As lutas sociais populares pelo território quilombola e a questão agrária
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023013, 2023. e-ISSN: 2177-5060
DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.15401 2
RESUMO: A Constituição Federal de 1988 foi um marco para os quilombos, no que se refere
ao reconhecimento enquanto sujeitos de direitos. Contudo, a realidade vivenciada pelos
quilombos continua dramática, tanto pela dificuldade nos processos de demarcação do
território, quanto nas situações de conflitos, desigualdades e injustiças da questão agrária
brasileira. Mesmo assim, emergem experiências de luta pelo território encaminhadas pelo
movimento quilombola, denunciando e buscando a efetivação de políticas públicas. Este artigo
tem por objetivo analisar os desafios da luta pelo território quilombola e o protagonismo
exercido pelos movimentos sociais, tendo como recorte histórico o processo de golpe jurídico-
parlamentar iniciado em 2015. Como metodologia, pauta-se no aspecto qualitativo e
quantitativo, por meio de referencial teórico e dados que analisam criticamente a questão agrária
brasileira e as comunidades quilombolas. Conclui-se com uma reflexão acerca dos desafios em
curso para o conjunto da classe trabalhadora, em que se inserem as comunidades quilombolas.
PALAVRAS-CHAVE: Questão agrária. Território Quilombola. Movimentos sociais. Políticas
sociais.
RESUMEN: La Constitución Federal de 1988 marcó un hito para los quilombos, en términos
de reconocimiento como sujetos de derechos. Sin embargo, la realidad que viven los quilombos
sigue siendo dramática, tanto por la dificultad en los procesos de demarcación del território,
como por situaciones de conflictos, desigualdades e injusticias en la cuestión agraria
brasileña. Aun así, surgieron experiencias de lucha por el território, lideradas por el
movimiento quilombola, denunciando y buscando la implementación de políticas públicas. Este
artículo tiene como objetivo analizar los desafíos de la lucha por el território quilombola y el
protagonismo ejercido por los movimientos sociales, tomando como perspectiva histórica el
proceso de golpe jurídico-parlamentario iniciado en 2015. Como medología, se basa em el
aspecto cualitativo y cuantitativo, a través de marcos teóricos y datos que analizan criticamente
la cuestión agraria brasileña y las comunidades quilombolas. Concluye con una reflexión sobre
los desafíos actuales para la clase trabajadora en su conjunto, incluídas las comunidades
quilombolas.
PALABRAS CLAVE: Cuestión agraria. Territorio Quilombola. Movimientos sociales.
Políticas sociales.
ABSTRACT: The 1988 Federal Constitution was a milestone for quilombos, regarding
recognition as subjects of rights. However, the reality experienced by quilombos remains
dramatic, both due to the difficulty in the processes of demarcating the territory and in
situations of conflicts, inequalities, and injustices in the Brazilian agrarian issue. Even so,
experiences of struggle for territory emerged, led by the quilombola movement, denouncing
and seeking the implementation of public policies. This article aims to analyze the challenges
of the struggle for quilombola territory and the protagonism exercised by social movements,
taking the legal-parliamentary coup process initiated in 2015 as a historical perspective. It is
a methodology based on the qualitative and quantitative aspects through the theoretical
framework and data that critically analyze the Brazilian agrarian issue and quilombola
communities. It concludes with a reflection on the ongoing challenges for the working class as
a whole, which includes quilombola communities.
KEYWORDS: Agrarian question. Quilombola territory. Social movements. Social politics.