Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023019, 2023. e-ISSN: 2177-5060

DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.15495 1

ARTICULAÇÕES ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO: CONECTANDO TD

E EDUCAÇÃO DO CAMPO

ARTICULACIONES ENTRE DOCENCIA, INVESTIGACIÓN Y EXTENSIÓN:

CONECTANDO TD Y EDUCACIÓN RURAL

ARTICULATIONS BETWEEN TEACHING, RESEARCH AND EXTENSION:

CONNECTING TD AND RURAL EDUCATION

Carolina ARANHA1

e-mail:cp.aranha@ufma.br

Andréia DALCIN 2

e-mail: andreia.dalcin@ufrgs.br

Como referenciar este artigo:

ARANHA, C.; DALCIN, A. Articulações entre ensino,

pesquisa e extensão: Conectando TD e Educação do Campo.

Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00,

e023019, 2023. e-ISSN: 2177-5060. DOI:

https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.15495

| Submetido em: 30/10/2022

| Revisões requeridas em: 06/09/2023

| Aprovado em: 01/10/2023

| Publicado em: 30/12/2023

Editoras:

Profa. Dra. Célia Tanajura Machado

Profa. Dra. Kathia Marise Borges Sales

Profa. Dra. Rosângela da Luz Matos

Editor Adjunto Executivo:

Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz

Universidade Federal do Maranhão (UFMA), São Luís – MA – Brasil. Professora adjunta do Curso de

Licenciatura em Educação do Campo/Ciências da Natureza e Matemática da Universidade Federal do Maranhão

(UFMA).

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre – RS – Brasil. Professora Associada na

Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS - FACED/ Departamento de Ensino e Currículo.

Articulações entre ensino, pesquisa e extensão: Conectando TD e Educação do Campo

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RESUMO: Em parceria com movimentos sociais e visando evidenciar a história e ações dos

Centros Familiares de Formação por Alternância no Maranhão, surgiu o projeto de extensão

“Compartilhando Experiências com Tecnologias Digitais”. Ele incluiu duas pesquisas

qualitativas, um curso e a criação de páginas eletrônicas para as instituições participantes. Essas

ações foram desenvolvidas de modo integrado e associadas ao Estágio em Educação Popular

no Campo das Licenciaturas em Educação do Campo da Universidade Federal do Maranhão e

ao Estágio de Docência do Doutorado em Educação em Ciências e Matemática da Rede

Amazônica de Educação em Ciências e Matemática. Este artigo relata essas ações e reflete

sobre as avaliações feitas pelos participantes. O texto destaca desafios enfrentados, ao longo do

projeto, relacionados ao uso das tecnologias digitais no campo e os impactos da pandemia da

COVID-19. Além disso, evidencia as contribuições do projeto, principalmente, no crescimento

pessoal e profissional dos envolvidos.

PALAVRAS-CHAVE: Tecnologias Digitais. Formação Docente. Educadores do Campo.

RESUMEN: En colaboración con movimientos sociales y con el objetivo de visibilizar la

historia y las acciones de los Centros de Formación Familiar por Alternancia en Maranhão,

fue creado el proyecto de extensión "Compartiendo Experiencias con Tecnologías Digitales".

Incluyó dos encuestas cualitativas, un curso y la creación de páginas electrónicas para las

instituciones participantes. Estas acciones se desarrollaron de manera integrada y asociadas

a la Pasantía en Educación Popular en el Ámbito de Licenciaturas en Educación Rural de la

Universidad Federal de Maranhão y a la Pasantía Docente del Doctorado en Educación en

Ciencias y Matemáticas de la Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática. Este

artículo da cuenta de estas acciones y reflexiona sobre las valoraciones realizadas por los

participantes. El texto destaca los desafíos enfrentados a lo largo del proyecto relacionados

con el uso de tecnologías digitales en el campo y los impactos de la pandemia de COVID-19.

Además, destaca los aportes del proyecto, principalmente en el crecimiento personal y

profesional de los involucrados.

PALABRAS CLAVE: Tecnologías Digitales. Formación de Profesores. Educadores Rurales.

ABSTRACT: In partnership with social movements and aiming to highlight the history and

actions of Family Training Centers by Alternation in Maranhão, the extension project "Sharing

Experiences with Digital Technologies" was created. It included two qualitative surveys, a

course, and the creation of electronic pages for participating institutions. These actions were

developed in an integrated way and associated with the Internship in Popular Education in the

Field of Degrees in Rural Education at the Federal University of Maranhão and the Teaching

Internship of the Doctorate in Education in Science and Mathematics of the Rede Amazônica

de Educação em Ciências e Matemática. This article reports these actions and reflects on the

evaluations made by the participants. The text highlights challenges faced throughout the

project related to the use of digital technologies in the field and the impacts of the COVID-19

pandemic. In addition, it highlights the contributions of the project, mainly in the personal and

professional growth of those involved.

KEYWORDS: Digital Technologies. Teacher Training. Rural Educators.

Carolina ARANHA e Andréia DALCIN

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Introdução

No Brasil, a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão passou a constituir um

dos princípios das Universidades, por meio do Art. 7 da Constituição Federal de 1988. No

entanto, a compreensão da necessidade de que a extensão fizesse parte das atividades a serem

desenvolvidas por essas instituições, associada ao ensino e à pesquisa, transcendendo a

perspectiva assistencialista assumida até então, antecede a inserção de tal artigo em nossa

constituição (Gonçalves, 2015).

Datam de 1911 as primeiras ações extensionistas desenvolvidas no país (Paula, 2013).

Nesta época, tais ações carregavam uma concepção de extensão com uma tendência

assistencialista e voltada para a divulgação dos conhecimentos produzidos na academia. De

caráter elitista, tais atividades destinavam-se, ainda, às camadas mais privilegiadas da

população e restringiam-se “à realização de cursos e conferências e à prestação de serviços”

(Nogueira, 2013, p. 32).

Na década de 1950 vivenciamos um período de intensa mobilização política e social no

Brasil, com o surgimento das ligas camponesas e da Campanha de Defesa da Escola Pública,

que teve como uma das figuras relevantes Florestan Fernandes (Paula, 2013). É a partir de tais

organizações e lutas travadas nesse período que, na década de 1960, podemos observar certo

avanço na concepção de extensão que permeava as universidades até então, com destaque para

a União Nacional dos Estudantes (UNE), que passou a discutir a necessidade de participação

dos estudantes na vida social nas comunidades (Medeiros, 2017; Nogueira, 2013).

No âmbito mundial, nos encontrávamos num contexto de crise econômica e política, em

um período pós-Segunda Guerra Mundial, sobretudo após a década de 1960, o que nos levou a

uma crise de legitimidade das universidades (Santos, 1994), bem como, a diminuição do

investimento público em tais instituições devido à reestruturação do Estado (Gonçalves, 2015).

