practices, with the majority falling within a critical perspective.
When asked about their knowledge of EE-related legislation, most stated that they were
not familiar with the laws governing EE (54.5%), while the other part claimed to be aware of
the regulations (45.5%). They mentioned the main examples, such as the Law of Guidelines
and Bases of National Education (LDB), the National Environmental Policy, the National
Policy on Environmental Education (PNEA), and the Environmental Crimes Law. Furthermore,
when questioned about their knowledge of laws related to the environment and Environmental
Education in the municipalities where they reside, the majority responded that they are unaware
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of the laws (51.8%), followed by those who know (33%), and those who claim there is no
environmental law for the municipality (15.2%).
Regarding how Environmental Education (EE) could be improved in schools, teachers
emphasized the primary agenda of initial and ongoing teacher training. Authors such as Fazenda
(2003) and Lopes and Abílio (2021) highlight that these training programs, when characterized
by a critical nature, contribute to reflective thinking about one's own practice and the
environmental issues affecting the world. They also encourage the formation of a participatory
and environmentally conscious individual. Teachers also identified increased investment in
projects and school infrastructure, along with engagement and commitment from all
stakeholders (administrators, teachers, students, community, etc.), as ways to contribute to EE
teaching.
Final Considerations
The results demonstrate that the majority of educators hold conservative conceptions
and practices. Responses were characterized by a generalist, ecological, or romantic nature,
indicating an idea of protecting and conserving nature. Another portion of participants had
pragmatic conceptions related to consumerism, recycling, and sustainability, reflecting a
market-oriented view of nature. The few critical responses emphasized the importance of EE
that promotes the formation of reflective and participatory individuals in the socio-
environmental context.
Despite this data, most teachers recognize the importance of addressing EE, its
interdisciplinary and transversal nature, and the significance of diverse practices in EE teaching.
This raises the question: why does this approach not materialize in the school reality even when
teachers acknowledge the importance of approaching EE critically? I hope that future research
in the field of Environmental Education can further analyze this issue.
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Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 2177-5060
DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.17082 18
CRediT Author Statement
Acknowledgements: We would like to express our gratitude to CNPq for the subsidy that
supported this research. We extend our thanks to Professor Carlos Alberto de Vasconcelos,
our advisor, for initiating the research and providing support throughout the development
of this article. Our appreciation also goes to the Study and Research Group on Teacher
Training and Information and Communication Technologies (FOPTIC) for their enriching
debates on topics that significantly contributed to the development of this article. We cannot
forget to thank the teachers who dedicated their time and shared their perspectives on the
addressed theme, further enriching our study.
Funding: PIBIC/CNPq.
Conflicts of interest: There are no conflicts of interest.
Ethical approval: This article adhered to ethical principles in research.
Data and material availability: The data and materials used in the work are available for
access.
Authors' contributions: Authors 1 and 2: Article development, analysis and interpretation
of data, organization, and reading of material for the literature review, and formatting of the
article according to the journal's criteria. Author 3: Guided, read, and corrected the article
to adapt it for publication, following the standards of this journal.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.