Vejamos algumas das características das tecnologias que indicam sua potencialidade para
a construção do conhecimento nos processos educacionais. Primeiramente, a convergência de
linguagens e mídias que ela propicia, no mundo das telas. Ao toque de um clique temos acesso a
textos, lmes, fotograas, apresentações power point, buscas, pesquisas. Todos como recursos que
permitem o acesso à informação, para além do que pode ser transmitido, de maneira tradicional,
pelo professor em sala de aula, em uma relação do ensino formal com o informal. A interatividade,
no sentido de comunicação homem-máquina, e a interação, entre sujeitos, são outras das marcas
das tecnologias digitais. Elas permitem a comunicação em várias vias, em diversos sentidos e,
no campo da Educação, bem como a construção de ambientes onde professores e alunos podem
interagir não somente entre si, mas também com os materiais propostos, em momentos síncronos
ou assíncronos, como foi experienciado durante o período pandêmico.
Todavia, não é importante que seja fomentado um neotecnicismo que alimentaria
identidades pedagógicas relacionadas a velha razão instrumental, que negligência e abandona os
vulneráveis. Não olhar para esses fenômenos, ou seja, não problematizá-los e mediá-los, signica
declinar ante a exclusão e as homogeneidades que precedem o contexto de uso parece majoritário
das TDIC no contexto pandêmico, em especial em universidades e escolas mercantilistas. Esse tipo
de promoção das relações com as tecnologias digitais contradiz valores educativos fundamentais
como inclusão e diferença, favorece uma história tecnológica fundamentalmente dos dominantes,
além disso, nos impede de enxergar o potencial tecnológico que vai além da mera funcionalidade e
utilidade. Um dos grandes desaos dessa, potencial, “virada tecnológica” pós-pandemia, na linha
do que escreve Yuk Hui (2020), nos parece ser o de perceber a necessidade do desenvolvimento
e da manutenção da tecnodiversidade e/ou da conciliação entre a tecnologia, crítica e diferenças
na formação das nossas identidades pedagógicas docentes. Se, por um lado, supostamente as
novas gerações já estão profundamente imersas nesses novos modos de aprender, fora das salas
de aula, por outro, generalizar esse entendimento diante uma sociedade altamente desigual é
negligenciar vidas. Nem um a menos!
Os desaos que se impõem a partir de agora se referem ao desejo, à intenção e às
capacidades das Instituições de Ensino Superior de se adaptarem aos novos tempos. Isso signica
que, além das políticas públicas de fomento, dependentes das conjunturas governamentais, sem
as quais nada é possível, há necessidade de políticas institucionais de estímulo e apoio ao uso
de tecnologias nos processos de ensino e aprendizagem nas universidades. Se formos caminhar
para a Educação Híbrida, abordagem pedagógica que combina atividades presenciais e atividades
mediadas por tecnologias digitais, devemos ter claro que essas práticas são condicionadas por