É a partir deste momento que a concepção da universidade como uma “instituição única,

relativamente isolada das restantes instituições sociais, dotada de grande prestígio social e

considerada imprescindível para a formação das elites” (Santos, 1994, p. 168) entra em crise.

Assim, por encontra-se em discordância com as exigências sociais emergentes, a universidade

é chamada a cumprir seu papel político e social.

No Brasil, apesar do golpe militar de 1964 e da ditadura instaurada no país, o ethos

progressista, com origem na década de 1950, não foi inteiramente interditado (Paula, 2013) e,

a partir da década de 1980, durante o processo de redemocratização do país, passamos por um

fortalecimento dos movimentos sociais. Desse processo emergiram propostas de maior abertura

Articulações entre ensino, pesquisa e extensão: Conectando TD e Educação do Campo

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política e acadêmica, implicando na discussão sobre a função social e política das

Universidades, o que envolveu, necessariamente, a discussão em torno da concepção de

extensão materializada nessas instituições (Maciel, 2010; Gonçalves, 2015).

Nessas discussões configura-se a importância da extensão universitária para a

transformação da universidade em instituição verdadeiramente comprometida

com a mudança social do ponto de vista emancipatório, democrático e

popular. A extensão é considerada como atividade que vai possibilitar à

universidade cumprir sua missão social (Nogueira, 2013, p. 38).

Tais discussões resultam, em 1987, na criação do Fórum de Pró-Reitores de Extensão

das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras (FORPROEX), que “assumiu papel

de articulação e pressão política junto ao Ministério da Educação (MEC)” (Gonçalves, 2015, p.

1233) e, encampou inegáveis avanços da extensão universitária no Brasil (Paula, 2013).

Dessa forma, a concepção de extensão que permeia os documentos oficiais e as

universidades no país, tem sofrido mudanças, decorrentes da situação política e econômica de

cada período histórico vivenciado. Saímos de uma concepção com viés assistencialista para um

viés emancipatório, alcançando uma complexidade que traz consigo desafios a serem

transpostos no desenvolvimento de ações extensionistas nessa perspectiva.

Desde 2012, o FORPROEX, por meio da Política Nacional de Extensão Universitária

Nacional, definiu a extensão universitária “sob o princípio constitucional da indissociabilidade

entre ensino, pesquisa e extensão, [como] um processo interdisciplinar, educativo, cultural,

científico e político que promove a interação transformadora entre Universidade e outros setores

da sociedade” (FORPROEX, 2012, p. 28). Dessa maneira, além de defender a articulação

efetiva entre ensino, pesquisa e extensão, o FORPROEX incorpora a concepção de

complexidade nas ações de extensão. Não se trata mais apenas de ações educativas que

disseminam os conhecimentos gerados na Universidade para a sociedade (Freire, 1983), mas

sim de ações educativas, culturais, científicas e políticas resultantes do diálogo e da troca de

saberes entre a universidade e a sociedade. Portanto, a extensão assume agora a

responsabilidade de ser o elo a ser estabelecido e mantido entre a universidade e a sociedade,

formando um sistema de retroalimentação.

O FORPROEX (2012) avançou ao definir diretrizes que devem orientar as ações de

extensão universitária, incluindo a Interação Dialógica, a Interdisciplinaridade e

Interprofissionalidade, a Indissociabilidade Ensino-Pesquisa-Extensão, o Impacto na Formação

do Estudante e o Impacto e Transformação Social. Isso reforça a necessidade do diálogo, da

integração inseparável entre ensino, pesquisa e extensão, bem como a relevância desses

Carolina ARANHA e Andréia DALCIN

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aspectos na formação oferecida pelas instituições acadêmicas, destacando seu papel como

instrumento de transformação social.

No ano de 2018, em consonância com as proposições do FORPREX, o Ministério da

Educação (MEC), através da Resolução n.º 7 de 18 de dezembro de 2018, estabeleceu as

Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira (Brasil, 2018), as quais definem

que “as atividades de extensão devem compor, no mínimo, 10% (dez por cento) do total da

carga horária curricular estudantil dos cursos de graduação” (Brasil, 2018, p. 2). E, indicam

como modalidades de atividades extensionistas, programas, projetos, cursos e oficinas, eventos

e prestação de serviços.

Para além do sentido de estender algo a alguém e da ideia de invasão cultural,

denunciadas por Freire (1983) diante de suas reflexões sobre o próprio termo “extensão”,

assumimos a concepção de extensão “como articuladora das atividades de ensino e pesquisa

com as demandas da sociedade” (Nogueira, 2013, p. 31). Compreendemos, desta forma, que “a

extensão é essencial para que a universidade se realize enquanto instrumento emancipatório”

(Nogueira, 2013, p. 29) e, diante do fato de que as Licenciaturas em Educação do Campo visam

formar educadoras e educadores capazes de atuarem como articuladores políticos em suas

comunidades, entendemos que ações de extensão devem compor o escopo desses cursos, no

intuito de reforçar seu viés político e social.

Tendo em vista, ainda, que de acordo com as Diretrizes Operacionais para a Educação

Básica nas Escolas do Campo (Brasil, 2002), a identidade das escolas do campo deve “ancorar-

se na temporalidade e saberes próprios dos estudantes, na memória coletiva que sinaliza futuros,

na rede de ciência e tecnologia disponível na sociedade e nos movimentos sociais” (Brasil,

2002, p.1, grifo nosso). Compreendemos que, ações extensionistas, de modo integrado ao

ensino e à pesquisa, devem incluir projetos e programas voltados para a inserção das tecnologias

digitais (TD) no cotidiano dos movimentos sociais, das associações e cooperativas, bem como,

das escolas do campo e demais movimentos e sujeitos envolvidos na luta por uma educação no

e do campo (Caldart, 2002).

Por isso, em diálogo com a sociedade, desenvolvemos um projeto de extensão intitulado

de “Compartilhando Experiências com Tecnologias Digitais”. Esse projeto envolveu uma

parceria entre a Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática (REAMEC), os

Cursos de Licenciatura em Educação do Campo (LEdoC) da Universidade Federal do

Maranhão (UFMA), a União das Associações das Escolas Famílias Agrícolas do Maranhão

(UAEFAMA), o Instituto de Representação, Coordenação e Assessoria das Casas Familiares

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Rurais (IRCOA) e três Centros Familiares de Formação por Alternância (CEFFAs).

Afinadas às diretrizes definidas pelo FORPREX (2012), as ações desenvolvidas ao

longo desse projeto integraram o Estágio de Docência do Programa de Pós-Graduação

(Doutorado em Educação em Ciências e Matemática), da REAMEC, desenvolvido pelas

autoras do artigo e, articularam-se ao estágio em Educação Popular no Campo dos discentes

dos Cursos de Licenciatura em Educação do Campo (LEdoC) da Universidade Federal do

Maranhão (UFMA), ambos realizados de forma remota.

Diante da importância desse projeto e dos resultados alcançados, este artigo visa

apresentar um relato do referido projeto de extensão e refletir sobre a avaliação realizada pelos

participantes. Para tanto, são apresentados a origem do projeto e sua proposta de integração

entre ensino, pesquisa e extensão. Em seguida, são detalhados os aspectos metodológicos da

proposta, seguidos pelas reflexões tecidas e considerações finais.

Uma proposta de articulação entre ensino, pesquisa e extensão na LEdoC

A proposta do projeto de extensão “Compartilhando Experiências com Tecnologias

Digitais” nasceu do diálogo entre as LEdoC-UFMA e os movimentos sociais do campo, no

Maranhão, mais especificamente, com a Rede de Agroecologia do Maranhão

(RAMA). Por

meio desse diálogo, os movimentos sugeriram, como uma das atividades que poderiam ser

realizadas pelos discentes das referidas licenciaturas, durante o Estágio em Educação Popular

no Campo, a organização do histórico das instituições concedentes do estágio, no caso,

associações, sindicatos, movimentos, etc.

O Estágio em Educação Popular no Campo corresponde a 90 horas das 450 destinadas

aos estágios em docência obrigatórios, que constam na matriz curricular de cada uma das

LEdoC da UFMA e, fundamenta-se:

[...] numa concepção de Educação Popular como construção histórica, dos

oprimidos, que resulta da luta social (luta de classes), como uma concepção

de educação contra hegemônica, vinculada a processos de formação humana

(emancipação, autonomia, humanização, libertação) e de transformação social

(econômica, cultural e política) (UFMA, 2020, p. 2).

A Rama articula 23 diferentes instituições e organizações de agricultores e agricultoras e povos e comunidades

tradicionais, da região Tocantina, do Médio Mearim, da Baixada, do Sul, do Baixo Parnaíba, dos Cocais, do Baixo

Munim e do Litoral. E, tem buscado ao longo da sua trajetória fortalecer e difundir a agroecologia como um modelo

capaz de fazer frente ao desenvolvimento adotado para o campo maranhense (Rama, 2022).

Carolina ARANHA e Andréia DALCIN

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A UAEFAMA, assim como, o IRCOA e os CEFFAs associados, constituem espaços

valorosos de promoção e garantia de uma Educação no e do Campo no estado do Maranhão

(Caldart, 2002). Essas instituições, em funcionamento no estado do Maranhão a,

aproximadamente, 33 anos, desenvolvem projetos e atividades inovadores, que possuem como

base os preceitos agroecológicos e a Pedagogia da Alternância, os quais não podem

restringirem-se aos seus respectivos espaços físicos. Sendo necessário atravessar os muros

impostos por barreiras físicas, sociais e políticas para compartilhar experiências, em busca de

maior visibilidade e novas parcerias.

Em geral, tais organizações e instituições caracterizam-se como campo de Estágio, para

os discentes das LEdoC-UFMA, ou seja, configuram-se como possíveis instituições

concedentes no que se refere ao Estágio em Educação Popular no Campo.

Ao pensarmos diante da proposta elaborada pelos movimentos, nos perguntamos sobre

como poderíamos construir um projeto que articulasse ensino (estágio), pesquisa e extensão,

buscando não somente construir o histórico dessas organizações/instituições, no caso,

UAEFAMA, o IRCOA e CEEFAs associados, mas, criar um espaço/meio de dar visibilidade a

essas instituições, através do qual elas pudessem compartilhar experiências e constituir

parcerias, contribuindo com a emancipação dos sujeitos envolvidos.

Partimos do princípio de que páginas eletrônicas poderiam se constituir nesse

espaço/meio a ser criado. Consideramos o fato de que páginas eletrônicas possibilitam tanto a

inserção de imagens, vídeos e textos, como nas redes sociais, quanto a disponibilização de

informações sobre funcionamento, fundamentos, histórico, documentos, e notícias, de forma

organizada, viabilizando o acesso rápido a tais informações e contato direto com as instituições.

E, por isso, o referido projeto teve por objetivo principal viabilizar a divulgação da história de

luta e ações desenvolvidas pela UAEFAMA, pelo IRCOA e CEFFAs associados por meio de

uma página eletrônica.

O projeto teve duração de 12 meses, de outubro de 2020 a setembro de 2021, e constitui-

se no desenvolvimento de: a) duas pesquisas de natureza qualitativa (História dos CEFFAs no

Maranhão; e, Tecnologias Digitais, Educadores do Campo e os CEFFAs no Maranhão); b) na

oferta do curso “Construindo páginas eletrônicas em plataformas gratuitas”; e, c) na criação de

páginas eletrônicas das instituições participantes. Tais ações foram realizadas de modo

integrado e articuladas ao Estágio em Educação Popular no Campo das LEdoC- UFMA e ao

Estágio de Docência do Programa de Pós-Graduação (Doutorado em Educação em Ciências e

Matemática), da REAMEC (Figura 1).

Articulações entre ensino, pesquisa e extensão: Conectando TD e Educação do Campo

Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023019, 2023. e-ISSN: 2177-5060

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A pesquisa intitulada “História dos CEFFAs no Maranhão”, conduzida pelos estudantes

da LEdoC, constituiu-se como um estudo de caso (Ludke; André, 2013). Seu objetivo geral foi

construir o histórico de criação das instituições nas quais os estudantes estavam realizando seu

estágio. Para a produção de dados, foram utilizados como instrumentos entrevistas

semiestruturadas realizadas com os agentes envolvidos na criação dessas instituições (Ludke;

André, 2013), além de documentos, vídeos e fotografias. E, ao final do projeto, o histórico

construído compôs seus relatórios de estágio, nos quais deve constar a caracterização e o

histórico da instituição, bem como, as páginas eletrônicas criadas.

Figura 1 – Articulação, ensino, pesquisa e extensão do projeto de extensão “Compartilhando

experiências com Tecnologias Digitais” desenvolvido na UFMA de 2020 a 2021

Fonte: Elaborado pelas autoras (2022).

A doutoranda da REAMEC, cujo estágio em docência envolveu a concepção e

implementação do projeto de extensão “Compartilhando Experiências com Tecnologias

Digitais”, conduziu a pesquisa intitulada “Tecnologias Digitais, Educadores do Campo e os

CEFFAs no Maranhão” sob uma perspectiva fenomenológico-hermenêutica, embasada em

Bicudo (2011) e Ricoeur (1987). A pesquisa foi guiada pela seguinte questão: Como os

educadores do campo em formação inicial e continuada percebem sua relação com as

tecnologias digitais? O estudo investigou duas das atividades realizadas pelos participantes do

curso oferecido, bem como as avaliações do projeto feitas pelos próprios participantes.

Com base nas ideias promulgadas pelo FORPROEX, desde a motivação do projeto,

consideramos a promoção de uma interação dialógica, tanto entre universidade e comunidade,

Carolina ARANHA e Andréia DALCIN

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quanto entre participantes. A Indissociabilidade entre Ensino-Pesquisa-Extensão marca sua

construção, da mesma forma que a preocupação com o Impacto na Formação do Estudante.

Nesse sentido, levamos em conta, não somente o desenvolvimento de uma pesquisa de natureza

qualitativa, por parte dos discentes das LEdoCs da UFMA, mas a possibilidade de participar de

um processo de ensino dialógico, de construir conhecimentos sobre o uso de tecnologias digitais

que podem ser estendidos à sala de aula e, o processo, em si, de construção de uma página

eletrônica para os CEFFAs, passível de viabilizar o desenvolvimento de habilidades diversas e

contribuir com a luta por uma Educação no e do Campo (Caldart, 2002).

Além disso, nos preocupamos com o Impacto e Transformação Social, no que se refere,

mais especificamente, à formação continuada, implícita, de docentes e gestores atuantes nos

CEFFAs e a possível ampliação da visibilidade das atividades desenvolvidas nessas

instituições. Por tudo isso, o curso e a construção das páginas ocorreram de forma concomitante

às essas duas pesquisas, num movimento dialógico de retroalimentação, descrito no item a

seguir.

Aspectos metodológicos

O projeto de extensão supracitado foi pensado na perspectiva de fomentar a troca

permanente de saberes e experiências entre os participantes (Paula, 2013) por meio da

construção conjunta das páginas eletrônicas de cada uma das associações envolvidas. Por isso,

o projeto integrou docentes em diferentes níveis de formação: licenciandos das LEdoC,

docentes do Ensino Superior e docentes e demais sujeitos atuantes na UAEFAMA, IRCOA e

CEFFAs associados, sob a coordenação da doutoranda da REAMEC e sua

orientadora/supervisora (Quadro 1). Entre os docentes e/ou sujeitos envolvidos na UAEFAMA,

IRCOA e CEFFAs associados, estão os supervisores técnicos responsáveis por acompanhar os

estudantes das LEdoCs da UFMA durante o Estágio em Educação Popular.

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Quadro 1 – Participantes do Projeto de Extensão “Compartilhando experiências com

Tecnologias Digitais”, desenvolvido na UFMA, de 2020 a 2021

Instituição

Número de Participantes

LedoC da UFMA

06 discentes

REAMEC

01 discente e 01 docente (autoras do artigo)

UAEFAMA

03 representantes (01 diretora; 01 docente

associada; 01 discente de uma EFA associada).

IRCOA

02 representantes (docentes)

Escola Família Agrícola Rio Peixe (EFARP)

02 representantes (docentes)

Escola Família Agrícola João Evangelista de Brito (EFAJEB)

01 representante (docente)

CFR de São João do Soter

01 representante (docente)

Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).

O Curso “Construindo páginas eletrônicas em plataformas gratuitas” foi planejado e

ofertado com o intuito de viabilizar um espaço de divulgação para as atividades realizadas pelas

instituições participantes, ou seja, um espaço/meio para: compartilhar experiências e

informações e buscar parcerias. Para tanto, o referido curso foi construído considerando a

concepção de Cyberformação (ROSA, 2018), de acordo com a qual, compreendemos as

tecnologias digitais como partícipes do processo de produção do conhecimento e/ou formação.

De modo que, na construção de seu vocábulo, o termo:

[...] Cyber exprime a noção de internet ou de comunicação entre redes de

computadores, concernente, portanto, a aspectos do trabalho com tecnologias, em

específico, TD [...] Formação entendida como forma/ação (BICUDO, 2003b) envolta

por fluxos específicos (no nosso caso, matemáticos), pedagógicos e tecnológicos que

perpassam o processo de formar-com-tecnologia, compreendendo o uso de ambientes

cibernéticos e de todo o aparato tecnológico que a eles se vinculam e/ou produzem

como potencializadores da produção do conhecimento matemático, ao invés de

agilidade, motivação e/ou modismo [...] (Rosa, 2018, p. 270-271).

A construção e publicação das páginas eletrônicas e o desenvolvimento das pesquisas

ocorreram de modo integrado. Dessa forma, ao mesmo tempo, em que o curso ofertado fornecia

subsídios para a realização da pesquisa “Tecnologias Digitais, Educadores do Campo e os

CEFFAs no Maranhão”, desenvolvida pela doutoranda da REAMEC, este, buscava viabilizar

a construção das páginas eletrônicas que dependia, intrinsecamente, da efetivação da pesquisa

“História de CEFFAs no Maranhão”, desenvolvida pelos discentes/estagiários das LEdoC-

UFMA (Figura 2).

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Figura 2 – Sistematização das ações que integraram o projeto de extensão “Compartilhando

experiências com Tecnologias Digitais”, desenvolvido na UFMA, de 2020 a 2021

Fonte: Elaborado pelas autoras (2022).

Previamente ao início do projeto foram realizadas três reuniões, de forma remota, para

apresentar a proposta, sanar dúvidas, fazer adequações ao planejamento inicial e apresentar o

Termo de Livre Consentimento (TLC), a ser entregue, assinado, antes do início das atividades.

A oferta do curso “Construindo páginas eletrônicas em plataformas gratuitas” também

se deu de forma remota, com carga horária total de 60 horas e, duração prevista de dois meses,

via Google Sala de Aula, com suporte do grupo de WhatsApp. O curso intercalou momentos

síncronos e assíncronos, respectivamente, com duração de 2h e 3h, cada, sendo que 28h de sua

carga horária total, foram destinadas à organização do histórico das instituições. O horário e

datas dos encontros síncronos foram definidos em acordo com os participantes que optaram

pelo turno noturno. No entanto, ocasionalmente, essa organização sofreu modificações, diante

das especificidades apresentadas pelos participantes ao longo da execução do projeto,

ocorrendo, por vezes, dois encontros síncronos na mesma semana.

O curso foi organizado em 8 módulos e versou sobre o uso de TD para o

compartilhamento de experiências, com foco na criação de uma página eletrônica para a

UAEFAMA e para o IRCOA, assim como para a EFARP, EFAJEB e CFR de São João do

Soter.

No Módulo I, denominado de ambientação, realizamos o processo de familiarização dos

participantes com os recursos de imagem, texto, e armazenamento na nuvem. No entanto, essa

familiarização deu-se de modo conectado à construção das páginas eletrônicas, ou seja, os

participantes não aprenderam a utilizar todos os recursos necessários para então construir as

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páginas, mas foram ambientando-se com estes à medida que as construíam.

No primeiro encontro síncrono realizamos o processo de Ambientação com o Google

Sala de Aula, apresentamos o projeto e sanamos possíveis dúvidas remanescentes. Além disso,

fornecermos as primeiras orientações quanto às atividades assíncronas a serem desenvolvidas

na sequência. Nesse encontro, os discentes da LEdoC também criaram uma pasta no Google

Drive da Alphabet para inserir o material referente ao histórico da instituição e compartilharam

com seus respectivos supervisores técnicos e demais participantes do curso, ligados à instituição

concedente do estágio em Educação Popular no Campo (UAEFAMA, IRCOA, EFARP,

EFAJEB ou CFR de São João do Soter).

No Módulo II (Criando uma página eletrônica - Parte 1), foram apresentadas duas

plataformas de criação e publicação de páginas eletrônicas: a plataforma da Wix e o Google

Sites. Foram analisadas as características e possibilidades oferecidas por cada uma delas, bem

como os potenciais obstáculos em sua utilização. Após essa análise, foi decidido construir as

páginas eletrônicas utilizando a plataforma da Wix. Esta escolha se deu com base na

consideração de que, embora mais complexa e exigindo uma conexão à internet de banda larga

para uma experiência ideal, a plataforma da Wix ofereceria maior flexibilidade em termos de

design e recursos para as páginas eletrônicas, possibilitando assim uma maior dinâmica e

interação com o público-alvo.

A primeira semana do curso teve dois momentos síncronos seguidos e, como atividades

assíncronas, os participantes ficaram com duas tarefas, a de navegar pela plataforma da Wix e

a de produzir um Memorial Reflexivo sobre sua relação pessoal e profissional com os CEFFAs

via Google Docs.

A partir deste memorial, buscamos ambientar os participantes com algumas ferramentas

de produção de texto on-line e, no caso dos discentes da LEdoC, aproximá-los do objeto de

estudo de suas pesquisas, os CEFFAs, identificando-os como espaços possíveis de atuação.

Além disso, esta etapa gerou materiais que foram analisados pela pesquisa “Tecnologias

Digitais, Educadores do Campo e os CEFFAs no Maranhão”, desenvolvida pela estagiária da

REAMEC. Além disso, nesse módulo, disponibilizamos um tutorial sobre a utilização do

Google Docs, de modo off-line, utilizando o computador e o smartphone, tendo em vista a

dificuldade de acesso à internet informada pelos participantes.

No Módulo III (Criando uma página eletrônica - Parte 2) exploramos o processo de

busca de imagens no Google imagens, conhecemos a diferença entre imagens Creative

Commons e imagens com direitos autorais, além de plataformas que fornecem imagens gratuitas

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como a Pixabay. Experimentamos, ainda, a plataforma Canva e suas potencialidades na

produção de conteúdo de divulgação dos CEFFAs, incluindo materiais para a página eletrônica.

E, ao final do encontro síncrono deste módulo, trabalhamos com o procedimento de inserção

de imagens na página eletrônica utilizando a plataforma do Wix.

Como atividade assíncrona propusemos a realização da tarefa denominada “As

Tecnologias e Digitais e Você”, na qual os participantes foram convidados a narrar sobre seu

primeiro contato com as tecnologias digitais, como elas fizeram parte ou não da sua formação

e como elas fazem ou não parte da sua vida hoje. Esta tarefa tinha o objetivo de levar os

participantes a refletirem sobre a influência das tecnologias digitais em suas vidas e, compor a

pesquisa “Tecnologias Digitais, Educadores do Campo e os CEFFAs”.

A partir do Módulo IV (Construindo o histórico das instituições) os discentes da LEdoC

foram orientados a dar início à pesquisa “História dos CEFFAs no Maranhão”, reunindo

documentos, fotografias, vídeos e realizando entrevistas semiestruturadas com os agentes que

participaram de sua criação e atuam ou atuaram em seu funcionamento. Esta orientação se deu

por meio de uma reunião remota específica, a partir da qual os discentes das LEdoCs da UFMA

criaram no Google Doc os documentos de caracterização e do histórico das instituições

concedentes.

Em um dos momentos assíncronos deste módulo, foi proposta uma atividade intitulada

como “Transcrevendo entrevista usando o Google Doc” tendo em vista sua utilidade para a

pesquisa desenvolvida pelos discentes das LEdoC- UFMA e a possibilidade dos docentes das

instituições concedentes, utilizarem, posteriormente, esta ferramenta como forma de inclusão.

Nessa atividade, os participantes receberam orientação de como realizar tal procedimento

utilizando o Google Doc e o experienciaram por meio da transcrição das entrevistas que foram

realizadas durante a organização do histórico das instituições. Para essa tarefa, definiu-se um

prazo de entrega maior, pois as entrevistas ocorreram em momentos distintos durante a

execução do projeto.

No Módulo V (Criando uma página eletrônica - Parte 3) exploramos alguns layouts e

possibilidades que a plataforma da Wix nos oferece para a construção da página. Trabalhamos:

formas de modificação do background e do menu da página eletrônica, inserção da aba de

notícias, inserção ou modificação de imagens e textos, inserção ou modificação de elementos

de design e, estabelecemos, em diálogo, os itens básicos, como boas-vindas, histórico, notícias,

localização e contato que deveriam compor o menu das páginas eletrônicas a serem construídas.

Ao definirem os itens que comporiam os menus de suas páginas eletrônicas, as

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instituições diferiram conforme suas particularidades, além dos itens básicos já estabelecidos.

Um exemplo disso é uma das EFAs, que incluiu em seu menu um item voltado para doações,

outro para apresentação das instituições, seus espaços físicos e documentos norteadores, e mais

um item para apresentação da Pedagogia da Alternância.

Embora os encontros síncronos tenham sido disponibilizados na Sala de Aula da

Google, o grupo sentiu a necessidade de realizar mais um encontro síncrono como estratégia de

revisão dos dois últimos, considerando que alguns participantes não puderam estar presentes.

Conforme mencionado no início deste trecho, o planejamento foi ajustado conforme as

necessidades e particularidades do grupo.

Para auxiliar no processo de construção das páginas eletrônicas e, tendo em vista a

dificuldade em acompanhar o encontro síncrono por completo, externada por alguns

participantes, disponibilizamos, no Google Sala de Aula, quatro tutoriais sobre a plataforma

Wix. Considerando o foco do curso, esses tutoriais foram construídos com foco nas páginas e

no conteúdo a ser produzido por cada instituição/estagiário. E, como atividade assíncrona, os

grupos tiveram a tarefa de pensar em seus layouts e menus, realizando as modificações

necessárias, para que pudéssemos dar continuidade à construção das páginas eletrônicas no

encontro posterior.

No Módulo VI (Produzindo materiais para as páginas eletrônicas) continuamos a

explorar a plataforma Wix por meio da inserção de documentos em PDF e outras dúvidas

trazidas pelos participantes. No entanto, desta vez, as atividades desenvolvidas encontravam-se

voltadas para os layouts já escolhidos pelas instituições e os menus que haviam sido definidos.

Além disso, os grupos apresentaram seus layouts e, juntos, discutimos algumas questões

e ajustamos as propostas de menu. Com os layouts e menus definidos, os grupos foram

orientados a criar um arquivo no Google Doc para inserir todo o texto que iria compor o site,

organizado por item do menu. Como atividade assíncrona desse módulo, os grupos ficaram com

a tarefa de dar continuidade à construção da página eletrônica e dos textos que iriam compor a

mesma.

Neste ponto, é importante ressaltar que tanto os projetos das páginas eletrônicas quanto

a pasta do Google Drive contendo os documentos, fotografias, vídeos e os arquivos construídos

no Google Doc com o histórico e os textos planejados para constar nas páginas eletrônicas

estavam compartilhados entre os participantes de cada instituição e com a professora

responsável pelo curso, uma estagiária doutoranda da REAMEC. A partir deste momento

entendemos que seria interessante realizar encontros síncronos por grupos, para trabalharmos

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com as especificidades de cada um deles e conseguirmos avançar na construção das páginas.

As atividades assíncronas seguintes versaram sobre como produzir fotos profissionais

usando o smartphone, considerando que esta configura-se na ferramenta mais utilizada pelos

participantes para a captação de imagens durante as ações desenvolvidas nos CEFFAs e sobre

como digitalizar documentos e fotografias com o auxílio do smartphone. Tais atividades os

levaram a produzir fotografias que iriam compor as páginas eletrônicas e a digitalizar

documentos e/ou fotografias antigas da Escola, que estivessem relacionados com seu histórico.

Devido ao período de festividades e férias no final do ano de 2020, concentramos

algumas atividades assíncronas neste período e, além da atividade descrita no parágrafo

anterior, os participantes ficaram com a tarefa de definir as coordenadas geográficas das

instituições utilizando o Google Maps e o aplicativo Câmera Mapa GPS.

No Módulo VII (Cadastrando a localização das Instituições no Google Maps) retomamos

as duas atividades assíncronas, cadastramos a localização das instituições no Google Maps e,

inserimos a localização das instituições nas páginas eletrônicas em construção. Nesse momento,

encontramos certa dificuldade, tendo em vista que, algumas das instituições já possuíam

cadastro no Google Maps com um endereço diferente, o que exigiu trabalho individual com

cada uma das instituições no intuito de ultrapassar tal obstáculo. Ademais, outras questões

relacionadas a este cadastro também surgiram e demandaram um tempo maior de resolução.

No Módulo VIII (Publicando as páginas eletrônicas) além dos encontros síncronos para

resolver questões relacionadas à localização, foram realizados, em média, dois a três encontros

síncronos por instituição e seus respectivos estagiários para dar continuidade à construção da

página eletrônica.

O projeto previa inicialmente o acompanhamento das instituições por seis meses após a

conclusão do curso e a publicação das páginas. No entanto, devido à publicação das páginas

ocorrer de forma assíncrona, o acompanhamento se conduziu conforme a necessidade de cada

instituição, mesmo após o término do projeto em setembro de 2021.

Ao término do projeto, os participantes foram convidados a realizar uma avaliação na

qual foram solicitados a enumerar os aspectos positivos do projeto, bem como aqueles que

precisavam ser aprimorados. Além disso, foram solicitadas reflexões sobre sua participação no

projeto e como este contribuiu ou não para sua formação, identificando as potencialidades e

desafios na relação entre educação do campo e tecnologias digitais. Também foram

questionados sobre o significado do site construído para eles e para a instituição, mesmo aqueles

que ainda não haviam sido publicados. O próximo item de resultados e discussões aborda esta

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avaliação.

A pesquisa “História dos CEFFAs no Maranhão”, a produção dos dados e a organização

do material que iria compor as páginas eletrônicas foram finalizadas. No entanto, por questões

relacionadas à Pandemia da COVID-19, que acarretaram problemas de saúde, assim como o

acúmulo de atividades nas instituições que tiveram que dar início ao ensino remoto durante a

execução do projeto, a finalização e publicação das páginas eletrônicas deu-se de forma gradual,

de modo que até outubro de 2021 havíamos publicado três páginas eletrônicas (Figura 3), a da

UAEFAMA (2021), da EFARP (2021) e da EFAJEB (2021), ficando em suspenso as páginas

do IRCOA e da CRF de São João do Soter.

Por fim, para a publicação das páginas eletrônicas realizamos conferências, por meio do

Google Meet, conduzidas pelas instituições, com depoimento dos envolvidos no processo e,

presença da comunidade escolar, pais e atores que participam ou participaram de suas histórias.

Nessas conferências executamos, de forma simbólica, a ação de publicação das páginas via

plataforma do Wix, com compartilhamento de tela, e posterior disponibilização do link para os

participantes presentes na conferência.

Na seção seguinte, tomamos as avaliações realizadas pelos sujeitos envolvidos no

projeto e tecemos algumas reflexões quanto às tecnologias digitais em tempos de pandemia e a

Educação do Campo, bem como, a articulação entre ensino, pesquisa e extensão proposta pelo

projeto em foco e o alcance de uma extensão tida como um processo dialógico e emancipatório.

Figura 3 – Captura das páginas eletrônicas construídas e publicadas durante o projeto de

extensão “Compartilhando experiências com tecnologias digitais”, desenvolvido pela UFMA,

de 2020 a 2021

(a) Captura da página eletrônica da UAEFAMA (27/10/2021).

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(b) Captura da página eletrônica da EFARP (27/10/2021).

Fonte: UAEFAMA (2021); EFARP (2021); EFAJEB (2021).

Destacamos que, no intuito de preservar a identidade dos participantes, neste artigo, na

seção a seguir, os representantes dos CEFFAs e os discentes da LEdoC-UFMA foram

identificados, respectivamente, pelas letras R e D, acompanhadas por um algarismo indo-

arábico.

Tecendo Reflexões

Durante a pandemia da COVID-19, uma das medidas tomadas pelos governos na busca

por conter a propagação do vírus SARS-CoV-2, foi a quarentena, que “pode ser vivenciada

como uma experiência pessoal desagradável, desconfortável ou dolorosa” (Zwielewski et al.,

2020, p. 31). Dentre os estressores relacionados à pandemia da COVID-19, Enumo et al. (2020,

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p. 31) apontam o distanciamento social, a frustração, o tédio, o acúmulo de tarefas, incluindo a

realização de atividades normalmente feitas fora de casa, a falta de suprimentos, a inadequação

das informações e as dificuldades econômicas, entre os quais podemos identificar alguns dos

estressores listados pelos participantes do projeto, em suas avaliações.

Na área da Educação, o ensino remoto foi a alternativa encontrada na tentativa de

mitigar as consequências trazidas pela quarentena aos estudantes em nosso país, esta alternativa

trouxe consigo muitos desafios e múltiplas consequências. Destaca-se a ansiedade, o medo e

exaustão que acometeram docentes e estudantes durante este período, de modo que, “o excesso

de trabalho, o agravamento do estresse, ansiedade, insônia e outros sintomas relacionados com

a saúde mental são relatos comuns entre os professores durante a pandemia da COVID-19”

(Salas, 2020).

Essas questões não foram alheias ao cotidiano dos participantes do projeto,

constituindo-se como desafios ao longo de seu desenvolvimento. Além das preocupações

relacionadas ao uso das tecnologias digitais e à “dificuldade de acesso de alguns para

acompanharem as atividades” (R1), os participantes destacaram em suas avaliações aspectos

diretamente ligados à situação imposta pela pandemia da COVID-19. Isso incluiu a sobrecarga

de atividades, a falta de motivação pessoal, o impacto da doença em familiares ou pessoas

próximas, o luto pela perda de entes queridos e, especialmente para os representantes dos

CEFFAs, os desafios enfrentados na gestão e no desenvolvimento de atividades remotas de

ensino.

Quanto à relação entre educação do campo e tecnologias digitais, os participantes

reconhecem um potencial “que de certa forma está escondido” (D1), referindo-se ao potencial

no ensino, desenvolvimento rural e divulgação das ações dos CEFFAs e das comunidades rurais

do Maranhão. Eles definem as tecnologias digitais como “uma ferramenta de suma importância

nas escolas do Campo” (D4). Nas avaliações, reconhecem que as tecnologias digitais fazem

parte da sociedade em que vivemos e, portanto, devem integrar também o cotidiano do campo:

Nas constantes mudanças do mundo contemporâneo, se faz necessário nos

adequarmos a tal situação. A velocidade dos acontecimentos e transformação

constantes na sociedade é um fato, daí nós da educação do campo não

podemos ficar para trás, temos que avançar no mesmo ritmo [...] (R3).

[...] Hoje, as tecnologias fazem parte da vida das pessoas, e a escola não pode

ignorar esse fato, e deixar de lançar mão de tal recurso” (R4).

"A presença da tecnologia é importante para o desenvolvimento das

comunidades e principalmente para ajudar a divulgar as ações que as CFRs

ofertam para a comunidade escolar (R2).

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Puig-Calvó (2020), ao referir-se à Pedagogia da Alternância e às Instituições de ensino

que a adotam, nos alerta para o fato de que “não podemos negar que devemos nos adaptar aos

novos tempos em questões sociais, em questões econômicas, em questões educacionais, em

questões de comunicação” (González-García; Silva, 2020, p. 6). O alerta, no entanto, não

corresponde a um mero fetichismo tecnológico ou a uma visão simplista e inocente da

necessidade da inserção das tecnologias digitais no Campo, mas à urgência latente de inclusão

digital para que possamos permanecer na luta por uma Educação no e do Campo de qualidade,

pensada e desenvolvida no e para o campo.

No entanto, os participantes pontuam o fato de que, em nosso país, tal potencial

encontra-se acompanhado de uma necessidade estruturante, a necessidade de inclusão digital

do campo, seja em termos de recursos tecnológicos, seja em termos de recursos humanos,

reforçando a importância da luta por “por uma inclusão digital nas escolas do campo e pela

promoção de formação sobre o uso de tecnologias pelo professor” (D2).

Um dos participantes nos lembra que no Campo “ainda falta muita informação e temos

um público que não tem domínio das tecnologias” (R3). De acordo com o Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, em somente 38,4% dos domicílios da área rural do

Nordeste havia utilização da Internet, enquanto na área urbana essa porcentagem era de 86,5%,

configurando-se na maior diferença regional do país (IBGE, 2021, p. 5-6). Como motivos para

a não utilização da internet no domicílio, estão a falta de interesse em acessá-la, o alto custo do

serviço de acesso à internet e a falta de conhecimento sobre como utilizar a internet por parte

dos moradores. Na área rural, adiciona-se a esses motivos a indisponibilidade do serviço de

acesso à internet na área do domicílio, que em 2019 correspondia a 19%, em comparação com

0,6% em áreas urbanas (IBGE, 2021, p. 6).

A disparidade no acesso às tecnologias digitais varia desde o acesso a um serviço de

internet de qualidade até o acesso a equipamentos que permitam sua utilização, incluindo a falta

de habilidades para manejá-las. Portanto, é pertinente a observação dos participantes, que

reconhecem tanto as possibilidades da relação entre tecnologias digitais e educação do campo,

quanto a necessidade de implementação de políticas públicas que garantam a igualdade de

acesso às tecnologias digitais entre áreas urbanas e rurais.

Mesmo diante de tais desafios, e mesmo “não sendo possível resolver todos os

problemas encontrados durante o andamento do projeto” (D3), os participantes afirmam que

o projeto viabilizou o avanço na construção de conhecimentos de forma colaborativa e integrada

no que se refere ao uso das tecnologias digitais, tendo proporcionado a

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-Troca de saberes entre as instituições e a universidade;

-Participação dos próprios sujeitos sociais (alunos, professores,

coordenadores e diretores) na construção dos sites; [...]

-Imersão dos sujeitos no campo das tecnologias digitais;

-Divulgação do trabalho dos CEFFAs, da UAEFAMA [e do IRCOA] para a

sociedade de maneira geral, a partir da criação dos sites; e,

-Realização de um estágio em Educação Popular no Campo pelos alunos da

Licenciatura em Educação do Campo, que de fato contribuiu tanto para o

aprendizado dos estudantes, quanto para a melhoria e desenvolvimento do

trabalho das instituições parceiras (E1).

Ao utilizar a expressão “Imersão dos sujeitos no campo das tecnologias digitais”, é

possível inferir que avançamos na concepção de Cyberformação (Rosa, 2018), demonstrando

que as tecnologias digitais foram integradas ao processo de produção de conhecimento. Além

disso, as palavras de E1 apontam para uma consonância entre o projeto desenvolvido e a

concepção de extensão universitária assumida aqui e estabelecida pelas Diretrizes para a

Extensão na Educação Superior Brasileira (Brasil, 2018), que apontam entre os aspectos

estruturantes da extensão “a interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade por

meio da troca de conhecimentos, da participação e do contato com as questões complexas

contemporâneas presentes no contexto social” (Brasil, 2018, p. 2) e “a contribuição na formação

integral do estudante, estimulando sua formação como cidadão crítico e responsável” (Brasil,

2018, p. 2).

A contribuição para a formação pessoal e profissional dos participantes também foi

destaque em suas avaliações. Os conhecimentos construídos ao longo do projeto compõem

agora a atuação desses sujeitos em sala de aula, nas instituições das quais participam de um

modo geral, em suas atividades enquanto licenciandos e até em atividades profissionais

vinculadas ou não ao ensino formal.

Os estagiários das LedoC-UFMA ressaltaram que sua participação no projeto lhes

auxiliou quanto à “segurança, confiança e persistência para enfrentar os obstáculos que as

escolas camponesas enfrentam diariamente com relação aos meios tecnológicos pedagógicos”

(D3). E que, os conhecimentos construídos colaboraram “para aperfeiçoar estratégias

desenvolvidas durante o ensino remoto, forma de ensino adotada durante a pandemia da

COVID-19” (D2).

O estudo de caso desenvolvido pelos estagiários das LedoC-UFMA e a construção das

páginas eletrônicas das instituições participantes que possibilitou que suas “histórias fossem

resgatadas e renarradas através de textos e registro fotográfico em uma plataforma digital”

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(D2) foram caracterizadas como “uma conquista gratificante” (R5), um momento de

aprendizado colaborativo entre instituições e entre docentes em formação.

As páginas eletrônicas construídas representam um espaço/meio para compartilhar as

ações realizadas pelos CEFFAs, suas histórias de luta, experiências e desafios enfrentados.

Configura-se, desta forma, como “uma ferramenta que ajuda a divulgar para o mundo todas

as ações realizadas” (R2) por estas instituições. Essa construção representa “a busca constante

do acesso como forma de ampliar conhecimento e levar as informações sobre os [CEFFAs]

aos lugares mais distantes, por acreditarmos na Educação do Campo como fonte de libertação”

(R1), instituindo-se como “um passo a mais no crescimento e consolidação de uma Educação

do Campo de qualidade para o Maranhão” (D1).

No que diz respeito aos aspectos que necessitam de aperfeiçoamento ou modificações,

os participantes indicaram a ampliação do projeto para abranger mais CEFFAs. Além disso,

sugeriram a realização de alguns encontros presenciais para intensificar a troca de experiências

e permitir que os organizadores do projeto conheçam de perto o trabalho desenvolvido pelos

CEFFAs. Outra sugestão foi a inclusão de um módulo dedicado às redes sociais no curso

oferecido dentro do projeto.

Considerações finais

Neste artigo, trouxemos a construção da concepção de extensão defendida por nós,

como meio pelo qual a universidade pode cumprir seu papel social com viés emancipatório.

Posteriormente apresentamos o projeto “Compartilhando experiências com Tecnologias

Digitais”, que envolveu a UAEFAMA, o IRCOA e CEFFAs do Maranhão, além das LEdoCs

da UFMA e a REAMEC, e trouxemos algumas reflexões tecidas a partir das avaliações

realizadas pelos sujeitos envolvidos no referido projeto.

A realização deste projeto ratifica que, apesar da complexidade envolvida, a articulação

entre ensino, pesquisa e extensão pode constituir-se em atividades de estágio nas Licenciaturas.

Tais atividades podem integrar docentes em formação inicial e em atuação no Ensino Superior

e na Educação Básica, de forma colaborativa, por meio de ações passíveis de contribuir, de

modo direto e indireto, com a construção de conhecimento, a qualidade da educação e, o diálogo

entre sociedade e universidade.

A avaliação do projeto e os resultados obtidos revelam a potencialidade existente na

relação entre Educação do Campo e as Tecnologias Digitais (TD), ao mesmo tempo, em que

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destacam a urgência de políticas públicas voltadas para a inclusão digital no e do Campo. Isso

reforça a importância de projetos que conectem cada vez mais a Educação do Campo às TD.

Quanto aos desafios enfrentados ao longo da implementação das ações descritas, estes

ressaltam a necessidade de ampliação e realização de projetos que integrem as tecnologias

digitais e as articulem ao ensino, à pesquisa e à extensão, direcionados aos povos do campo.

Especificamente, aos educadores do campo em processos de formação inicial ou continuada,

bem como aos movimentos sociais, aproximando cada vez mais a universidade da sociedade.

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Carolina ARANHA e Andréia DALCIN

Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023019, 2023. e-ISSN: 2177-5060

DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.15495 25

CRediT Author Statement

Reconhecimentos: As autoras agradecem aos participantes: aos estagiários das LEdoC da

UFMA, à UAEFMA, ao IRCOA, à EFARP, EFAJ e CRF de São João do Soter, que

viabilizaram a realização desse projeto de extensão e seus desdobramentos em termos de

projetos de pesquisas e reflexões sobre a prática de estágio supervisionado na Graduação e Pós-

graduação.

Financiamento: Não houve financiamento.

Conflitos de interesse: Não houve conflitos de interesses.

Aprovação ética: Apesar de não ter passado pelo Comitê de ética, as pesquisadoras deram os

esclarecimentos necessários quanto à realização das pesquisas envolvidas no projeto de

extensão em foco, entregaram e coletaram os Termos de esclarecimento assinados pelos

participantes.

Disponibilidade de dados e material: Não está disponível ao público.

Contribuições dos autores: Autora 1 - Construção e desenvolvimento do projeto de extensão

em foco, com a realização da pesquisa qualitativa atrelada ao mesmo, produção, análise e

interpretação dos dados e a redação do texto. Autora 2 - orientação e planejamento do projeto

de extensão em foco, com a realização da pesquisa qualitativa atrelada ao mesmo, análise e

interpretação dos dados e a redação/revisão do texto.

Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.

Revisão, formatação, normalização e tradução.

Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023019, 2023. e-ISSN: 2177-5060

DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.15495 1

ARTICULATIONS BETWEEN TEACHING, RESEARCH AND EXTENSION:

CONNECTING TD AND RURAL EDUCATION

ARTICULAÇÕES ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO: CONECTANDO TD E

EDUCAÇÃO DO CAMPO

ARTICULACIONES ENTRE DOCENCIA, INVESTIGACIÓN Y EXTENSIÓN:

CONECTANDO TD Y EDUCACIÓN RURAL

Carolina ARANHA1

e-mail:cp.aranha@ufma.br

Andréia DALCIN 2

e-mail: andreia.dalcin@ufrgs.br

How to reference this paper:

ARANHA, C.; DALCIN, A. Articulations between

teaching, research and extension: Connecting TD and Rural

Education. Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v.

8, n. 00, e023019, 2023. e-ISSN: 2177-5060. DOI:

https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.15495

| Submitted: 30/10/2022

| Revisions required: 06/09/2023

| Approved: 01/10/2023

| Published: 30/12/2023

Editors:

Prof. Dr. Célia Tanajura Machado

Prof. Dr. Kathia Marise Borges Sales

Prof. Dr. Rosângela da Luz Matos

Deputy Executive Editor:

Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz

Federal University of Maranhão (UFMA), São Luís – MA – Brazil. Adjunct Professor in the Bachelor's Degree

Program in Rural Education/Natural Sciences and Mathematics at the Federal University of Maranhão (UFMA).

Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre – RS – Brazil. Associate Professor at the Federal

University of Rio Grande do Sul - UFRGS - FACED/Department of Teaching and Curriculum.

Articulations between teaching, research and extension: Connecting TD and Rural Education